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ESSA DEVE SER UMA BOA DUVIDA DA GALERA POR TANTO LEIAM TUDO!

PROTEGENDO O FIGADO DURANTE CICLOS!

Uma das maiores preocupações dos usuários mais cautelosos de esteróides anabólicos¸ sempre
é a saúde de seu fígado. Lógico que existem muitos que não estão nem aí tanto para o estado
do seu fígado quanto para outros órgãos do corpo¸ principalmente o cérebro. São esses imbecis
que normalmente acabam desenvolvendo diversos efeitos colaterais provenientes do uso
incorreto de drogas anabólicas¸ e quando não há mais nada a fazer¸ culpam as drogas por sua
infelicidade¸ quando na verdade deveriam culpar sua própriaignorância.

Este artigo expõe algumas estratégias para minimizar o nível de lesão a este órgão durante um
ciclo¸ assim como promover uma regeneração mais rápida e eficaz após o término da
administração das drogas. Esta última consideração é extremamente importante principalmente
para aqueles que insistem em fazer ciclos subseqüentes¸ mantendo muitas vezes¸ pequenos
intervalos entre os mesmos.

O fígado é o maior órgão do corpo humano. Pesa cerca de 1¸5 kg localizandose ao lado direito¸
no quadrante superior da cavidade abdominal¸ protegido pelas costelas. Esse órgão executa
mais de 500 funções importantes em nosso organismo¸ sendo que as principais são as
seguintes:

- Integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo


- Armazenar e metabolizar vitaminas;
- Fazer síntese de proteínas plasmáticas;
- Detoxificação de toxinas químicas produzidas pelo organismo;
- Detoxificação de toxinas químicas externas ao organismo;
- Filtragem mecânica de bactérias;
- Controle do equilíbrio hidro-salínico;
- Síntese de gorduras e secreção do suco biliar.

Quase todos os esteróides causam lesão no fígado¸ sendo que os 17 alphaalquelados são os
mais tóxicos pela dificuldade de processamento. Observa-se maior toxicidade por parte de
drogas como a oximetolona¸ stanozolol¸ methandrostenolona¸ metiltestosterona e em menor
grau¸ pela oxandrolona.

Vale mencionar que vários medicamentos largamente utilizados pela população¸ tais como os
“inocentes” ácido acetil salicílico (aspirina) e o paracetamol (tylenol)¸ podem ser tanto ou até
mesmo mais tóxicos ao fígado do que os “temíveis” esteróides anabólicos.
O tipo de lesão hepática clássica encontrado em usuários de esteróides anabólicos denomina-se
colestática. As alterações na estrutura dos hepatócitos acontecem provavelmente por ação
oxidante na membrana¸ por meio do aumento de LDH plasmático e pela diminuição da
glutationa peroxidase (enzima antioxidante). Retenção de bile nos canalículos biliares ocorre
principalmente com o uso da oximetolona.

A maior parte das lesões promovidas no fígado são reversíveis tão logo o uso do medicamento
seja interrompido¸ devido a grande capacidade de regeneração desse órgão. Existem relatos de
fígados que se regeneraram após terem cerca de 80% de seus hepatócitos comprometidos.
Porém¸ efeitos mais sérios como icterícia somatizada pelo amarelamento da pele¸ das unhas e
branco dos olhos é um sinal para imediata interrupção do medicamento e procura de orientação
médica para monitoramento das funções hepáticas.

Cuidados durante o ciclo

Para os que ainda insistem em fazer uso dessas drogas hepatotóxicas¸ o primeiro passo¸ após
um exame cerebral para verificar o grau de sanidade¸seria realizar uma bateria de exames
laboratoriais a fim de verificar a saúde de seu fígado. Os exames mais comuns denominam-se
aminotransferases. Estas são enzimas amplamente distribuídas nos tecidos humanos¸ porém
atividades mais elevadas são encontradas no miocárdio¸ fígado¸ músculo esquelético¸ com
pequenas quantidades nos rins¸ pâncreas¸ baço¸ cérebro¸ pulmões eeritrócitos. Os níveis
séricos das aminotransferases são importantes na verificação da função hepática. As
aminotransferases mais úteis a fim de diagnóstico são: transaminases glutâmico-oxaloacética e
transaminases glutâmico pirúvica. Além de logicamente evitar superdosagens dessas drogas¸ o
segundo passo seria a adoção de algumas medidas profiláticas¸ dentre elas¸ a inclusão de
protetores hepáticos¸ evitar alguns medicamentos e ervas específicas¸ manter uma boa
alimentação¸ etc.

Com relação aos protetores hepáticos¸ o mais conhecido e utilizado é o silybum marianum ou
silimarina. Diversos estudos científicos realizados na Alemanha confirmam os efeitos benéficos
da silimarina. Extraída das sementes do cardo marianum e formada por flavonolignanos¸ a
silimarina apresenta grande capacidade regeneradora dos hepatócitos¸ provavelmente por
estimular a síntese de proteínas. Estudos comprovaram seu poder na diminuição dos níveis de
bilirrubinas¸ redução da esteatose hepática e dos níveis detransaminases.

Entre outros protetores hepáticos estão: a cynara scolymus – a conhecida alcachofra¸ que
aparentemente também apresenta uma ação regeneradora¸ mas necessita de mais estudos
para confirmar tal efeito; os ácidos graxosômega 3 e o óleo de prímula da noite que possuem
ação anti-inflamatória e ajudam na diminuição das transaminases; os aminoácidos metionina¸
cisteína e glutamina que auxiliam na eliminação das toxinas hepáticas; a vitamina E¸ o mineral
selênio e o ácido alpha-lipóico¸ que atuam na síntese do complexoantioxidante glutationa
peroxidase.

Quanto à dieta¸ deve-se evitar uma ingestão excessiva de ferro (carne vermelha)¸ vitamina A
(acima de 10.000 UI/dia)¸ frituras¸ alimentos gordurosos e condimentados¸ minimizar o
álcool¸ incentivar a ingestão de proteínas vegetais (soja)¸ peixes¸ frutas¸ cereais¸ verduras e
legumes. Ainda quanto à alimentação¸ o uso do alecrim é uma boa escolha por sua ação
antioxidante¸ protetora e regeneradora hepática; já a alfafa auxilia no processo digestivo;
oabacate é um grande protetor hepático¸ pois estudos realizados no Japão demonstraram uma
diminuição do dano ao fígado em pessoas que comiam abacate todos os dias; o abacaxi¸
através da bromelina¸ auxilia a digestão; o boldo¸ na forma de chḠajuda a diminuir as
transaminases e auxilia no processo digestivo; e o chá verde¸ devido sua ação antioxidante e
digestiva. Deve-se ainda evitar ervas hepatotóxicas¸ tais como a equinácea e a valeriana¸ e ter
cautela com alguns medicamentos¸ como os antiinflamatórios hormonais¸a maioria dos
antibióticos¸ fenitoína¸ bupropiona¸ anti-depressivos tricíclicos¸ acetaminofem¸ paracetamol¸
ácido acetil salicílico¸ dentre outros. Uma boa medida é sempre verificar a bula dos
medicamentos¸ a fim de constatar se existe algum risco de toxicidade hepática.

Cuidados ao terminar o ciclo

Ao se terminar um ciclo com drogas anabólicas hepatotóxicas¸ é comum que o fígado tenha
sofrido lesões em algum grau. Devido a grande capacidade de regeneração deste órgão¸ como
já mencionado¸ a tendência é que o órgão recupere toda sua estrutura em um determinado
período. Porém¸ existem medidas que podem otimizar este processo¸ sendo estas
fundamentais para aqueles ainda mais teimosos que insistem em realizar ciclos pesados com
maior freqüência e com curto período de intervalo entre os mesmos.

Após um ciclo¸ o sistema de detoxificação do fígado é sobrecarregado¸ sendo que os


metabólitos tóxicos se acumulam e a sensibilidade a outros químicos torna-se progressivamente
maior. A implementação da dieta detoxificante deve ser feita de maneira progressiva e dura¸
em média¸ de três a quatro semanas.
É importante a conscientização do indivíduo para que a dieta detoxificante faça parte da rotina
diária¸ mantendo os resultados benéficos a longo prazo.

Quando o objetivo da terapêutica nutricional é detoxificar ou melhorar a reserva orgânica


hepática¸ alguns aspectos também devem ser considerados. Alguns alimentos e bebidas que
contêm toxinas e alergenos alimentares deveriam ser excluídos da dieta¸ como leite de vaca¸
açúcar e glúten.

A hidratação adequada é importante para eliminar os produtos biotransformados¸ possibilitando


a excreção mais eficiente dos compostos tóxicos. É importante ressaltar que de nada adianta
ingerir grande quantidade de água em um determinado período. A melhor forma de hidratar-se
é administrar pequenas quantidades de líquidos¸ constantemente¸ durante todo o dia. Uma das
principais vias de eliminação de toxinas modificadas é a bile.Entretanto¸ quando a excreção de
bile é inibida¸ as toxinas ficam no fígado por mais tempo.

Alimentos como o chá verde ou preto¸ alecrim¸ alho e cebola¸ frutas cítricas¸ frutas
vermelhas¸ oleaginosas¸ cereais integrais e leguminosas¸ soja¸ peixes e alimentos orgânicos
possuem propriedades benéficas ao processo de detoxificação de acordo com sua composição.
Agentes como a colina¸ betaína¸ metionina¸ vitamina B6¸ ácido fólico e vitamina B12¸ são
úteis para promover a fluidez da bile para fora do fígado. Já as vitaminas do complexo B são
importantes para evitar o dano celular e ajudar no mecanismo de detoxificação.

Os alimentos funcionais são auxiliares no processo de detoxificação¸ entre eles destacam-se os


vegetais brássicos (agrião¸ brócolis¸ couve-chinesa¸ couve-debruxelas¸ couve-folha¸
mostarda¸ nabo¸ rabanete e repolho).

Elementos probióticos¸ tais como os lactobacillus e os bifidobactériuns¸ também atuam na


metabolização de medicamentos. Eles podem ser definidos como preparações ou produtos
contendo microorganismos determinados que¸ quando viáveis e em número suficiente¸ alteram
a microbiota intestinal do indivíduo¸ exercendo efeitos benéficos à sua saúde.

A vitamina C (ácido ascórbico)¸ além de auxiliar no processo de detoxificação¸ também atua


reduzindo a ação do hormônio catabólico cortisol¸ que normalmente encontra-se elevado após
o término de um ciclo. A silimarina além de seu efeito protetor já mencionado¸ também possui
ação detoxificante.

Vale ressaltar novamente que o melhor para a saúde de qualquer fígado é manter-se longe de
qualquer tipo de droga anabólica¸ ainda mais quando observa-se que os objetivos estéticos
alvejados pela maioria de seus usuários¸ poderiam ser atingidos por meio de treinamento
rigoroso e dieta adequada. Maiores informações sobre o assunto podem ser obtidas no livro
Guerra Metabólica – Manual de Sobrevivência.

Créditos: Waldemar Guimarães

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