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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

(Delegação de Maputo)

CURSO: PSICOLOGIA

Cadeira: Neurociência

Tema: Atenção

Discente: Docente

Ana lipanga Dr. Rio Aquino

Danila Maria da Silva Nhamposse

Dulce Catarina matos

Filomene Américo Nhampossa

Maputo: Novembro de 2022


Discente
Ana Lipanga
Danila Maria da Silva Nhamposse
Dulce Catarina Matos
Filomene Américo Nhampossa

Atenção

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue no Instituto Superior De
Ciências e Tecnologia Alberto
Chipande na Cadeira de
Neurociência, leccionado pelo
docente:

Dr. Rio Aquino

Maputo: Novembro de 2022


Índice
1. Introdução.........................................................................................................................................1

1.1. Objectivos......................................................................................................................................2

1.1.1. Geral...........................................................................................................................................2

1.1.2. Específicos.................................................................................................................................2

1.1.3. Metodologia...............................................................................................................................2

II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................................3

2.1. Conceito de atenção......................................................................................................................3

2.2. Funcionamento da atenção............................................................................................................3

3. Bases fisiológicas de atenção...........................................................................................................4

4. Bases neuronais dos processos atencionais......................................................................................4

5. Tipos de atenção...............................................................................................................................6

6. Psicologia da atenção e percepções..................................................................................................8

7. Memoria e atenção...........................................................................................................................9

8. Organização e funcional dos sistemas nervosa..............................................................................10

8.1. O sistema nervoso central...........................................................................................................10

8.2. O sistema nervoso central...........................................................................................................12

8.3. O Sistema Nervoso Periférico.....................................................................................................13

9. Conclusão.......................................................................................................................................15

10. Referências bibliográficas............................................................................................................16


1. Introdução
Atenção é um conceito estudado na psicologia cognitiva que se refere à forma como processamos
informações presentes em nosso ambiente específico activamente. Enquanto uma pessoa lê um
livro, por exemplo, estão acontecendo muitas coisas ao redor – sons e sensações, a pressão dos pés
contra o chão, a visão da rua por uma janela próxima, o calor das roupas, a memória de uma
conversa que teve mais cedo com um amigo.

Portanto, a atenção é um componente básico da nossa biologia, presente até mesmo no nascimento.
Nossos reflexos de orientação nos ajudam a determinar quais eventos em nosso ambiente precisam
ser atendidos, um processo que auxilia na nossa capacidade de sobreviver. Os recém-nascidos
atendem aos estímulos ambientais, como ruídos altos. Um toque contra a bochecha desencadeia o
reflexo de procura, fazendo com que a criança vire sua cabeça para mamar e receber nutrição.

Esses reflexos de orientação continuam a nos beneficiar ao longo da vida. A buzina pode nos alertar
sobre um carro que se aproxima. O cheiro de gás de cozinha vazando pode ser um importante aviso
e evitar acidentes. Todos esses estímulos agarram a nossa atenção e inspiram-nos a responder ao
nosso meio ambiente.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Descrever sobre Atenção

1.1.2. Específicos
Definir atenção
Mencionar a funcionamento da atenção
Indicar as bases fisiológicas de atenção
Indicar as bases neuronais dos processos atencionais
Descrever os tipos de atenção
Abordar sobre a psicologia da atenção e percepções
Descrever a memória e atenção
Mencionar a organização e funcional dos sistemas nervosa

1.1.3. Metodologia
De salientar que, para elaboração do trabalho, o grupo recorreu a metodologia de consulta de
algumas obras bibliográficas que versam sobre o tema nelas inclinadas e que tais obras estão
referenciadas na lista bibliográfica. Como se não bastasse, tratando-se dum trabalho científico,
importa salientar que, o trabalho está organizado textualmente da seguinte maneira: a introdução,
desenvolvimento e conclusão.

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II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Conceito de atenção
Myers (2012, p.68) afirma que a atenção é a capacidade de focalizar a actividade psíquica sobre um
ou alguns dos vários estímulos que estão presentes em um determinado local. São recrutadas
simultaneamente áreas límbicas, corticais e reticulares do encéfalo. Pode ser dividida em atenção
espontânea ou vigilância e atenção voluntária ou tenacidade.

Atenção é um termo com diversos significados e que pode ser utilizado em âmbitos distintos. Para a
psicologia, a atenção é uma qualidade da percepção que funciona como uma espécie de filtro dos
estímulos ambientais, avaliando quais são os mais relevantes e dotando-os de prioridade para um
processamento mais profundo. (James apud Kandel, 2009, p.340).

Sousa (2006), por outro lado, afirma que a atenção também é entendida como o mecanismo que
controla e regula os processos cognitivos. Em certas ocasiões, chega mesmo a actuar de forma
inconsciente. Voltando a falar no âmbito da psicologia, a atenção é estudada pela psicologia
cognitiva que refere-se ao modo como o ser humano processa as informações que estão inseridas
activamente em nosso ambiente específico.

De qualquer modo, segundo Sousa (2006) afirma, Cooper e Jahoda (1947) que a atenção pode
definir-se como a capacidade de seleccionar e concentrar-se nos estímulos relevantes. Quer dizer, a
atenção é o processo cognitivo que nos permite orientar-nos até aos estímulos relevantes e processá-
los para responder em consequência. Esta capacidade cognitiva é de grande importância porque a
usamos diariamente. Por sorte, podemos melhorar a atenção com um plano adequado de treino
cognitivo.

2.2. Funcionamento da atenção


Segundo Cruz (1999) a atenção é as capacidades que temos de focalizar um objecto ou grupo de
objectos externos (sensoriais) ou internos (pensamentos) que aparecem aos nossos sentidos. Esse
processo é indispensável para que os dados a serem salvos no banco de memórias sejam isolados e
enviados ao processo de gravação.

Strauss & Lethien, citados por Cruz (1999), descreveram uma das funções da atenção é o de
identificação primária das informações. Quer dizer, as informações (os estímulos) antes do seu
processamento são primeiramente identificados como imagens, palavras ou acções mas sem
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nenhum significado. Só depois são armazenadas. Depois da identificação das informações ocorre a
selecção, isto é, das diversas informações recebidas selecciona-se a desejada.

Depois segue-se o processo de activação o qual tem a ver com a concentração de energias sobre o
objecto desejado. Por outro lado a atenção é determinada por factores internos (inerentes ao
indivíduo) e externos (alheios a este).

3. Bases fisiológicas de atenção


Fonseca (2004) refere que a Atenção é uma atitude mental onde a actividade psíquica é concentrada
sobre um estímulo específico. O homem recebe um imenso número de estímulos mas entre estes ele
selecciona os mais importantes e ignora os restantes. Potencialmente ele pode fazer um grande
número de possíveis movimentos mas destaca poucos movimentos racionais que integram as suas
habilidades e inibes outros.

Surge-lhe grande número de associações mas ele conserva apenas algumas, essenciais para a sua
actividade, e abstrai as outras que dificultam o seu processo racional de pensamento. Na opinião de
Snowling (1995), a selecção da informação necessária, o asseguramento dos programas selectivos
de acção e manutenção de um controle permanente sobre elas são convencionalmente chamados de
atenção.

Para uma cabal compreensão das bases fisiológicas da atenção torna-se necessário a compreensão
da lei da indução dos processos nervosos. De acordo a esta lei os processos da excitação que
surgem numa determinada zona parte do córtex cerebral, provocam a inibição noutras zonas. E
inversamente a inibição de uma parte do córtex provoca uma elevada excitação noutras partes, esta
é a lei da indução negativa e positiva dos processos nervosos. A indução negativa processa-se
quando a excitação provoca reforça e intensifica.

4. Bases neuronais dos processos atencionais


Conforme descrito anteriormente, o estado de atenção necessita de um estado de alerta ou vigília
anterior, ou seja, necessita de um adequado tônus cortical para a recepção dos estímulos que
chegam pelos órgãos sensoriais.

De acordo com Brandão (1995), a formação reticular localizada no tronco cerebral é responsável
pela regulação do estado de alerta (tenacidade) e subsidia o processo atencional. As informações

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provindas dos receptores sensoriais passam pela formação reticular de onde ascendem fibras para
estruturas diencefálicas e corticais. A formação reticular torna-se, assim, uma estrutura mediadora
entre os estímulos externos e o mundo interno, pois através de mecanismos reguladores, como a
atenção, selecciona os estímulos e permite uma interacção com o meio.

Samuel Orton, citado por Fonseca (2004), afirmam que as projecções do chamado sistema activador
reticular ascendente (SARA) do trono cerebral possibilita a activação cortical, a manutenção do
alerta e a escolha das respostas comportamentais. Acredita-se que esse processo seja mediado
neuroquimicamente por neurónios dopaminérgicos provenientes do núcleo A10 dessa região.

Segundo Torres (2004), o Sistema Reticular Activador é dividido em dois componentes principais:
o componente mesencefálico e o componente talâmico. O componente mesencefálico é formado
pela substância reticular e a protuberância superior. A estimulação dessa região produz fluxo difuso
de impulsos através de áreas talâmicas para áreas dispersas no córtex cerebral, produzindo um
estado geral de vigília. O componente talâmico produz aCtivação de regiões específicas do córtex
(Guynton, 1985).

A partir dessa ativação inicial, os neurônios do córtex parietal recebem informações sensoriais do
tálamo e das áreas de associação corticais; as informações motoras são provenientes dos núcleos da
base e do colículo superior; e informações límbicas são provenientes do giro do cíngulo e da
amígdala. Todas essas áreas recebem aferências da formação reticular que regula o nível de
ativação de cada uma delas (Brandão, 1995).

De maneira inversa, o sistema reticular ativador também pode ser ativado ou inibido por sinais de
diferentes regiões do córtex (córtex sensorial somestésico, córtex motor e córtex frontal) por meio
de vias neurais que se dirigem para os componentes mesencefálicos e talâmicos (Guynton, 1985).
Desse modo, impulsos de diferentes regiões do córtex, e principalmente da região frontal modula a
actividade da formação reticular.

Tem sido verificado em estudos de gravação da actividade neural realizados em macacos que a
atenção afecta a actividade de áreas do cérebro que processam as características dos estímulos,
como cor, movimento, textura e forma. Quando a atenção é dirigida para um único estímulo do

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campo visual, por exemplo, ocorre um aumento na taxa de disparo de neurónios que atendem a esse
estímulo (Motter, 1993).

Desse modo, quando é estabelecido um foco atencional há uma facilitação das respostas dos
neurónios corticais tanto nas áreas sensoriais quanto associativas (Lent, 2002). Corbetta, Miezin,
Dobmeyer, Shulman & Petersen (1991) demonstraram que há diferentes sistemas envolvidos com a
discriminação da cor, forma e velocidade dos estímulos em estudos com PET.

De acordo com seus resultados, a atenção selectiva visual modula a actividade de regiões distintas
do córtex extra estriado que são responsáveis pelo processamento das diferentes características dos
estímulos. Assim, a atenção pode afectar directamente a selecção de características visuais
específicas da localização espacial.

5. Tipos de atenção
Atenção Selectiva
Na perspectiva de Ritzen (1981), quem tem Atenção Selectiva consegue escolher qual será o foco
da mente. São pessoas que têm a habilidade de manter a atenção em locais com barulho, por
exemplo. Um indivíduo com Atenção Selectiva não se distrai quando determina para onde sua
atenção será direccionada e, por isso, não se incomodam com barulhos e outros factores que possam
distrair ou desviar sua atenção.

Segundo Torres (2004), geralmente, este processo de seleccionar o foco da atenção acontece de
forma inconsciente, sendo que quando ele ocorre, as informações e os fatos seleccionados se tornam
muito mais nítidos e intensos do que as demais ao redor.

Pereira (1995), refere que a principal razão disso é que o nosso cérebro recebe constantemente
estímulos sensoriais de todos os tipos, ou seja, olfactivos, tácteis, visuais, gustativos e sonoros.
Quando este processo ocorre de forma mais intensa, ele passa a não ser capaz de assimilar mais esta
quantidade grande de informações, passando, assim, a seleccionar qual será o foco de sua atenção,
como estratégia para filtrar e reter os dados que considera mais importantes.

Outro ponto que faz com que a atenção selectiva seja accionada pelo cérebro, é a necessidade que
tenho no momento actual. Por exemplo: se uma pessoa pensa em alugar um imóvel, ela, sem

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perceber, passará a observar mais anúncios de imóveis, bem como todas as informações
relacionadas a este assunto.

Um dos grandes e principais benefícios da atenção selectiva é que ela contribui para todo e qualquer
tipo de processo de aprendizagem. Isso porque ela faz com que mantenhamos o foco naquilo que
verdadeiramente importa, deixando de lado as distracções comuns de nosso dia a dia, algo que
ajuda no aumento de nossa performance pessoal e profissional.

Atenção Alternada
Perelló, citado por Lima (2000), considera que pessoas com atenção alternada têm a habilidade de
alternar o foco da atenção. Perceba que falo de alternar e não de perder o foco. A Atenção
Alternada facilita a execução de tarefas que exigem mais de um nível de entendimento. Este é o tipo
de atenção utilizada principalmente quando estamos no trânsito, por exemplo, momento este em que
devemos estar atentos à direcção do veículo que estamos conduzindo e também de todos os outros
estímulos ao redor, como o semáforo, os outros carros e motos, aos pedestres e assim por diante.

Castro Pinto (1994) considera que a atenção alternada pode ser interessante para pessoas que
precisam realizar mais de uma actividade durante o dia, ou seja, se o profissional precisa entregar
um relatório e ao mesmo tempo falar com um cliente ao telefone, através deste tipo de atenção, ele
consegue atender às duas demandas de maneira satisfatória.

Atenção Sustentada
Ellis, (1995) define que este é o tipo de atenção ideal para quem precisa manter o foco durante um
longo tempo, pois esta é a habilidade de se manter focado durante um período longo em uma
actividade ininterrupta e constante. Pessoas com Atenção Sustentada conseguem, por exemplo,
permanecer atentas em palestras, cursos, treinamentos, workshops, durante as aulas na escola e em
seus momentos de estudo, deixando de lado quaisquer tipos de distracções que tentem lhes
atrapalhar.

Condemarín e Blomquist (1989) referem que em diversos casos, a atenção sustentada se relaciona
bastante com a atenção selectiva, visto que, diversas situações exigem de nós, não só a atenção em
si, mas que nos mantenhamos concentrados em uma actividade específica por um longo período de
tempo, sem deixar que outros factores nos tirem deste foco.

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Atenção Concentrada
No entanto, Pereira (1995), refere a atenção concentrada é caracterizada pela concentração do
cérebro em apenas uma actividade, excluindo todos os estímulos ao redor. Essa atenção é usada
quando focamos a atenção em um único objecto de trabalho. Um exemplo prático de atenção
concentrada pode ser observado quando assistimos uma aula e se foca totalmente no professor para
entender a matéria. Diferente da Atenção Selectiva, quem tem Atenção Concentrada se mantém
atento ao que faz. O indivíduo com Atenção Concentrada direcciona a atenção para o artigo que lê,
para o texto que escreve porque é o que ele executa naquele momento.

6. Psicologia da atenção e percepções


Rocha (2004) refere que a percepção de um objecto depende pois de um lado também do nosso
estado de espírito, isto é, ela depende da nossa consciência. Ao contemplar uma paisagem às vezes
nos sentimos alegres ou tristes, lembramos de situações que em algum momento nos deixaram
nervosos; aí choramos. Ou nos lembramos de momentos bons que passamos com os nossos amigos;
aí ficamos alegres.

Pode-se dizer que a atenção constitui o estado selectivo da própria percepção, isto é, na atenção há
processo de selecção de informações na qual se dirige ou se focaliza a percepção sobre um
determinado estímulo ou objecto específico. Estas informações não só são recebidas como também
são processadas, isto é, o indivíduo à medida que vai recebendo as informações vai pensando e
imaginando sobre o material que é percepcionado.

A atenção seria influenciado portanto pela experiência do indivíduo na maneira como este
movimenta os seus olhos, posiciona o seu ouvido para captar sons ou aproxima o estímulo junto ao
nariz para captar o cheiro do objecto. Na percepção do conteúdo ou objecto novo certamente que
vai reparar que alguns dos seus alunos serão mais lentos ou terão dificuldades em captar os
estímulos deste.

Enquanto outros fá-lo-ão com muita rapidez devido exactamente ao contacto prévio que tiveram
com este objecto. Isto significa que a sua experiência sensorial, isto é o contacto que tiveram com
este irá acelerar a captação rápida ou não do estímulo. Os nossos órgãos dos sentidos são, vezes sem
conta, bombardeados por estímulos de diversa natureza que se encontram a nossa volta.

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Estes estímulos são captados e processados pelos órgãos dos sentidos. Por outras razões (biológicas
ou outras) pode acontecer que o cérebro esteja impedido de processar estas informações fazendo-o
de uma forma mais lenta. Mas por outro lado pode dever-se a quantidade de informações a
processar. Por exemplo, se na sua aula de quarenta e cinco minutos planeia transmitir muitas
informações isso poderá criar dificuldades aos alunos para processar essas informações.

Outro aspecto importante a tomar em conta na atenção relaciona-se com as características de


personalidade de um indivíduo. Indivíduos introvertidos conseguem aguentar por mais tempo em
tarefas prolongadas que os indivíduos extrovertidos. (Os conceitos de introversão e extroversão são
discutidos no capítulo sobre a personalidade). Os problemas sociais da família, amigos, etc., criam
também perturbações na atenção na medida em que um indivíduo estressado devido a problemas de
vária índole não iria de certeza poder prestar atenção.

7. Memoria e atenção
A memória é uma habilidade necessária para um bom estado de saúde mental. É ela que armazena
as experiências vividas e dá sentido para este passado e também ao presente e ao futuro. “A
memória nos permite reconhecer aquilo que já está assimilado e fornece condições de armazenar
informações que permitem a aquisição de outras sem ter que reiniciar este processo eternamente”,
explica a psicóloga Patrícia Spindler. Assim, é a capacidade que nós, seres humanos, temos de
registar informações, como se fosse um arquivo.

Muller (1996) e Fonseca (2004) referem que a atenção é controlada pelo tronco cerebral, mais
precisamente pela substância reticulada, cuja função é regular a entrada e a selecção global dos
estímulos, assim como a criação de um estado tónico de controlo, que é imprescindível à
aprendizagem

Apesar de a atenção ser um processo cognitivo complexo que demanda a estruturação ordenada de
diversas áreas cerebrais direccionadas a entender e manter este processamento por um certo período
determinado, também é um processo filogenético importante para a evolução das espécies,
reprodução e obtenção de alimento.

Na opinião de Luria, citado por Fonseca (2002), o processo mais básico de realocação de
processamento neural (ou seja, atencional) é observado em uma reacção de luta ou fuga, por
exemplo. Quando estamos diante de um evento ameaçador, a grande maioria das nossas faculdades
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mentais são direccionadas a tais estímulos. Nesse contexto, para que a informação mais relevante
possa ser accionada em outro momento de necessidade, essa informação tem que ser consolidada
através de uma memória.

8. Organização e funcional dos sistemas nervosa


Garcia (1998) refere que o sistema nervoso é o sistema responsável por captar, processar e gerar
respostas diante dos estímulos aos quais somos submetidos. É devido à presença desse sistema que
somos capazes de sentir e reagir a diferentes alterações que ocorrem em nossa volta e mesmo no
interior do nosso corpo. O sistema nervoso é composto por um tipo especial de tecido denominado
tecido nervoso, o qual possui como tipos celulares os neurónios e as chamadas células da glia.

Kirk e Chalfant, citados por Cruz (1999), adiantam que os neurónios são responsáveis pela
propagação do impulso nervoso e apresentam como partes básicas o corpo celular, onde está
localizado o núcleo, e dois tipos de prolongamentos, os axônios e os dendritos. De acordo com a
função desempenhada, os neurónios podem ser classificados em dois grupos básicos: sensitivos ou
aferentes (levam impulsos para o sistema nervoso) e motores ou eferentes (levam impulsos para
outras partes, como músculos e glândulas)."

O nosso sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central, constituído pelo encéfalo e pela
medula espinhal e pelo sistema nervoso periférico (nervos cranianos e raquidianos). O encéfalo é
formado pelo cérebro, cerebelo, bulbo, elementos importantes na constituição nervosa do nosso
organismo. O sistema nervoso central comanda várias funções em nosso corpo, sendo primordial
para o seu bom funcionamento. O cérebro é responsável pela percepção dos diferentes estímulos
externos através dos sentidos, da inteligência e da memória.

8.1. O sistema nervoso central


Lerner citado por Cruz, (1999) refere que o sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela
medula raquiana. O encéfalo, por sua vez, compreende as seguintes porções: cérebro, cerebelo,
protuberância (ponte ou menencéfalo) e bulbo. Nos vertebrados inferiores, de peixes até aves, os
hemisférios cerebrais têm superfície lisa. Por isso, tais animais são considerados lissencéfalos
(encéfalo liso). Já nos mamíferos, surgem os sulcos e as circunvoluções, dando ao cérebro uma
superfície cheia de ondulações.

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Por essa razão, os mamíferos são denominados girencéfalos (encéfalo com giros ou curvas). Essa
transformação trouxe uma grande vantagem para os mamíferos: com o mesmo volume, um cérebro
com circunvoluções tem sua superfície consideravelmente maior do que se estivesse com
hemisférios lisos. Como é na superfície do cérebro (córtex cerebral, com massa cinzenta) que ficam
os corpos dos neurónios, quanto mais sulcos e circunvoluções tiver o cérebro, mais extenso será o
seu córtex, com maior número de neurónios e, portanto, mais eficiente e aperfeiçoado. (Fernandes,
220:59).

A massa cinzenta localiza-se na superfície do encéfalo, e é onde se acumulam os corpos dos


neurónios. É neles que são armazenadas as informações, que são percebidos os sentidos, que são
“processados” os dados obtidos a partir de estímulos exteriores. Também dos neurónios partem as
ordens para as contracções musculares ou para as secreções glandulares etc. Essa área superficial é
o córtex cerebral. Ele tem a maior importância no grau de desenvolvimento de uma espécie.
(Fernandes, 220:59).

O córtex cerebral é todo dividido em zonas, como um mapa. Cada área (umas pequenas, outras
grandes) representa um centro nervoso. Em todo o encéfalo, são numerosos os centros nervosos,
como os centros da visão, da audição, do olfacto, do paladar, da dor, da fome, da tosse, das cócegas,
da raiva, da coordenação motora (esse é muito amplo e se subdivide em áreas correspondentes aos
diversos pontos do corpo), da associação visual para a leitura, além dos centros de regulação
respiratória, cardíaca, o centro termorregulador etc. O córtex é, como se vê, a “sede” do controle
dos actos conscientes e inconscientes e também da inteligência. (Fernandes, 220:59).

O cérebro de um crocodilo é, evidentemente, maior que um cérebro de um camundongo. Todavia, o


crocodilo, como réptil, é lissencéfalo, enquanto o camundongo, como mamífero, é girencéfalo. Por
isso, a extensão do córtex cerebral do camundongo é maior que a do crocodilo, justificando maior
inteligência no roedor. É por essa razão que, nos circos, as apresentações com animais exibem
predominantemente mamíferos. (Fernandes, 220:59).

O cerebelo, a ponte e o bulbo também são muito importantes porque encerram centros nervosos que
regulam várias funções de relevante papel. Os controlos da respiração e da temperatura ficam no
bulbo. Agora o encéfalo, o restante do SNC é constituído pela medula raquiana (ou raquidiana). Ela
é um comprido cordão de estrutura nervosa que corre ao longo do dorso, no interior do canal
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vertebral. Fica, portanto, protegida em toda a sua extensão pela coluna vertebral. Nela, a massa
cinzenta (ao contrário do cérebro) fica no centro e a massa branca, na periferia.
8.2. O sistema nervoso central
O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula raquiana. O encéfalo, por sua vez,
compreende as seguintes porções: cérebro, cerebelo, protuberância (ponte ou menencéfalo) e bulbo.
Nos vertebrados inferiores, de peixes até aves, os hemisférios cerebrais têm superfície lisa. Por isso,
tais animais são considerados lissencéfalos (encéfalo liso). Já nos mamíferos, surgem os sulcos e as
circunvoluções, dando ao cérebro uma superfície cheia de ondulações. (Fonseca, 1995: 287)

Por essa razão, os mamíferos são denominados girencéfalos (encéfalo com giros ou curvas). Essa
transformação trouxe uma grande vantagem para os mamíferos: com o mesmo volume, um cérebro
com circunvoluções tem sua superfície consideravelmente maior do que se estivesse com
hemisférios lisos. Como é na superfície do cérebro (córtex cerebral, com massa cinzenta) que ficam
os corpos dos neurónios, quanto mais sulcos e circunvoluções tiver o cérebro, mais extenso será o
seu córtex, com maior número de neurónios e, portanto, mais eficiente e aperfeiçoado. (Fonseca,
1995: 287)

A massa cinzenta localiza-se na superfície do encéfalo, e é onde se acumulam os corpos dos


neurónios. É neles que são armazenadas as informações, que são percebidos os sentidos, que são
“processados” os dados obtidos a partir de estímulos exteriores. Também dos neurónios partem as
ordens para as contracções musculares ou para as secreções glandulares etc. Essa área superficial é
o córtex cerebral. (Fonseca, 1995: 287)

Ele tem a maior importância no grau de desenvolvimento de uma espécie. O córtex cerebral é todo
dividido em zonas, como um mapa. Cada área (umas pequenas, outras grandes) representa um
centro nervoso. Em todo o encéfalo, são numerosos os centros nervosos, como os centros da visão,
da audição, do olfacto, do paladar, da dor, da fome, da tosse, das cócegas, da raiva, da coordenação
motora (esse é muito amplo e se subdivide em áreas correspondentes aos diversos pontos do corpo),
da associação visual para a leitura, além dos centros de regulação respiratória, cardíaca, o centro
termorregulador etc. (Fonseca, 1995: 287)

O córtex é, como se vê, a “sede” do controle dos actos conscientes e inconscientes e também da
inteligência. O cérebro de um crocodilo é, evidentemente, maior que um cérebro de um

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camundongo. Todavia, o crocodilo, como réptil, é lissencéfalo, enquanto o camundongo, como
mamífero, é girencéfalo. Por isso, a extensão do córtex cerebral do camundongo é maior que a do
crocodilo, justificando maior inteligência no roedor. É por essa razão que, nos circos, as
apresentações com animais exibem predominantemente mamíferos. (Fonseca, 1995: 287)

Na região mais profunda do encéfalo se situa a massa branca. Nela, praticamente não se encontram
corpos de neurónios, mas apenas as suas ramificações (dentritos e axônios). O cerebelo, a ponte e o
bulbo também são muito importantes porque encerram centros nervosos que regulam várias funções
de relevante papel. Os controlos da respiração e da temperatura ficam no bulbo. O controlo do
equilíbrio corporal fica no cerebelo. Afora o encéfalo, o restante do SNC é constituído pela medula
raquiana (ou raquidiana). (Fonseca, 1995: 287)

8.3. O Sistema Nervoso Periférico


O sistema nervoso periférico é composto pela interna rede de nervos que partem do SNC e se
distribuem por todo o corpo (nervos motores) e de nervos que vêm de todas as áreas do organismo e
convergem no SNC (nervos sensitivos). Naturalmente, existem nervos mistos, cujas características
incluem as de todos os tipos mencionados anteriormente, isto é, conduzem todas as ordens do SNC
para os diversos pontos do corpo e, ao mesmo tempo, transmitem as percepções sensoriais desses
mesmos pontos para o SNC. (Grandpierre, 1999: 69).

Podemos, então, dizer que o SNP (sistema nervoso periférico) compreende todos os nervos do
nosso corpo. Muitos desses nervos têm a sua actuação na dependência da vontade do indivíduo,
revelando acção voluntária. Esses nervos motores de acção voluntária, juntamente com os nervos
sensitivos (que permitem ver, ouvir, sentir dor, cheiro, gosto, calor ou frio etc.), oferecem ao
indivíduo a possibilidade de se relacionar com o meio ambiente. (Grandpierre, 1999: 69).

Por isso, eles formam o que podemos chamar de sistema nervoso da vida de relação. Este sistema
contrasta com um outro grande número de nervos que actuam sem a consciência ou a vontade do
indivíduo, regulando a actividade de inúmeros órgãos, como o coração, o estômago, os intestinos,
os movimentos do diafragma, as secreções das glândulas salivares, o diâmetro das pupilas etc. Esses
nervos de acção involuntária, que trabalham sem a pessoa sequer suspeitar, formam em conjunto o
sistema nervoso autónomo ou sistema nervoso de vida vegetativa. (Grandpierre, 1999: 69).

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Existem lesões que destroem áreas do SNC, anulando completamente a actuação do sistema
nervoso do sistema nervoso da vida de relação, mas deixando intacto o sistema nervoso da vida
vegetativa. Quando isso ocorre, a pessoa deixa de ter relação com o mundo que a rodeia e passa a
uma vida extremamente vegetativa (os órgãos funcionam bem, mas o indivíduo parece não sentir
mais nada, nem responde aos estímulos externos). (Grandpierre, 1999: 69).

É comum chamar o sistema nervoso da vida de relação de sistema nervoso somático (do grego
soma, “corpo”), o que não nos parece muito lógico, uma vez que o sistema nervoso autónomo,
actuando sobre as diversas partes do corpo, é, consequentemente, também somático. O sistema
nervoso da vida de relação compreende nervos que se originam directamente no encéfalo
(particularmente, no cérebro, no cerebelo, na ponte ou protuberância, e, mais numerosamente, no
bulbo) e nervos que se originam na medula raquiana. Distinguimos, então, os nervos cranianos e os
nervos raquidianos, respectivamente. (Grandpierre, 1999: 69).

Denominam-se nervos cranianos aqueles que nascem diretamente do encéfalo. Nos mamíferos, eles
são em número de 12 pares (em outros vertebrados, encontram-se apenas 10 pares). Alguns são
sensitivos; outros, motores; outros, ainda, são mistos. Todos são catalogados por números. Muitas
vezes, faz-se referência a um determinado par pelo seu número, e não pelo seu nome. (Grandpierre,
1999: 69).

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9. Conclusão
Portanto, em função do que foi destacado, temos a entender que a descrição da atenção e a
percepção é vista como resposta operante sob controle de estímulos acarreta uma mudança em
relação à concepção tradicional: uma vez que se assuma que percepção é comportamento operante,
assume-se que percepção como comportamento envolve acção em relação ao ambiente. Assim, do
ponto de vista comportamental, o estudo da percepção não deve ser reduzido ao estudo das
estruturas dos órgãos dos sentidos ou ao estudo da forma ou estrutura dos estímulos; nenhum desses
aspectos abrange os fenómenos psicológico-comportamental – que chamamos percepção.

Os resultados mostraram não apenas que a percepção e atenção não são necessariamente
conectadas, como são dois processos fundamentalmente diferentes, afectando as células nervosas de
maneiras diferentes. Para isso, eles mostraram aos participantes figuras que podem ser vistas de
formas diferentes e testes parecidos com ilusões de óptica, em que imagens diferentes são
mostradas a cada olho. Ambos forçam o cérebro a mudar constantemente de perspectiva. Para não
depender das sensações dos participantes, os pesquisadores monitoraram directamente seus cérebros
usando imagens de ressonância magnética funcional.

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10. Referências bibliográficas
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