PARES DE NERVOS CRANIANOS1

São 12 pares de nervos cranianos:

● I - Olfatório
● II - Óptico
● III - Oculomotor
● IV - Troclear
● V - Trigêmeo
● VI - Abducente
● VII - Facial
● VIII - Vestibulococlear
● IX - Glossofaríngeo
● X - Vago
● XI - Acessório
● XII - Hipoglosso
NERVO OLFATÓRIO (I)
Tipo: Sentitivo
TIPO PAR CRANIANO
Surge na região olfatória das fossas nasais e
Nervo olfatório (I) atravessam a lâmina crivosa do osso etmóide,
SENSITIVOS Nervo óptico (II) terminando no bulbo olfatório.
É o nervo que transmite a percepção do olfato, ou
seja, contém fibras aferentes somáticas especiais.
Nervo oculomotor (III)
Nervo troclear (IV)
MOTORES Nervo abducente (VI)
Nervo acessório (XI)
Nervo hipoglosso (XII)

Nervo trigêmeo (V)

Nervo facial (VII)
MISTOS Nervo glossofaríngeo
(IX)
Nervo vago (X)

Nervo oculomotor (III)

Nervo facial (VII)
POSSUEM Nervo glossofaríngeo
COMPONENTE (IX)
PARASSIMPÁTICO Nervo vago (X) NERVO ÓPTICO (II)
Tipo: Sensitivo

Suas fibras surgem da retina e penetram no crânio

pelo canal óptico.
Ao unir-se com o nervo óptico oposto, forma o
quiasma óptico.
Suas fibras seguem até o corpo geniculado lateral.
É o nervo que conduz o impulso visual, ou seja,
contém fibras aferentes somáticas especiais.
Fibras aferentes somáticas especiais.
1
Material de apoio elaborado em 2023 pelo monitor Leonardo
Cirra Freitas para uso exclusivamente didático na disciplina
de Anatomia Humana da Fundação Universidade do Rio
Grande (FURG).
 Músculo oblíquo Nervo Oculomotor (III)
inferior

O nervo oculomotor possui ainda fibras que

inervam os músculos intrínsecos do bulbo ocular.
Esses músculos são do tipo liso. São eles:

Músculo ciliar Nervo oculomotor

(fibras eferentes
viscerais gerais)

Músculo esfíncter da Nervo oculomotor

pupila (fibras eferentes
viscerais gerais)

NERVO OCULOMOTOR (III)

Tipo: Motor
Fibras eferentes somáticas e fibras eferentes
viscerais gerais.
Suas fibras penetram na órbita pela fissura orbital
superior e inerva a maioria dos músculos
extrínsecos dos olhos.
NERVO TROCLEAR (IV)
Tipo: Motor
O nervo troclear é o único dos pares cranianos com
origem aparente na parte posterior do tronco
cerebral.
Também é o único nervo que cruza a linha média.

Sua origem real ocorre na parte inferior do tronco

encefálico, a nível do colículo inferior.
Deixa o crânio pela fissura orbital superior.

Inervação dos músculos extrínsecos do olho

Músculo levantador da Nervo Oculomotor (III)

pálpebra superior

Músculo reto superior Nervo Oculomotor (III)

Inerva o músculo oblíquo superior, um dos
Músculo reto inferior Nervo Oculomotor (III) músculos extrínsecos do olho.
● Sendo o único nervo que cruza a linha
média, temos que:
Músculo reto medial Nervo Oculomotor (III) ○ Fibras do nervo troclear direito
inervam o músculo oblíquo superior
Músculo reto lateral Nervo Abducente (VI) esquerdo.
○ Fibras do nervo troclear esquerdo
inervam o músculo oblíquo superior
Músculo oblíquo Nervo Troclear (IV) direito.
superior
NERVO TRIGÊMEO (V)
Tipo: Misto

Fibras:
● Sensitivas
● Aferentes motoras
● Aferentes motoras
● Fibras simpáticas
● Fibras parassimpáticas

As fibras sensitivas predominam. Logo, é um nervo

predominantemente sensitivo!

A raiz sensitiva do nervo trigêmeo surge no gânglio

trigeminal, localizado na parte petrosa do osso
temporal. NERVO ABDUCENTE (VI)
É do gânglio trigeminal que surgem os três ramos Tipo: Motor
principais do nervo trigêmeo: nervo oftálmico,
nervo maxilar e nervo mandibular. Esses nervos Fibras:
garantem a sensibilidade da maior parte da cabeça, ● Fibras eferentes somáticas gerais
via fibras aferentes somáticas gerais.
O nervo trigêmeo inerva na cabeça principalmente O nervo abducente (VI) surge no tronco encefálico
as seguintes estruturas: e deixa o crânio pela fissura orbital superior.
● Pele da face
● Conjuntiva ocular É responsável pela inervação do músculo reto
● Mucosa de nariz, boca e seios paranasais lateral, um dos músculos extrínsecos do olho.
● Dentes
● ⅔ anteriores da língua
● Boa parte da dura-máter craniana

Já a raiz motora do nervo trigêmeo apresenta fibras

eferentes viscerais especiais que acompanham o
nervo mandibular.
A porção motora do nervo trigêmeo inerva os
seguintes músculos de cabeça e pescoço:
● Músculos da mastigação:
○ Músculo temporal
○ Músculo masseter
○ Músculo pterigóideo lateral
○ Músculo pterigóideo medial
● Músculo milo-hióideo
● Ventre anterior do músculo digástrico.

Não confundir: O ventre anterior do músculo

digástrico é inervado pelo nervo trigêmeo (V), já o
ventre posterior é inervado pelo nervo facial (VII)

NERVO FACIAL (VII)

Misto: Sensitivo e motor.

Apresenta dois tipos de fibras:

 ● Fibras eferentes viscerais especiais
● Fibras aferentes viscerais especiais
● Fibras aferentes viscerais gerais
● Fibras aferentes somáticas gerais
● Fibras eferentes viscerais gerais

O nervo facial é um dos pares cranianos que surgem

do sulco bulbo-pontino como uma raiz motora e
uma raiz sensitiva e visceral (nervo intermédio) que
penetram juntos no meato acústico interno, onde
formam um tronco nervoso único que penetra no
canal facial.
Após penetrar no canal facial, seu trajeto apresenta
uma curva chamada joelho externo ou genículo do
nervo facial. É nesse joelho externo que
encontramos o gânglio geniculado.
O nervo facial emerge do crânio pelo forame
estilomastóideo. Logo em seguida, atravessa a Músculos da
glândula parótida e emite ramos que inervam mímica facial
músculos da face, o músculo estilo-hióideo e o
ventre posterior do músculo digástrico via fibras Músculo Fibras eferentes
eferentes viscerais especiais estilo-hióideo viscerais especiais
Ventre
posterior do
músculo
digástrico
Nervo
Glândula
facial
lacrimal
(VII)
Fibras eferentes
Glândula viscerais gerais
submandibular

Glândula
sublingual

⅔ anteriores Fibras aferentes

da língua viscerais especiais
● Nervo
Corda do
Tímpano

Repare que o nervo facial inerva as glândulas

submandibular e sublingual, mas não a glândula
parótida!
● A glândula parótida não é inervada pelo
nervo facial, mas apenas atravessada por ele.
Sua inervação se dá via nervo
glossofaríngeo (IX)!

NERVO VESTIBULOCOCLEAR (VIII)

Tipo: Sensitivo.

Fibras:
● Aferentes somáticas especiais.
É outro nervo que surge no sulco bulbo-pontino, em
sua porção lateral, que denominamos ângulo
ponto-cerebelar.
O nervo vestibulococlear passa pelo meato acústico
interno, na porção petrosa do osso temporal.

Músculo
constritor Fibras
superior da eferentes
É composto por uma porção vestibular e uma faringe viscerais
porção coclear. Essas duas partes pertencem a um especiais
único tronco, que chamamos nervo Músculo
vestibulococlear, mas têm origens e funções estilofaríngeo
distintas. Glândula Fibras
● Parte vestibular: Composta por fibras que parótida eferentes
surgem do gânglio vestibular. viscerais gerais
○ Função principal: equilíbrio.
● Parte coclear: Composta por fibras que Parte do
surgem do gânglio espiral. pavilhão Fibras
○ Função principal: audição. auditivo aferentes
somáticas
Meato gerais
NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX) acústico
Tipo: Misto. externo Nervo
glossofaríngeo
Fibras: ⅓ posterior da (IX)
● Aferentes viscerais especiais. língua
● Aferentes viscerais gerais.
Faringe
● Aferentes somáticas gerais
● Eferentes viscerais gerais Fibras
Tonsilas aferentes
● Eferentes viscerais especiais.
viscerais gerais
Tuba auditiva
O nervo glossofaríngeo emerge do sulco lateral
posterior do bulbo, na forma de filamentos que se Seio carotídeo
unem e formam um tronco.
Deixa o crânio pelo forame jugular. Corpo
No forame jugular, apresenta os gânglios carotídeo
superior/jugular e inferior/petroso.
Após a passagem pelo forame jugular, emite ramos ⅓ posterior da Fibras
para inervação da língua e faringe, principalmente. língua aferentes
viscerais
especiais
NERVO VAGO (X) Músculos da Fibras eferentes
Tipo: Misto. faringe viscerais
especiais
Fibras: Músculos da
● Aferentes viscerais gerais. laringe
● Eferentes viscerais gerais.
○ Inervação parassimpática das Vísceras Fibras eferentes
vísceras torácicas e abdominais. torácicas viscerais gerais
● Eferentes viscerais especiais.
Vísceras
abdominais
É um nervo tipicamente visceral.
Parte do
É o maior dos nervos cranianos! pavilhão Fibras aferentes
auditivo somáticas gerais
O nervo vago surge do sulco lateral posterior do Parte do meato
bulbo como filamentos que se unem e formam o acústico
nervo vago propriamente dito. externo
Deixa o crânio pelo forame jugular (assim como o Nervo Vago
nervo glossofaríngeo). Parte da (X)
O nervo vago percorre todo o pescoço e penetra no faringe
tórax, terminando no abdome. Ou seja, inerva
estruturas muito distantes de sua origem. Laringe
O nervo vago possui dois gânglios sensitivos, o
glânglio superior/jugular e o gânglio Traqueia Fibras aferentes
inferior/nodoso. viscerais gerais
Esôfago

Vísceras
torácicas

Vísceras
abdominais

Epiglote Fibras aferentes

viscerais
especiais

O nervo vago e a laringe

Na laringe, a inervação se dá pelos nervos laríngeo

superior e laríngeo inferior, ramos do nervo vago
(X).
● O nervo laríngeo superior ramifica-se em:
○ Nervo laríngeo interno
○ Nervo laríngeo externo
● O nervo laríngeo inferior é continuação do
nervo laríngeo recorrente, um ramo direto
do nervo vago. Ramifica-se em:
○ Nervo laríngeo inferior anterior
○ Nervo laríngeo inferior posterior

O nervo laríngeo inferior é considerado o nervo
motor primário da laringe, pois inerva todos os
músculos intrínsecos desse órgão exceto o músculo
cricotireóideo.
● O músculo cricotireóideo é inervado via
nervo laríngeo externo.
Após passar pelo forame jugular, a parte
descendente do nervo acessório divide-se ainda em
um ramo interno e um ramo externo.
● Ramo interno: Reúne-se ao vago e
acompanha seu trajeto
● Ramo externo: Tem trajeto próprio.
É o ramo externo que inerva os músculos
esternocleidomastóideo e trapézio!

NERVO ACESSÓRIO (XI) NERVO HIPOGLOSSO (XII)

Tipo: Motor Tipo: Motor

Fibras:
● Eferentes viscerais especiais
○ Inervam os músculos da laringe, via
nervo laríngeo recorrente.
● Eferentes viscerais gerais
○ Inervam as vísceras torácicas
juntamente às fibras vagais.
O nervo acessório apresenta uma raiz craniana e
uma raiz espinhal.
● A parte espinhal surge de filamentos que
emergem da face lateral dos 6 primeiros
segmentos cervicais da medula.
Fibras:
● Eferentes somáticas
O nervo hipoglosso surge do sulco lateral anterior
do bulbo como filamentos que se unem para formar
um tronco nervoso.
Deixa o crânio pelo canal do hipoglosso.
Distribui–se aos músculos intrínsecos e extrínsecos
da língua.

Essas duas raízes são, com frequência, referidas

como parte ascendente (raiz espinhal) e parte
descendente (craniana) do nervo acessório!
● A parte ascendente penetra no crânio pelo
forame magno.
● A parte descendente deixa o crânio pelo
forame jugular (junto dos nervos
glossofaríngeo e vago).
Reforçando a inervação da língua Repare que o ⅓ posterior da língua também
apresenta gustação, mas essa é providenciada pelo
A inervação da língua ocorre por 5 nervos: nervo glossofaríngeo!

SENSITIVA ATENÇÃO: O nervo hipoglosso (XII) é

MOTORA costumeiramente tido como o nervo motor da
GERAL ESPECIAL língua como um todo, mas não inerva o músculo
(PALADAR) palatoglosso, um dos músculos extrínsecos da
língua.
⅔ Nervo Nervo facial ● O músculo palatoglosso é inervado pelo
ANTE trigêmeo (VII), via plexo faríngeo do nervo vago (X)!
RIOR (V), via nervo corda
ES Nervo nervo do tímpano Músculo
hipoglosso lingual longitudinal
(XII) superior
⅓
POST Nervo glossofaríngeo (IX) Músculo
MÚSCULOS
ERIO longitudinal
INTRÍNSEC
R inferior
OS DA
LÍNGUA
Músculo
transverso Nervo
hipoglosso
Músculo
(XII)
vertical

Músculo
genioglosso

MÚSCULOS Músculo
EXTRÍNSEC hioglosso
OS DA
LÍNGUA Músculo
estiloglosso

Músculo Plexo faríngeo

palatoglosso do nervo vago
(X)

O nervo lingual é um ramo da divisão mandibular

do nervo trigêmeo.

O nervo facial não chega até a língua

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KENHUB. Kenhub Anatomy. 2020.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia

Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

MACHADO, Angelo; HAERTEL, Lucia Machado.

Neuroanatomia funcional. Atheneu, 2013.

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR,

Anne MR. Moore anatomia orientada para a
clínica. Guanabara koogan, 2014.