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Sistema Nervoso Autônomo (SNA)

Graduação Médica

11 min• há 20 dias

Índice
1.

Quais as principais funções do Sistema Nervoso Autônomo?


2.

Organização e Divisão do Sistema Nervoso Autônomo


3.

Os neurônios e o Sistema Nervoso Autônomo


4.

Inervação simpática e parassimpática


5.

Atividade muscular vigorosa


6.

Sistema Nervoso Simpático


7.

Papel do Sistema Nervoso Simpático


8.

Sistema Nervoso Parassimpático


9.

O que é vagotomia?
10.

Continue estudando de forma simplificada!


11.

Sugestão de leitura complementar


Índice

Sistema Nervoso Autônomo: tudo o que você precisa saber para a sua
prova!

O Sistema Nervoso Autônomo (SNA), também conhecido como sistema nervoso


vegetativo na literatura mais antiga, é a porção do sistema nervoso central (SNC)
que controla a maioria das funções viscerais do organismo, considerado como
parte do sistema motor.

Entretanto, ao invés dos músculos esqueléticos, seus agentes efetores são os


músculos lisos, o músculo cardíaco, as glândulas e parte do tecido adiposo.

Quais as principais funções do Sistema Nervoso


Autônomo?
Também chamado de sistema nervoso visceral, suas fibras aferentes e eferentes
desempenham uma importante função na manutenção do ambiente corporal
interno, a homeostasia. Além disso, o SNA também participa das respostas
coordenadas e apropriadas a estímulos externos.

Esse sistema ajuda a:

 Controlar a pressão arterial


 Motilidade gastrointestinal
 Secreção gastrointestinal
 Esvaziamento da bexiga
 Sudorese
 Temperatura corporal
 E muitas outras funções

Algumas delas são quase inteiramente controladas, enquanto outras, apenas


parcialmente. Uma das características mais acentuadas do SNA é a rapidez e a
intensidade com que ele pode alterar as funções viscerais.

Organização e Divisão do Sistema Nervoso Autônomo

O sistema nervoso autônomo é ativado, principalmente, por centros localizados


na medula espinal, no tronco cerebral e no hipotálamo. Além disso, porções do
córtex cerebral, em especial do córtex límbico, podem transmitir sinais para os
centros inferiores, e isso pode influenciar o controle autônomo.

Os sinais autônomos eferentes são transmitidos aos diferentes órgãos do corpo


por meio de duas grandes subdivisões chamadas sistema nervoso simpático e
sistema nervoso parassimpático. Além disso, podemos considerar também o
sistema nervoso entérico, que inclui as fibras nervosas dos plexos mioentérico e
submucoso, situados na parede do trato gastrointestinal.
Em ambos sistemas, a inervação é feita por meio de uma via de dois neurônios
em série. O primeiro neurônio, chamado de pré-ganglionar, sai do sistema
nervoso central (SNC) e projeta-se para um gânglio autônomo, localizado fora do
SNC.

No gânglio, o neurônio pré-ganglionar faz sinapse com o segundo neurônio,


chamado de neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-
ganglionar localiza-se no gânglio autônomo, e o seu axônio projeta-se para o
tecido alvo.

Os neurônios e o Sistema Nervoso Autônomo

Um gânglio constitui um conjunto de corpos celulares de neurônios localizados


fora do SNC. O conjunto equivalente localizado dentro do SNC é conhecido
como núcleo. Hoje, sabe-se que existem neurônios localizados inteiramente
dentro do próprio gânglio.

Esses neurônios permitem que os gânglios autônomos atuem como minicentros


de integração, recebendo sinais sensoriais da periferia do corpo e modulando
sinais motores para os tecidos-alvo. Provavelmente, essa disposição permite que
um reflexo seja integrado totalmente dentro de um gânglio, sem o envolvimento
do SNC.

Fonte: http://
www.comissoesggv.uff.br/wpcontent/uploads/sites/358/2018/09/
Fisiologia-do-Sistema-Nervoso-Aut%C3%B-4nomo.pdf

Imagem: As vias autonômicas consistem em dois neurônios que fazem sinapse


em um gânglio autonômico.
Inervação simpática e parassimpática

Os órgãos-alvo do SNA apresentam atividade espontânea, que é independente da


inervação autonômica. Assim, essa inervação (simpática e parassimpática)
apresenta um efeito modulador sobre esta atividade espontânea.

Este efeito pode ser excitatório, aumentando a atividade espontânea, ou


inibitório, reduzindo-a. A inervação autonômica pode ainda apresentar atividade
tônica, ou seja, as fibras pós-ganglionares apresentam potenciais de ação
regularmente, com liberação contínua de neurotransmissores. Dessa maneira, os
efeitos excitatórios ou inibitórios são mantidos continuamente, caracterizando o
que se convencionou chamar de tônus.

Como diferenciar o sistema simpático do parassimpático?

Os sistemas simpático e parassimpático podem ser diferenciados


anatomicamente, mas não há uma maneira simples de separar as ações dessas
divisões sobre seus órgãos-alvo. A melhor forma de distingui-los é de acordo
com o tipo de situação na qual estão em maior atividade.

Em momentos de repouso, descanso, o parassimpático está no comando,


assumindo o controle de atividades rotineiras, como a digestão após uma
refeição. Em contrapartida, o simpático tende a assumir o comando em situações
estressantes, quando há alguma ameaça em potencial, o que promove uma
descarga simpática maciça e simultânea em todo o corpo. Esse processo de
ativação simpática é conhecido como uma resposta de “luta ou fuga”.

Atividade muscular vigorosa

Quando grandes porções do sistema nervoso simpático descarregam ao mesmo


tempo há um aumento da capacidade do organismo de exercer atividade muscular
vigorosa por meio de diversas formas. Assim, os principais efeitos desse processo
são:

 Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial


 Dilatação dos bronquíolos
 Inibição da motilidade e secreção intestinal
 Aumento na liberação de hormônios das glândulas suprarrenais
 Ereção dos pelos
 Aumento do metabolismo da glicose
 Vasoconstrição cutânea e esplênica
 Vasodilatação dos músculos esqueléticos.

A soma desses efeitos permite ao indivíduo exercer atividade física com muito
mais energia do que seria possível de outra forma. Como o estresse mental ou
físico pode excitar o sistema simpático, muitas vezes se diz que a finalidade
desse sistema é a de fornecer a ativação extra do corpo nos estados de estresse.

Sistema Nervoso Simpático

Nos mamíferos, os neurônios simpáticos pré-ganglionares encontram-se


distribuídos na substância cinzenta da medula espinal, principalmente no corno
lateral, entre os segmentos C8- T1 até os primeiros segmentos lombares (L1 –
L2). Por isso, algumas vezes, o sistema simpático é referido como sistema
toracolombar.

Os axônios dos neurônios simpáticos pré-ganglionares constituem curtos nervos


que saem da medula espinal pela raiz ventral, assim como os axônios dos
motoneurônios espinais, e formam um pequeno feixe -o ramo comunicante
branco- em direção aos gânglios simpáticos.

Cornos da medula
A estrutura da medula espinhal baseia-se na organização das substâncias branca e
cinzenta. A substância cinzenta da medula tem a forma de borboleta, ou um H,
em sua região central.

Para a divisão da substância cinzenta, consideramos a existência de duas linhas


nos contornos do ramo horizontal do “H”, formando o corno anterior, o corno
posterior e o corno lateral (também chamados de colunas). O corno lateral,
entretanto, só aparece na medula torácica e parte da medula lombar.

De acordo com alguns critérios, a região central da medula também pode ser
conhecida como sustância cinzenta intermédia, que é ainda subdividida em
intermédia central e intermédia lateral (onde está contido o corno lateral).

As colunas anteriores e posteriores são mais desenvolvidas em determinadas


dilatações da medula cervical e da medula lombar, devido a inervação dos
membros superiores e inferiores, respectivamente. No centro da substância
cinzenta, encontramos o canal central da medula ou canal ependimário.

Gânglios

Os gânglios do sistema simpático, em sua maioria, encontram-se conectados


entre si formando uma longa cadeia longitudinal que se estende dos dois lados da
coluna vertebral, formando a cadeia paravertebral, ou tronco/cadeia simpática.

Outros gânglios simpáticos são separados da cadeia paravertebral, encontram-se


mais medialmente e são denominados gânglios pré-vertebrais.

Axônios

Os axônios dos neurônios pós-ganglionares são nervos longos que deixam os


gânglios em um feixe denominado ramo comunicante cinzento e se incorporam
aos nervos mistos, se dirigindo aos seus territórios de inervação.
Portanto, nos nervos mistos podemos encontrar fibras aferentes associadas a
receptores sensoriais, fibras eferentes associadas a motoneurônios, mas também
fibras eferentes simpáticas. Além disso, fibras pós-ganglionares dirigidas a um
órgão-alvo podem constituir um nervo individualizado.

Papel do Sistema Nervoso Simpático

O papel do sistema nervoso simpático nas atividades da vida cotidiana é tão


importante quanto a resposta de luta ou fuga. Esse sistema deve atuar
continuamente em equilíbrio com o funcionamento do sistema parassimpático.
Diante disso, é comum a interpretação errônea de que o simpático sempre tem
ação excitatória. Enquanto o parassimpático tem ação inibitória.

Devemos compreender que as duas divisões autônomas normalmente atuam de


modo antagônico no controle de um determinado tecido-alvo. No entanto, às
vezes, eles atuam de maneira cooperativa em diferentes tecidos para atingir um
objetivo. Por exemplo, o aumento do fluxo sanguíneo necessário para a ereção
peniana está sob o controle do sistema parassimpático, porém a contração
muscular necessária para a ejaculação do sêmen é controlada pela divisão
simpática.

Além disso, as glândulas sudoríparas e a musculatura lisa da maioria dos vasos


sanguíneos apresentam-se como exceções a este controle autônomo antagonista
das duas divisões. Esses tecidos são inervados somente pela divisão simpática e
dependem estritamente do controle tônico (aumento ou redução desse “tônus
simpático”).

Sistema Nervoso Parassimpático

Os neurônios parassimpáticos pré-ganglionares podem ser encontrados em duas


localizações distintas no SNC:
 No tronco encefálico, associados a núcleos de nervos cranianos (III,
VII, IX e X pares cranianos)
 Segmentos sacrais (S2 e S3) da medula espinal.

Por esta razão, o sistema parassimpático é frequentemente referido como sistema


craniossacral. No tronco encefálico, as fibras pré-ganglionares emergem
associadas às fibras destes nervos cranianos.

Já nos segmentos sacrais da medula espinal, os neurônios emergem da medula


espinal pela raiz ventral. Além disso, projetam-se pelo nervo pélvico para a
inervação de seus órgãos-alvo. Diferentemente do sistema simpático, os gânglios
do sistema parassimpático não se encontram reunidos em uma cadeia. Eles estão
isolados, situados muito próximos aos órgãos-alvo ou mesmo em sua parede.

Geralmente, os neurônios pré-ganglionares parassimpáticos possuem axônios


longos, ao passo que os neurônios pós-ganglionares possuem axônios curtos.

Inervação parassimpática

A inervação parassimpática direciona-se primariamente para a:

 Cabeça
 Pescoço
 Órgãos internos.

O principal nervo parassimpático é o nervo vago, o qual contém cerca de 75%


de todas as fibras parassimpáticas. Este nervo conduz tanto informação sensorial
dos órgãos internos para o encéfalo, quanto informação parassimpática eferente
do encéfalo para os órgãos.

O que é vagotomia?
A vagotomia é um procedimento no qual o nervo vago é cirurgicamente
seccionado. Durante algum tempo, essa cirurgia foi o tratamento preferencial
para úlceras gástricas, uma vez que a remoção da inervação parassimpática
diminui a secreção ácida do estômago.

Entretanto, esse procedimento tem muitos efeitos colaterais indesejáveis e tem


sido substituído por tratamentos farmacológicos com ações mais específicas.

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Sugestão de leitura complementar


 Farmacologia do sistema nervoso autônomo
 Resumo de sistema nervoso: histologia, SNC, SNP e autônomo
 Nervo vago: causador do estresse ou a grande solução para ele? |
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