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Nucleotídeos
Nucleotídeo
I. Ativação da ribose-5-fosfato
A ribose-5-fosfato que vem da via das pentoses não é o substrato para
síntese de nucleotideos, tem que ser transformada. Assim, a ribose-5-
fosfato recebe um fosfato pela ação da ribose fosfato pirofosfoquinase (ou
PRPP sintetase) com a quebra de um ATP coloca um pirofosfato na ribose,
liberando AMP e formando 5-fosforribosil-piro-fosfato (PRPP).
II. Aquisição do átomo N9 na purina
A próxima etapa é a incorporação de um nitrogênio da glutamina, com a
ação da amidofosforribosil transferase, formando a 5-fosforribosilamina.
➔ Amidofosforribosil transferase: nonâmero (135 kDa) –
enzimaticamente ativo. Dímero – menos ativo.
Inibida por IMP, ATP, ADP, AMP, GTP, GDP e GMP
Ativada por PRPP
GMP, GDP, AMP e ADP > inibem a formação do PRPP (PRPP sintetase ou
Ribose fosfato piroquinase é sensível ao produto final da síntese de
purinas. Porém, uma vez que o PRPP é ativo ele ativa a síntese da
fosforibosilamina > precursor das purinas (vai ativar a de pirimidina
também). Ou seja, se acumular muita PRPP, vai formar nucleotídeos,
mas se tem muito nucleotídeos (AMP, GMP etc) inibe essa síntese, para
não ter gasto energético desnecessário. Excesso de GTP estimula a
síntese de ATP e vice-versa: equilíbrio entre os dois. Como o GTP
também está relacionado com reserva energética, podemos ter níveis
altos dos dois. Níveis altos de AMP inibem sua própria síntese, asism
como de GMP, inibindo as enzimas adenil succinato sintetase e IMP
desidrogenase.
Niveis altos de AMP, ADP e ATP e/ou GMP, GDP e GTP inibem a enzima
amidofosforribosil transferase. Assim, quando tem-se muita purina >
joga PRPP para fazer pirimidina. Se tem mais ainda, inibe ativação de
PRPP.
Imagem: 1 = pitofosfato quinase/ 2= amidofosforibosil transferase/ 3=
adenil succinato sintetase/ 4= IMP desidrogenase.
Dessa maneira, não precisa ficar sintetizando de novo toda hora > degradou DNA,
reutiliza as bases.
a) Gota:
A gota se encontra mais prevalente em homens adultos e raramente ocorre em
mulheres na pré-menopausa.
Relatos da doença na Grécia Antiga.
Causa dos sintomas: precipitação de cristais de urato de sódio monohidratado
no fluido inicial das articulações (inflamação grave e artrite), nos rins e ureteres
(cálculos). Geralmente afeta articulações das extremidades inferiores (95%) –
dedão do pé.
Desordem associada à superprodução ou à excreção comprometida de ácido
úrico.
Estágios iniciais: artrite não articular aguda recorrente
Estágios avançados: poliartrite crônica deformante e eventual complicação
renal.
Causas mais comuns:
i. Maior atividade de PRPP sintetase (ribosefosfatopirofosfato-
quinase) → mais PRPP → ativação da amidofosforribosil transferase
→ excesso de purinas → maior catabolismo → aumento de acido
úrico.
ii. Deficiência parcial da enzima de recuperação HGPRT → mais PRPP
→ excesso de purinas → maior catabolismo → aumento de acido
úrico.
iii. Deficiência de glicose-6-fosfatase (doença de van Gierke, doença de
armazenamento do glicogênio tipo I):
Glicose-6-fosfato desviada para a via das Pentoses fosfato
Ribose-5-fosfato
PRPP se acumula
Síntese de novo de nucleotídeos de purina
Degradação de purina
Ácido úrico
Evitar alimentos ricos em purina: carne vermelha, fígado, rins, ostra,
anchova, extratos de carne, ervilha e feijão, aspargos, lentilha, cerveja e
bebidas alcoólicas em geral.
Evitar drogas que possam induzir hiperuricemia.
Estratégias não farmacológicas indicadas: perda de peso e controle do
consumo de álcool.
Tratamento da Gota:
O tratamento se baseia no fato da hiperuricemia ser devido tanto à
superprodução como à excreção diminuída de ácido úrico.
Analgésico para alívio sintomático da dor. Exemplo: indometacina.
Fármacos utilizados:
I. NSAIDs (drogas anti-inflamatórias não esteróides, com efeitos
analgésicos e antipirético).
II. Colchicina (agente inflamatório): inibe a porimerização de
microtubulos, dificultando a migração de linfócitos para o sítio
inflamatório, reduzindo a inflamação.
III. Probenecid (Benemid), um agente uricosúrico, inibe a reabsorção
tubular de ácido úrico, mas não é eficaz nas crises agudas. Agentes
uricosúricos: Probenecid ou sulfinpirazona aumentam a excreção
renal de ácido úrico.
IV. Alopurinol: um inibidor de xantina oxidase.
O alopurinol é utilizado na prevenção de crises de artrite e
neuropatia relacionadas à gota.
Inibidor da xantina oxidase → previne a formação de ácido úrico a
partir de seus precursores.
É metabolizado a oxipurinol (também um inibidor de xantina
oxidase).
Alopurinol (inibidor de xantina oxidase) → diminui a produção de
ácido úrico → mais hipoxantina e xantina → mais IMP e XMP (pela
via de recuperação) → menor sintese de novo (menor regulação
positiva e maior regulação negativa da amidofosforribosil
transferase).
Alopurinol pré-droga que é convertido no corpo em oxipurinol que
inibe a xantina oxidase resultando no acúmulo de xantina e
hipoxantina (mais solúveis que o ácido úrico, menos problemáticas).
Gota – transcrição antiga (Paula Ramos 2017)
Alta excreção de purinas que podem ser por motivos primários (genéticos,
desconhecidos) ou secundárias (como os rins lidam com o urato. Por exemplo,
acidose lática, acidifica a urina, em pH ácido > menor solubilidade de ácido úrico e o
próprio excesso de ácido úrico diminui o pH > tubulos renais não conseguem
excretar > volta para o sangue > aumentando cada vez mais as concentrações de
ácido úrico).
Fatores ambientais que causem uma diurese excessiva (ex. drogas como diureticos
tiazidicos) ou exposição ao chumbo (inibe o transporte de urato nos túbulos renais)
também podem causar gota, chamada de gota saturnina.
Já a superprodução de ácido úrico podem ser idiopáticas (sem causas conhecidas);
devido a mutações no gene que codifica a PRPP sintetase > que resultam numa
velocidade máxima aumentada, produzindo mais PRPP, ou um menor KM por
ribose-5 fosfato captando mais ribose mais rapidamente pra formar PRPP ou
possuirem maior resistência a inibição por purinas.
A síndrome de Lesch-Nyhan também pode causar gota por que há uma menor
recuperação de hipoxantina e guanina > degrada mais purina. - Hiperuricemia
secundária (HS) é vista em pacientes com disordens mieloproliferativas ou que estão
passando por quimioterapia por causa de muita morte celular > joga muitas purinas
no sangue > degradadas > ácido úrico > gota. - Doença de von Gierke, deficiência da
glicose 6-fosfatase. A glicose 6-fosfato vem da glicogenólise. Na deficiência desta
enzima a glicose- 6-fosfato acumulada é desviada para a via das pentoses,
aumentando a síntese de ribose 5-fosfato > mais prpp > mais purinas.
Podem ser também causadas pela dieta: muita carne vermelha, peixes, frutos do
mar, órgãos; além do consumo exagerado de álcool.
Pacientes com gota devem evitar consumir carne vermelha, órgãos (mais
quantidade de células por grama > muita purina), anchovas, sardinhas e
leguminosas, alimentos associados a ataques de gota.
b) Síndrome de Lesch-Nyhan
Defeito na produção ou atividade da enzima HGPRT
Gene da enzima HGPRT – localizado no cromossomo X, portanto, a doença é
praticamente limitada aos homens.
Mais de 100 mutações descritas → perda da proteína HGPRT, perda da atividade
da HGPRT, “mutantes de Km", proteínas com uma meia-vida menor.
✓ Atividade de HGPRT < 2% do normal → retardo mental
✓ Atividade de HGPRT < 0,2% do normal → automutilação
Por que ocorre hiperuricemia e produção excessiva de ácido úrico?
Menos HGPRT
Menos via de recuperação
Maiores níveis de purina (hipoxantina e guanina) - ~200x
Mais PRPP (se acumula) e menos IMP ou GMP
Maior sintese de novo de nucletotides purínicos (via de novo: PRPP é ativador
de IMP e GMP são inibidores)
Maior degradação de purinas
Maior nível de ácido úrico (hiperuricemia).
Pacientes com Lesch-Nyhan apresentam sintomas similares aos da Gota e
sintomas neurológicos (comprometimento neural e automutilação dos
pacientes que mordem os próprios lábios e dedos ).
Cristais de urato podem aparecer nas fraudes sendo frequentemente
encontrados no fluido inicial das articulações.
Não se sabe por que pacientes com Lesch-Nyhan possuem retardo mental e com
gota não, provavelmente é por que possuem maiores concentrações de ácido
úrico. Recomenda-se inclusive que pessoas que possuem histórico familiar com
essa síndrome não tenham filhos, pois ela é muito grave e triste.
ADP, GDP, CDP e UDP (inibidos por NMP ou NTF, e por TDP)
Ribonucleotídeo redutase
dADP, dGDP, dCDP, dUDP (produtos de ribonucleotídeo redutase)
dATP, dGTP, dCTP e TTP (adição de fosfato do ATP para obter dNTPs para a síntese de DNA).
Ribonucleotídeo redutase atua na fase S do ciclo celular e é inibida por Hidroxiuréia (HU).
HU pode ser usada no tratamento do câncer e da AIDS.
Células expostas a HU → param na fase G1 do ciclo celular → mais sensíveis à radiação
Inibição da ribonucleotídeo redutase pela HU → facilita a ação de quimioterápico análogos
de nucleotídeos.
• Desoxirribonucleotideo:
Nucleotídeos são reduzidos pelas ribonucleotideo redutase específica para
nucleotideos difosfatados. Essa enzima que é inibida na ADA é que é inibida
pela deoxiadenosina, na ADA > linfócitos não tem bases desoxi para se dividir >
deficiencia imunológica.
Hidroxiureia reage com um resíduo de tirosina no sítio catalítico da
ribonucleotideo redutase, a inibindo também. Formação de deoxi-
ribonucleotideos so ocorre na divisão celular (fase S), que é quando vc precisa
de desoxinucleotídeo.
Células tratadas com OH-ureia não evoluem em S sendo freadas em G1 (fase
onde são mais sensíveis a irradiação) > a hidroxiureia diminui a oferta de
nucleotideos.
A diminuição do pool intracelular de desoxi-ribonucleotidios por hidroxiureia
facilita a incorporação no DNA de análogos de bases, isso é usado no
tratamento de cancer e AIDS por seu sinergismo com irradiação e
quimioterápicos (análogos de bases ou drogas que atuam em G1). Existem
diferentes ribonucleotideo redutases na natureza. A fonte redutora primordial
provem do NADPH. A ribosenucleotideo redutase é ativada por ATP e inibida
por dATP e ainda possuem uma regulação leve e complexa que mantêm o
equilibrio entre os 4 tipos de desoxinucleotideo.
Origem da timina
Via metabólica de novo para a timina: envolve somente desoxirribonucleotídeos e
é calculada pela timidilato sintase.
Síntese de timina: importante alvo de quimioterápicos que querem impedir a
síntese de DNA. - isso porque timidina só tem no DNA > já é produzida na forma
desoxi, não precisa ser reduzida.
Regeneração do tetrahidrofolato:
1- Possíveis origens de dUMP;
Dihidrofolato formado – reduzido a tetrahidrofolato numa reação ligada ao NADPH
e catalisada pela dihidrofolato redutase.
O UDP vai ser desviado para a síntese de Timidina. Para usar o UTP ele tem que ser
desfosforilado. Isso porque a ribonucleotideo redutase que vai agir nessa reação é
específica para nucleotídeos difosforilados. Ela não reduz nem tri nem
monofosfatados. Essa enzima transforma o UDP em deoxiuridina, que vai ser
desfosforilada formando dUMP. Assim, desoxi-uridina monofosfato sofre ação da
timidilato sintase, que age conjuntamente com o N5N10metileno-tetra-hidrofolato
(formado na síntese de glicina). Esse composto vai doar um metil que vai ser
incorporado ao dUMP formando TMP.
2- Papel do folato;
3- Regeneração do tetrahidrofolato
Acontece que o N5N10-metileno-tetrahidrofosfato vira diidro-fosfato, que é inerte.
Para o folato poder voltar a ser funcional, tem que ser reduzido novamente para
tetrahidrofolato. A enzima que faz isso (diidrofolato redutase) é um bom alvo,
assim, para quimioterápicos, a timidilato sintase, se for inibida, também inibe a
síntese de DNA. Se for pra qualquer outro nucleotideo, vai tambem inibir a sintese
de RNA > gera uma toxicidade muito maior.
Droga antagonista da glutamina – inibe enzimas que utilizam a glutamina como doador de
amino.
Tiopurinas – antimetabólitos das purinas. Uso: tratamento de leucemia linfoblástica,
doenças autoimunes (ex: doença de Crohn e artrite reumatoide) e transplantados. São
metabolicamente ativados no organismo e inibem a síntese de novo de purinas, inibem
enzimas de reparo e de replicação do DNA.