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HABILIDADES E ATITUDE MÉDICAS

HAM II
PARES CRANIANOS
• Os nervos cranianos compõem o sistema nervoso periférico - fazem a conexão
com o encéfalo (sistema nervoso central).
• Função: conduzir, através de suas fibras, impulsos nervosos do sistema nervoso
central para a periferia (impulsos eferentes – nervo motor), e da periferia para o
sistema nervoso central (impulsos aferentes – nervo sensitivo).
• São classificados em motores, sensitivos ou mistos (quando possuem as duas
funções – motora e sensitiva).
• Estão em pares, totalizando 12 pares de nervos cranianos, 10 terão origem no
tronco encefálico.
• São numerados de 1 a 12, de acordo com a sua posição craniocaudal.
• Alguns são responsáveis por órgãos do sentido (visão, olfação, audição,
gustação e tato), alguns têm a função de inervar vísceras e outros mantêm a
função motora e sensitiva da face, por exemplo.
PARES CRANIANOS
PARES CRANIANOS - Nervo Olfatório (I)
• Impressões olfatórias: receptores da mucosa pituitária na cavidade nasal e conduzidas aos
centros corticais da olfação situados nos hipocampos, após atravessarem os lobos frontais.
Os centros corticais intercomunicam-se pelas fibras associativas comissurais.

• Verificar condições que impeçam o reconhecimento do odor : resfriado, atrofia da mucosa


• Hiposmia e anosmia têm maior significado clínico pois dependem de distúrbios neurológicos,
como fratura do andar anterior da base do crânio e tumor da goteira olfatória.

• Há alterações da olfação por lesões corticais:

◗ Parosmia= perversão do olfato

◗ Alucinações olfatórias

◗ Cacosmia = sensação olfatória desagradável na ausência de substância capaz de originar


odor.

• Crises uncinadas, previamente chamadas de auras olfativas, são crises epilépticas focais
sensoriais pouco frequentes na prática clínica.
PARES CRANIANOS - Nervo Óptico (II)
• As imagens são recolhidas na retina por meio dos cones e bastonetes e conduzidas ao centro
da visão no lobo occipital, atravessando o nervo, o quiasma e o trato óptico, o corpo
geniculado lateral e as radiações ópticas.
O nervo óptico é examinado pela acuidade visual:
• diminuição = ambliopia;
• abolida = amaurose.
• Ambas podem ser uni ou bilaterais - neurite retrobulbar, tumores e hipertensão intracraniana.
• No idoso, a acuidade visual e a sensibilidade ao contraste de cores diminuem, por
opacificação do cristalino e do humor vítreo. O cristalino se torna mais rígido, diminuindo sua
acomodação. Tais fatores pré-retinianos, além de alterações na própria retina, levam à
presbiopia.
◗ Campo visual: Alterações campimétricas - tumores, infecções e desmielinização são anotadas
em relação ao campo visual, e não à retina. Assim, hemianopsia homônima direita significa
perda da metade direita de ambos os campos visuais.
◗ Fundoscopia: Podem ser reconhecidos o tecido nervoso (retina e papila óptica) e os vasos
(artérias, veias e capilares), que evidenciam fielmente o que se passa com as estruturas
análogas na cavidade craniana. Alterações possíveis: palidez da papila, que significa atrofia do
nervo óptico, o edema uni ou bilateral da papila, que traduz hipertensão intracraniana, e as
modificações das arteríolas que surgem na hipertensão arterial .
PARES CRANIANOS - Nervo Óptico (II)
PARES CRANIANOS - Nervo oculomotor (III), nervo
troclear (IV) e nervo abducente (VI)
• Examinados em conjunto, pois inervam os vários músculos que têm por função a motilidade dos
globos oculares.

• O nervo III inerva também a musculatura elevadora da pálpebra.

Motilidade extrínseca:

• A posição do globo ocular é dada pelo funcionamento harmônico dos vários músculos.
• Havendo predomínio de um deles (por paresia ou paralisia de seu antagonista), ocorre o que se
chama estrabismo (desvio do olho de seu eixo normal), que pode ser horizontal (convergente ou
divergente) ou vertical (superior ou inferior
• Na presença de estrabismo, pelo menos na fase inicial, o paciente reclama de diplopia.

• Causas mais frequentes de lesões dos nervos oculomotores são os traumatismos, diabetes
melito, aneurisma intracraniano, hipertensão intracraniana e tumores da região selar.
PARES CRANIANOS - Nervo oculomotor (III), nervo
troclear (IV) e nervo abducente (VI)
PARES CRANIANOS - Nervo oculomotor (III), nervo
troclear (IV) e nervo abducente (VI)
• Motilidade intrínseca. O exame da pupila.

• A pupila é normalmente circular, bem centrada e tem diâmetro de 2 a 4 mm - resultado do


funcionamento equilibrado entre os dois sistemas autônomos – simpático e parassimpático.

• Discoria = irregularidade do contorno pupilar é chamada discoria


• Midríase = diâmetro aumentado X miose;
• Isocoria = igualdade de diâmetro X anisocoria .
PARES CRANIANOS - Nervo oculomotor (III), nervo
troclear (IV) e nervo abducente (VI)
O sinal de Argyll-Robertson - miose bilateral, abolição do reflexo fotomotor e presença do reflexo de
acomodação. A lesão responsável situa-se na região periaquedutal, no mesencéfalo.
PARES CRANIANOS - Nervo oculomotor (III), nervo
troclear (IV) e nervo abducente (VI)
A síndrome de Claude Bernard-Horner é caracterizada por miose, enoftalmia e diminuição da fenda
palpebral. Decorre de lesão do simpático cervical (traumatismo, tumor do ápice pulmonar, pós-cirurgia
cervical).As pupilas tornam-se progressivamente menores com a idade e são menos reativas à luz e à
acomodação, diminuindo a quantidade de luz que alcança a retina.
PARES CRANIANOS - Nervo trigêmeo (V)
• Constituído pelas raízes motora e sensitivas.

• Raiz motora. É representada pelo nervo mastigador, que inerva os músculos destinados à mastigação
(temporal, masseter e pterigóideos).

Avalia-se a lesão unilateral da raiz motora pela observação dos seguintes aspectos:

◗ Atrofia das regiões temporais e masseterinas

◗ Desvio da mandíbula para o lado da lesão com a abertura da boca

◗ Debilidade do lado paralisado ao trincar os dentes

◗ Dificuldade do movimento de lateralização da mandíbula.


PARES CRANIANOS - Nervo trigêmeo (V)
Raízes sensitivas. Compreendem os nervos oftálmico, maxilar e mandibular.

As raízes sensitivas responsabilizam-se pela sensibilidade geral da metade anterior do segmento cefálico.

As alterações do trigêmeo podem ser consequência de herpes-zóster, traumatismo e tumores.

Comprometida a raiz sensitiva, o paciente irá referir dor, limitada à área correspondente à sua distribuição.
Em tais casos, utiliza-se a designação de neuralgia do trigêmeo ou de trigeminalgia.
PARES CRANIANOS - Nervo facial (VII)
• parte motora do nervo facial se divide anatomoclinicamente em dois ramos – temporofacial e
cervicofacial se distribuem para a musculatura da mímica facial.
PARES CRANIANOS - Nervo facial (VII)
• parte motora do nervo facial se divide anatomoclinicamente em dois ramos – temporofacial e
cervicofacial se distribuem para a musculatura da mímica facial.

Na paralisia unilateral, observam-se lagoftalmia (o olho permanece sempre aberto), ausência do ato de
piscar, epífora (lacrimejamento), desvio da boca para o lado normal – sobretudo quando se pede ao
paciente que mostre os dentes ou abra amplamente a boca –, incapacidade para contrair o platisma, para
assobiar e para manter a boca inflada.
PARES CRANIANOS - Nervo facial (VII)
A paralisia por lesão do nervo facial (paralisia infranuclear ou periférica) e a por lesão da via corticonuclear
ou feixe geniculado (paralisia central ou supranuclear) tem importância prática. No tipo periférico, toda a
hemiface homolateral é acometida, enquanto, na central, somente a metade inferior da face contralateral se
mostra alterada. Este último tipo ocorre com frequência nos acidentes vasculares e nos tumores cerebrais.

• O nervo intermédio ou nervo intermediário de Wrisberg, que tem curto trajeto junto ao nervo facial. Por
um de seus ramos principais (corda do tímpano), o nervo intermédio recolhe as impressões gustativas
dos dois terços anteriores da língua.
PARES CRANIANOS - Nervo vestibulococlear (VIII)
• constituído por duas raízes: a coclear(audição), e a vestibular,(equilíbrio).

• objeto de investigação da neuro-otologia, a quem compete seu exame, pois requer


aparelhagem especializada. No exame neurológico de rotina faz-se apenas uma exploração
mais ou menos simplificada das duas raízes deste nervo.

• Raiz vestibular. vertigens, náuseas, vômitos e desequilíbrio. A vertigem corresponde a uma


incômoda e ilusória sensação de deslocamento do corpo ou dos objetos, geralmente no sentido
giratório, sem alteração de consciência.

• nistagmo, desvio lateral durante a marcha, desvio postural, sinal de Romberg e provas calórica
e rotatória vestibulares.

• Quando há desvio postural durante a marcha, observa-se lateropulsão para o lado da lesão.
Estando o paciente de pé ou sentado com os olhos fechados, os membros superiores
estendidos para frente e elevados em ângulo reto com o corpo, os braços desviam-se para o
lado do labirinto lesionado, e o corpo tende a pender para este mesmo lado.

• Sinal de Romberg positivo, com desequilíbrio do corpo para o lado lesionado.


PARES CRANIANOS - Nervo glossofaríngeo (IX) e vago (X)
• Lesão unilateral do glossofaríngeo pode exteriorizar-se por distúrbios da gustação do terço
posterior da língua (hipogeusia e ageusia), porém este exame não é habitualmente realizado.
Pode aparecer disfagia. Mais raramente ocorre dor, em tudo semelhante à trigeminalgia,
exceto quanto à sede, que é na fossa amigdaliana.

• Lesão unilateral dos nervos IX e X, observam-se desvio do véu palatino para o lado normal
(não lesionado), quando o paciente pronuncia as vogais “a” ou “e”, desvio da parede
posterior da faringe para o lado normal (sinal da cortina) por meio de cuidadosa estimulação,
disfagia com regurgitação de líquidos pelo nariz e diminuição ou abolição do reflexo
velopalatino.

• Lesão isolada do X nervo e que envolve apenas o ramo laríngeo determina disfonia. A
porção autonômica (nervo vago) não é examinada de rotina.

As causas mais frequentes de lesão - neuropatia diftérica, tumor do mediastino, esclerose


lateral amiotrófica, siringobulbia (lesão do tronco encefálico) e traumatismo.
PARES CRANIANOS - Nervo acessório (XI)
• Essencialmente motor - Inerva os músculos esternocleidomastóideos e a porção superior do
trapézio.
• Lesão - atrofia desses músculos, deficiência na elevação do ombro (trapézio) e na rotação
da cabeça para o lado oposto (esternocleidomastóideo) do músculo comprometido.
PARES CRANIANOS - Nervo hipoglosso (XII)
• Exclusivamente motor. Origina-se no bulbo e se dirige para os músculos
da língua.

• Inspeção - movimentar para todos os lados, no interior e exterior,


forçando-a de encontro à bochecha
• Palpação para avaliação de sua consistência.

• Lesões unilaterais - atrofia e fasciculação na metade comprometida. Ao


ser exteriorizada, a ponta da língua se desvia para o lado da lesão; às
vezes, ocorre disartria para as consoantes linguais.

• Lesões bilaterais - atrofia, fasciculação (https://www.youtube.com/


watch?v=sBxK9CRKpP8), paralisia, acentuada disartria e dificuldade
para mastigar e deglutir.

• Causas de lesão do hipoglosso - praticamente as mesmas para os


nervos IX, X e XI (neuropatia diftérica, tumor do mediastino, esclerose
lateral amiotrófica, siringobulbia e traumatismo).
EXAME NEUROLÓGICO

Leitura da Semana: Capítulo 20 do Porto (mínimo)

Bons Estudos!!!
BONS ESTUDOS!
OBRIGADA!
luiza.cromack@unigranrio.edu.br

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