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Bioquímica 4º Bimestre

• Em outros tecidos, o produto essencial da via das pentoses-


fosfato não são as pentoses, mas sim o doador de elétrons
NADPH, necessário para as reduções biossintéticas ou em
VIA PENTOSE FOSFATO contraposição aos efeitos deletérios dos radicais de oxigênio.

• Tecidos que precisa de uma síntese de grande quantidade de


ácidos graxos ou a sintese muito ativa de colesterol vai utilizar
• A via das pentoses fosfato é uma via alternativa de oxidação o NADPH por essa via
da glicose
• A entrada da glicose-6-fosfato na glicólise ou na via das
• A via das pentoses fosfato resulta na produção de dois pentoses-fosfato depende das necessidades momentâneas da
metabólicos essenciais: NADPH e ribose-5-fosfato célula e da concentração de NADP+ no citosol.
• Por exemplo, as células em divisão como as da medula óssea, • Quando a célula está convertendo rapidamente NADPH em
da pele e epitélio intestinal, precisam constantemente duplicar
NADP+ em reduções biossintéticas, o nível de NADP+ eleva-
seu DNA. Por isso, precisam de muita ribose-5-fosfato. Ja as
se, estimulando alostericamente a glicose-6-fosfato-
demais células do organismo, precisam de NADPH para
desidrogenase e, dessa forma, aumentando o fluxo de
síntese e pra combater o estresse oxidativo
glicose-6-fosfato pela via das pentoses-fosfato.
• O NADPH é um dos produtos finais da via das pentoses
• Quando a demanda por NADPH é menor, o nível de NADP+
fosfato. Outro produto bastante importante da via das pentoses
é o açúcar ribose-5-fosfato, o açúcar que constitui os diminui, a velocidade da via das pentoses-fosfato também
nucleotídeos que irão compor ácidos nucleicos de diversas diminui e a glicose-6-fosfato é usada para alimentar a glicólise.
coenzimas, como o ATP, NADH, FADH2 e coenzima A. Além
disso, na via das pentoses também são gerados outros tipos
de açúcares de tamanhos e padrões de fosforilação diferentes.
NADPH
• A via glicolítica e a via das pentoses estão conectas
• Em vias degradativas (glicólise, Krebs, etc), o substrato é
• Ambas, a via glicolítica e a via das pentoses ocorrem no oxidado gerando coenzimas reduzidas
citoplasma
• NADH e FADH2 são então oxidados para a produção de ATP
• Elas estão em equilíbrio e podem ocorrer simultaneamente,
independentes uma das outras
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• Para a sintese de compostos biológicos, ocorre o reverso: há • Separando o poder oxidativo obtido dos alimentos, a célula
consumo de ATP e redução do substrato. Nesses casos, a não corre o risco de ficar sem NADH (sem energia) enquanto
coenzima utilizada é o NADPH, que é convertido em NADP+ sintetiza ribose, duplica o DNA, etc.

• O NADP+ é regenerado pela vias das pentoses. • NADH é produzido na via glicolítica e no Ciclo de Krebs

• O NADPH é importante na síntese de ácidos graxos, colesterol • NADPH2 é produzido na via das pentoses fosfato utilizado na
e hormônios esteroides. Essas sínteses ocorrem, mitocôndria para produzir ATP. No citossol utilizado para
principalmente no fígado, tecido adiposo, glândulas mamarias, síntese de acidos graxos, colesterol, DNA
e no córtex supra-renal.

• No fígado, entre 20-30% da glicose são oxidadas pela via das


pentoses fosfato As vias das pentoses tem duas fases:

• Produção de eritrose-4-fosfato, que participa, juntamente com


Primeira fase: Oxidativa
o fosfoenolpiruvato (PEP), da síntese de aminoácidos • A primeira fase é a oxidativa, onde a glicose-6-fosfato é
aromáticos (fenilalanina, triptofano e tirosina) e dos convertida em 6-fosfogluconato gerando um NADPH.
precursores da lignina, flavonóides e fitoalexinas
• O 6-fosfogluconato é depois convertido em ribose-5-fosfato,
• Geração de intermediários do ciclo de Calvin (fotossíntese) gerando outro NADPH.
que podem ser utilizados em folhas jovens, que não são
completamente autotróficas (ribulose-5-P, ribose-5-P, • A primeira reação é catalizada pela enzima glicose6-fosfato
eritrose-4-P entre outros) desidrogenase. A seguinte pela lactonase. A primeira reação é
reversível enquanto a segunda não.

NADPH ou NADH?
Segunda fase:
• A produção de NADH (energia) e a produção de NADPH
(síntese) são separadas, e dependem de vias metabólicas • Na segunda etapa da vias das pentoses, a ribose-5-fosfato é
distintas. regenerada a glicose.

• A transaldolase e a transcetolases são as principais enzimas


envolvidas.
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• A vias das pentoses e a via glicolítica estão intimamente
ligadas

• Ambas ocorrem no citoplasma e utilizam substratos comuns


(glicose-6P e gliceraldeído-3P).

➜ O NADPH formado na fase oxidativa é utilizado para reduzir a


glutationa, e dar suporte para a biossíntese redutora. O outro
produto da fase oxidativa é a ribose-5-fosfato, que serve como
precursora para nucleotídeos, coenzimas e ácidos nucleicos.
Em células que não estão utilizando a ribose-5-fosfato para a
biossíntese, a fase não oxidativa recicla seis moléculas de
pentose em cinco moléculas da hexose glicose-6-fosfato,
permitindo a produção contínua de NADPH e convertendo
glicose-6-fosfato (em seis ciclos) em CO2.
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epiteliais intestinais, reconvertidos em triacilgliceróis e, então,
transformados em quilomícrons pela combinação com
apolipoproteínas específicas.
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS • Uma vez dentro das células, os ácidos graxos são ativados na
membrana mitocondrial externa pela conversão em tioésteres
de acil-CoA. A acil-CoA de cadeia longa que será oxidada
entra na mitocôndria em três passos, pela lançadeira da
• Oxidação ácidos graxos cadeia longa produzido Acetil-Coa é carnitina.
uma via central de geração de energia em muitos organismos
e tecidos

• Mamíferos: coração/ fígado fornece 80% das necessidades


energéticas

• Os elétrons retirados dos ácidos graxos durante a oxidação


passam pela cadeia respiratória, levando a síntese de ATP

Digestão, mobilização e transporte de gorduras

• As células podem obter ácidos graxos combustíveis de quatro


fontes: gorduras consumidas na dieta, gorduras armazenadas
nas células como gotículas de lipídeos, gorduras sintetizadas
em um órgão para exportação a outro e gorduras obtidas por
autofagia (a degradação das próprias organelas celulares).
Quilomícrons → agregados de lipoproteínas
• Nos seres humanos cerca de 40% ou mais das necessidades
energéticas são fornecidos por triglicerídeos da dieta. • A apolipoproteína é o principal componente proteico dos
quilomícrons
• Os ácidos graxos dos triacilgliceróis fornecem uma grande
fração da energia oxidativa nos animais. Os triacilgliceróis da • No processo de captação de lipídeos a partir do intestino, os
dieta são emulsificados no intestino delgado por sais biliares, quilomícrons se movem da mucosa intestinal para o sistema
hidrolisados pelas lipases intestinais, absorvidos pelas células
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linfático e, então, entram no sangue, onde podem trocar mais, que constituem a maioria dos ácidos graxos livres
apolipoproteínas com outros tipos de lipoproteínas circulantes. obtidos da dieta ou liberados do tecido adiposo

• Ao quilomícrons levam os triacilgliceróis aos tecidos, onde a • os ácidos graxos devem ser ativados pela acil-CoA-sintetase
lipase lipoproteica libera ácidos graxos livres para a entrada dos ácidos graxos de cadeia longa, uma isozima específica
nas células. Os triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo para esses ácidos graxos. As isozimas estão presentes na
são mobilizados por uma lipase de triacilgliceróis sensível a membrana mitocondrial externa, onde promovem a reação
hormônio. Os ácidos graxos liberados ligam-se à albumina geral
sérica e são transportados no sangue para o coração, a
musculatura esquelética e outros tecidos que utilizam ácidos • Os ácidos graxos com mais de 12 carbonos precisam ser
graxos como combustíveis. transportados ativamente para dentro da mitocôndria
associados à CoA e pela via da carnitina.

• Na célula hepática, os ácidos graxos (de cadeia longa) são


ativados para formar Acil-CoA (membrana mitocondrial
externa)

• Na mitocôndria ocorre a oxidação até Acetil-CoA

Ativação ácidos graxos e transporte para dentro


da mitocôndria

• os ácidos graxos com cadeias médias ou curtas, isto é, com


comprimento de 12 carbonos ou menos, entram na
mitocôndria sem a ajuda de transportadores de membrana. Os
ácidos graxos de cadeia longa, aqueles com 14 carbonos ou
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Carnitina é um derivado da Lisina. Encontrada na carne


vermelha. Pessoas com baixos níveis de carnitina muitas vezes
têm depósito de gordura nos músculos, são irritáveis e fracas.

• As acil-CoA graxas, assim como a acetil-CoA, são compostos


de alta energia; a sua hidrólise a ácidos graxos livres e CoA
tem uma grande variação negativa de energia livre padrão. A
formação de uma acil-CoA torna-se mais favorável pela
hidrólise de duas ligações de alta energia do ATP;

• Os ésteres formados entre ácidos graxos e CoA (acil-CoA) no


lado citosólico da membrana mitocondrial podem ser
transportados para a mitocôndria e oxidados para produzir
ATP ou ser utilizados no citosol para sintetizar lipídeos de
membrana.

• As acil-CoA graxas destinadas à oxidação mitocondrial devem


ter sua porção acila ligada à carnitina para serem
➔ Entrada de ácido graxo na mitocôndria pelo transportador
transportadas através da membrana mitocondrial interna.
acil-carnitina/carnitina. A acil-carnitina formada na membrana
• A carnitina elimina a coenzima A da mol cula de acil-CoA mitocondrial externa move-se para a matriz por cotransporte
graxo, formando a acil- carnitina ou acil graxo carnitina. passivo através da membrana mitocondrial interna. Na matriz, o
grupo acila é transferido para a coenzima A mitocondrial,
• A prote na transportadora carnitina aciltranferase – I localizada liberando a carnitina para deixar a matriz pelo mesmo
na membrana mitocondrial externa conduz a mol cula a matriz transportador.
mitocondrial.
Oxidação de ácidos graxos
• Ligada a membrana mitocondrial interna a carnitina
aciltransferase –II converte a acil-carnitina em acil-CoA graxo. Na primeira etapa – β-oxidação –, os ácidos graxos sofrem
remoção oxidativa de sucessivas unidades de dois carbonos na



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forma de acetil-CoA, começando pela extremidade carboxílica
da cadeia da acila. • O poder redutor do NADH e do FADH2 é utilizado pela cadeia
respiratória para gerar um gradiente de prótons que é
convertido em ATP pela ATP sintase.

• A β-oxidação consiste na remoção sistemática de duas


unidades de carbono (C2) do ácido graxo

• Os dois carbonos são transferidos para a CoA, gerando Acetil-


CoA

• Acontece em repeti es de 4 etapas principais (para cidos


graxos saturados e com # de C par):

➢ Na primeira etapa na B-oxida o em cada um dos 4 passos


um res duo de acetil removido na forma de acetil-CoA na
extremidade carboxila da moel cula de acido graxo.

• Passo 1 - Desidrogena o: Depois de penetrar na matriz


mitocondrial, o acil-CoA graxo saturado sofre desidrogena o
enzim tica pela a o da acil-CoA desidrogenase, nos tomos de
carbono a e b Os hidrog nios retirados do acil-CoA graxo s o
transferidos para o FAD produzindo o FADH2. (-CH2-CH2- ➭
-CH=CH-)

• Passo 2 - Hidrata o: uma mol cula de gua adicionada


Beta-oxidação ácidos graxos cadeia par e saturada dupla liga o do trans- D2-enoil-CoA pela a o da enoil-CoA
hidratase. (-CH=CH- ➭ -CH2-CHOH-)

• Dentro da mitocôndria, o Acil-CoA é reduzido em múltiplos


ciclos a Acetil-CoA • Passo 3 - Desidrogena o: L-hidroxiacil-CoA
desidrogenado pela a o da b- cetoacil-CoA desidrogenase
• O Acetil- CoA é oxidado no ciclo do acido citrico a Co2, com NAD+ ligado. (-CH2-CHOH- ➭ -CH2-C=O)
gerando NADH e FADH2

































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• Passo 4 - Ti lise: clivagem dependente de CoA pela tiolase
B-cetoacil-CoA liberando 1 acetil-CoA e 1 acil-coA graxo. Esse
acil – coA graxo participa novamente at que seja encurtado
em 2 C. (produ o de acetil-CoA)

➢Na segunda etapa da oxidação dos ácidos graxos, a acetil-


CoA é oxidada a CO2 no ciclo do ácido cítrico. Uma grande
fração do rendimento teórico de energia livre da oxidação dos
ácidos graxos é recuperada como ATP pela fosforilação
oxidativa, a etapa final da via oxidativa.

• Malonil-CoA, um intermediário inicial na síntese de ácidos


graxos, inibe a carnitina-aciltransferase 1, prevenindo a entrada
dos ácidos graxos na mitocôndria que bloqueia a degradação
dos ácidos graxos enquanto ocorre a síntese.




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➢Ap s a β-oxida o, os res duos acetil do acetil-CoA s o
oxidados at chegarem a CO2, o que ocorre no ciclo do cido
c trico. Os acil-coA graxos vindos da oxida o v o entrar
nessa via havendo produ o de NADH e FADH2 que levar
eles ao oxig nio. Junto a esse fluxo de est a fosforila o do
ADP em ATP. Com isso a energia gerada na oxida o de
cidos graxos vai ser conservada na forma de ATP.

β-Oxidação do ácido palmítico

➢O cido palm tico, que um cido graxo de 16 carbonos, ele


vai sofrer sete rea es oxidativas perdendo em cada uma
delas a forma de acil-coa graxo e acetil-coA.

1. Forma o do palmitoil-coA pela acil-coA sintase.

2. Desidrogena o e libera o de 1 FADH2 + acil-coA


graxo , restando 14C.
β- oxidação ácido graxo e cadeia par e
3. Hidrata o pela enoil hidratase.
monoinsaturada
4. Desidrogena o epla hidroxiacil –coa, liberando 1 NADH.
• Dupla liga o em carbono mpar
5. Clivagem pela tiolase liberando acil-coA graxo com 14C e
acetil-coA. O Acil-coA graxo retorna e sofre as 4 rea es • Apenas a liga o dupla entre o carbono 2 e 3 reconhecida na
totalizando 7 cilcos e liberando 8 acetil-COA. beta-oxida o de cidos graxos
















































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• Transferir liga o para o carbono 2 pela Delta3, Delta 2 Enoil- Ácidos graxos poliinsaturados
CoA Isomerase
• Liga es em carbonos mpares e pares
• Oleato um cido graxo abundante com 18C e
• Enoil-Coa Isomerase e 2,4 Dienoil-CoA
monoinsaturado.
redutase

β- oxidação ácido graxo e cadeia impar

• A beta oxidação de ácidos graxos contendo numero impar de


carbono produz propionil-CoA no final do ciclo







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• A propionil-CoA pode ser então transformado em succinil-CoA, Corpos cetônicos
um intermediário no ciclo de Krebs
➢Nos seres humanos e na maior parte dos outros mamíferos, a
• Os ácidos graxos de cadeia longa e número ímpar de
acetil-CoA formada no fígado durante a oxidação dos ácidos
carbonos são oxidados na mesma via que os ácidos de
graxos pode entrar no ciclo do ácido cítrico ou sofrer a
número par, iniciando na extremidade carboxila da cadeia.
conversão em corpos cetônicos.
Entretanto, o substrato para a última passagem pela
sequência de β-oxidação é uma acil-CoA com um ácido de
➢Os corpos cetônicos – acetona, acetoacetato e d-β-
cinco carbonos.
hidroxibutirato – são formados no fígado quando os ácidos
graxos são o principal combustível a manter o metabolismo
corporal. Acetoacetato e d-β- hidroxibutirato são utilizados
como combustível em tecidos extra- hepáticos, incluindo o
encéfalo, por meio de sua oxidação a acetil- CoA e sua
entrada no ciclo do ácido cítrico.

➢Corpos cet nicos s o utilizados Pelos m sculos esquel ticos


e card acos e pelo c rtex renal.

➢No jejum prolongado, o c rebro pode os utilizar tamb m.










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➢ A superprodução de corpos cetônicos no diabetes não
controlado ou na redução intensa da ingestão de calorias pode
levar à acidose, ou à cetose, ou a ambas (cetoacidose).

Corpos cetônicos são produzidos em excesso na diabetes

➢ Diabetes mellitus não tratado levam à superprodução


hepática de corpos cetônicos, com vários problemas médicos
associados. No diabetes não tratado, quando o nível de insulina
é insuficiente, os tecidos extra-hepáticos não podem captar a
glicose do sangue de maneira eficiente, nem para combustível,
nem para conservação como gordura. Nessas condições, os
níveis de malonil-CoA caem, aliviando a inibição da carnitina-
aciltransferase 1, de modo que os ácidos graxos entram na
mitocôndria para serem degradados a acetil-CoA. Fazendo com
que a acetil-CoA não seja oxidada no ciclo do acido cítrico, e vai
ter o acumulo de acetil-CoA resultando em formão de corpos
cetônicos. O aumento dos níveis sanguíneos de acetoacetato e
D-β-hidroxibutirato diminui o pH do sangue, causando uma
condição conhecida como acidose. A acidose extrema pode
levar ao coma e, em alguns casos, à morte.

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