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Saber:
Nomear os nervos periféricos corretamente
Descrever a origem e o trajeto dos nervos periféricos
Conhecer os componentes constituintes dos nervos faciais e Ramos dos nervos espinhais
Fazer:
Diferenciar os nervos periféricos a partir da sua origem e disposição no corpo humano;
Dividir o sistema nervoso periférico quanto a sua estrutura e função.
Correlacionar à anatomia do sistema nervoso periférico com as funções sensório-motoras do
corpo humano.
3.1. ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Na constituição deste sistema voluntário estão presentes nervos que carregam estímulos dos
centros neurológicos para a periferia, ou seja, do SNC para o SNP. Como consequência dessa
transmissão de estímulos, são formados os movimentos
voluntários que envolvem não somente o sistema nervoso Os movimentos voluntários que
periférico, mas o sistema locomotor através das estão atrelados à realização de
uma atividade corporal como
contrações musculares que movimentam ossos em andar, sorrir e mudar a expressão
direções desejadas pelo individuo com a facilitação de facial, são oriundos de contrações
articulações posicionadas para proporcionar deslizamento musculares de estruturas
comandadas pelo sistema nervoso
Interósseo (MOORE, 2014; JOTZ, 2017).
periférico voluntário, ou somático.
SNP autônomo simpático: Suas vias estão localizadas próximas à medula, por tanto, longe dos
órgãos efetuadores. Este sistema responde a estímulos de estresse do organismo, bem como
contribui para respostas apropriadas dos órgãos aos quais está inervando. Logo, seu mecanismo
de ação envolve o inicio do comportamento do organismo humano frente a situações que exigem
gasto energético. Como exemplo da ação deste sistema, descreve-se a aceleração de batimento
cardíaco e da respiração após um estimulo aversivo, como um susto (NETTER, 2018; MACHADO,
2008).
SNP autônomo parassimpático: Suas vias estão localizadas junto aos seus órgãos efetuadores
e apresentam como característica a regulação dos órgãos para a manutenção do equilíbrio de
suas atividades. Por tanto, trabalha em conjunto com o sistema simpático, regulando
determinadas funções do organismo e, em alguns casos, atenuando o estresse do órgão sob sua
inervação. Como exemplo, pode-se fazer o contraponto com o exemplo apresentado
anteriormente sobre sistema simpático; onde o SNP autônomo parassimpático inibe, regula ou
atenuação a aceleração do batimento cardíaco após um estimulo aversivo (NETTER, 2018;
MACHADO, 2008).
Atividade de estudo - “O sistema nervoso periférico autônomo simpático atua como regulador da
atividade dos órgãos os quais inerva impedindo que situações aversivas proporcionem
instabilidade permanente em seu funcionamento”. Pode-se dizer que está proposição está
correta? Comente seu ponto de vista sobre a afirmativa.
Resposta – A proposição faz referencia ao sistema nervoso periférico autônomo parassimpático, já
que este apresenta a característica de estar localizado junto ao órgão efetuador e contribuir em
manter suas funções em equilíbrio. Proporciona ao mesmo tempo a manutenção da integridade
do órgão ao organizar sua atividade, direcionando-o a um ponto de equilíbrio funcional. Já o
sistema nervoso periférico autônomo simpático responde ao ambiente o qual está exposto, com
possibilidade de causar instabilidade ao órgão para que possa proteger de estímulos aversivos o
próprio órgão efetuador ou organismo humano como um todo.
3.2. NERVOS CRANIANOS
Os nervos cranianos são importantes para as diversas funções sensoriomotoras que envolvem,
além da inervação funcional de crânio e face, funções comportamentais como a mimica facial.
Possuem nomenclatura definida e geralmente relacionada à suas características anatômicas ou
de funções neuromotoras. Estão distribuídos em 12 pares enumerados em ordem crescente de
acordo com seu posicionamento anatômico no sentido craniocaudal (MOORE, 2014, MACHADO,
2008).
Conceito técnico - Quanto à funcionalidade, os nervos cranianos podem ser classificados como
nervos cranianos sensitivos, motores ou mistos.
Nervos motores efetuam estímulos motores que provocam movimento (eferente) e não
apresentam nenhuma manifestação sensitiva (aferente). Os movimentos de pálpebras, olho,
língua e certas regiões do pescoço são realizados graças a inervação por esses tipos de fibras.
Por tanto, podem ser classificados como motores o nervo oculomotor, nervo troclear, nervo
abducente, nervo acessório e o nervo hipoglosso (MARTIN, 2014; NETTER, 2018).
Nervos mistos, como o próprio nome sugere, apresentam função dupla por anatomicamente
trazerem em suas composições fibras axonais de neurônios motores e sensitivos táteis. Dentre
eles estão o nervo facial, nervo trigêmeo, nervo vago e nervo glossofaríngeo (NETTER, 2018;
JOTZ, 2017).
Pesquisa - Alguns nervos que são classificados como mistos também apresentam função
periférica autônoma e atuam no encéfalo. São eles o nervo vago, nervo facial e glossofaríngeo. O
nervo acessório e o nervo oculomotor também fazem parte desse grupo.
NERVO OLFATÓRIO
Este é um dos nervos mais expostos ao ambiente externo do corpo humano. Está localizado
estrategicamente sobre o osso etmoide e suas fibras distribuem-se por uma área especial da
mucosa nasal, a mucosa olfatória (MARTIN, 2014; JOTZ, 2017).
Sua classificação como nervo aferente indica que sua ação é exclusivamente sensitiva e seus
axônios são os maiores responsáveis pela comunicação com os neurônios receptores olfatórios,
que estão presentes no epitélio olfatório e são projetados para a mucosa nasal através de cílios
(MARTIN, 2014; JOTZ, 2017).
<https://www.editorasanar.com.br/blog/serie-casos-clinicos-fratura-do-osso-etmoide>
NERVO ÓPTICO
Está disposto na retina humana como transportador de diversos estímulos visuais ao encéfalo.
Sua capacidade sensorial é extremamente elevada devido a receber informações ambientais para
serem reproduzidas no córtex occipital, no sistema nervoso central (MARTIN, 2014).
A anatomia do nervo óptico conecta a retina ao polo posterior de cada bulbo ocular, penetrando
no crânio pelo canal óptico. Em seu trajeto, cruzam parcialmente suas fibras formado o quiasma
óptico para continuar seu percurso no trato óptico até o corpo geniculado lateral e se dispersarem
na radiação óptica, penetrando de forma difusa nos hemisférios cerebrais ao nível do lobo
occipital (JOTZ, 2017).
NERVO OCULOMOTOR
Nervos oculomotores são responsáveis por enviar estímulos eferentes aos músculos extrínsecos
do olho, proporcionando direcionamento do globo ocular em varias direções. Os músculos
inervados são o elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral,
oblíquo superior, oblíquo inferior. Este nervo motor tem origem no mesencéfalo, mais
especificamente na fossa interpeduncular, disposto entre corpos mamilares e ponte (MARTIN,
2014; MOORE, 2014).
NERVO TROCLEAR
O nervo troclear presenta origem abaixo dos colículos inferiores mesencefálicos na parte posterior
do tronco encefálico. Seu percurso se direciona ao músculo obliquo superior, que é o único
musculo inervado pelo nervo troclear, e está responsável pelos movimentos adução, depressão e
rotação do bulbo ocular (MARTIN, 2014; MOORE, 2014).
Conceito Técnico - Por ser um nervo motor com características funcionais e localização
semelhante ao nervo oculomotor, também é classificado como eferente somático, ou seja, conduz
estímulos do sistema nervoso central aos músculos do bulbo ocular.
NERVO ABDUCENTE
O nervo abducente atua levando estímulos motores ao músculo reto lateral e permite a
movimentação lateral do olho. Caracterizado como músculo extrínseco do olho, eferente e
somático; assim como os nervos oculomotor e troclear. Sua origem se encontra no sulco pontino
inferior (base da ponte), próximo à linha mediana abaixo do assoalho do 4º ventrículo. Em seu
trajeto, contorna o tronco cerebral e se posiciona na superfície ventral do tronco encefálico,
direcionando suas fibras em direção aos seio cavernoso e, por fim, penetra na fissura superior da
órbita (MOORE, 2014).
Pesquisar – O musculo reto lateral é responsável por movimentar o olho para fora (abdução do bulbo
do olho) e sua função pode ser alterada a partir de quadros infecciosos e outras condições que
podem levar a um quadro de diplogia horizontal.
O nervo trigêmeo transporta impulsos elétricos tanto em axônios aferentes quanto nos eferentes.
Por tanto, apresenta raiz sensitiva e uma motora, caracterizando-o como um nervo misto. Suas
principais funções envolvem a sensibilidade da face e a mastigação. Contudo, mesmo sendo um
nervo misto apresenta no sistema nervoso periférico um comportamento mais relacionado a
funções sensitivas (MARTIN, 2014; NETTER, 2018)..
O percurso dos pares de nervos trigêmeos inicia na face anterior da ponte e atravessa as fossas
média e posterior do crânio. Na fossa posterior, o nervo se apresenta envolvido por fina camada
de pia-máter. Seu percurso continua junto a margem superior do osso temporal (zona petrosa),
em direção a fossa média do crânio onde a parte sensitiva se ramificara para formar o plexo
triangular (JOTZ, 2017).
O nervo trigêmeo apresenta ramificações sensitivas ou motoras disseminadas por toda a face.
Essas ramificações são descritas como nervo oftálmico, que direciona suas fibras para o terço
superior da face; o nervo maxilar, que direciona suas fibras para o terço médio da face; e o nervo
mandibular, que direciona suas fibras para o terço inferior da face (JOTZ, 2017,NETTER, 2018).
NERVO OFTÁLMICO
O nervo oftálmico realiza a função de sensitiva periorbital e costuma ter sua função confundida
com as do nervo óptico. O nervo óptico, apesar de fazer parte do sistema nervoso periférico
responsável por funções sensoriais do olho, não realiza funções sensitivas táteis. Sua função
envolve, exclusivamente, a percepção sensorial do olho como visão de cores, percepção de
profundidade, luminância e brilho, dentre outros, o que é muito distinto quando comparado a
atuação do nervo oftálmico que está intimamente ligado a regiões cutâneas.
Projeta suas fibras em direção à fissura orbital superior e se ramifica em mais três nervos que
apresentam funções sensitivas, que são nasociliar, frontal e lacrimal (MARTIN, 2014).
Atividade de estudo - Dois nervos cranianos direcionados ao aparelho ocular realizam tarefas
sensitivas, porém suas atuações e anatomia são completamente distintas. Estamos falando do
nervo oftálmico e do nervo óptico. Por tanto, diferencie a função sensitiva de ambos os nervos.
Resposta - Nervo óptico: A sensibilidade que cabe ao nervo óptico envolve a recepção de fótons
do ambiente, o que é caracterizado como uma tarefa perceptual puramente sensorial realizada por
intermédio de cones e bastonetes que captam a energia luminosa presente no ambiente que será
transformada e uma reprodução fidedigna do ambiente externo junto ao encéfalo.
Nervo oftálmico: Sua atividade sensitiva atua na recepção de estímulos cutâneos. Capta estímulos
sinestésicos que são produzidos pelo contato direto nas superfícies inervadas pelos seus três
ramos nasociliar, frontal e lacrimal.
NERVO MAXILAR
Projeta suas fibras em direção a fissura inferior para penetrar na cavidade da orbita. Quando
acessa a cavidade da órbita inferior, o nervo maxilar passa e se chamar nervo infra-orbital. Seu
trajeto continua pelo assoalho da orbita até o sulco infra-orbital, onde acessará o canal e o forame
infra-orbital (MARTIN, 2014; MOORE, 2014).
O nervo infra-orbital continua a mesma direção para frente transitando pelo soalho da órbita,
passando sucessivamente pelo sulco, canal e forame infra-orbital e através desse último se
exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a pálpebra inferior (n. palpebral inferior),
nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial superior). Ele ainda fornece ramificações que constituem
o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, constituindo, posteriormente,
o plexo dental superior (MARTIN, 2014).
NERVO MANDIBULAR
Projeta suas fibras em direção ao forame oval no crânio, atravessa-o e se ramifica imediatamente.
Apresenta dois ramos principais chamados nervo lingual e alveolar inferior. O primeiro distribui
suas fibras na língua para gerar a sensibilidade dos dois terços anteriores. O segundo atravessa o
forame da mandíbula e segue em direção ao dente incisivo central, após atravessar a estrutura
óssea da mandíbula no trajeto do canal mandibular. Este também se ramifica, formando o plexo
dental inferior (MOORE, 2014).
É um dos nervos mais importantes da face devido a sua abrangência de inervação. Projeta-se em
direção a face a partir do bulbo pontino no sistema nervoso central, mais especificamente no
tronco encefálico. Apresenta duas raízes nervosas, uma motora e outra sensitiva, o que faz com
que seja classificado como nervo misto. A raiz motora recebe a mesma nomenclatura de origem,
sendo chamada simplesmente de nervo facial. Já a raiz sensitiva é chamada como nervo
intermédio (NETTER, 2018).
Após a ramificação, o trajeto das raízes nervosas apresenta direcionamento rumo ao meato
acústico interno para dividir espaço com o nervo vestibulococlear. No interior do meato acústico
interno, os nervos facial e intermédio adentram a uma estrutura de proteção óssea denominada
canal facial, que se localiza no osso temporal (MARTIN, 2014; MOORE, 2014).
O ramo motor (facial) cruza a glândula parótida e se ramifica, dando origem a mais dois nervos
motores, nervo temporo-facial e o nervo cervico facial. Ambos sofrem ramificações múltiplas que
proporcionam a inervação das regiões de pescoço e a porção cutânea da cabeça. Os músculos
estilo-hioideo e o ventre posterior do músculo digástrico também recebem ramificações do nervo
facial para transporte de impulsos nervosos eferentes (MARTIN, 2014; MOORE, 2014).
As fibras sensoriais que formam o nervo intermediário estão em menor número quando
comparados ao nervo facial. São direcionadas a inervação dos dois terços anteriores da língua,
realizando o transporte de estímulos sensoriais gustativos (MOORE, 2014).
Resposta - De acordo com Calais (2005), a mimica facial permite o entendimento de informações
fornecidas ao interlocutor que apenas as palavras expressas oralmente não são capazes de transmitir.
A relevância da estética no meio social também deve ser considerada e, aquele que apresenta uma
alteração importante deste aspecto, poderá ter prejudicado o seu convívio social por não conseguir
expressar seus sentimentos ao se comunicar. Lazarini et al. (2002) referiram que a privação dos
movimentos faciais limita dramaticamente a integração do ser humano com seu próximo e com o
meio devido a perda de expressão facial emocional, isso pode ocorrer devido a patologias que
cursam com a paralisia facial.
FIGURA XX– PERCURSO DO NERVO FACIAL
PESQUISA – O nervo facial também apresenta fibras vegetativas parassimpáticas junto ao nervo
petroso maior ou pela corda do tímpano para que sejam conectadas às glândulas lacrimais,
nasais, glândula sublingual e submandibular.
NERVO VESTIBULOCOCLEAR
Apesar de sua nomenclatura sugerir que um único nervo é formado para inervar tanto a cóclea
quanto a região vestibular como um todo, anatomicamente consegue ser facilmente
individualizado, já que é constituído por um grupo de dois nervos distintos condensados e,
posteriormente, separado em dois ramos axonais (MARTIN, 2014; NETTER, 2018).
Conceito técnico - É um nervo exclusivamente sensitivo e suas fibras são classificadas como
aferentes somáticas especiais e também pode ser chamado de nervo acústico ou nervo auditivo
Seu trajeto no sistema nervoso periférico inicia no bulbo do tronco encefálico, penetra no ângulo
ponto-cerebelar (porção lateral do sulco bulbo-pontino entre a emergência do VII par e o flóculo do
cerebelo); continuam seu trajeto com fibras individualizadas e bem definidas, apesar de
permanecerem juntos, lado a lado, e direcionam-se ao meato acústico interno, aonde irá se iniciar
o processo de separação dos ramos, dando origem ao nervo vestibular e ao nervo coclear
(MARTIN, 2014).
Após a ramificação, o nervo vestibular apresenta uma estrutura ganglionar, o gânglio vestibular.
Por fim, a extremidade distal do gânglio apresenta ramos distribuídos com capilaridade suficiente
para inervar os principais acidentes anatômicos do aparelho vestibular, que é constituído pelo
vestíbulo (tronco central) e seus canais semi-circulares (canal posterior, canal superior e canal
horizontal) (NETTER, 2018).
FIGURA XX – NERVO
VESTIBULOCOCLEAR
NERVO GLOSSOFARÍNGEO
O nervo glossofaríngeo esta localizado lado-a-lado aos nervos vago e hipoglosso, inervando
regiões circunvizinhas. Ele presenta tanto fibras aferentes quanto eferentes, ou seja, realiza tanto
funções motoras quanto sensitivas. Por ser um nervo misto, apresentam em determinado
momento de seu percurso uma ramificação que separa as fibras sensitivas das fibras motoras
(MARTIN, 2014; NETTER, 2018)..
Seu trajeto começa no sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares
posicionados verticalmente e, posteriormente, formam o tronco glossofaríngeo após se unirem
intimamente. O tronco glossofaríngeo emerge do crânio e imediatamente apresenta um par de
gânglios (inferior e superior) compostos por células neuronais sensitivas (MARTIN, 2014;
NETTER, 2018; ROCHA, 2015)
As fibras sensitivas seguem seu percurso em direção à língua, faringe, úvula, tonsila palatina, tuba
auditiva, seio carotídeo e corpo carotídeo. Além de inervar estas estruturas, as fibras também
direcionam ramos para o gânglio óptico que projetam fibras nervosas que constituem o nervo
aurículo-temporal para inervar a glândula parótida (MOORE, 2014).
Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis
pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do
seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais
pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio
óptico. Desse gânglio,
O trajeto das fibras motoras começa no núcleo ambíguo e no núcleo salivatório inferior, onde o
primeiro irá originar as fibras motoras eferentes e o segundo as fibras parassimpáticas do nervo
glossofaríngeo. Ao chegarem ao feixe nervoso principal, se condensam temporariamente fazendo
duas sinapses, no gânglio superior e no gânglio inferior. Imediatamente após a saída do gânglio
inferior, separam-se e penetram no forame jugular (NETTER, 2018). Após sair do crânio, forma a
raiz da língua e seu destino final é a glândula parótida, que é a maior dentre as três glândulas
salivares (NETTER, 2018).
Resposta - Os nervos sensitivos possuem fibras aferentes, e os nervos motores possuem fibras
eferentes.
NERVO VAGO
O nervo vago é mais um dos nervos que apresenta dupla função, a de conduzir informações
sensitivas e também motoras, por tanto, é caracterizado como um nervo misto. Suas fibras são
oriundas do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares, passando pelo
forame jugular no crânio em direção ao pescoço e o tórax, terminando no abdome. Ao chegar no
abdômen, apresenta varias ramificações que vão de encontro à faringe e a laringe para inervar as
vísceras torácicas e abdominais que realizam movimentos autônomos (MARTIN, 2014).
A via aferente inicia seu percurso no tronco vagal anterior, recebendo ramos tanto do sistema
gastrointestinal que compreendem os ramos gástricos anteriores, celíaco, hepático, pilórico, e
ramos intestinos, que se condensam passando pelo estomago e chegam ao plexo esofágico.
Posteriormente, o plexo esofágico une-se aos plexos pulmonares e cardíacos para formarem o
nervo vago principal (MOORE, 2014; NETTER, 2018).
Conceito técnico - Os estímulos laríngeos também são transitam pelo nervo vago, já que o nervo
laríngeo recorrente é originário do vago. Mas, além do laríngeo recorrente, o nervo vago dá
origem aos nervos cardíaco torácico, cardíaco cervical superior e cardíaco cervical inferior
(NETTER, 2018).
Existem algumas sinapses que comunicam o nervo vago a diversas regiões como, por exemplo, o
ramo faríngeo, que emite ao nervo vago fibras sensitivas para a parte inferior da faringe e ramos
para o plexo faríngeo e seio carotídeo; e nervo laríngeo superior, que emite fibras sensitivas para a
laringe superior (MOORE, 2014).
A via eferente pode ser subdividida em dois segmentos devido à função das fibras nervosas, uma
parassimpática eferente e outra motora (NETTER, 2018).
A via parassimpática eferente inicia seu trajeto no trígono do nervo vago e segue em direção ao
gânglio jugular (gânglio superior), onde formaram sinapses com as vias motoras. Em sequencia,
tanto as fibras motoras quanto parassimpáticas eferentes seguem rumo ao gânglio nodoso
(gânglio inferior). Ao deixarem o gânglio nodoso, as fibras eferentes motoras e parassimpáticas se
ramificam e assumem definitivamente percursos distintos ao mesmo tempo em que saem do
crânio pelo forame jugular (NETTER, 2018).
As fibras parassimpáticas eferentes continuam seu trajeto no feixe principal do nervo vago e
dão origem a alguns ramos como o cardíaco cervical superior, o cardíaco cervical inferior e o
cardíaco torácico, que atuam no funcionamento do coração. O nervo laríngeo recorrente, como a
própria nomenclatura sugere, atua no funcionamento da laringe e também surge a partir da do
feixe principal do nervo vago, onde estão localizadas as fibras parassimpáticas eferentes
(NETTER, 2018).
A via parassimpática motora do nervo vago, que também é eferente, seque o mesmo percurso
da via parassimpática participando da formação do feixe principal do nervo vago até o segmento
pós-ganglionar, localizado imediatamente após o ganglio nodoso em direção ao forame jugular.
Continuam seu curso e sofrendo mais ramificação em direção a laringe e faringe, onde irão
contribuir par ao processo de deglutição (MARTIN, 2014; NETTER, 2018).
O ramo faríngeo do nervo vago fornece suprimento nervoso aos músculos constritores superiores
e médio da faringe, o músculo levantador do véu palatino, o músculo salpingofaríngeo, o músculo
palatoglosso, o músculo palatofaríngeo e o músculo estilofaríngeo. Já o ramo localizado na região
da laringe conhecido como nervo laríngeo superior, irá inervar na mesma região o musculo
cricotireóideo e os músculos constritores inferiores da faringe (MARTIN, 2014).
NERVO ACESSÓRIO
Polêmica - Atualmente, a maioria dos autores considera que o nervo acessório apresente uma raiz
craniana e uma espinhal que se condensam para formar o nervo acessório propriamente dito.
Porém, vale ressaltar que as fibras oriundas do crânio não seguem no percurso do nervo
acessório por muito tempo e acredita-se que sua contribuição para a anatomia e funcionalidade da
estrutura nervosa. Este fato causa controvérsia na comunidade cientifica por incentivar alguns
autores a acreditarem que o nervo não é originalmente um nervo craniano.
As fibras motoras originam-se no núcleo ambíguo do tubérculo grácil (raiz cranial) e emergem
também no percurso do fascículo grácil (raiz espinhal); encontram-se em sua saída do crânio,
atravessando o forame magno ainda separados. Ao vencerem o limite foraminal, condensam-se e
formam o nervo acessório (NETTER, 2018).
Pesquisa - Apesar de o nervo acessório ser formado na condensação das fibras da raiz espinhal
e da raiz cranial, não há fusão completa de fibras, ou seja, as fibras craniais não se misturam as
fibras espinhais. Permanecem separadas apesar de estarem intimamente juntas por todo o
percurso do nervo acessório.
As fibras do núcleo ambíguo, que formam a porção encefálica do nervo acessório, estabelecem
sinapse com o nervo vago no gânglio jugular superior e passam a ser integrantes parciais do
nervo vago. As fibras em questão seguem integradas ao nervo vago até chegarem ao encontro do
nervo laríngeo recorrente para inervar todos os músculos da laringe, com exceção do músculo
cricotireóideo (NETTER, 2018; MOORE, 2014; ROCHA, 2015)
As fibras do fascículo grácil, que formam a porção espinhal do nervo acessório, se mantem no
ramo principal do nervo acessório rumo a dois músculos, o esternocleudomastóideo, que contribui
na lateralizarão, rotação e inclinação do pescoço bilateralmente; e o musculo trapézio, que realiza
movimentos de ombro, principalmente na retração e elevação
de ombro (ROCHA, 2015; NETTER, 2018). O nervo acessório apresenta fibras
proprioceptivas (aferente) e fibras
motoras (eferentes), apesar de ser
considerado um nervo
FIGURA XX – PERCURSO DO NERVO ACESSÓRIO exclusivamente motor
NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Fonte: Disponível em:
< http://metabolismoemorfofisiologia.blogspot.com/2014/09/nervo-acessorio.html>
Acesso em: 11.01.2019
NERVO HIPOGLOSSO
É o ultimo par de nervos cranianos e está classificado como nervo motor por apresentar
componentes eferentes somáticos.
A via eferente se origina do trigono do hipoglosso do tronco encefálico e parte do sistema nervoso
central. transita através do canal do hipoglosso e recebe fibras dos nervos espinhais de C1/C2.
Ao chegar na porção lateral de artéria carótida interna, projeta um grande ramo denominado raiz
superior da alça cervical que inerva a parte anterior dos músculos omo-hioideu, esternotireoideu e
esterno-hioideu. O músculo omo-hioideu recebe inervação distinta na porção posterior, que é
oriunda da raiz posterior da alça cervical (NETTER, 2018).
.
FIGURA XX – RAMOS TERMINAIS EFERENTES DO NERVO HIPOGLOSSO
Para que se possa ter uma visão geral da numeração, nomenclatura, função e origem de cada
nervo craniano, o quadro a seguir apresenta um resumo de cada estrutura.
Nº Nervo Função Componentes
Nervo
VIII Vestibular: orientação e movimento. Coclear: audição Sensitivo
vestibulococlear
Atividade de estudo - Os nervos fazem parte do corpo humano em toda a sua extensão. Podem ser
classificados como de origem ___________ ou espinhal. A reunião de todos os nervos existentes no corpo
humano forma um sistema conhecido como _______________. Este sistema apresenta gânglios que possuem
grande quantidade de corpos celulares nervosos.
Resposta: Craniano / Sistema nervoso periférico.
Atividade de estudo – No sistema nervoso periférico, um nervo misto possui fibras oriundas do
sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que passam pelo forame
jugular no crânio, terminando seu percurso no abdome. Ao passar pela faringe e a laringe,
inervam as vísceras torácicas e abdominais para realização de movimentos autônomos. Por tanto,
estamos falando de qual par de nervos cranianos?
Resposta: Nervo vago.
Os nervos espinhais ou raquidianos, como o próprio nome sugere, fazem conexão com a medula
espinhal, tanto enviado estímulos quanto recebendo pelas vias ventrais e dorsais,
respectivamente. São responsáveis por inervar o tronco, os membros e partes da cabeça.
Em questão de tamanho, a raiz dorsal se sobressai por apresentar maior números de radículas,
que correspondem anatomicamente a primeira eminencia de raiz nervosa (filamentos). O par
dessas raízes, aos se projetar da medula, segue em direção a estruturas importantíssimas para o
processamento de estímulos sensitivos e exclusivos da raiz dorsal, os gânglios espinhais. Estes
gânglios contem uma grande quantidade de corpos celulares de neurônios responsáveis pela
condução de estímulos aferentes, ou seja, estímulos sensitivos (NETTER, 2018).
A raiz ventral é constituída por estruturas muito similares à raiz dorsal. Porém, além da diferença
de não apresentarem em seu percurso conexão com um gânglio, apresentam a função motora.
Suas radículas ou filamentos, em geral, se agregam para que possam gerar dois feixes próximos
ao forame intervertebral.
Pesquisa - Ao observar as raízes ventral e dorsal separadas emergindo de locais distintos da
medula é possível perceber que o trajeto das informações sensitivas e motoras não se confunde
no sistema nervoso central a nível de medula. O que já foi demonstrado de forma mais clara no
capitulo anterior.
Em suas projeções rumo aos órgão e estruturas efetoras, as raízes ventral e dorsal unem-se para
que sigam um mesmo trajeto n região pós-ganglionar para que assim formem o nervo espinhal,
que então emerge através do forame interespinhal. Para melhor entendimento sobre o processo
de formação do nervo espinhal, segue figura XXXX
Na observação da estrutura anatômica do nervo espinhal, pode-se perceber que cada nervo se
projeta em direção a lados opostos da medula. Observando a medula em um corte sagital (divisão
no eixo central e longitudinal), observa-se que as raízes ventrais e dorsais a direita da medula se
projetam ao hemicorpo ipsilateral (mesmo lado) e as raízes ventrais e dorsais a esquerda também
apresentam a mesma configuração.
Este detalhe anatômico dos nervos espinhais é importante quando observamos, especialmente,
os nervos que compõe os membros superiores e inferiores (braços e pernas), já que as fibras
direcionadas ao hemicorpo direito inervam os membros ipsilaterais, e o mesmo ocorre em fibras
do hemicorpo esquerdo, que inerva os membros do hemicorpo esquerdo.
Para que se entenda melhor a formação de cada raiz nervosa, será obedecida a divisão
anatômica da coluna e descrito como cada nervo se originou. Por tanto, serão apresentados os
ramos oriundos dos nervos espinhais cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos e sua
correlação com o a inervação da pele, músculos e outras estruturas.
Subdividido num grupo de 8 pares de nervos, os nervos espinhais cervicais inervam a região do
pescoço, região posterosuperior do tórax e parte dos membros superiores, com exceção da área
dorso-medial dos braços e antebraços.
Pesquisar - Os ramos dorsais dos nervos espinhais cervicais se subdividem em ramos medial e
lateral para inervarem os músculos e a pele das regiões posteriores do pescoço e tórax superior.
Curiosamente, quatro pares de nervos dorsais não seguem esta configuração e não se ramificam.
O primeiro par é conhecido como nervo suboccipital e inerva os músculos retos posteriores maior
e menor da cabeça, oblíquos superior e inferior e o semi-espinhal da cabeça. Em seu trajeto,
passa pelo no arco posterior do atlas e inferior à artéria vertebral. Finalmente, para acessar os
músculos os quais inerva, penetra no trígono suboccipital e conecta-se aos músculos (ROCHA,
2015; MARTIN, 2014).
Na sequencia, o segundo e ramo cervical dorsal inerva o musculo obliquo inferior e segue seu
percurso juntamente com outros ramos dorsais cervicais. Apresenta subdivisão medial,
denominada nervo occipital maior, que inervam a pele do couro cabeludo até o vértice do crânio e
o músculo semi-espinhal da cabeça. Já o ramo lateral, inerva os músculos esplênio, longuíssimo e
semi-espinhal da cabeça (ROCHA, 2015; MARTIN, 2014).
No terceiro nervo dorsal cervical, o ramo medial cruza os músculos espinhal da cabeça e semi–
espinhal do pescoço, músculo esplênio e o músculo trapézio para se conectar a pele da região.
Ele também origina o terceiro nervo occipital, que que se conecta a pele da parte inferior da região
occipital. O ramo lateral deste nervo agrupa suas fibras com o segundo ramo dorsal cervical
(ROCHA, 2015; MARTIN, 2014; JOTZ, 2017).
Os próximos cinco pares de nervos cervicais dorsais fazem percursos agrupados entre si
mantendo a divisão anatômica individualizada, sendo que os ramos laterais são responsáveis pela
inervação dos músculos iliocostal do pescoço, longuíssimo do pescoço e longuíssimo da cabeça.
Os ramos mediais do quarto e do quinto nervos acessam os processos espinhosos das vértebras
para chegarem aos músculos esplênio e trapézio. Chegam à derme e inervam a pele, com
exceção do quinto ramo medial (MARTIN, 2014).
Pesquisar: Os ramos mediais do sexto, sétimo e oitavo nervos cervicais inferiores se direcionam
para inervar os músculos semi-espinhal do pescoço, semi-espinhal da cabeça, multífido e
interespinhais.
FIGURA XX – VISTA LATERAL DOS RAMOS DORSAIS DOS NERVOS ESPINHAIS CERVICAIS
Fonte: Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/sn-periferico/nervos-
espinhais/>
Acesso em: 11.01.2019
Os ramos dorsais dos nervos espinhais torácicos, assim como a maior parte dos nervos espinhais,
apresentam ramificação medial e lateral. Os ramos
laterais cruzam a periferia do ligamento intertransversal e Ao inervarem o músculo multifido,
ramos mediais realizam sinapses
passam sobre o músculo elevador da costela. Já os
que permitem o controle motor
ramos mediais passam próximos ao ligamento costo- voluntário para a extensão da
transversário superior. As camadas musculares coluna. Os ramos laterais
atravessam o ligamento
posteriores torácicas membranas e tecidos adjacentes
sacrotuberal para se conectarem a
recebem projeções dos nervos torácicos para efetuarem, região glútea
principalmente, o trabalho respiratório a partir da
contração muscular eferente, além de possibilitarem transmissão de impulsos sensitivos à medula
(MARTIN, 2014; NETTER, 2018).
Na região lombar, os ramos dorsais dos nervos espinhais se direcionam para a região medial dos
músculos intertransversários para que posteriormente sejam subdivididos. Nos ramos mediais,
mais especificamente nos ramos oriundos dos segmentos L1, L2, e L3; dão origem aos nervos
localizados na derme da região glútea, contribuindo para sensibilidade cutânea da área. Outras
terminações nervosas dorsais se direcionam ao músculo multífido, além de outros músculos
responsáveis pela extensão, rotação e inclinações da coluna lombar (MARTIN, 2014).
Tanto ramos dorsais torácicos quanto dorsais lombares inervam os músculos estriados
esqueléticos da parte terminal do tórax, projetando suas fibras para músculos que apresentam
origem nas vertebras e costelas torácicas inferiores e se inserem nos processos transversos
vertebrais lombares superiores e costelas (NETTER, 2018).
O quarto e o quinto nervos espinhais sacrais não sofrem a mesma ramificação semelhante aos
outros nervos do mesmo segmento e efetuam diretamente certas estruturas do períneo e do
aparelho geniturinário. Os três primeiros ramos dorsais sacrais (S1, S2, S3) dividem-se em ramos
medial e lateral. Os ramos mediais, ao passarem pelo músculo multifido, conectam-se a ele para
contribuir com sua atividade neuronal, e os ramos laterais seguem em direção aos glúteos
formando em seu percurso conexões com ramos laterais lombares. O quarto nervo sacral e o
quinto nervo lombar seguem intimamente juntos rumo ao glúteo e formam as alças dorsais ao
sacro e suas fibras se projetam para a inervação do glúteo máximo e a pele da região glútea
(NETTER, 2018).
Os ramos ventrais dos nervos espinhais inervam os membros e as faces ântero-laterais do tronco.
Com exceção dos ramos ventrais de T2 a T12 da região torácica, os outros ramos unem-se
entrelaçando suas fibras para darem origem aos plexos. Os seres humanos apresentam em seu
sistema nervoso três plexos principais, que são o plexo cervical, formado pelos ramos ventrais dos
nervos cervicais superiores; o plexo braquial, formado pelos ramos ventrais dos nervos cervicais
inferiores, e a maior parte do ramo ventral do 1º nervo torácico; e o plexo lombo-sacral, formado
pelos ramos ventrais da maioria dos nervos lombares e sacrais (ROCHA, 2015).
PLEXO CERVICAL
Este plexo é constituído de dos ramos ventrais de C1 a C4, que se reúnem para formar um grupo
de três feixes. Estes feixes formam tanto a porção superficial e quanto a profunda do plexo
cervical (MARTIN, 2014).
Vias superficiais
A parte superficial é constituída por fibras essencialmente sensitivas e a profunda por fibras
motoras. As fibras sensitivas se projetam para o pescoço e posteriormente para o pavilhão
auricular e para a periferia da clavícula. As fibras motoras buscam a região muscular ântero-lateral
do pescoço e o diafragma (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2014).
Atividade de estudo: O nervo frênico se origina na região cervical e possui fibras motoras do
plexo braquial que derivam de C3, C4 e C5, e acompanham o músculo escaleno anterior,
atravessam certas estruturas do tórax até chegar ao seu destino final, a musculatura do assoalho
torácico, que é essencial para o processo de ventilação do sistema respiratório (DRAKE; VOGL;
MITCHELL, 2014).
Com base nessa afirmação, cite qual o músculo da respiração que recebe fibras da região cervical
e realiza a maior parte da atividade inspiratória ao ser contraído. Além disso, comente qual o tipo
de fibra responsável pelo envio deste estimulo contrátil ao músculo.
Resposta: O principal músculo inspiratório e que recebe fibras neuronais dos ramos de C3, C4 e
C5 é o diafragma. As vias que levam informação contrátil ao músculo diafragma são as fibras
motoras (vias eferentes), que atuam no potencial contrátil dos músculos estriados esqueléticos.
Assim como nos ramos dorsais, o primeiro ramo ventral não se subdivide e os outros nervos
apresentam conexões com alças comunicantes e, além disso, se dividem em ascendente e
descendente. A primeira comunicação é feita a partir da comunicação entre ramos ventrais de C2
e C3 (alça C2-C3) que inervam a cabeça e o pescoço. A segunda comunicação ocorre entre C3 e
C4 (alça C3-C4) que inervam a porção cutânea do ombro e do tórax (DRAKE; VOGL; MITCHELL,
2014)..
A seguir, o quadro (xxxx) relaciona estruturas inervadas pela a ramificação do plexo cervical em
suas vias superficiais ascendentes e superficiais descendentes.
Vias profundas
PLEXO BRAQUIAL
A inervação de mais de três quartos do membro superior é feita pelo plexo braquial, o que faz com
que este seja o principal responsavel pela sensibilidade e ações motoras dessa região. Tem sua
origem na coluna cervical e torácica, e é formado por ramos anteriores dos quatro nervos
espinhais cervicais inferiores (C5,C6,C7,C8) e do primeiro torácico (T1). Seu percurso, após sair
de sua origem em raízes cervicais e T1, segue em direção ao pescoço posterior ao músculo
esternocleudomastóideo; próximo aos músculos escalenos anteriores e médios, passa pela axila
ate que se ramifica em várias terminações nervosas periféricas (MARTIN, 2014; JOTZ, 2017).
Os nervos que formam o plexo braquial apresentam estruturas com divisão bem definida, apesar
de estarem intimamente próximas. Suas ramificações são subdivididas em tronco superior, tronco
médio e tronco inferior. Cada tronco é resultado da projeção de ramos ventrais, onde o tronco
superior é originado dos nervos C5-C6, o tronco médio do nervo C7 e o tronco inferior de C8-T1
(ROCHA, 2015; JOTZ, 2017).
Os troncos sofrem divisões que originam fascículos organizados de acordo com suas funções.
Esta divisão corresponde a formação de nervos anteriores e posteriores que estabeleceram
sinapses para juntos estabelecerem a formação dos fascículos que fornecem fibras nervosas aos
nervos terminais periféricos do membro superior (JOTZ, 2017; MARTIN, 2014).
O fascículo lateral é formado por fibras oriundas da divisão anterior do tronco superior, o fascículo
posterior é formado pela divisão posterior dos três troncos (anterior, médio e posterior) e o
fascículo lateral é originado das fibras nervosas anteriores do tronco inferior (NETTER, 2018).
Do fascículo lateral são originados os nervos musculocutâneo, nervo peitoral lateral e a raiz lateral
do nervo mediano; o fascículo posterior origina os nervos subclávio superior e inferior, o nervo
toracodorsal, o nervo axilar e o radial e o fascículo medial origina a raiz medial do nervo
musculocutâneo, peitoral medial, cutâneo medial do braço, cutâneo medial do antebraço e o nervo
ulnar (NETTER, 2018; DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2014).
).
Conceito técnico: Os nervos que se originam fora dos fascículos podem ser denominados como
não fasciculares. Estes apresentam fibras oriundas do plexo, mas não inervam obrigatoriamente
os membros superiores. Os que são originados nos fascículos lateral, posterior ou media são
denominados como fasciculares. Os quadros a seguir mostram quais nervos são originados dos
fascículos e quais iniciam sua ramificação antes de chegarem à região fascicular do plexo
braquial.
Nervo Radial C5, C6, C7, C8 e Músculos tríceps braquial, Fascículo posterior
T1 braquiorradial, extensor radial
longo e curto do carpo,
supinador e músculos da
região posterior do antebraço.
FIGURA XX – RAÍZES NERVOSAS CERVICAIS E A FORMAÇÃO DO PLEXO BRAQUIAL
NERVOS TORÁCICOS
Pesquisa - Os ramos ventrais estão localizados no percurso das regiões intercostais, com
exceção do último que se localiza abaixo da 12ª costela e recebe a nomenclatura de nervo
subcostal. Este nervo projeta suas fibras para o tórax, abdômen, glúteo e face lateral da coxa. Nas
regiões glútea e lateral da coxa é feita a inervação aferente/sensitiva.
Apesar das fibras nervosas ventrais de T1 comporem o plexo braquial, algumas acessam o tórax
para compor o primeiro nervo intercostal. Este nervo segue o percurso da borda inferior da
primeira costela no sulco costal, que geralmente compartilha espaço com duas veias, uma artéria
e o nervo correspondente. Esta configuração ocorre por todo o percurso do tórax, nas 12 costelas
de forma semelhante ao que se vê no primeiro ramo ventral dos pares de nervos torácicos
(DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2014).
PLEXO LOMBAR
De acordo com Gray e Goss (1988), o plexo lombar se projeta para a região anterior das vertebras
lombares e na parede posterior do abdômen. É constituído por fibras neuronais dos ramos
ventrais de T12, L1, L2, L3 e L4 e sua constituição anatômica pode apresentar alterações. O
quarto par de nervos ventrais lombares (L4) integra parcialmente suas fibras ao plexo, bem como
as fibras oriundas de T12. Já os ramos de L1, L2 e L3 participam integralmente da composição do
plexo.
Os nervos que se originam nos ramos ventrais da região lombar participam da inervação da
própria região e contribuem para o transporte de impulsos nervosos de membros inferiores. Por
tanto, as fibras neuronais que formam os ramos ventrais de L1 participam da constituição do nervo
ilio- hipogastrico, nervo ilio-inguinal e nervo genito femural (raiz superior). As fibras de L2
participam da constituição dos nervos Nervo Genitofemoral (raiz inferior), Nervo Cutâneo Lateral
da Coxa (Raiz Superior) e Nervo Femoral (Raiz Superior). Nos ramos de L3 estão presentes
Nervo Cutâneo Lateral da Coxa (raiz inferior), Nervo Femoral (raiz media) e a Nervo Obturatório
(Raiz Superior). Os ramos de L4 possuem fibras que constituem o Nervo Femoral (Raiz Inferior) e
a Nervo Obturatório (Raiz Inferior) (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2014).
O plexo sacral formado tanto por fibras nervosas projetadas de nervos sacrais quanto coccígeos.
Como nas outras regiões da coluna vertebral, apresentam grande quantidade de fibras oriundas
de ramos ventrais (MARTIN, 2014; JOTZ, 2017).
Pesquisar – Do plexo sacral originam-se nervos essenciais para a execução de funções motoras e
sensitivas de pelve e membros inferiores.
Os principais nervos originados no plexo sacral são o nervo fibular comum, fibulares superficial e
profundo, nervo tibial, nervo pudendo, nervo cutâneo Posterior da Coxa, nervos glúteos
superiores, médios e posteriores, músculo quadríceps da coxa, músculo gêmeo inferior, músculo
piriforme, músculos levantador do ânus, coccígeo, esfíncter externo do ânus, nervo esplâncnico
pélvico, músculo obturatório interno e músculo gêmeo superior (DRAKE; VOGL; MITCHELL,
2014).
O nervo isquiático, mais conhecido como nervo ciático, é o maior e um dos principais nervos do
corpo humano. Possui fibras nervosas oriundas de L4, L5, S1, S2 e S3 e projeta-se em direção
aos membros inferiores e sua ação chega até o calcâneo. Suas ramificações dão origem aos
nervos da perna, que são os nervos fibulares e o nervo tibial, que são essenciais para a execução
de movimentos de flexão plantar e dorsiflexão de tornozelo (NETTER, 2018).
Noticia de jornal - A ciatalgia (dor ciática) acontece quando há uma compressão do nervo ciático,
causando uma dor em formigamento que começa na coluna e pode se estender pela parte
posterior da perna, chegando até o pé. Dois exemplos de situações de compressão do nervo são
a hérnia de disco lombar e a síndrome do piriforme. No caso da hérnia, um ou mais discos que
ficam entre as vértebras lombares comprimem a região do nervo próxima à coluna (...). Disponível
em: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/dor-no-nervo-ciatico-exercicio-leve-
ajuda-a-fortalecer-musculatura-do-tronco.ghtml
O plexo coccígeo apresenta pequena estrutura formada por um pequeno ramo descendente do
ramo ventral do quarto nervo sacral; ramos ventrais do quinto nervo sacral e nervo coccígeo. Sua
função, basicamente, se resume na inervação da pele sobre a região do cóccix (MARTIN, 2014)
Para que o conhecimento sobre a neuroanatomia do sistema nervoso periférico não se limite a
teoria apresentada por autores que já experienciaram contato direto com estruturas macro e
microscópicas do sistema nervoso, torna-se imperativo que o conhecimento prático seja buscado
pelo leitor ou o aprimoramento dos estudos teóricos seja uma busca constante, utilizando métodos
que enriquecem a forma de observar o assunto. Sugere-se a visualização de vídeos e leituras
complementares de artigos que possam dar base à uma crítica consistente sobre o assunto.
REFERÊNCIAS
CALAIS, Lucila Leal et al. Avaliação funcional da mímica na paralisia facial central por acidente
cerebrovascular. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, 2005.
CANNONI, Luiz Fernando et al. Lesões traumáticas de nervos cranianos. Arquivos Brasileiros
de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery, v. 31, n. 04, p. 184-194, 2012.
DRAKE, Richard; VOGL, A. Wayne; MITCHELL, Adam WM. Gray Anatomia para estudantes.
Elsevier Brasil, 2015.
GRAY, H.; GOSS, C. M. Gray anatomia. 29ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1988.
MACHADO, Angelo. Neuroanatomia Funcional. 2.ª edição. São Paulo: Editora Atheneu. 2000.
MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.
NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 7ed. Elsevier Brasil, 2000.
ROCHA, Marco Antonio. Neuroanatomia.2 ed. Rio de Janeiro: Revinter editora, 2015.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e Fisiologia de Seeley. Porto Alegre: AMGH
2016.