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Sistema Nervoso:

Nervos cranianos.
Módulo Percepção, consciência e emoção

Profa. Eleonora Picoli

2024/1
Objetivos

• Identificar os nervos cranianos;


• Explicar a anatomia destes nervos
(origem real, aparente, trajeto e
função);
• Relacionar os nervos cranianos
com suas respectivas funções.
• Estruturas encefálicas
Nervos • Elementos do SNP que não estão associados à medula espinal

cranianos • Dentro da caixa craniana


• Forames cranianos
Nervos cranianos
• Vias de condução
• Nervos cranianos
• Neurônios aferentes e eferentes
• Capacitam o organismo a interagir com
o ambiente (fibras somáticas) ou como
parte do sistema nervoso autônomo
regulam as vísceras do corpo (fibras
viscerais).
• Ligação ao encéfalo
Nervos cranianos • Próximo aos núcleos sensitivos e motores

Núcleos motores Núcleos sensitivos


• Recebem eferências • Centro de comunicação
• Convergem de centros • Neurónios pós sináptico
superiores ou de outros → retransmissão da
núcleos do tronco informação para outros
encefálico núcleos e centros de
processamento
• Córtex cerebral e Córtex
cerebelar
Nervos cranianos Sensitivos
NI N II N III
Olfato Visão Audição

Corpos celulares localizados em


Sensitivo especial gânglios fora do encéfalo
• N. Olfatório (I) e N. óptico (II)
Nervos • Fazem parte do SNC --> projeções do encéfalo

cranianos • Envoltos por meninges,


• Presenças de oligodendrócitos e microglia --> exclusivas do SNC
Nervos cranianos motores
N III N IV N VI N XI N XII Nervos motores
Oculomotor Troclear Abducente Acessório Hipoglosso

Músculos. Esqueléticos que


se originaram do arco Apenas feixes de
faríngeo neurônios motores
deixam o encéfalo
Axônios motores
braquiais (N XI)

Músculos esqueléticos que Axônios motores


se originaram dos somitos somáticos
cranianos
Nervos Cranianos Mistos
NV N VII N IX NX Nervos
mistos
Trigêmeo Facial Glossofaríngeo Vago

Feixes com axônios sensitivos que


entram no encéfalo e feixes com
neurônios motores que saem do
encéfalo
N I – Nervo olfatório
CORRELAÇÃO CLINICA
A perda do sentido do olfato, chamada
anosmia, pode ser causada por infecções
da túnica mucosa do nariz, lesões nas
quais ocorre fratura da lâmina cribriforme
do etmoide, lesões na via olfatória ou no
encéfalo, meningite, tabagismo ou uso de
cocaína.

Função primária: Sensitiva especial (olfato)


Origem: Receptores do epitélio olfatório
Forame: Lâmina cribriforme do etmóide
Terminação: Bulbos olfatórios
NII – Nervo óptico
CORRELAÇÃO CLINICA
Fraturas da órbita, lesões ao longo da via visual,
doenças do sistema nervoso (como a esclerose
múltipla), tumores hipofisários, ou aneurismas
cerebrais (dilatação dos vasos sanguíneos devido ao
enfraquecimento de suas paredes) podem causar
defeitos nos campos visuais e perda de acuidade
visual. A cegueira secundária a um defeito em um ou
ambos os olhos é chamada de anopsia.

Função primária: Sensitiva especial (visão)


Origem: Retina do bulbo do olho
Forame: Canal óptico do esfenóide
Terminação: Diencéfalo → quiasma óptico
N III - nervo
oculomotor

• Função primária: Motora


(movimentos oculares)
• Origem: Mesencéfalo
• Forame: Fissura orbital
superior
• Terminação: Motora
somática: Músculos reto
superior, inferior e medial; Traumas crânioencefálicos e lesões na fissura orbital superior
músculo oblíquo inferior; causam estrabismo (condição na qual os olhos não conseguem
músculo levantador da se fixar no mesmo objeto, pois um dos olhos pode estar voltado
pálpebra superior medial ou lateralmente), ptose (queda) da pálpebra superior,
• Motora visceral: Músculos dilatação da pupila, movimentação do bulbo do olho para baixo
e para longe do lado afetado, perda da acomodação para a visão
intrínsecos do bulbo do olho
em curta distância, e diplopia (visão dupla).
N IV – Nervo Troclear
CONSIDERAÇÃO CLÍNICA
Traumas cranioencefálicos, compressão por
aneurismas e lesões da fissura orbital superior
também podem gerar estrabismo e diplopia.
Indivíduos com lesões neste nervo são obrigados a
inclinar a cabeça em várias direções para manter o
bulbo do olho afetado no plano frontal adequado.

• Função primária: Motora (movimentos oculares)


• Origem: Mesencéfalo
• Forame: Fissura orbital superior
• Terminação: Músculo oblíquo superior
N V – Nervo Trigêmeo
CONSIDERAÇÃO CLÍNICA
A neuralgia (dor) transmitida por um ou mais ramos do nervo trigêmeo (V), causada por inflamações ou
lesões, é chamada de neuralgia do trigêmeo (tic douloureux). A dor é lancinante, dura entre alguns
segundos e um minuto, e é causada por qualquer coisa que pressione o nervo trigêmeo ou seus ramos. Ela
ocorre quase exclusivamente em pessoas acima dos 60 anos de idade e pode ser o primeiro sinal de uma
doença que provoque lesão dos nervos, como o diabetes, a esclerose múltipla ou a deficiência de vitamina
B12. Lesões do nervo mandibular podem causar a paralisia dos músculos da mastigação e a perda das
sensibilidades tátil, térmica, dolorosa e proprioceptiva da parte inferior da face.

Função primária: Mista (sensitiva e motora);


Nervos oftálmico e maxilar, sensitivos
Nervo mandibular misto
Origem:
• Nervo oftálmico (sensitivo):
N V – Nervo Trigêmeo
Estruturas orbitais, cavidade
nasal, pele da fronte, pálpebra
superior, sobrancelha e parte do
nariz
• Nervo maxilar (sensitivo):
Pálpebra inferior, lábio, gengivas
e dentes superiores; bochecha;
nariz, palato e parte da faringe
• Nervo mandibular (misto):
Sensitivo do lábio, gengivas e
dentes inferiores; palato e língua
(parte); motor do núcleo motor
do trigêmeo, na ponte
Terminação:
Nervos oftálmico, maxilar e
mandibular (parte sensitiva) →
núcleos sensitivos na ponte; Forame:
Nervo mandibular (parte motora) → Nervo oftálmico → fissura orbital superior;
músculos da mastigação Nervo maxilar → forame redondo;
Nervo mandibular → forame oval
N VI – Nervo
Abducente

• Função primária: Motora


(movimentos oculares)
• Origem: Ponte
• Forame: Fissura orbital
superior do esfenóide
• Terminação: Músculo reto
lateral
CONSIDERAÇÃO CLÍNICA
Em lesões do nervo abducente (VI), o bulbo do olho afetado não consegue se
mover lateralmente além da linha média e se mantém deslocado medialmente.
Isto também causa estrabismo e diplopia.
N VII –
Nervo Facial
• Função primária: Mista
(sensitiva e motora)
• Forame: Meato acústico
interno da parte petrosa
do temporal, ao longo do
canal do nervo facial, para
atingir o forame
estilomastóideo
N VII – Nervo Facial
• Origem: Sensitiva, dos receptores gustativos nos
dois terços anteriores da língua; motora, do núcleo
motor do nervo facial na ponte
• Terminação: Sensitiva, núcleos sensitivos da ponte;
motora somática, músculos da expressão facial;
motora visceral, glândula lacrimal e glândulas
mucosas nasais, por meio do gânglio pterigopa-
latino; glândulas submandibular e sublingual
(salivares), por meio do gânglio submandibular

CONSIDERAÇÃO CLÍNICA
Lesões do nervo facial (VII) por doenças como infecções virais (herpes-zóster)
ou bacterianas (doença de Lyme) causam a paralisia de Bell (paralisia dos
músculos faciais), bem como perda de gustação, diminuição da salivação e
perda da capacidade de fechar os olhos, mesmo durante o sono. Este nervo
também pode ser lesado por traumatismo, tumores e AVE.
N VIII – Nervo
Vestibulococlear
• Função primária: Sensitiva especial:
Equilíbrio estático e dinâmico (nervo
vestibular) e audição (nervo coclear)
• Origem: Receptores na orelha interna
(vestíbulo e cóclea)
• Forame: Meato acústico interno da parte
petrosa do osso temporal Terminação:
Núcleos vestibulares e cocleares da ponte CONSIDERAÇÃO CLÍNICA
e do bulbo Lesões do ramo vestibular do nervo vestibulococlear (VIII)
podem causar vertigem (sensação subjetiva de que o próprio
corpo ou o ambiente estão rodando), ataxia (descoordenação
muscular) e nistagmo (movimentos involuntários rápidos do
bulbo do olho). Lesões do ramo coclear podem causar zumbido
ou surdez. Tais lesões podem ser secundárias a condições
como traumatismo, tumores ou infecções da orelha interna.
N IX – Nervo
glossofaríngeo
• Função primária: Mista (sensitiva e motora)
• Origem: Sensitiva, do terço posterior da língua,
parte da faringe e palato, artérias carótidas no
pescoço; motora, dos núcleos motores do
bulbo
• Forame: Forame jugular, entre o occipital e o CONSIDERAÇÃO CLÍNICA
temporal Lesões do nervo glossofaríngeo causam disfagia, ou dificuldade
• Terminação: Fibras sensitivas, para os núcleos para engolir; aptialia, ou diminuição da secreção de saliva;
sensitivos do bulbo; motora somática, perda de sensibilidade na garganta/faringe; e ageusia, ou
músculos da faringe, envolvidos na deglutição; perda do paladar. Tais lesões podem ser secundárias a traumas
motora visceral, glândula parótida (salivar), ou tumores.
após sinapse no gânglio ótico
N X – Nervo vago
• Função primária: Mista (sensitiva e motora)
• Origem: Sensitiva visceral, da faringe (parte), orelha,
meato acústico externo, diafragma e vísceras nas
cavidades torácica e abdominal; motora visceral, dos
núcleos motores no bulbo
• Forame: Forame jugular, entre o occipital e o temporal
• Terminação: Fibras sensitivas, para os núcleos
sensitivos e centros autonômicos do bulbo; motora
somática, para os músculos do palato mole e da
faringe; motora visceral, para vísceras respiratórias,
cardio vasculares e digestórias nas cavidades torácica
e abdominal

Lesões do nervo vago (X), secundárias a doenças como traumas ou tumores,


causam neuropatia vagal, ou interrupção no envio das sensações de vários
órgãos das cavidades torácica e abdominal; disfagia, ou dificuldade em engolir;
e taquicardia, ou aumento da frequência cardíaca.
N XI – Nervo
acessório
• Função primária: Motora
• Origem: Núcleos motores da medula
espinal e do bulbo Forame: Forame
jugular, entre o occipital e o temporal
• Terminação: O ramo interno inerva
músculos voluntários do palato mole, CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
faringe e laringe; o ramo externo Se o nervo acessório é lesado por doenças como traumatismos,
controla os músculos tumores ou AVE ocorre a paralisia dos músculos
esternocleidomastóideo e trapézio esternocleidomastóideo e trapézio. Nesta condição, o
indivíduo não consegue elevar os ombros e tem dificuldade em
realizar a rotação da cabeça.
N XII – Nervo
hipoglosso

CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
Lesões do nervo hipoglosso (XII)
podem causar dificuldades na
mastigação; disartria (dificuldade
para falar); e disfagia. A protrusão
da língua provoca seu deslocamento
para o lado lesado, que se torna
atrofiado. Entre as causas de lesão
do nervo hipoglosso estão traumas,
tumores, AVE, esclerose lateral • Função primária: Motora (movimentos da língua)
amiotrófica (ELA, também
conhecida nos EUA como doença de
• Origem: Núcleos motores do bulbo Forame: Canal do nervo
hipoglosso do occipital
Lou Gehrig) ou infecções do tronco
encefálico. • Terminação: Músculos da língua
Aplicação clínica
Bibliografia
• SCHÜNKE, Michael. Coleção - Atlas de Anatomia 3 Volumes. Grupo
GEN, 2019. E-book. ISBN 9788527735186. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735186/.
• MARTINI, Frederic H.; TIMMONS, Michael J.; TALLITSCH, Robert B.
Anatomia humana. Grupo A, 2009. E-book. ISBN 9788536320298.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536320298/.
• GRAAFF, Kent M. Van de. Anatomia Humana. Editora Manole, 2003.
E-book. ISBN 9788520452677. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520452677/.
• MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M R. Anatomia
Orientada para Clínica, 8ª edição. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN
9788527734608. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734608/.
• TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e
Fisiologia. Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527728867.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728867/.

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