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Nervos Cranianos 

  d) Fibras  Aferentes  Viscerais  Gerais 


(FAVG):  originam-se  nos 
  visceroceptores  e  conduzem  impulsos 
relacionados à dor visceral. 
Generalidades    
  Fibras Eferentes  
10  nervos  fazem  conexão  com  o  tronco 
 
encefálico,  sendo  exceções  os  nervos  olfatório, 
A  classificação  funcional  dessas  fibras  é 
que  faz  conexão  com  o  telencéfalo  no  bulbo 
feita  de  acordo  com  a  origem  embriológica  dos 
olfatório  e o nervo óptico, que faz conexão com o 
músculos esqueléticos do corpo. 
diencéfalo. 
A  maioria  dos  músculos  esqueléticos 
As  fibras  nervosas  são  classificadas  de 
deriva  dos  miótomos  dos  somitos,  sendo  os 
acordo  com  sua  função  e  podem  ser  aferentes 
músculos  estriados  miotômicos.  Entretanto, 
(​levam  informação  da  periferia  para  o  SNC​)  ou 
salvo  pequenas  exceções,  não  se  formam 
eferentes  (​que  levam  informação  do  SNC  para 
somitos  na  parte  cefálica  dos  embriões.  Nessa 
órgãos  ejetores  que  podem  ser  músculos  ou 
região o mesoderma é fragmentado pelas fendas 
glândulas por ex). 
branquiais,  as  quais  delimitam  os  arcos 
 
branquiais. 
Fibras Aferentes   Os  músculos  que  derivam  desse  arco 
  são  chamados  de  músculos  estriados 
Podem  ser  classificadas  em  especiais  e  branquioméricos  ,  sendo  considerados 
gerais,  além  de  viscerais  ou  somáticas,  formações  viscerais  e  são  semelhantes  ao 
dependendo das funções.  miotômicos,  apesar  a  diferente  origem 
-Fibras  especiais:  sentidos  como  ​visão,  olfação,  embriológica. 
gustação e audição   
-Fibras  gerais:  envolvidas  com  outros  tipos  de  a) Fibras  Eferentes  Viscerais  Gerais 
transmissão de impulsos  (FEVG):  músculos  liso,  cardíaco  e 
  glândulas 
a) Fibras  Aferentes  Somáticas  Especiais  b) Fibras  Eferentes  Viscerais  Especiais 
(FASE):  originam-se  na  retina  ou  no  (FEVE):  músculos estriados esqueléticos 
ouvido  interno,  estando  relacionadas  branquioméricos 
com visão, audição e equilíbrio  c) Fibras  Eferentes  Somáticos  (FES): 
b) Fibras  Aferentes  Somáticas  Gerais  músculos  estriados  esqueléticos 
(FASG):  originam-se  nos  miotômicos 
exterioreceptores  e  proprioceptores  e   
estão  relacionados  a  captação  de  Nervo Olfatório 
estímulos  referente  a  pressão,   
temperatura, tato, dor e propriocepção.  Primeiro par. 
c) Fibras  Aferentes  Viscerais  Especiais   
(FAVE):  originam-se  nos  receptores  Feixes  nervosos  originam-se  na  região 
gustativos  e  olfatórios  -  que  são  olfatória  da  fossa  nasal  e  atravessa  a  lâmina 
considerados  viscerais  por  serem  crivosa  do  etmóide  e  terminam  no  bulbo 
componentes  de  sistemas  viscerais  -  e  olfatório do telencéfalo. 
estão  relacionados  com  a  olfação  e   
gustação 

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É  um  nervo  ​exclusivamente  sensitivo​, 
relacionado  a  olfação,  sendo  portanto,  formado 
por ​FAVE. 
Origem aparente: lâmina crivosa 

 
 
Nervo  Oculomotor,  Troclear  e 
 
  Abducente 
Nervo Óptico   
Terceiro, quarto e sexto pares. 
 
 
Segundo par. 
Nervos  motores  ​que penetram na órbita 
 
pela  ​fissura  orbital  superior​,  distribuindo-se  em 
Formado  por  um  grosso  feixe  de  fibras 
diferentes músculos do bulbo ocular. 
nervosas  que  se  originam  na  retina,  emergem 
Músculos do bulbo ocular podem ser: 
próximo  ao  polo posterior de cada bulbo ocular e 
1. Extrínsecos  -  músculo  elevador  da 
penetra no crânio pelo canal óptico. 
pálpebra  superior,  reto  superior,  reto 
Cada  nervo  se  une  com  o  oposto, 
inferior,  reto  medial, reto lateral, oblíquo 
formando  o  ​quiasma  óptico​,  onde  há  um 
superior e oblíquo inferior  
cruzamento  parcial  das  fibras  que  continuam 
2. Intrínsecos  ​-  músculo  ciliar  (regula  a 
nos  tractos  ópticos  até  os  corpos  geniculados 
convergência  do  cristalino)  e o esfíncter 
laterais.  
da pupila. 
É  um  nervo  ​exclusivamente  sensitivo​, 
O  ​nervo  oculomotor  inerva  os  músculos 
relacionado  à  visão,  logo  suas  fibras  são 
intrínsecos  e  quase  todos  os  extrínsecos​.  O 
classificadas como ​FASE​.  
troclear  inerva  o  oblíquo  superior​.  O  ​abducente 
Origem aparente: canal óptico 
inerva o reto lateral. 
Os  músculos  extrínsecos  são  oriundos 
dos  somitos  pré-ópticos​,  então  as  fibras  que  os 
inervam  são  FES​,  enquanto  os  intrínsecos  são 
músculos  lisos​,  logo  as fibras que os inervam são 
FEVG​. 
Origem aparente: fissura orbital superior 
 

 
Perda  da  visão  dependendo  do  local 
afetado: 

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Nervo Trigêmeo    
  Nervo Facial 
Quinto par.   
 
Sétimo par. 
Possui  uma  porção  sensitiva  e  uma 
 
motora.  A  raiz  sensitiva  é  formada  por 
Emerge  no  ​sulco  bulbo-pontino  através 
prolongamentos  centrais  dos  neurônios 
da  raiz  motora,  o  nervo  facial  propriamente  dito 
sensitivos  no  gânglio  trigeminal,  localizado  na 
e  da  raiz  sensitiva  e  visceral,  o nervo intermédio. 
loja  do  ​gânglio  trigeminal  sobre  a  parte  petrosa 
Elas,  em  conjunto  com  o  vestibulococlear 
do osso temporal. 
penetram  no  ​meato  acústico  interno,  onde  o 
Os  prolongamentos  periféricos  desses 
facial  e  o  intermédio  formam  um  único  tronco 
neurônios  sensitivos,  distalmente  ao  gânglio  vão 
nervoso que penetra no canal facial. 
gerar  os  ​ramos  ocular,  maxilar  e  mandibular, 
  O  nervo  facial  se  encurva  para  trás 
responsáveis  pela  sensibilidade  somática  da 
formando  o  genículo  do  nervo  facial  (joelho 
cabeça,  tem  suas  fibras  classificadas como FASG 
externo)  onde  está  o  gânglio  sensitivo 
e  que  passam  respectivamente  pela  ​fissura 
geniculado. Continuando, faz um nova curva para 
orbital  superior,  forame  redondo  e  forame 
baixo  e  emerge  do  crânio  pelo  ​forame 
oval​(origem aparente) 
estilomastóideo,  atravessa  a  parótida  e  distribui 
Os  impulsos  exteroceptivos  originam-se 
ramos  para  os  ​músculos  da  mímica, 
da  pele  da  face  e  da  fronte,  dos  dentes,  dos  ⅔ 
estilo-hióideo  e  ventre  posterior  do  digástrico​. 
anteriores  da  língua,  da  maior  parte  da 
Esses  músculos  derivam  dos  arcos  branquiais, 
dura-máter  do  crânio,  da conjuntiva do olho e da 
logo suas fibras são​ FEVE​. 
parte  ectodérmica  das  cavidades  bucal,  nasal  e 
Os  componentes  do  nervo  intermédio 
dos  seios  paranasais.  Os  proprioceptivos 
sensitivo  possui  fibras  aferentes  de  todos  os 
originam-se  em  receptores  dos  músculos 
tipos,  formadas  por  prolongamentos  periféricos 
mastigadores e da ATM. 
de neurônios sensitivos do gânglio geniculado. 
A  porção  motora  do  trigêmeo 
Ainda  assim,  há  fibras  de  inervação 
acompanha  o  ramo  mandibular  e  inerva  os 
pré-ganglionar  das  glândulas  lacrimal, 
músculos  mastigadores  (masseter,  temporal, 
submandibular  e  sublingual.  No  caso  das  duas 
pterigóideo  lateral  e  medial),  ventre  anterior  do 
últimas,  as  fibras que as inervam acompanham o 
digástrico  e  o  milo-hióideo.  Esses  músculos 
mesmo  trajeto  das  FEVE,  porém  limitam-se  no 
derivam  do  primeiro  arco  branquial,  logo  tem 
gânglio  submandibular,  de  onde  saem  as  fibras 
fibras classificadas com FEVE. 
que  se  distribuem  entre as glândulas. No caso da 
lacrimal,  as  fibras  a  ela  destinadas  destacam-se 
do  nervo  facial  na  altura  do  joelho  interno, 

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percorrendo  o  nervo  petroso  maior  e  o  canal  A  parte  vestibular  é  formada  por  fibras 
pterigóideo,  onde  chegam no gânglio pterigóideo  de  neurônios  sensitivos  do  gânglio  vestibular, 
e  no  gânglio  pterigopalatino,  de  onde  se  conduzem  impulsos  nervosos  relacionados  ao 
distribuem  as  fibras  dessas  glândulas,  essas  equilíbrio  que  são  originados  em  receptores  da 
fibras são do tipo FEVG.  porção vestibular do ouvido interno. 
Há  também  fibras  FAVE  que  vão  A  porção  coclear  é  formada  por  fibras 
receber  impulsos  gustativos  dos  ⅔ anteriores da  dos  neurônios  do  gânglio  espiral,  conduzindo 
língua,  inicialmente  junto  ao  nervo  lingual.  A  impulsos  auditivos  oriundos  do  órgão  espiral  ou 
seguir,  passam  ao  nervo  da  corda  do  tímpano,  de Cori, na cóclea. 
onde  ganham  o  nervo  facial,  antes  do  forame 
estilomastóideo,  de  onde  emerge.  Passam  pelo 
gânglio geniculado e entram no tronco encefálico 
através do nervo intermédio. 
  Há  também  fibras  FAVG,  que  recebem 
impulsos  sensitivos  da parte posterior das fossas 
nasais  e  face  superior  do  palato  mole.  ​As  FASG, 
inervam  parte  do  pavilhão  auditivo  e  meato 
acústico  externo,  assim  como  o  nervo   
glossofaríngeo e vago, nono e décimo pares​.  Nervo Glossofaríngeo 
 
Nono par. 
 
É  um  nervo  misto  que  emerge  do  sulco 
lateral  posterior  do  bulbo,  sob  filamentos 
radiculares.  Esses  filamentos  reúnem-se 
formando  o  tronco  do  nervo  glossofaríngeo, que 
sai  do  crânio  pelo  forame  jugular(origem 
aparente)​.  O  nervo  apresenta  dois  gânglios,  o 
superior/jugular  e  o  inferior/petroso,  com 
neurônios  sensitivos.  Quando  sai  do  crânio  o 
nervo desce e se ramifica para​ língua e faringe​. 
  
As  fibras mais importantes desse nervos 
 
são  as  ​FAVG,  responsáveis  pela  sensibilidade  do 
Nervo Vestíbulo-Coclear  terço  posterior  da  língua,  úvula,  tonsilas,  faringe, 
  tuba  auditiva,  corpo/globo  carotídeo  (um 
Oitavo par.  quimiorreceptor  ovóide  que  se  situa 
  medialmente  a  bifurcação  da  carótida  comum, é 
Nervo  ​exclusivamente  sensitivo​,  sensível  a  diminuição  da  pressão  do  oxigênio  no 
portanto  FASE,  que  penetra  na  porção  do  sulco  sangue  e  reage ativando reflexos que aumentam 
bulbo-pontino,  no  ângulo  ponto-cerebelar.  a  FC,  pressão  sanguínea,  intensidade  e 
Junto  com o facial e o intermédio ​ocupa o meato  frequência  respiratória)  e  seios  carotídeos 
acústico  interno.  Possui  duas  porções,  a  (dilatação  na  artéria  carótida  interna,  funciona 
vestibular  e  a  coclear,  unidas  em  um  único  como  um  barorreceptor,  ou  seja,  é  sensível  a 
tronco nervoso, mas de funções diferentes.  alterações na P.A.). 

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As  fibras  FEVG  ​pertencem  a  ​divisão  Entre  as  fibras  mais  importantes  desse 
parassimpática  do  SNA  e  terminam  no  gânglio  nervos  estão  as  ​FAVG  que  conduzem  impulsos 
óptico,  de onde saem as fibras nervosas do nervo  aferentes  da  faringe,  laringe,  traquéia,  esôfago, 
auriculotemporal  que  inervam  as  glândulas  vísceras  torácicas  e  abdominais.  As  ​FEVG  são 
parótidas.  Também  há  as  ​FAVE​,  responsáveis  responsáveis  pela  inervação parassimpáticas das 
pela  gustação  do  ⅓  posterior  da língua. As  FASG  vísceras  torácicas  e  abdominais (músculos lisos). 
-  juntamente  do  vago  e  do  facial  -  são  As  do  tipo  ​FEVE  inervam  os  músculos da faringe 
responsáveis  por  estímulos  de  exterocepção  e  e  laringe  ​-  sendo  um  dos  nervos  mais 
propriocepção  do  pavilhão  auditivo  e  meato  importantes  da  laringe,  o  nervo  laríngeo, 
acústico  interno.  Além  delas,  há  as  FEVE,  recorrente  do  vago,  embora  a  maioria  das  suas 
responsáveis  pela  inervação  dos  músculos  fibras derivem do ramo interno do acessório. 
constritor  da  faringe  e  estilofaríngeo  (músculos  Há  tipo  do  tipo  FAVE,  que  são 
branquioméricos).  responsáveis  pela  gustação  na  epiglote  e  as 
FASG,  que  juntamente  com  o  glossofaríngeo  e  o 
facial,  c​aptam  estímulos  do  pavilhão  auditivo  e 
do meato acústico interno​. 

 
Nervo Vago 
 
Décimo par. 
 
É  um  nervo  misto  e  essencialmente 
visceral.  Emerge  do  sulco  lateral  posterior  do 
bulbo  sob  a  forma  de filamentos radiculares que   
se juntam para formar o nervo. Sai do crânio pelo 
Nervo Acessório 
forame  jugular  (juntamente  com  o 
glossofaríngeo)  e  percorre  o  pescoço  e  o  tórax,   
terminando no abdômen.   Décimo primeiro par. 
Durante  o  seu  trajeto,  o  vago  emite   
ramos  que  irão inervar a laringe e a faringe​, além  É  formado  por  uma  ​raiz 
de  ajudarem  a  formar  os  plexos  viscerais  do  craniana  (ou bulbar) que emerge o sulco 
tórax e do abdômen de inervação autônoma.  lateral  posterior  do  bulbo  e  uma 
O  nervo  possui  dois  gânglios,  o  espinhal​,  que  é  formado  por  filamentos 
superior/jugular  (situado  na  altura  do  forame  radiculares  oriundos  dos  5 / 6 primeiros 
jugular)  e  o  inferior/nodoso  (situado  logo abaixo  segmentos  medulares.  Esses filamentos 
do  forame).  Entre  esse  gânglios  o  ramo  interno  formam  um  tronco  comum  que 
do nervo acessório junta-se a ele.  penetram  no  crânio  pelo  forame magno 

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e  se  junta  a  raiz  bulbar  para  emergir  do 
crânio  pelo  ​forame  jugular​,  juntamente 
com  o  glossofaríngeo  e  o  vago, 
dividindo-se em​ ramo interno e externo. 
O  ramo  interno,  com  as  fibras 
da  raiz  craniana,  ​reúne-se  ao  vago  e  se 
distribui  com  ele.  As  fibras  que  o 
compõem  são  FEVE,  que  inervam  os 
músculos  da  laringe  -  através  do  nervo 
laríngeo  recorrente  -,  e  do  tipo  FEVG 
que  inervam  as  vísceras  torácicas  e 
abdominais, juntamente com o vago.   
O  ramo  externo,  oriundo  das   
fibras  da  raiz  medular,  possuem  trajeto   
próprio  e  são do tipo FEVE​, pois inervam   
os  músculos  ​trapézio  e   
esternocleidomastóideo  (origem   
branquiomérica)​.   

 
 
Nervo Hipoglosso  
 
Décimo segundo par. 
 
É  um  nervo  motor  que  emerge  pelo 
sulco  lateral  anterior  do  bulbo  sob  a  forma  de 
filamentos  radiculares  que  se  unem para formar 
o  tronco  do  nervo.  Este  emerge  do  crânio  pelo 
canal do hipoglosso​. 
As  fibras  desse  nervo  são  do  tipo  FES  ​e 
inervam  os  músculos  intrínsecos  e  extrínsecos  a 
língua​ (de origem miotômica). 

Emília Castelo Branco - 112 

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