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Felipe Reis - ATM 27

REVISÃO

Glicólise
Felipe Reis - ATM 27

- Degrada glicose em duas moléculas menores para produzir energia;


- Ocorre em cenários energeticamente desfavoráveis;
- Ao final do processo, que ocorre no citosol das células, tem-se o saldo de 2 ATPs e
de 2 NADHs;
#NAD é um transportador de elétrons que carreira essas partículas até a entrada na cadeia
transportadora de elétrons;
A glicólise possui duas etapas:
1- Investimento: o organismo gasta ATP para que as reações ocorram;
2- Pagamento: o organismo recebe um retorno com “lucro” energético em relação ao ATP
investido anteriormente;
#Quando entra na célula, graças à ação de hormônios e transportadores específicos, a
glicose é fosforilada; quando desfosforilada, sai da célula e prejudica os processos
fisiológicos;
→ Se a célula precisa de energia = via glicolítica;
→ Se há disponibilidade de energia = gliconeogênese;
→ Se o organismo precisa de NADPH = via das pentoses fosfato;
- O piruvato é o produto final da glicose anaeróbica;
- A glicose entra no eritrócito por difusão facilitada, através do transportador de
glicose independente de insulina, o GLUT-1;
- Duas moléculas de ATP são gastas (estágio de investimento) para produzir um
intermediário aproximadamente simétrico, a frutose-1,6-bisfosfato (Fru-1,6-BP), a
qual é depois clivada (estágio de divisão) a duas trioses fosfato de três carbonos.
- Estes são eventualmente convertidos a lactato, com produção de ATP, durante o
estágio de rendimento da glicólise;
- O estágio de rendimento inclui tanto reações redox quanto de fosforilação, levando à
formação de quatro moléculas de ATP durante a conversão de duas trioses fosfato a
lactato.
- A consequência é um saldo de dois mols de ATP por mol de glicose convertido a
lactato.
- O primeiro passo no comprometimento da glicose com a glicólise é a fosforilação
da glicose a Glc-6-P, catalisada pela enzima hexocinase; 1° ponto de regulação;
GASTA 1 ATP;
- A segunda etapa da glicólise é a conversão de Glc-6-P a Fru-6-P (é fosforilada a
frutose 1,6 bifosfato) por uma fosfoglicose isomerase, a reação é catalisada pela
fosfofrutocinase-1 = frutose 1,6-bifosfato (Fru-1,6-BP); 2° ponto de regulação;
GASTO DE 1 ATP; PFK-1 é a etapa crítica que compromete a via.
- A Frutose-1,6-BP é clivada ao meio por uma reação aldol-reversa (aldolase);
forma-se di-hidroxiacetona fosfato e gliceraldeído-3-fosfato; somente o
gliceraldeído-3-fosfato continua para a fase de rendimento;
- O estágio de rendimento da glicólise produz quatro moles de ATP, rendendo um
saldo de dois moles de ATP por mol de glicose convertida a lactato;
- A síntese de ATP durante a glicólise é realizada por cinases que catalisam a
fosforilação em nível de substrato, processo no qual um composto fosfatado de alta
energia transfere seu fosfato para o ADP, gerando ATP;
- A LDH (Lactato desidrogenase) regenera o NAD+ consumido na reação da GAPDH,
produzindo lactato, o produto final da glicólise anaeróbica;
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- A oxidação do NADH é realizada sob condições anaeróbicas pela lactato


desidrogenase (LDH), enzima que catalisa a redução do piruvato a lactato pelo
NADH + H+ , regenerando o NAD+;
- O 1,3 difosfoglicerato perde um grupo fosfato e o repassa ao ADP, formando duas
moléculas de ATP e “zerando” o saldo da fase de investimento;
- O terceiro ponto de regulação é a piruvato quinase, que converte
fosfoenolpiruvato em piruvato; Nessa reação, o fosfoenolpiruvato perde um grupo
fosfato e o repassa para o ADP, formando duas moléculas de ATP;

Via das pentoses fosfato


- É a fonte de ribose fosfato para a síntese de RNA e DNA;
- Via citosólica presente em todas as células;
- É a via principal de formação de pentoses fosfato para síntese de nucleotídeos e
posterior incorporação ao DNA e RNA;
- Quando as pentoses não são necessárias para reações biossintéticas, os
intermediários das pentoses fosfato são reciclados para a glicólise através da
conversão em Fru-6-P e gliceraldeído-3-fosfato;
- O NADPH é o principal produto da via das pentoses fosfato em todas as células;
- As CVS têm pequena atividade biossintética, mas ainda assim desviam cerca de
10% da glicose para a via das pentoses fosfato, nesse caso quase exclusivamente
para a produção de NADPH;
- O NADPH é usado principalmente para a redução de um tripeptídeo contendo
cisteína, a glutationa (GSH), um cofator essencial para a proteção antioxidante;
- A via das pentoses fosfato é dividida em um estágio redox irreversível, o qual gera
tanto NADPH quanto pentoses fosfato, e em um estágio de interconversão
reversível, no qual o excesso de pentoses fosfato é convertido em intermediários da
via glicolítica;
- Ambos os estágios são importantes nas CVS, já que elas necessitam do NADPH
para redução da glutationa, mas necessidade limitada para a síntese “de novo” de
pentoses;

Função antioxidante
- A via das pentoses fosfato protege contra o dano oxidativo no eritrócito;
- A glutationa (GSH) é um tripeptídio γ-glutamil-cisteinil-glicina;
- Está presente nas células na concentração de 2-5 mmol/L, sendo 99% na forma
reduzida (tiol), e é uma coenzima essencial para a proteção da célula contra vários
ataques oxidativos e químicos;
- A maior parte do NADPH formado na hemácia é utilizada pela glutationa redutase
para manter a GSH no estado reduzido.
- Durante sua função como coenzima para atividades antioxidantes, a GSH é oxidada
à forma dissulfeto, GSSG, a qual é posteriormente regenerada pela ação da
glutationa redutase;
- A glutationa peroxidase (GPx) é encontrada em todas as células e utiliza a GSH
para desintoxicação do peróxido de hidrogênio e peróxidos inorgânicos (lipídios) no
citosol e nas membranas celulares;
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Regulação pelo fígado


#A frutose 2,6 bifosfato é uma enzima regulatória produzida pelo excesso de frutose 6
fosfato na via glicolítica;
QUINASE = FOSFORILA;
FOSFATASE = DESFOSFORILA;

Glicólise
- Depende das enzimas fosfofrutoquinase e piruvato quinase;
- Ocorre em situações energeticamente desfavoráveis;
- A fosfofrutoquinase é regulada positivamente por frutose 2,6 bifosfato e por ADP; é
regulada negativamente por ATP e por citrato;
- A piruvato quinase é regulada positivamente por frutose 2,6 bifosfato; negativamente
por ATP;

Gliconeogênese
- Depende das enzimas piruvato carboxilase, fosfoenolpiruvato carboxilase e frutose
1,6 bifosfatase;
- Ocorre em situações energeticamente favoráveis;
- A piruvato quinase é regulada positivamente por Acetil CoA e negativamente por
ADP;
- A fosfoenolpiruvato carboxilase é regulada negativamente por ADP;
- A frutose 1,6 bifosfatase é regulada positivamente por citrato e negativamente por
frutose 2,6 bifosfato;

Regulação hormonal
#A regulação hormonal depende da frutose 2,6 bifosfato; é um modulador alostérico da
fosfofrutoquinase;
→ Em situações energéticas favoráveis, altos níveis de glicose, em que a insulina se
eleva, ocorre aumento dos níveis de frutose 2,6 bifosfato e a DESFOSFORILAÇÃO DAS
ENZIMAS, a fosfofrutoquinase fica ativa e a frutose bifosfatase fica inativa.
GLICONEOGÊNESE
→ Em situações energeticamente desfavoráveis, baixos níveis de glicose, o glucagon se
eleva para promover a liberação ou formação de glicose, reduzindo a produção de
frutose 2,6 bifosfato e causando a FOSFORILAÇÃO das enzimas, a fosfofrutoquinase fica
inativa e a frutose bifosfatase fica ativa; GLICÓLISE

⇒ Alta glicose = insulina = + frutose 2,6 bifosfato = DESFOSFORILAÇÃO das enzimas =


fosfofrutoquinase ativa = frutose bifosfatase inativa = GLICÓLISE;
⇒ Baixa glicose = glucagon = - frutose 2,6 bifosfato = FOSFORILAÇÃO as enzimas =
fosfofrutoquinase inativa = frutose bifosfatase ativa = GLICONEOGÊNESE;

- Fosfofrutoquinase = glicólise;
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- Frutose bifosfatase = gliconeogênese;

Glicogênio
- Hepático = degradado entre as refeições pela glicogenólise = degradação de
glicogênio para liberar glicose para manter a concentração de glicose no sangue; ]
#Fígado possui receptores para glucagon e glicose 6 fosfatase;
- Muscular = não está disponível para manutenção de glicose no sangue; a liberação
de AMP, adrenalina e Ca2+ estimulam a quebra de glicogênio muscular para
aumentar a produção de ATP;
#Degradado pela via glicolítica durante o exercício físico;
#Não é liberado para a corrente sanguínea, pois não há receptores e nem enzima;
#Uso para contração muscular, queima local de glicose para formar ATP para as células;

Regulação
#Glicogênio sintase = gliconeogênese;
#Glicogênio fosforilase = glicogenólise;
- Próximo a essas enzimas, existem enzimas reguladoras que atuam sobre ambas de
forma contrária, ou seja, se uma é inibida, a outra é favorecida;
⇒ Glicogênio fosforilase quinase = glucagon e adrenalina = situações desfavoráveis =
fosforila tudo = GLICONEOGÊNESE → ATIVAM GLICOGÊNIO SINTASE e INIBEM
GLICOGÊNIO FOSFORILASE;
⇒ Glicogênio fosforilase fosfatase = insulina = desfosforila tudo ao redor = situações
favoráveis = INATIVAM GLICOGÊNIO SINTASE e ATIVAM GLICOGÊNIO FOSFORILASE;

Ciclo de Krebs
⇒ Ao final do ciclo, é produzida apenas uma molécula de GTP (energia), logo essa não é
sua função principal. Sua função real é retirar o máximo possível de elétrons e acetil CoA
para produzir coenzimas reduzidas (NADH E FADH2) para a cadeia transportadora de
elétrons.
#Glicólise gera 2 piruvatos;
#Cada piruvato gera um ciclo de Krebs;
- Ocorre na matriz mitocondrial;
- Produz ATP em pequenas quantidades, mas é principalmente responsável pela
formação de coenzimas reduzidas;
Existem 3 pontos de regulação:
- Citrato sintase;
- Isocitrato desidrogenase;
- Alfa-cetoglutarato desidrogenase;
#1 ciclo gera 1 ATP, 2CO2, 3 NADH e 1 FADH;

Fase preparatória
- A enzima piruvato desidrogenase converte piruvato a acetil CoA;
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#Piruvato desidrogenase é um complexo multienzimático composto por piruvato


desidrogenase, diidrolipoil transcetilase e diidrolipoil desidrogenase;
- O complexo PDH é regulado positivamente por situação energeticamente
desfavorável = AMP, CoA, NAD+ e Ca2+;
- Negativamente por ATP, acetil-CoA, NADH e ácidos graxos;
- PDH catalisa a reação de descarboxilação oxidativa, convertendo piruvato em
acetil-CoA;
- A vitamina B1 (niacina) forma NAD+ e NADH;
#NAD E FAD são aceptores de H+, transferindo aos aceptores seguintes; o último aceptor
de H+ é a formação de ATP = fosforilação oxidativa;
⇒ NAD+ capta elétrons da oxidação de um substrato, sofre redução e passa a NADH;
NADH conserva energia livre liberada por essa oxidação;
#Déficit de tiamina= pelagra = doenças dos 3 “Ds” = diarréia, dermatite e demência;
⇒ Tiamina é essencial na conversão de piruvato em acetil-CoA = favorece a
descarboxilação;

Regulação do ciclo de Krebs


#Pode ser regulado pelo complexo PDH, mesmo de fora do ciclo;
- O complexo pode ser regulado por modulação alostérica ou covalente;
- FORMA ATIVA = piruvato → acetil CoA = demanda por energia = via glicolítica
acelerada = maior produção de piruvato e maior conversão em acetil CoA;
- FORMA INATIVA = energia suficiente = acetil CoA insuficiente = PDH inibido
alostericamente (NADH sinaliza);
#Próximo ao complexo piruvato desidrogenase, existem enzimas que fazem a regulação;
- Fosforilado = inativo;
- Desfosforilado = ativo;

Pontos de regulação do ciclo de Krebs


- Citrato sintase = oxaloacetato → citrato; regulada negativamente por ATP, NADH e
succinil CoA;
- Isocitrato desidrogenase = isocitrato → a-cetoglutarato; regulada negativamente por
ATP e NADH e positivamente por ADP e Ca2+;
- A-cetoglutarato desidrogenase = a-cetoglutarato → succinil CoA; regulada
negativamente por ATP, NADH e succinil CoA e positivamente por Ca2+;

ENZIMAS ALOSTÉRICAS
- Proteínas reguladoras que apresentam um sítio catalítico e um sítio regulador em
suas cadeias polipeptídicas;
- Ao sítio regulador, ligam-se os chamados efetores alostéricos, que regulam a
atividade dessas enzimas;
- Os efetores se ligam de forma não covalente;
- As enzimas alostéricas existem em duas formas: T (tensa), não ligada ao substrato,
e a forma R (Relaxada) ligada ao substrato;
- As enzimas alostéricas demonstram especificidade tanto para o seu substrato
quanto para o modulador.
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ENZIMAS REGULADAS POR MODULAÇÃO COVALENTE


- Nesse tipo de regulação, as enzimas reguladoras são interconvertidas em duas
formas: ativa ou inativa;
- A ativação ou inativação dessas enzimas ocorre através da ligação covalente de um
grupo químico a um átomo ou grupo de átomos dos sítios ativos dessas enzimas;
- A regulação da enzima fosforilase do glicogênio é um exemplo desse tipo de
regulação.
- A fosforilase A é a forma ativa, e a fosforilase B e a forma relativamente inativa;

Cadeia transportadora de elétrons


- Ocorre na crista mitocondrial;
- Transporta elétrons e bombeia prótons;
- Composta por 4 complexos:
1- NADH desidrogenase;
2- SUCCINATO DESIDROGENASE;
3- UBIQUINONA: CITOCROMO C OXIDOREDUCTASE;
4- CITOCROMO OXIDASE;

#Complexo 1 só recebe NADH;


#Complexo 2 só recebe FADH2 e não bombeia H+;
#Complexo 3 só recebe elétrons;
→ O oxigênio é o aceptor final de e-, pois possui maior potencial de redução;
#A mitocôndria é a organela responsável por garantir o funcionamento da cadeia
respiratória e da fosforilação oxidativa, pois FADH2 e succinato desidrogenase estão na
matriz mitocondrial;
- Existe uma extensão da succinato desidrogenase que encosta na membrana
mitocondrial interna e permite a passagem de elétrons do succinato para a CTE;
(complexo 2);
#Os elétrons dos complexos 1 e 2 são coletados por um carreador chamado ubiquinona,
que o reduz e leva até o complexo 3;
#Depois, outro carregador, chamado de citocromo C, recebe um elétron por vez e leva até o
complexo 4;
#No complexo 4, ocorre a redução do oxigênio em água;
#As proteínas Fe-S atuam na transferência de elétrons; a deficiência de ferro pode acarretar
deficiência energética, pois a transferência fica comprometida;
#A distribuição de elétrons ocorre de forma unidirecional, em razão dos potenciais de
redução e sempre em direção ao oxigênio;
#Complexos 1,3 e 4 estão na membrana mitocondrial; complexo 2 está fora do ciclo de
Krebs;
⇒ A enzima ATP sintase retorna H+ para a matriz mitocondrial; o retorno pela proteína da
matriz causa fosforilação e forma ATP;

Fosforilação oxidativa
- ATP sintase é um complexo enzimático composto por 3 sítios de ligação de
substratos: O,L e T;
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- Funciona como um rotor,o fluxo de prótons converte o sítio T em O, liberando ATP;


- A passagem dos H+ forma ATP; 3 H+ geram energia e 1 H+ passa junto ao fosfato,
se liga ao ADP e forma ATP;
#Os elétrons vão passando pelos complexos e H+ são bombardeados da matriz
mitocondrial para o espaço intermembrana (complexos 1,3 e 4);
- A energia liberada pelo bombardeamento de H+ é conservada e gera um gradiente
eletroquímico;
- ATP sintase permite o retorno dos H+ para a matriz, por meio da fosforilação
oxidativa (ADP + fosfato = ATP);

Estresse oxidativo
#O oxigênio recebe um elétron por vez e forma espécies reativas de oxigênio;
- Isso ocorre naturalmente;
- OH- (hidroxila) é a forma mais instável e possui o maior potencial de redução;
- A glutationa atua na regeneração das enzimas antioxidantes;
⇒ Estresse oxidativo é um desequilíbrio entre a concentração de fatores pró-oxidantes e
antioxidantes, que pode gerar fatores deletérios e disruptivos na sinalização celular;
Eventos de estresse oxidativo:
- Aumento das respostas oxidativas;
- Respostas antioxidantes;
- Danos oxidativos;
#Os níveis de GSH e GSSG servem para identificar o estado oxidativo;
#Quanto maior a quantidade de enzimas de defesa, maior o estresse oxidativo;
⇒ Burst respiratório = maior aporte de O2 = maior produção de espécies reativas de O2;

Função antioxidante
- A via das pentoses fosfato protege contra o dano oxidativo no eritrócito;
- A glutationa (GSH) é um tripeptídio γ-glutamil-cisteinil-glicina;
- Está presente nas células na concentração de 2-5 mmol/L, sendo 99% na forma
reduzida (tiol), e é uma coenzima essencial para a proteção da célula contra vários
ataques oxidativos e químicos;
- A maior parte do NADPH formado na hemácia é utilizada pela glutationa redutase
para manter a GSH no estado reduzido.
- Durante sua função como coenzima para atividades antioxidantes, a GSH é oxidada
à forma dissulfeto, GSSG, a qual é posteriormente regenerada pela ação da
glutationa redutase;
- A glutationa peroxidase (GPx) é encontrada em todas as células e utiliza a GSH
para desintoxicação do peróxido de hidrogênio e peróxidos inorgânicos (lipídios) no
citosol e nas membranas celulares;
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QUESTÕES

Glicólise
NAD+ e FAD = ADP alto = glicólise;
NADH e FADH2 = ATP = gliconeogênese;
- NAD E FAD recebem elétrons e prótons para se reduzirem a NADH e FADH2 e
transportar esses elementos adiante;
- A redução de NADH a NAD+ garante a continuidade da via; é feita pela conversão
de piruvato a lactato, reação catalisada pela piruvato desidrogenase;
- A glicólise ocorre por meio da oxidação da glicose a piruvato; gera ATP;
- Ocorre no citoplasma das células;
- Ocorre em situações de alto ADP e baixo ATP, pois essas reações geram um
superávit energético de 2 ATP;
#A glicólise ocorre no interior das células, no citosol, sendo um evento que quebra a glicose
para formar ATP. Nesse processo, o primeiro ponto de regulação é a enzima hexoquinase,
capaz de catalisar a conversão de glicose em glicose 6 fosfato. Diferentemente da glicose,
capaz de atravessar a membrana por seus transportadores, a glicose 6 fosfato não
consegue atravessar a membrana e fica no interior das células para as demais etapas da
glicólise. (GASTO DE 1 ATP);

#O segundo ponto de regulação é a reação em que frutose 6 fosfato é convertida a frutose


1,6 bifosfato, reação catalisada pela enzima fosfofrutoquinase 1. Essa enzima é o segundo
marco de regulação, responsável pelo comprometimento com a via e pela sua velocidade.

#A reação da triose fosfato isomerase, que converte di­hidroxiacetona fosfato em


gliceraldeído 3­ fosfato, é capaz de permitir a formação de 2 moléculas de gliceraldeído 3­
fosfato a partir de uma glicose. A partir daí, todas as reações da via são duplicadas e todos
os carbonos são convertidos em piruvato.

#A enzima lactato desidrogenase converte piruvato a lactato. Nessa conversão, ocorre


oxidação do NADH a NAD+, o que garante a continuidade da via. Quando os músculos
estão em situação estressante, como contração vigorosa, o oxigênio trazido pela circulação
se torna insuficiente para promover a oxidação do NADH e as células ficam expostas a uma
situação de anaerobiose relativa. A oxidação do NADH pelo piruvato gera NAD+ e a
glicólise pode prosseguir formando ATP.
→ Estresse gera lactato e não ácido lático; lactato consome H+ e não os produz. Situações
de acidose surgem do simporte de lactato e H+ para o sangue pela hidrólise de ATP
característica dessa situação.

- Rende 2 mols de ATP por mol de glicose;


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- O piruvato é convertido em acetil-CoA por descarboxilação oxidativa, conectando


glicólise e ciclo de Krebs; a transferência do grupo acetila ocorre graças à coenzima
A, que possui a função de carregadora de grupos acila, aos quais se liga por seu
grupo sulfidrila terminal.

#O complexo multi enzimático piruvato desidrogenase catalisa a reação que converte


piruvato em acetil-CoA.
- O complexo contém três enzimas diferentes —piruvato desidrogenase,
diidrolipoil transacetilase e diidrolipoil desidrogenase — e cinco cofatores —
tiamina pirofosfato (TPP), ácido lipóico, coenzima A (CoA), flavina adenina
dinucleotídeo (FAD) e nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+ ).
- Dos 5 fatores, 4 são derivados de vitaminas;
- FAD recebe elétrons, transfere para o NAD+, que se reduz a NADH, que os transfere
até a cadeia transportadora de elétrons e lá é oxidado.
- A insulina aumenta a quantidade de transportadores de glicose na membrana das
células; aumenta a absorção de glicose para dentro da célula; para ficar dentro,
deve ser fosforilada = hexoquinase = glicose 6 fosfato;
- AMP = ADP = situação energética desfavorável;
- Em situações de emergência as reservas de glicose podem alimentar a glicólise
(fluxo sanguíneo diminuído, falta de substrato energético, falta de oxigênio durante a
isquemia).
- A reoxidação do NADH a NAD+ é essencial para que a via continue funcionando;
sem isso, não há piruvato, acetil CoA, ciclo de Krebs e nem cadeia transportadoras e
elétrons;
- Lactato desidrogenase converte piruvato a lactato e oxida NADH em NAD+;
Ciclo de Cori
- O ciclo de Cori é evidenciado pela glicólise no músculo e gliconeogênese no fígado;
- O músculo em capacidade oxidativa limitada, como em exercícios físicos, realiza
fermentação lática e produz lactato. Esse lactato é destinado à corrente sanguínea e
chega até o fígado. Nesse órgão, pode ser utilizado para a gliconeogênese,
originando nova glicose. Essa glicose volta à corrente sanguínea e chega de volta
ao músculo, onde pode ser novamente utilizado como fonte de energia.

- Hexoquinase = glicose em glicose 6 fosfato/ inibida por G6P;


- Glicoquinase = glicose em glicose 6 fosfato no fígado, mas com Km alto e
necessitando de altas concentrações de substrato/ não sofre inibição por G6P;
- Fosfofrutoquinase 1 = frutose 6 fosfato → frutose 1,6 bifosfato/ inibida por ATP e
ativada por AMP;
- Piruvato quinase = fosfoenolpiruvato → piruvato/ inibida por ATP;
-

1) Qual o objetivo da glicólise? Onde ela acontece?


- A glicólise é um processo que ocorre em situações energeticamente desfavoráveis e
que quebra a glicose para formar energia. Esse processo ocorre em 10 reações,
sendo as 5 primeiras chamadas de “fase de investimento”, nas quais ocorre gasto de
ATP para que as reações ocorram, e as 5 últimas de “fase de pagamento”, nas quais
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ocorre um retorno energético de 4 ATP e 2 NADHs, contra um investimento de 2


ATPs. Essa via possui 3 pontos de regulação: o primeiro é a enzima hexoquinase,
responsável pela conversão de glicose em glicose 6 fosfato, que é inibida por ATP e
por glicose 6 fosfato. O segundo ponto de regulação é a enzima de fosfofrutoquinase
1, que catalisa a conversão de frutose 6 fosfato a frutose 1,6 bifosfato, a marca do
comprometimento com a via, sendo inibida por ATP e ativada por ADP ou AMP. O
terceiro e último ponto de regulação é a piruvato quinase, que catalisa a reação de
fosfoenolpiruvato a piruvato, sendo inibida por ATP. Esse processo ocorre no
citoplasma das células.

2) Quais os produtos finais dessa via e qual o seu saldo energético?


- Os produtos finais são 2 moléculas de piruvato, 2 de NADH, 2 de H2O e 4 ATPs. O
lucro energético é de 2 ATPs e 2 NADHs;

3) Essa é uma via aeróbia ou anaeróbia?


- É uma via anaeróbica, ou seja, sem a necessidade de oxigênio;

4) Quantas reações fazem parte da via?


- São 10 reações no total. 5 reações de investimento (onde há gasto de ATP) e 5
reações de pagamento.

5) Quais são os destinos anaeróbios do piruvato? Qual a função desse destino?


- Em células com capacidade oxidativa limitada, como um músculo em baixa
oxigenação (em exercícios), o piruvato é convertido em lactato (lactato
desidrogenase). Essa conversão oxida o NADH a NAD+ e garante a continuidade da
via glicolítica, pois sinaliza déficit de O2 e a glicólise é uma via anaeróbica;

6) Qual a importância da enzima lactato desidrogenase?


- Primeiramente, é responsável pela conversão de piruvato a lactato, oxidando o
NADH a NAD+ e permitindo a continuidade da via glicolítica;
- Além disso, essa enzima possui 4 subunidades encontradas em locais diferentes.
Por exemplo, a subunidade M4 é encontrada no músculo e a H4 no coração. Em
casos de patologias, como infarto agudo do miocárdio, os níveis dessa enzima no
soro sanguíneo podem indicar a ocorrência dos problemas, pois aparecem
aumentados. Isso indica que a falta de oxigênio potencializou a conversão de
piruvato a lactato para favorecer a glicólise e suprir o músculo cardíaco;

7) Qual o destino do lactato produzido no músculo?


- O piruvato é reciclado pelo fígado para produzir glicose no processo de
gliconeogênese. Esse ciclo é chamado de Ciclo de Cori e está mais ativo em
situações de jejum extremo, por exemplo. Esse ciclo funciona da seguinte maneira:
o músculo em capacidade oxidativa limitada gera lactato que vai até a corrente
sanguínea e chega ao fígado. No fígado, sofre gliconeogênese e se torna glicose,
que retorna à corrente sanguínea e ao músculo para utilização e armazenamento
em forma de glicogênio;
8) Explique a relação entre via glicolítica e pacientes com doenças pulmonares.
- Pacientes com doenças pulmonares possuem prejuízos na oxigenação dos tecidos,
sendo mais dependentes da via glicolítica para obtenção de energia, pois ela é uma
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via anaeróbica. Por isso, nessas pessoas, ocorre elevação do fator HIF-1, que
transcreve mais enzimas da via glicolítica e mais eritropoetina para formação de
hemácias. Tudo isso se une para permitir que organismo obtenha a energia
necessária para o funcionamento, porém de forma mais dependente da glicólise;

9) Descreva os pontos de regulação da glicólise e como esse pontos de regulação são


alterados.
#Regulação alostérica: é qualquer forma de regulação em que a molécula reguladora (um
ativador ou inibidor) se liga a uma enzima em algum lugar diferente do sítio ativo. O lugar
onde o regulador se liga é chamado de sítio alostérico.
#Regulação covalente: fosforilação/desfosforilação de resíduos de aminoácidos.
#Regulação hormonal: hormônios que promovem regulação covalente
(fosforilação/desfosforilação).
⇒ O primeiro ponto de regulação é a Hexoquinase, enzima que catalisa a conversão de
glicose em glicose 6 fosfato;
- Há o gasto de 1 ATP;
- Essa enzima é inibida alostericamente por ATP e por glicose 6 fosfato;
- A Hexoquinase possui um Km muito baixo, possuindo alta afinidade por seu
substrato; exceto no fígado, onde o Km é alto e há a necessidade de muita glicose
para que a reação ocorra;
⇒ O segundo ponto de regulação é a fosfofrutoquinase 1, que converte frutose 6 fosfato
em frutose 1,6 bifosfato;
- Há o gasto de 1 ATP;
- É inibida alostericamente por ATP, citrato e pH baixo;
- É ativada por ADP e AMP;
- No fígado, a fosfofrutoquinase é desfosforilada por frutose 2,6 bifosfato, estimulando
a glicólise; EFETOR TAMBÉM;
- É a principal marca de comprometimento com a via;
⇒ O terceiro ponto de regulação é a piruvato quinase, que converte fosfoenolpiruvato a
piruvato;
- Há a formação de 2 ATPs; como os 2 ATPs “gastos” já tinham sido recuperados (1,3
dihidro fosfoglicerato), aqui vem o “lucro” energético;
- Os 2 ATPs ficam em forma de lucro energético;
- A enzima é inibida alostericamente por ATP, alanina, acetil CoA e ácidos graxos;
- A enzima tem como efetor a frutose 2,6 bifosfato;
#Ambas enzimas, fosfofrutoquinase e piruvato quinase, são reguladas negativamente por
ATP e positivamente por frutose 2,6 bifosfato; sua DESFOSFORILAÇÃO favorece a
glicólise;

⇒ Altas taxas de glicose → Liberação de insulina → Aumento da F26BP →


DESFOSFORILAÇÃO → Inibição da frutose bifosfatase (gliconeogênese) 2 e ativação da
fosfofrutoquinase (glicólise) → Via glicolítica;
⇒ Baixas taxas de glicose → Liberação de glucagon → Diminuição da F26BP →
FOSFORILAÇÃO → Ativação da da frutose bifosfatase (gliconeogênese) 2 e inibição da
fosfofrutoquinase (glicólise) → Gliconeogênese;
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Gliconeogênese
Glicogenólise: Glicogênio → UTP glicose → Glicose 1 fosfato → Glicose 6 fosfato (já pode
ser utilizada pelos músculos) → Glicose;
Glicogênese: Glicose → Glicose 6 fosfato → Glicose 1 fosfato → UTP glicose → Glicogênio;

#A gliconeogênese consiste na síntese de glicose a partir de compostos que não são


carboidratos.
- Após as refeições, a absorção dos alimentos faz aumentar a glicemia (concentração
de glicose plasmática);
- Neste período, a liberação de insulina pelo pâncreas permite a absorção de glicose
por todos os tecidos;
- Quando a glicemia diminui e, ao ser atingido um nível basal, ocorre uma alteração
na secreção pancreática: a insulina é substituída por glucagon;
- Este hormônio estimula a degradação do glicogênio hepático e a liberação de
glicose do fígado mantém a glicemia basal. No entanto, a reserva hepática de
glicogênio é limitada e insuficiente para manter níveis glicêmicos normais além
de 8 horas de jejum = GLICOGENÓLISE;
- Depois deste período, a contribuição do glicogênio hepático decresce, ao mesmo
tempo em que é acionada outra via metabólica de produção de glicose: a
gliconeogênese;
- O fígado e os rins são os principais órgãos responsáveis pela gliconeogênese e os
precursores mais importantes de glicose são: aminoácidos, lactato e glicerol;
- A gliconeogênese utiliza as reações reversíveis da glicólise e substitui por outras as
reações irreversíveis;
1 Conversão de piruvato a fosfoenolpiruvato;
2- Conversão de frutose 1,6­bisfosfato a frutose 6 ­fosfato;
3- Conversão de glicose 6­fosfato a glicose.
#A glicose, diferentemente da glicose fosforilada, pode ser transportada através da
membrana plasmática ser liberada na circulação;
- GASTA MUITO ATP;
- Para fornecer glicose aos tecidos que dela dependem, o fígado e os rins têm um
gasto adicional de ATP, além daquele necessário à sua manutenção. Nas
condições em que a gliconeogênese está ativada, a obtenção de ATP provém
da oxidação de ácidos graxos.
- Não forma ATP;
- Energeticamente custosa = A energia é proveniente da oxidação de ácidos graxos.;
- Muita glicose = insulina = aumento da F26BP = desfosforilação = ativação da
fosfofrutoquinase 2 = glicólise; #inibido por ATP e citrato; #estimulado por AMP e
F26BP;
- Pouca glicose = glucagon = baixa na F26BP = desfosforilação = ativação da frutose
bifosfatase 2 = gliconeogênese;
1) Qual a definição de gliconeogênese e quais são seus precursores?
- Gliconeogênese é a formação de glicose a partir de substratos não carboidratos,
como cadeias polipeptídicas, lipídeos e lactato. Esses substratos são convertidos em
piruvato e entram na via para fornecer glicose para o organismo em situações de
jejum.
Nos adipócitos:
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- Triglicerídeos > ácido graxo > acetil-CoA > piruvato (já no fígado)
- Triglicerídeos > glicerol > diidroxiacetona fosfato > piruvato (já no fígado)
No músculo:
- Proteínas > aminoácidos > alanina e glutamina > piruvato (já no fígado)
- Lactato > piruvato (já no fígado)

2) Quais os produtos finais da gliconeogênese? Onde ela ocorre?


- A gliconeogênese ocorre no fígado e no rim, e seus produtos finais são: glicose, 4
ADP, 2 GDP, 6 Pi e 2 NAD + .
- Energeticamente custosa;
- Ocorre em situações energeticamente favoráveis, mas pobres em glicose;
- Sua função não é fornecer energia, mas formar glicose;

3) Paciente, morador de rua, sem identificação, chega ao PA com sinais de fraqueza, dores
e lipotimia (desmaio). Relata não ter se alimentado há dois dias. Explique detalhadamente
quais os processos bioquímicos que aconteceram com o paciente que o mantiveram vivo
durante dois dias de suposto “jejum”.
- Nas primeiras horas, os níveis de glicose foram mantidos constantes pela
degradação das reservas de glicogênio no fígado pela glicogenólise, liberando
glicose para o sangue de acordo com as necessidades do organismo. Depois do
esgotamento dessas reservas, o corpo libera o hormônio glucagon, que estimula a
formação de glicose a partir dos substratos não carboidratos, como lactato e
proteínas, e diminui a produção de frutose 6 bifosfato. A ausência dessa molécula
leva à fosforilação das enzimas e à ativação da frutose bifosfatase, que estimula a
gliconeogênese. Dessa forma, os níveis de glicose são estabilizados pela produção
da nova glicose pelo fígado e pelos rins.
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4) Qual a relação de um paciente alcoólatra, com quadro de cirrose e mal alimentado com a
via da gliconeogênese?
- A cirrose é uma doença caracterizada pela substituição das células hepáticas por
fibras, decorrente, por exemplo, do consumo excessivo de bebidas alcóolicas. Como
os hepatócitos são substituídos, as funções hepáticas ficam comprometidas. Dessa
forma, o paciente, ainda mal alimentado, possui baixas reservas de glicogênio
hepático, sua glicogenólise é comprometida e sua glicemia é mantida,
principalmente, por gliconeogênese. Dessa forma, com a função hepática
comprometida, ocorre acúmulo de NADH e lactato no fígado, sem que esse seja
convertido em glicose, causando acidose lática, taquicardia e batimentos
acelerados.

5) Quais são os mecanismos de regulação da gliconeogênese?


#A glicólise e gliconeogênese são mecanismos inversos, portanto, sua regulação é exercida
nos pontos em que as enzimas das vias diferem.
⇒ Piruvato carboxilase
- Converte o piruvato em oxaloacetato;
- Há o gasto de 1 ATP;
- Inibida por ADP;
- Ativada por Acetil CoA;
⇒ Fosfoenolpiruvato carboxilase
- Converte fosfoenolpiruvato a oxaloacetato;
- Há gasto de 1 GTP;
- É inibido por ADP;
⇒ Frutose 1,6 bifosfatase
- Converte frutose 1,6 bifosfato em glicose 6 fosfato;
- É inibido por frutose 2,6 bifosfato e por AMP;
- É ativado por citrato;
#Frutose 2,6 bifosfato indica situação energética desfavorável, logo ativa a glicólise e inibe a
gliconeogênese;
#Citrato marca situação energética favorável;
#AMP = baixa disponibilidade energética;
ADP e NAD+ = célula em baixa energética;
ATP e NADH = célula com alta disponibilidade energética;

6) Explique o mecanismo de regulação hormonal da gliconeogênese/glicólise em relação a


frutose-2,6-bifosfato.
- Em situações com baixos níveis de glicose, como jejuns prolongados, os estoques
de glicogênio hepático duram apenas algumas horas, sendo degradados pela
glicogenólise para manutenção dos níveis de glicose no sangue. Porém, depois de
esgotar essas reservas de glicogênio hepático, o fígado libera um hormônio
chamado de glucagon, capaz de estimular a liberação de glicogênio muscular ou a
formação de novo glicogênio a partir de substratos não carboidratos. Esse segundo
processo decorre do fato de que o glucagon ativa enzimas que diminuem a
produção de frutose 2,6 bifosfato. A redução dessa substância permite a
fosforilação das enzimas frutose bifosfatase 2 (ativa a gliconeogênese) e
fosfofrutoquinase 2 (ativa a glicólise). A frutose bifosfatase 2 fica ativa quando
fosforilada e a fosfofrutoquinase fica inativa. Dessa forma, a gliconeogênese é
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favorecida e forma nova glicose sem fontes carboidratos, como lactato, aminoácidos
e etc. Por outro lado, um cenário rico em glicose libera insulina, que aumenta a
concentração de frutose 2,6 bifosfato e desfosforila as enzimas frutose bifosfatase
2 e fosfofrutoquinase 2, deixando a primeira inativa e a segunda ativa. A
fosfofrutoquinase favorece a glicólise a glicose é quebrada para formar energia
(ATP);
INSULINA = DESFOSFORILA = Fosfofrutoquinase ativa = glicólise;
GLUCAGON = FOSFORILA = Frutose bifosfatase 2 ativa = gliconeogênese;

7) Mulher de 32 anos, com diabetes e altos índices de glicose na corrente sanguínea, entra
em trabalho de parto. A cesariana foi bem sucedida, porém o recém-nascido estava acima
do peso e após 1 hora do nascimento, apresentou hipoglicemia. Explique bioquimicamente
com detalhes, o porquê isso aconteceu e quais são as medidas que deverão ser aplicadas
pós-parto.
- Durante as últimas semanas de gestação, o bebê está recrutando recursos, gordura
e energia, para seu nascimento. Nesse caso, o bebê experimentou um ambiente
hiperglicêmico, abundante em glicose, que desfavoreceu a formação de enzimas da
gliconeogênese. Quando nasceu, obteve energia pela glicólise do glicogênio já
existente. Mas quando esse acaba, não possui enzimas para realizar
gliconeogênese e sofre com hiperglicemia;

Via das pentoses fosfato


- A deficiência de glicose 6 fosfato causa deficiência de glicose 6 fosfato; isso impede
a proteção oxidativa das células, especialmente as hemácias, as quais têm a via das
pentoses fosfato como única fonte de NADPH;
- As hemácias são dependentes de NADPH para reduzir a glutationa de sua forma
reduzida (GSSG) para a oxidada (GSH), mantendo assim a proteção das células;
PROTEÇÃO CONTRA O ESTRESSE OXIDATIVO;
1) Qual o objetivo dessa via e onde ela ocorre?
#O fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADPH) é um doador de elétrons
essencial em todos os organismos e fornece o poder redutor para reações anabólicas e
equilíbrio redox;
- O principal objetivo dessa via é a formação de NADPH, utilizado principalmente para
a redução da glutationa à sua forma reduzida (GSH), sendo essencial para a
manutenção do equilíbrio redox e para a proteção contra danos produzidos por
espécies reativas de oxigênio. Por certo, esse processo ocorre no citosol de todas
as células;
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2) Qual sua regulação?


- Sua principal enzima reguladora é glicose-6-fosfato desidrogenase, sendo
controlado por feedback negativo.

3) Qual a relação dessa via com a anemia hemolítica?


- A via das pentoses fosfato forma NADPH é responsável por manter a glutationa em
sua forma reduzida (GSH) e proteger o organismo contra danos oxidativos. No caso
das hemácias, essa via é a única fonte de NADPH e sem ela as hemácias não
conseguem reduzir GSSG de volta a GSH, causando estresse oxidativo das células
vermelhas e sua morte, reduzindo seu número e gerando quadros de anemia
hemolítica;

Síntese e degradação de glicogênio


DEGRADAÇÃO
- No ser humano, as principais reservas de glicogênio ocorrem no fígado e em
músculos esqueléticos e correspondem, em média, a 100 e 300 g, respectivamente.
- O glicogênio é sintetizado nestes órgãos quando a oferta de glicose supera a sua
utilização, como acontece após as refeições.
- A degradação do glicogênio hepático é responsável pela manutenção da glicemia
nos períodos entre as refeições, sobretudo durante o jejum noturno = glicogenólise;
- O fígado não aproveita o glicogênio que armazena; sempre que a hipoglicemia induz
a degradação do polímero, a glicose resultante é exportada e consumida por outros
órgãos ou tecidos.
- Nos tecidos aeróbios, a glicose é totalmente oxidada a CO2 e H2O; em células
anaeróbias como as hemácias, a glicose é degradada a lactato.
- Em contraposição, o glicogênio dos músculos esqueléticos provê energia para as
próprias fibras musculares e a glicose resultante de sua degradação não é
exportada;
- A degradação do glicogênio produz glicose 1-fosfato;
- A degradação do glicogênio, a glicogenólise, consiste na remoção sucessiva de
resíduos de glicose, a partir das suas extremidades não redutoras, por ação da
glicogênio fosforilase;
- Esta enzima catalisa a fosforólise da ligação α­1,4, liberando um resíduo de glicose
como glicose 1­fosfato;
- O resíduo de glicose restante está ligado à cadeia principal por ligação α­1,6; esta
ligação é hidrolisada pela segunda atividade da enzima desramificadora, de α­1,6
glicosidase.
- É interessante que, neste caso, ocorre uma hidrólise, em lugar da fosforólise
produzida pela glicogênio fosforilase — cerca de 10% dos resíduos de glicose do
glicogênio são liberados como glicose e o restante como glicose 1­fosfato.
- A glicose 1­fosfato é convertida pela fosfoglicomutase a glicose 6­fosfato.
- No músculo, a glicose 6­fosfato pode ser degradada pela glicólise anaeróbia,
formando lactato;
- Como o glicogênio é degradado por fosforólise, o produto formado é a glicose
fosforilada: para originar glicose livre, o fosfato tem de ser removido;
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- A deficiência de glicose 6­fosfatase causa doença de von Gierke, caracterizada


principalmente por hipoglicemia grave no jejum, grande aumento do depósito de
glicogênio hepático, hiperlipidemia etc.
- A GLICOGÊNIO FOSFORILASE (MUSCULAR) é regulada tanto por moduladores
alostéricos quando por modulação covalente. Neste tecido, o objetivo é fornecer
energia para a contração muscular. A atividade deste enzima também é influenciada
pelo aumentos nos níveis de Ca2+
- A GLICOGÊNIO FOSFORILASE (HEPÁTICA) é regulada principalmente por
modulação covalente. Neste tecido, o objetivo é fornecer glicose para a corrente
sanguínea.

-
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SÍNTESE
- O glicogênio é sintetizado pela gliconeogênese;
- UDP glicose = glicose ativada;
- UDP ­Glicose é produzido a partir de glicose por uma série de reações:
- (1) fosforilação de glicose, com consumo de ATP, catalisada pela glicoquinase no
fígado e hexoquinase no músculo;
- (2) isomerização da glicose 6­fosfato a glicose 1­fosfato, pela fosfoglicomutase
- (3) reação deste açúcar com UTP formando UDP­Glicose e pirofosfato,
promovida pela UDP­glicose pirofosforilase:
- UDP ­Glicose é substrato da glicogênio sintase, a enzima que, efetivamente,
catalisa a síntese — ela transfere a unidade glicosil de UDP ­Glicose para uma das
extremidades não redutoras do glicogênio, formando uma ligação α­1,4;
- A glicogenina catalisa a incorporação de novos resíduos de glicose, unidos
por ligações α­1,4 e sempre provenientes de UDP­Glicose, até formar uma
pequena cadeia de 10­-20 resíduos. Neste momento entra em ação a
glicogênio sintase, que prossegue a polimerização, e a glicogenina desliga-­se
do polímero em crescimento. A glicogenina é uma enzima com atuação pouco usual:
é o substrato, o catalisador e o produto da reação.
DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO = aumento da glicose 6 fosfato;
FORMAÇÃO DE GLICOGÊNIO = diminuição da glicose 6 fosfato;
1) Quais os objetivos da glicogênese e onde ela ocorre?
- Os objetivos da glicogênese são a síntese e degradação de glicogênio para a
manutenção dos níveis glicêmicos. Ela ocorre no fígado e no músculo.

2) Quais hormônios ativam esse processo em resposta aos altos/baixos níveis de glicose
sanguínea?
- Insulina e glucagon;
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3) Quais as enzimas de regulação dessa via?


- Glicogênio sintase e glicogênio fosforilase.

4) Explique na íntegra o processo de síntese de glicogênio.

- A síntese de glicogênio ocorre quando o organismo está em situação energética


favorável, pois é um processo custoso energeticamente. É um processo estimulado
pela insulina e que começa com a ação da glicogenina, o “primer” da síntese de
glicogênio, capaz de polimerizar as primeiras moléculas de glicogênio. Depois, a
glicogênio sintase promove ligações de UDP glicose do tipo a 1-4. Depois, enzimas
ramificadoras cortam e transferem segmentos de aproximadamente 7 resíduos via
ligações a 1-6. Dessa forma, a glicose se torna UDP glicose, ativada para a síntese
de glicogênio, que passa pela glicogênio sintase e é convertida a glicogênio;

5) Explique como acontece o processo de degradação do glicogênio.


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- Os resíduos de glicose que formam o glicogênio são removidos pela glicogênio


fosforilase e pelas enzimas desramificadoras, quebrando o glicogênio em glicose 1
fosfato e depois em glicose 6 fosfato. Depois dessa última conversão, a glicose
estará pronta para seguir outras vias, como glicólise ou via das pentoses fosfato.

6) Explique os seguintes distúrbios relacionados com a síntese/degradação de glicogênio.


- Doença de McArdale: deficiência na glicogênio fosforilase muscular; o indivíduo não
tem mecanismos para degradação do glicogênio, apresentando fraqueza muscular e
dificuldade de exercer exercícios físicos. Nesse caso, a adrenalina fornece
combustível a partir do sangue, superando o déficit.
- Doença de Von Gierke: deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, que transforma
glicose-6-fosfato em glicose. Assim, esta não é liberada na corrente sanguínea.
Hepatomegalia e hipoglicemia grave, Tratamento com dieta e sonda nasogástrica.
- Doença de Forbes ou Cori: deficiência na enzima desramificadora. Não há
degradação eficiente do glicogênio. Hipoglicemia.
- Diabetes: ausência de insulina diminui a atividade da enzima glicogênio sintase.
Inabilidade de armazenar glicose em forma de glicogênio. Tipo I: indivíduo não tem
insulina Tipo II: indivíduo não tem receptores para insulina.

7) Explique os mecanismos de regulação desse processo.


- Adenilil ciclase > AMPc > PKA;
- fosforilase quinase > glicogênio sintase (inativa quando fosforilada);
- glicogênio fosforilase (ativa quando fosforilada);
A insulina promove atividade da glicogênio sintase, enquanto o glucagon promove atividade
da glicogênio fosforilase;
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Ciclo de Krebs
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- Ocorre na matriz mitocondrial;


- O acetil-CoA é totalmente oxidado a CO2, produzindo coenzimas reduzidas.
- Succinato desidrogenase é a única enzima do ciclo de Krebs que é parte
integrante da membrana interna da mitocôndria, é o complexo II da cadeia
transportadora de elétrons.
- Funciona em condições aeróbias;
- Responsável pela redução das coenzimas;
- A ativação da piruvato carboxilase aumenta a velocidade do ciclo de Krebs;
acúmulo de acetil CoA ativa a piruvato carboxilase, favorecendo a formação de
oxaloacetato a partir do piruvato.
- Com concentrações concomitantemente altas de oxaloacetato e acetil­-CoA, a
reação catalisada pela citrato sintase, que dá início ao ciclo, pode funcionar a
velocidades altas.
1) Onde ocorre o ciclo de Krebs? Qual o seu saldo final?
- É um processo que ocorre na matriz mitocondrial e que tem como saldo 2 ATP, 8
FADH2 e 2 NADH;
- Há produção de ATP, mas a principal função é a remoção de elétrons e a
formação de coenzimas reduzidas para a cadeia transportadora de elétrons;

2) Explique seus pontos de regulação.


⇒ Piruvato desidrogenase
- Responsável pela conversão de piruvato em acetil CoA;
- Depende de lipoato, tiamina e FAD;
- Único ponto de regulação fora do ciclo;
- Enzima fosforilada = complexo inativo;
- Enzima desfosforilada = complexo ativo;
- Modulação covalente;

⇒ Citrato sintase
- Converte oxaloacetato em citrato;
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- Inibido alostericamente por: ATP, NADH e succinil CoA;

⇒ Isocitrato desidrogenase
- Converte citrato em isocitrato;
- Inibida alostericamente por ATP e NADH;
- Ativada por ADP e Ca2+;

⇒ a-cetoglutarato desidrogenase
- Converte isocitrato em a-cetoglutarato;
- Inibido por ATP, NADH e succinil CoA;
- Ativado por Ca2+;

3) Defina as seguintes patologias relacionadas com o Ciclo de Krebs.


- Pelagra: deficiência de niacina, afeta enzimas desidrogenases, como a piruvato
desidrogenase, dependentes de NAD e NADH. Dieta pobre em triptofano, alterações
dermatológicas.
- Béri-béri: deficiência de vitamina B1 ou tiamina, essencial no complexo piruvato
desidrogenase. Perda de funções neuronais.
- Síndrome de Leigh: mutações no DNA mitocondrial, que causa degradação das
enzimas do ciclo de Krebs, já que este acontece na mitocôndria. Perda de
habilidades motoras;
4) Quais vitaminas e compostos são importantes no ciclo?
- B12, riboflavina, niacina e ácido lipóico.

CADEIA TRANSPORTADORA E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA


- Cadeia transportadora de elétrons = fosforilação oxidativa;
#As coenzimas reduzidas devem ser reoxidadas por duas razões. Primeiramente, para
que, voltando à forma oxidada, possam participar outra vez das vias de
degradação dos nutrientes. Em segundo lugar, é a partir da oxidação destas
coenzimas que a energia nelas conservada pode ser empregada pelas células para
sintetizar ATP.
- Cadeia transportadora de elétrons = oxidação das coenzimas pelo O2 (respiração
celular) = fosforilação do ADP pela energia da oxidação das coenzimas =
fosforilação oxidativa = síntese de ATP a partir de ADP + P;
- A oxidação de coenzimas libera grande quantidade de energia;
- A oxidação das coenzimas é feita por transferência de seus elétrons para o
oxigênio;
- Este processo libera grande quantidade de energia, em virtude da diferença
entre os potenciais de redução da coenzima reduzida e do oxigênio;
- O fluxo de elétrons segue sempre um caminho unidirecional, respeitando os
potenciais de redução, do menor ao maior até o O2;
- Forma-­se um gradiente de prótons, ou seja, estabelece­-se uma concentração
de prótons diferente de cada lado da membrana onde ocorre o transporte de
elétrons;
- A oxidação das coenzimas reduzidas processa-­se na membrana interna da
mitocôndria;
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- A coenzima Q (CoQ) conecta os Complexos I e II ao Complexo III;


- O citocromo C conecta o Complexo III ao Complexo IV;
#Estes componentes organizam­-se em ordem crescente de potenciais de redução;
- 2 elétrons do NADH → COMPLEXO 1 → Coenzima Q → COMPLEXO 3 →
Citocromo C → COMPLEXO 4 → O2;
- Elétrons do succinato → COMPLEXO 2 → Coenzima Q → COMPLEXO 3 →
Citocromo C → COMPLEXO 4 → O2;
Complexo 1
- O Complexo I oxida o NADH, reduz a coenzima Q e atua como uma bomba de
prótons;
- NADH ubiquinona oxirredutase;
- O resultado da primeira reação catalisada pelo Complexo I é a oxidação do
NADH e a entrada dos elétrons na membrana interna da mitocôndria, de onde
só sairão para serem doados ao oxigênio, no final da cadeia.
Complexo 2
- O Complexo II oxida o succinato, transferindo seus elétrons também para a
coenzima Q;
- Succinato desidrogenase = complexo que faz parte do ciclo de Krebs;
- Recebe elétrons do FAD;
- Não bombeia prótons para o espaço intermembranas;
- A coenzima Q recebe os elétrons provenientes dos complexos I e II;
Complexo 3
- O Complexo III transfere elétrons da coenzima Q para o citocromo c e bombeia
prótons;
- Complexo III, ou citocromo bc1 ou ubiquinona citocromo c oxidorredutase
catalisa a transferência de elétrons da ubiquinona ao citocromo c;
- Deste modo, o Complexo III, ao oxidar a coenzima Q e reduzir o citocromo c,
promove a retirada de dois prótons da matriz e o bombeamento de quatro prótons
para o espaço intermembranas.
Complexo 4
- O Complexo IV catalisa a redução do oxigênio a água, acoplada ao
bombeamento de prótons;
- O Complexo IV, ou citocromo c oxidase, é a última enzima das cadeias de transporte
de elétrons encontradas desde bactérias até eucariotos;
- Ela catalisa a passagem de elétrons do citocromo c para o oxigênio, combinada
à extrusão de prótons;
- Bombeia prótons;
- A utilização de oxigênio pelo Complexo IV responde por cerca de 95% de todo o
oxigênio consumido pelo organismo humano. A produção de H 2O neste processo
chega a 300 mL diários.
- A energia derivada do transporte de elétrons é convertida em uma força
próton-motriz;
- A energia do transporte de elétrons é utilizada para bombear prótons do interior
da mitocôndria através da membrana interna para o espaço
intermembranas;
- A consequência do bombeamento é a produção de um gradiente de prótons, isto
é, uma concentração de prótons maior no espaço intermembranas do que na
matriz mitocondrial.
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- A face da membrana interna voltada para a matriz fica mais negativa do que a face
voltada para o espaço intermembranas;
- A energia conservada no gradiente eletroquímico resultante é chamada de força
próton motriz;
- O retorno dos prótons ao interior da mitocôndria é um processo espontâneo, a
favor do gradiente eletroquímico, que libera energia capaz de levar à síntese de
ATP.
- Entretanto, a membrana interna da mitocôndria é impermeável a prótons em
toda a sua extensão, exceto em sítios específicos, constituídos pelo complexo
sintetizador de ATP, a ATP sintase;
- É somente por este canal que os prótons podem atravessar a membrana, de
volta à matriz, e desfazer o gradiente. A ATP sintase catalisa a formação de ATP
quando os prótons atravessam a enzima, em direção ao interior da mitocôndria.
- Nas situações em que a célula realiza processos que consomem energia,
transformando ATP em ADP, aumenta a síntese de ATP e a oxidação de
coenzimas.
- Quando o consumo de ATP é reduzido, a concentração de ADP é baixa e a
translocação de prótons pela ATP sintase diminui, porque a entrada de H+ na
enzima requer ADP;

1) Onde ocorre a cadeia respiratória e qual o seu objetivo?


- Ocorre na crista mitocondrial e é responsável pela oxidação de NADH e FADH,
que doam elétrons para reduzir oxigênio a água. Nesse processo, H+ são
bombardeados para o espaço intermembrana e depois são retornados à crista
pela ATP sintase, causando rotação do rotor e formação de ATP.

2) Quais são os complexos enzimáticos responsáveis pela produção de ATP?


Complexo 1: NADH desidrogenase
- 2e doados pelo NADH.
- 4H+ bombeados para o espaço intermembrana.
- NADH desidrogenase até ubiquinona.
Complexo 2: succinato desidrogenase.
- 2e doados pelo FADH2.
- Sem elétrons bombeados.
- Succinato desidrogenase até ubiquinona.
Complexo 3: ubiquinona.
- 4H+ bombeados para o espaço intermembrana.
- Ciclo Q recicla a ubiquinona.
- Ubiquinol até citocromo (carreador móvel)
Complexo 4: citocromo oxidase.
- 2H+ bombeados para o espaço intermembrana.
- Citocromo c até O2;
COMPLEXO 1 → COMPLEXO 3 (CoQ);
COMPLEXO 2 → COMPLEXO 3 (CoQ);
COMPLEXO 3 → COMPLEXO 4 (citocromo C);
Citocromo C → O2;
Felipe Reis - ATM 27

3) Porque os elétrons fluem em uma determinada sequência de carreadores?


- Graças aos potenciais de redução, seguindo sempre do menor ao maior potencial. O
último aceptor de elétrons é o oxigênio, com maior potencial de redução;

4) Explique como ocorre a síntese de ATP.


- Os complexos 1,3 e 4 bombeiam elétrons para o espaço intermediário, sempre em
sentido do menor potencial de redução para o maior pelos carreadores. O acúmulo
de cargas no espaço intermembrana cria um gradiente que favorece a captação de
H+ pela ATP sintase, que muda a conformação do rotor de T para o. A cada 4 H+
que passam do espaço intermembrana de volta para a matriz mitocondrial, 1 ATP é
formado.
5) O que é mais vantajoso: oxidação de NADH ou de FADH2? Justifique.
- NADH. Pois a cada NADH oxidado, 10 H+ são bombeados para o espaço
intermembrana, produzindo um total de 2,5 ATPs. No caso do FADH2 apenas 6 H+
são bombeados para o espaço intermembrana, produzindo somente 1,5 ATPs.

Estresse oxidativo
- Radical livre é uma espécie química capaz de existência independente (daí a
denominação livre) e que contém um ou mais elétrons não pareados no orbital
externo;
- São instáveis e ao reagirem com uma molécula, geram outro radical livre,
iniciando uma reação em cadeia; ânion radical superóxido e o radical hidroxila.
- O ânion radical superóxido, o peróxido de hidrogênio e o radical hidroxila são
chamados, conjuntamente, de espécies reativas de oxigênio (ROS, da
denominação inglesa).
- A formação de espécies reativas de oxigênio é um processo natural e inevitável
nos organismos aeróbios. Estima-­se que de 0,1 a 2% do oxigênio consumido por
mitocôndrias seja convertido em radical superóxido, embora esses valores sejam
questionados.
- Em condições normais do metabolismo celular, os mecanismos de defesa contra
radicais livres permitem homeostase. Mas, quando há um aumento na
produção dessas espécies, a capacidade protetora das enzimas e dos
antioxidantes é ultrapassada, resultando em estresse oxidativo.
- Antioxidantes: são compostos presentes nos alimentos de origem vegetal, dentre
os quais se destacam: as vitaminas A,C, E (Seção 18.4), os carotenos (β­caroteno,
precursor da vitamina A — Seção 15.2 —, e licopeno), os polifenóis (resveratrol e
flavonóides) etc.
- As espécies reativas de oxigênio também têm funções biológicas importantes;
- O exemplo clássico de uma função essencial desempenhada pelas ROS é o
combate a infecções bacterianas;
- Nas células do sistema imunológico, como neutrófilos e macrófagos, uma enzima
muito ativa, a NADPH oxidase, catalisa a transferência de elétrons do NADPH
ao oxigênio, com produção de grandes quantidades de radical superóxido e
água oxigenada, que eliminam as bactérias fagocitadas.
-
Felipe Reis - ATM 27

1) O que é o estresse oxidativo?


- O corpo humano é dependente de oxigênio para sobreviver, que é uma molécula
instável e que sempre tenta se estabilizar. Cerva de 0,1% de todo o O2 consumido
forma espécies reativas de oxigênio naturalmente, que são reguladas por agentes
antioxidantes. Dentre esses agentes destaca-se a glutationa reduzida (GSH) capaz
de proteger o corpo contra danos oxidativos. A glutationa redutase utiliza NADPH
para reduzir a glutationa a seu estado reduzido e manter esse balanço. Porém,
falhas nesse processo podem gerar desequilíbrios entre a produção de espécies
reativas de O2 e de compostos antioxidantes, pesando para o lado dos
pró-oxidantes. A isso, dá-se o nome de estresse oxidativo.

2) Quais as consequências da produção de ERO's (espécies reativas de oxigênio)?


- Essas espécies podem inativar proteínas, oxidar ácidos graxos, diminuindo a fluidez
das membranas e oxidar bases nitrogenadas, causando mutações.

3) Cite um benefício das ERO's.


- Na fagocitose, a produção de espécies reativas de oxigênio é vantajosa para que
haja destruição do organismo invasor pelo estresse oxidativo da célula. A enzima
mieloperoxidase reage com água oxigenada para produzir agentes bactericidas.

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