Você está na página 1de 13

1

CÉLULA NERVOSA E SUAS


PROPRIEDADES
INTRODUÇÃO

O sistema nervoso faz parte do sistema de controle do nosso corpo, junto com o sistema
endócrino. Juntamente com o sistema endócrino controla sistemas como o sistema circulatório,
portanto seu entendimento é fundamental para a compreensão de outros sistemas. Lembrando que
o coração tem seus batimentos de forma independente, porém é interferido.
A complexidade do sistema nervoso varia com a espécie, existem animais que não possuem
cérebro, só gânglios nervosos, e no caso dos vertebrados existe todo o sistema nervoso com sua
complexidade: cérebro, medula e nervos.
O sistema nervoso central é constituído pelo cérebro e pela medula espinhal. E como ele é
o central é ele que gera informações, é ele que processa as informações recebidas, e precisa ser
protegido, e ele está todo envolto a um arcabouço ósseo que é nosso crânio e nossa coluna vertebral.

Já o sistema nervoso periférico são os nervos. Nervo nunca está no sistema nervoso central,
ele é periférico, a gente nunca fala de nervo no sistema nervoso central, falamos de trato, que
corresponde a um nervo central. Também é constituído por gânglios, que são acúmulos de corpos
de neurônios fora do sistema nervoso central.
No SNP temos a porção sensorial, que é sempre a raiz dorsal da medula espinhal. Todo nervo
que entra dorsalmente é sensorial, podendo ser sensorial somático ou sensorial visceral. Todo que
entra ventralmente é ou motor autônomo ou motor somático.
2

A diferença do motor somático para o motor autônomo, visualmente, é que tanto o sensorial
quanto o motor é um único neurônio, que sai da medula espinhal até o órgão alvo, é um neurônio
único não tem ligações com outros neurônios. Já o autônomo tem ligações com dois neurônios
periféricos, então vai ter um neurônio pré-ganglionar e um pós-ganglionar. Então se ele tem esse
duplo neurônio, esse sistema periférico formado por dois neurônios diferentes vai haver corpo
celular fora, que forma a estrutura chamada de gânglio. Isso acontece no sistema nervoso
autônomo, que se caracteriza pela presença de gânglios que são conjuntos de corpos celulares fora
do sistema nervoso central. O sensorial também tem gânglio, mas este fica no SNC, forma essa
estrutura de gânglio na medula. O gânglio mesmo que recebe essa denominação, que é fora, está
no autônomo.
A região dorsal é toda sensorial, então os nervos que vão para a região dorsal, são todos
aferentes, eles sobem com a informação para o sistema nervoso central. Toda informação que
recebemos, está sendo levada pela porção dorsal. Tudo que vem para desencadear uma resposta, é
pela raiz ventral. Tanto que, dependendo do local de fratura na medula, podemos prejudicar o SN
sensorial ou motor.
Na porção sensorial, a porção da raiz dorsal, vamos ter os neurônios periféricos sensoriais
viscerais e os neurônios periféricos sensoriais somáticos. Tudo que temos na pele é somático, na
víscera é visceral. A parte visceral é menos sensível em relação ao somático. Até pelo canto
receptivo que as vísceras vão ter, que é diferente do somático, tem menos capacidade de captar a
informação.

Na porção motora, a porção da raiz ventral, temos os neurônios motores somáticos, que pega
informação do sistema nervoso central e leva via neurônio, através do potencial de ação, chegando
até o músculo esquelético e os neurônios motores do SN autônomo (só que essa não é uma porção
aferente, é uma porção eferente.), ele vai através de potencial de ação também, mas ele não vai para
o musculo esquelético, ele vai para o músculo liso, cardíaco, ou nas glândulas exócrinas. O foco de
ação é diferente. No motor é pega informação nervoso, do impulso nervoso e transformou numa
resposta física.
3

Já no sensorial, o estímulo físico que é transformado em um impulso elétrico e é captado pelo


sistema nervoso para ser processado e entendido, é uma informação aferente, não mais eferente.
Os receptores sensoriais conseguem interpretar diferentes intensidades, por isso conseguimos
diferir, muito claro de muito escuro, muito alto de muito baixo (o som). É possível ter noção de
intensidade.
Pois de acordo com o estímulo físico que somos submetidos, no receptor sensorial aquele
estímulo vai causar uma maior ou uma menor frequência de despolarização, gerando um maior ou
menor potencial de ação, e através da intensidade desse potencial de ação é que vamos ter a
percepção de intensidade.

O sistema nervoso central inteiro precisa ser protegido, temos as vértebras e também temos
as meninges fazendo isso. Temos a dura-máter externamente, a aracnoide e a pia-máter mais
fininha. Elas envolvem todo o sistema nervoso central fazendo sua proteção. Inclusive existe um
líquido que ajuda nessa proteção chamado de líquido cefalorraquidiano, localizado no espaço
subaracnóideo, é um líquido bastante parecido com nosso plasma sanguíneo, se origina dele
inclusive, um grupo de célula que são chamados de ependimárias, que são células da glia, ficam na
região do ventrículo e na medula e nessa região ocorre produção desse líquido continuamente, pois
além de proteção, esse líquido também garante glicose para o sistema nervoso. Esse líquido é
renovado durante todo o dia principalmente pelos ventrículos cerebrais.
O líquido cefalorraquidiano se localiza no espaço subaracnóideo, no canal central da
medula espinhal e no sistema ventricular do cérebro. Tem função primordial de proteção, mas
também de nutrição. O líquido é translucido, se ele muda de cor algo está errado

O cérebro em si está dividido em duas porções: inferior e superior. Tudo que é superior que
é o córtex cerebral, está relacionado com a consciência, o andar, o falar, está relacionado com a
consciência, consigo andar por conta da contração do músculo esquelético que é inervado pelo
neurônio motor somático, que é voluntário.
Já no inferior, o tronco cerebral, temos o bulbo, ponte, mesencéfalo e diencéfalo. Nessa
porção não temos consciência do que está acontecendo, o estar em posição ereta (postura)
normalmente é por conta disso, por exemplo, porque o meu sistema nervoso central porção
inconsciente involuntário manda. Então minha musculatura esquelética controlada pela porção que
eu não tenho controle, que determina isso.
4

TIPOS CELULARES CONSTITUINTES DO SISTEMA


NERVOSO CENTRAL

Temos os neurônios, que é a célula básica, fundamental, detentora da função nervosa em si e


as células da glia que é o auxiliar dele, sem a qual o neurônio não funcionaria, as células da glia
não gera potencial de ação mas facilita a condução nervosa.

NEURÔNIO

É a unidade funcional básica do sistema nervoso, é ele que conduz potencial de ação, ele que
possui neurotransmissores e então é o único que conduz impulso nervoso. É no neurônio que ocorre
a coleta e a integração de informações, então toda a informação que recebemos, por exemplo,
sensorialmente vai lá para o sistema nervoso central, é processado e é lida. Isso ocorre através de
neurônio.

1. Neurônios possuem forma e função variada

O bipolar se fala mais na parte de visão, fica na retina e faz a correção das informações que
vão ser conduzidas para o SNC. O multipolar está presente em toda parte ventral da medula
espinhal, e o pseudounipolar está na parte sensorial, pois o corpo celular dele não pode estar fora
do SNC (isso só ocorre no autônomo). Quem capta a informação é o dendrito, então se o corpo
celular está na medula espinhal, não teria como captar se ele fosse multipolar. Por exemplo, na pele
se tivesse algo furando não teria como captar se os dendritos estivessem no SNC, então esse
neurônio sensorial possui esses dendritos fora, são dendritos bem longos, que captam e conduz
através desse neurônio pseudounipolar, até o axônio para fazer sinapse com um neurônio multipolar
e levar a informação centralmente. Então o primeiro neurônio sensorial é pseudounipolar, ele tem
o corpo celular dele dentro do sistema nervoso central, mas o dendrito dele é gigante e ele que está
no órgão alvo, e o axônio é menor e leva a informação para o próximo neurônio. O axônio varia de
tamanho de acordo com o tipo de sistema nervoso sensorial. O sensorial que é pseudounipolar
levando informação para a medula espinhal, e então tem o interneurônio, que são neurônios
pequenos que modulam (inclusive o bipolar é um neuromodulador) e, então, o motor, que é
multipolar. Então de acordo com a mudança de função, se tem mudança na forma do neurônio.
5

2. Unidades Anatômicas do Neurônio

O neurônio é composto basicamente de dendritos, corpo celular, axônio e terminações pré-


sinápticas do axônio.
Os dendritos são extensões do corpo celular e tem como função básica captar informações,
eles recebem estímulos químicos ou elétricos para gerar futuramente um potencial de ação.
O corpo celular é o local onde vai haver todo o processamento das informações, é lá onde
está o núcleo, organelas, só no corpo celular por exemplo que vai haver síntese de
neurotransmissor, ou aporta para síntese futura. Pois só no corpo existe o núcleo e as organelas
que possibilitam a tradução de proteínas.
O axônio também são extensões do corpo celular, e é nessa região que vai haver potencial
de ação. Somente a partir do axônio é que tem potencial de ação sendo gerado e conduzido. O
potencial de ação é igual do início ao fim, ele é regenerativo. Não existe síntese de nada no
axônio, existe apenas condução do impulso, pois nele vai haver muitos canais iônicos e através
desses canais que é gerado o potencial de ação. Esse axônio pode ser mielinizado ou não. A
mielina é uma bainha lipídica, serve como um isolante, ela isola porções do axônio facilitando
condução nervosa, a condução passa a ser saltatória.
Nas terminações pré-sinápticas vai ter a liberação de neurotransmissor ou a sinapse
elétrica sendo realizada. Sendo a sinapse química se tem no terminal sináptico as vesículas
contendo neurotransmissores, que, caso ocorra o estímulo, são liberados através da exocitose para
fazer sinapse com a célula seguinte, a célula pós-sináptica. Caso a sinapse for elétrica vão haver
junções, canais entre as células pelos quais os íons vão passar.

3.Sinapse

Sinapse é o local de contato do terminal pré-sináptico com a célula adjacente. Então a sinapse
depende de uma célula pré-sináptica, que no caso se for uma sinapse química vai haver liberação
de neurotransmissor, pra que ele se ligue a um receptor na célula pós-sináptica. Se for uma sinapse
elétrica vai ter os canais quase que interligando as duas células. Esse local de sinapse não
necessariamente é entre um dendrito e um axônio. Pode ser sinapse axôniodendritica, pode ser
axônioaxônica, axôniosomática (que é axônio com corpo celular) ou axônio com o terminal.
6

CÉLULAS DA GLIA
As células da glia são as células ependimais, oligodendrócitos (que é da bainha de mielina),
a célula de schwann (que forma a bainha fora do SNC), astrócito e a micróglia (que corresponde a
célula de defesa).

A função das células da glia é praticamente estrutural, pois ele dá suporte, nutre a célula
nervosa. Também com a produção de fatores de crescimento que direciona o desenvolvimento de
como deve ser formado o sistema nervoso, após lesões também onde há possibilidade de recompor
estrutura nervosa, isso também é guiado pelas células da glia, através de fatores de crescimento.
A cicatriz glial também é responsabilidade da célula da glia, quando a lesão não tem
possibilidade de recuperação das células nervosas, ela é substituída por tecido glial.
Também a barreira hematoencefálica, os vasos sanguíneos na região nervosa é todo envolto
com célula da glia, não existe comunicação direta de vaso sanguíneo com célula nervosa; existem
células intermediarias, os astrócitos, que se ligam e vedam esses vasos, captam nutrientes, toda
troca gasosa acontece através dele, e ele que passa para a célula nervosa, ele é o “atravessador.”
As células ependimais na região do ventrículo e na região do canal medular, são responsáveis
pela produção do líquido cefalorraquidiano. Que tem como função proteger e nutrir.
A produção da mielina também é de responsabilidade da glia, além disso também o
tamponamento de potássio, cálcio e de neurotransmissores extracelulares, faz uma espécie de
limpeza.
E é sempre importante lembrar que célula da glia não produzem potencial de ação.

1. Macróglias
Nesse grupo estão os astrócitos e os oligodendrócitos, os astrócitos responsáveis pela barreira
hematoencefálica e pela cicatriz glial. No caso do oligodendrócito ele vai formar a bainha de
mielina, essa bainha nada mais são que os “braços” dos oligodendrócitos envolvendo o neurônio,
eles conseguem envolver mais de um neurônio por vez.
As células de schwann fazem o mesmo que os oligodendrócitos só que no sistema nervoso
periférico, então o responsável por produzir a bainha de mielina no sistema nervoso periférico é a
célula de schwann, só que esta só consegue envolver um neurônio por vez.
7

2. Micróglias

Corresponde aos macrófagos, que tem como função limpar, fagocitar, então ele limpa também
os íons, neurotransmissores os resíduos da sinapse, mas também ele limpa o que é estranho para
aquele sistema, como na lesão tecidual, ela vai tentar destruir isso, a célula morta ou a célula que
não é normal para aquele sistema, possuem propriedades ameboides e fagocíticas. Essas células em
equilíbrio vão ser benéficas para o sistema imune, mas em excesso pode ser prejudicial, podendo
vir a causar as doenças autoimunes, como por exemplo a esclerose múltipla.

3. Epêndima

São as que ficam na região do ventrículo e na medula espinhal, lá no canal medular,


responsáveis pela produção do liquido cefalorraquiano. Desequilíbrio nessas células pode causar
hidrocefalia. Na região onde estão as células ependimais, existe muitos vasos que se chama plexo
coroide, esse aporte de vasos é o necessário para ela produzir o líquido, a partir do plasma.

POTENCIAIS ELÉTRICOS DOS NEURÔNIOS

POTENCIAL DE REPOUSO DE MEMBRANA

Os nossos neurônios tendem a ficar em repouso; o estado de equilíbrio é o potencial de


repouso de membrana e isso ocorre porque os neurônios têm uma baixa permeabilidade aos íons
nesse estado. Também nesse estado se tem constantemente a bomba de sódio e potássio ativada. E
nesse momento de repouso o neurônio nem está gerando nem está conduzindo potencial, ele está
em repouso. Para que essa célula comece a responder de forma diferenciada ela precisa de um
estimulo, para despolarizar ou hiperpolarizar.
Com o estimulo a célula muda seu potencial. Por exemplo, se o potencial de repouso de uma
célula é -70 millivolts, e ela passa para um de -50 millivolts, já é um potencial excitatório, se ela
vai para -90 millivolts ela vai hiperpolarizar.
O potencial de repouso a célula fica negativa dentro e positiva fora, se ela despolariza o que
ocorre é que ela fica mais negativa fora do que dentro, e se ela hiperpolariza ela fica mais negativa
ainda do que ela era antes no repouso dentro, e positiva fora.
8

POTENCIAL PÓS-SINÁPTICO

Então ocorreu estimulo, alterou permeabilidade dos canais iônicos e a partir disso se altera a
voltagem da membrana e a partir disso vai haver um potencial pós-sináptico excitatório ou
inibitório. Para tirar uma célula do repouso o estímulo necessário é alterar a permeabilidade dos
canais. Os potenciais pós-sinápticos podem ser excitatórios (PPSE) ou inibitórios (PPSI). O
PPSE é aquele que é gerado e causa despolarização, caso atinja um limiar gera potencial de ação.
Já o PPSI ele causa hiperpolarização da célula, então o que já era negativo dentro se torna mais
negativo ainda.

POTENCIAL DE AÇÃO

Para que exista potencial de ação é necessário a redução do potencial de membrana, tornando-
a mais positiva, reduzindo o valor da voltagem dela. E isso acontece por alteração da voltagem da
membrana através da mudança da permeabilidade dos íons, pelos canais iônicos. Esse potencial de
ação é a forma que o neurônio tem para conduzir a informação nervosa. Esse potencial de ação é
regenerativo, ele começa e termina com a mesma intensidade, pois ao longo desse neurônio existem
canais iônicos voltagem dependente. E os canais vão se abrindo, alterando voltagem, e assim vai
até o final.

POTENCIAL DE REPOUSO X POTENCIAL DE AÇÃO DE MEMBRANA


Para que o potencial de repouso ele se torne um potencial de ação, tem que ter alteração da
voltagem da célula que se dá a partir da alteração da permeabilidade dos canais de sódio, potássio,
cloreto e cálcio, então para que eu tenha um potencial de ação é necessário um potencial pós-
sináptico excitatório que cause um influxo de sódio nessa célula, então tendo esse influxo de sódio
essa célula começa a se tornar mais positiva dentro e negativa fora. E isso não é o axônio todo de
uma vez, é progressivo. Despolariza uma parte, estimula outra, e a parte anterior já vai
repolarizando. Na região do axônio se alcançou o limiar de excitação vai o potencial, se não
alcançar não tem nada. (lei do tudo ou nada)

MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DE REPOUSO


Estritamente dependente da bomba de sódio e potássio, todos os neurônios, seja em repouso
ou não tem essa atividade da bomba, mas para os neurônios em repouso ela é fundamental. A
bomba de sódio e potássio coloca 3 sódios para fora, e 2 potássios para dentro, e só nisso o lado de
fora fica mais positivo.
Fora isso a membrana em repouso tem baixa permeabilidade a íons e essa permeabilidade é
diferencial, pois na membrana existem canais que são chamados canais de gotejamento, como o
nome diz é muito pouco que vai ser liberado, mas ainda assim é, e esse canal de gotejamento é de
potássio, então a bomba bota pra dentro, e o potássio sai da célula, tornando a célula mais positiva
ainda do lado de fora.
Fora essas duas coisas ainda tem o aprisionamento do cloreto, o cloreto está na célula e não
consegue sair por conta da baixa permeabilidade. Então prende cloreto dentro da célula, e fora dela
sódio, potássio e cálcio. Por isso a célula em repouso é negativa dentro e positiva fora. É a bomba
de sódio e potássio, a baixa permeabilidade da membrana, fechamento dos canais de cloreto e a
presença dos canais de gotejamento que vai permitir que o repouso seja mantido.
9

ALTERAÇÃO DO POTENCIAL DE REPOUSO


O que muda o potencial de repouso são os impulsos sinápticos/estímulos advindos de uma
célula pré-sináptica. Esse impulso/estímulo faz com que a célula vá de um potencial de repouso
para um PPSE ou um PPSI
Os modos pelos quais existe alteração do potencial de repouso, a gente já falou. O que muda
o repouso é o potencial pós-sináptico e esse pode ser inibitório ou excitatório, então ocorrendo o
estimulo para geração desse potencial de sináptico é o que vai tirar essa célula de repouso, seja
para tornar ela mais negativa ainda dentro ou mais positiva. Ela sai do equilíbrio no excitatório ou
no inibitório.
Se diminui potencial pós-sináptico (tornou mais positivo), é excitatório, pois se tornou mais
positivo. Se eu aumentei o potencial pós-sináptico (tornou mais negativo), é inibitório. E isso
depende da natureza do neurotransmissor e do receptor de membrana.

1. Potencial pós-sináptico excitatório

O que vai acontecer é uma diminuição do valor, uma positivação do potencial de membrana
e com isso essa célula vai sair do repouso através da ligação neurotransmissor-receptor, e vai ter a
abertura dos canais de sódio e uma despolarização da célula. Então é essa abertura dos canais de
sódio causada pela interação neurotransmissor-receptor que causa do potencial pós-sináptico
excitatório. Sempre que falar despolarização é tornar a célula mais positiva.

2. Potencial pós-sináptico inibitório.

Aumenta a voltagem negativa, se torna mais negativa, hiperpolariza. Isso pode acontecer a
partir do estimulo, abrindo canais de potássio e cloreto. Lembrando que a bomba sempre vai estar
ativa, então se eu abro canais de potássio ele vai querer sair da célula então ela vai ficar mais
negativa ainda dentro. E o cloreto ele não sai, ele entra, negativando mais ainda.
10

Resumidamente se tem o potencial de repouso, o potencial pós-sináptico excitatório e o


possível potencial de ação e tem o potencial pós-sináptico inibitório. Quando o estímulo acaba
acontece a repolarização e a célula volta ao repouso.
Obs.: Potencial pós-sináptico excitatório e inibitório não acontece de forma isolada. Um
neurônio faz sinapse com milhares, então ao mesmo tempo ocorre inibição e excitação, o que ocorre
no nosso corpo é uma competição. Se vence o PPSE vai acontecer despolarização e o PA, se vende
o PPSI ele inibe. É o que acontece na dor, nosso sistema nervoso produz substâncias que inibem a
dor, ou seja , ele está produzindo PPSI.

PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL EXCITATÓRIO/INIBITÓRIO PÓS-


SINÁPTICO.
O potencial pós-sináptico não é regenerativo como o potencial de ação, pois ele depende da
ligação entre neurotransmissor e receptor, então ele vai se perdendo. Se essa intensidade diminui a
ponto de não atingir o limiar de excitação não tem potencial de ação, se ela atingir a intensidade
suficiente para causar despolarização aí sim tem potencial de ação. Então não necessariamente
sempre que se tem PPSE vai ter PA.
Potencial de ação então é um evento explosivo que consiste em um sinal elétrico regenerativo
iniciado no seguimento inicial do axônio e é responsável pela propagação dos sinais elétricos sem
decréscimo na magnitude. Esse potencial de ação é gerado por um PPSE, em detrimento do PPSI,
existem uma competição, então se o PPSE vence é gerado o potencial de ação e esse sendo gerado
é conduzido em milésimo de segundos. E por isso se diz que o sistema nervoso é de resposta rápida
e o endócrino lenta.
Limiar de excitação é aquele ponto em que não tem mais volta. A descarga é o exemplo
clássico, se puxar bem pouquinho não acontece nada, não seca descarga, não gera potencial de
ação, começou a gerar o PPSE, mas não gerou PA pois não alcançou o limiar. Se segurar um pouco
e soltar já vai até o final, pois chegou em um ponto que atingiu o limiar de excitação que dali para
a frente se regenerou, ou seja o estimulo foi regenerativo, gerou potencial de ação. Terminou o
ciclo o que acontece é que a caixa de descarga vai voltar ao normal, vai voltar ao estado de repouso.
Sai do repouso quando alguém estimular de novo.
11

O potencial de ação é uma consequência principalmente da abertura dos canais voltagem


dependente, de sódio principalmente, o cálcio também ajuda, mas na parte inicial não tem tantos
canais de cálcio como no terminal, então a despolarização é mais por conta do sódio mesmo. Então
se tem inicialmente a abertura dos canais de sódio que causa despolarização que vai marcar o ciclo,
a finalização do ciclo de geração de potencial de ação é a repolarizaão que é causada pela abertura
mais tardia dos canais de potássio. Cada canal tem um tempo de abertura, os canais de sódio são
mais rápidos que os de potássio. Tem um momento de despolarização que é quando os canais de
sódio abriram, e os de repolarização que é quando os canais de sódio já fecharam e os de potássio
tão abrindo.
Na despolarização tem a intensa abertura dos canais de sódio voltagem dependente (por isso
é regenerativo), influxo de sódio acontece. A abertura é rápida, mas fecha rápido também e então
na repolarização ocorre o fechamento dos canais de sódio e potássio respectivamente, causando
maior saída do potássio.

O que acontece no axônio é isso, atingiu limiar de excitação, despolarizou de forma focal,
altera voltagem, já é estimulo para o canal do lado dela despolarizar, enquanto que essa membrana
em que o canal de sódio já estava aberto, passa a fechar e abrir potássio. Então se tem
despolarização seguido de repolarização. Isso acontece até o final, e então é o momento que a célula
já está toda repolarizada.
Então a gente vai ter um momento de despolarização, um momento de hiperpolarização
porque quando o canal de potássio abre não vai sair certo a quantidade de potássio, então a célula
sempre fica um pouco mais polarizada que o normal e aí depois ela finalmente volta para o repouso
dela, somente nesse momento é que um novo ciclo pode acontecer. Antes disso não existe resposta.
Um novo potencial de ação só é iniciado ao término do anterior.
12

VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO AO LONGO


DO AXÔNIO

O axônio pode ser mielinizado (mielínico) ou não mielinizado (amielínico), no caso do


mielinizado a condução é bem mais rápida do que no amielínico, pois no que possui a bainha se
tem a chamada condução saltatória. Não significa que o estímulo fica pulando. Se ela é sem mielina
ela vai ter que passar “de mão em mão” até chegar no final, se ela tem mielina é um salto, como se
corresse do início ao fim, pois esse intervalo é justamente o isolado, e nesse isolamento não tem
canal, e só tem canal nos “nós”, na região sem mielina é onde estão concentrado os canais, vai se
ter o máximo influxo por exemplo de sódio, despolarizando a célula de maneira intensa, e o canal
do outro lado é voltagem dependente, que consequentemente abre, isso é a condução saltatória.
Acontece por conta da mudança de voltagem.
Sabendo que os neurônios mielinizados só têm canais nos locais sem mielina, nos nodos, se
existe uma lesão na bainha o que acontece é que o impulso não vai passar direito, ou não vai passar.
O neurônio que tem axônio amielínico tem canal durante todo o axônio, diferente dos mielinizados.

SOMAÇÃO DOS POTENCIAIS PÓS-SINÁPTICOS

Outra coisa que facilita a condução de impulsos nervosos é a somação, existem as somações
espaciais e as temporais. As espaciais é o que já foi dito antes, o neurônio não faz sinapse apenas
com um único neurônio, faz com milhares então se ele está recebendo sinapse de vários neurônios
está recebendo uma somação de informações, se como no exemplo, está todos estimulando ao
mesmo tempo, está ocorrendo uma somação espacial, onde está somando vários estímulos. A
somação temporal é quando entre um estímulo e outro existe uma interseção entre eles, então essa
interseção que é por exemplo o momento que vai haver acúmulo de neurotransmissor na fenda
entre eles, essa interseção é a somação temporal. Somação espacial é quando é completa, é tudo de
uma vez, ao mesmo tempo o estimulo. A somação temporal já não é, existe uma perda, pois entre
um estimulo e outro já começou a retirar neurotransmissor, a interseção entre um estimulo e outro
que vai ser somado. Mas as duas ocorrem ao mesmo tempo toda hora. A espacial é mais eficiente.
Isso serve para minimizar o decréscimo do potencial para estimular uma célula, e gerar um
potencial excitatório ou inibitório na célula seguinte. Se é excitatório que está sendo gerado isso
vai facilitar a geração de um potencial de ação, essa somação ela aumenta o potencial pós-sináptico
excitatório facilitando chegar num limiar de excitação e causar um potencial de ação. Se é inibitório
essa somação ela vai minimizar, prejudicar mais ainda a geração de potencial de ação.
13

PERÍODO REFRATÁRIO
Após o processo de excitação se tem o período refratário, onde não se tem resposta da célula.
Se tem dois períodos refratários

1. Período refratário absoluto


Que é quando está tendo influxo de sódio, ou seja, quando a célula da despolarizando

2. Período refratário relativo


Que é quando está repolarizando, está fechando canal de sódio, e abrindo de potássio para
repolarizar.

Nesses dois momentos a célula não responde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As células nervosas são grandemente especializadas e complexas e a propagação do potencial


de ação e consequente função nervosa é estritamente dependente da ação de íons, de proteínas
transportadores e também de canais iônicos.

AUTORES
• The Bo$$ of bitches
• A Rolezeira
• A Mãe natureza
• A Supermodel Mãe de Pinchers
• O Sorriso
• A Amarga
• O Gato Gostoso
• O Bebezão

Você também pode gostar