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DIETA HIPERCALÓRICA E EXERCÍCIO FÍSICO

Regina Miranda Burneiko1, Yeda S. Diniz2, Cristiano M. Galhardi2, Geovana M. Ebaid2, Ethel L. B. Novelli2
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Curso de Fisioterapia da FCT-UNESP- Campus Presidente Prudente SP. 2Curso de Pós Graduação em Fisiopatologia em
Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP SP

O objetivo foi avaliar o efeito da dieta hipercalórica e do exercício físico realizado cinco e dois dias
por semana no perfil lipídico, metabolismo energético e estresse oxidativo em miocárdio e soro de
ratos. Ratos Wistar machos de 60 dias foram alimentados com dieta padrão (P= 3.0kcal de energia
metabolizável) e dieta de hipercalórica (H= 4.5kcal de energia metabolizável). Estes dois grupos
foram divididos em seis subgrupos: grupos sedentários (n= 8; PS e HS), exercitados dois dias
consecutivos por semana (n= 8; PE2 e HE2) e exercitados cinco dias consecutivos por semana (n=
8; PE5 e HE5). A natação foi selecionada como modelo de exercício. Após 8 semanas os animais
foram sacrificados e amostras de sangue e coração foram coletadas. O soro foi utilizado para
determinação das concentrações de proteína, colesterol (C), triacilglicerol (TG), lipoproteínas de
muito baixa densidade (VLDL), lipoproteínas de elevada densidade (HDL), não-HDL
(VLDL+LDL), substâncias antioxidantes totais (SAT) e hidroperóxido de lipídio (HP). As amostras
do miocárdio (ventrículo esquerdo), foram utilizadas para determinação da concentração de
proteínas, hidroperóxido de lipídio (HP), superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase
(GSH-Px), catalase (CAT), lactato desidrogenase (LDH) e citrato sintase (CS). A comparação entre
os grupos foi realizada por análise de variância (ANOVA) seguida do teste de Tukey (p<0,05). Os
resultados mostraram que exercício cinco dias por semana reduziu o peso dos animais. Grupos
alimentados com dieta hipercalórica ingeriram significantemente mais energia, entretanto
apresentaram menor consumo e eficiência alimentar que os alimentados com dieta padrão. As
análises do soro mostraram que dieta hipercalórica associada ao sedentarismo elevou TG, VLDL,
não-HDL e reduziu HDL. Exercício cinco dias por semana de ambas as dietas reduziu C, TG,
VLDL e não-HDL. Exercício duas e cinco vezes por semana elevou as concentrações de SAT,
porém não houve alteração do HP sanguíneo em nenhum dos grupos estudados. As análises do
miocárdio indicaram que os exercícios dois e cinco dias por semana (ambas as dietas) elevaram a
atividade da enzima antioxidante CAT. Exercício cinco dias por semana associado à dieta
hipercalórica elevou a concentração do HP e da enzima antioxidante GSH-Px. Exercício diário
associado à dieta padrão elevou a atividade antioxidante da CAT, reduziu a concentração de HP e a
relação oxidante antioxidante. Exercícios cinco dias semanais em ambas as dietas reduziram as
atividades da LDH e aumentaram a CS, entretanto, nos grupos exercitados 2 vezes por semana os
resultados foram semelhantes nos animais com dieta hipercalórica. Conclusões finais: Dieta
balanceada associada a exercícios físicos diários promove efeitos clínicos benéficos, reduzindo os
lipídios séricos e a peroxidação dos lipídios miocárdicos. Dieta hipercalórica associada ao
sedentarismo acarreta dislipidemia que pode ser normalizada através de exercício físico. Quando o
exercício físico é realizado diariamente a normalização do perfil lipídico sérico é obtida mesmo
associada à ingestão de dietas hipercalórica, porém, nesta condição, ocorre aumento da peroxidação
lipídica no miocárdio. Estas observações apresentam importantes implicações clínicas, pois a
prática de exercícios físicos diários, associada à ingestão de dietas hipercalóricas tem sido uma
constante na maioria das populações, podendo ser a causa de alterações cardíacas não identificáveis
pela análise do perfil lipídico sérico.
Palavras chave: Exercício, dieta hipercalórica, miocárdio, perfil lipídico, estresse oxidativo.

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