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GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 3
Tema 1 - Queimaduras
1
Urgências Traumáticas
2
Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as principais
emergências na área da cirurgia do trauma.
O profissional de saúde que atua na área terá
informações importantes sobre anatomia,
fisiologia, manejo e principais condutas a serem
tomadas no atendimento ao traumatizado.
Tema 1
Queimaduras
Objetivos de aprendizagem
• Entender a importância do conhecimento sobre
queimaduras.
• Saber classificar as queimaduras quanto à
causa.
• Saber classificar as queimaduras quanto à
profundidade.
• Saber determinar a extensão das queimaduras.
• Conhecer como proceder ao tratamento inicial
ao paciente queimado.
• Saber identificar queimaduras de vias aéreas e
lesões por inalação.
• Conhecer a intoxicação por monóxido de
carbono (CO).
• Saber como promover a reposição volêmica no
paciente queimado.
• Saber como realizar os cuidados com as feridas.
• Saber quando transferir um paciente para o
Centro de Queimados.
• Saber o que fazer com queimaduras químicas.
• Saber o que fazer com queimaduras elétricas.
• Conhecer mais sobre eventos com raios. 3
Urgências Traumáticas
Sumário
Queimaduras 5
1. Introdução.......................................................................................... 6
2. Classificação....................................................................................... 7
2.1. Classificação quanto à causa........................................................... 7
2.2. Classificação quanto à profundidade................................................ 8
2.3. Classificação quanto à extensão.................................................... 11
3. Tratamento inicial.............................................................................. 12
3.1. Vias aéreas................................................................................ 13
3.2. Respiração................................................................................. 14
3.3. Circulação.................................................................................. 16
3.4. Neurológico................................................................................ 16
3.5. Exposição.................................................................................. 17
3.6. Cuidados adicionais..................................................................... 17
4. Cuidado com as feridas....................................................................... 17
5. Transferência para centro de queimados............................................... 18
6. Queimaduras químicas....................................................................... 18
7. Queimaduras elétricas........................................................................ 20
8. Eventos com raios.............................................................................. 21
Síntese................................................................................................ 23
Referências bibliográficas....................................................................... 24
4
Urgências Traumáticas
Queimaduras
5
Urgências Traumáticas
1. Introdução
6
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Urgências Traumáticas
2. Classificação
As queimaduras podem ser classificadas de diversas formas: quanto à causa, à
profundidade e à extensão.
Agentes Ar
Chama
químicos aquecido
Eletricidade Líquidos
Escaldadura
quentes
Materiais
Contato
sólidos
7
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Urgências Traumáticas
Pelo
Epiderme
Capilares
Nervos
Glândula Derme
sebácea
Glândula
sudorípara
Hipoderme
Epiderme
Derme
Hipoderme
8
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Urgências Traumáticas
Queimadura de 1º grau
Queimadura restrita à epiderme (camada mais externa da pele). Apresenta-se
como uma lesão seca, rósea e dolorosa, porém, por não acometer planos pro-
fundos, não apresenta risco de sequelas cicatriciais.
O exemplo mais frequente é a queimadura solar.
Epiderme
Derme
Hipoderme
1º grau
Queimadura de 2º grau
Queimadura que envolve a derme. Por afetar a região vascularizada, apresen-
ta-se úmida, vermelha, edemaciada, com bolhas e é bem dolorosa. Pode ser
dividida em superficial e profunda.
Epiderme
Derme
Hipoderme
2º grau
9
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Urgências Traumáticas
Queimadura de 3º grau
Queimadura que envolve todas as camadas da pele. Apresenta-se branca,
com crostas, indolor (terminações nervosas destruídas), com aspecto de couro.
Epiderme
Derme
Hipoderme
3º grau
Com isso, gera um tecido firme, rígido e difícil de expandir. Dependendo da loca-
lização acometida, não permitirá a movimentação por gerar um quadro de res-
trição, principalmente quando ocorrer em áreas circunferenciais. Nesses casos,
deve-se indicar escarotomia, procedimento médico em que incisões são feitas
em toda a espessura da pele, até o subcutâneo, o que permite vencer a restrição
ao movimento.
Queimadura de 4º grau
Queimadura que vai além da pele, acometendo estruturas como músculo, osso
ou órgãos internos.
10
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Urgências Traumáticas
11
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Urgências Traumáticas
1%
3. Tratamento inicial
O paciente vítima de queimadura é, antes de tudo, um traumatizado. Pode pos-
suir lesões associadas em 10% dos casos, e o seu atendimento deve respei-
tar os princípios do “ABCDE”. Porém, deve-se ter atenção a alguns cuidados
adicionais, como:
• remover do cenário do trauma;
• interromper o processo lesivo;
• remover roupas e metais (eles podem manter o processo lesivo);
• usar água abundante para diminuir a extensão e a profundidade.
12
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Urgências Traumáticas
13
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Urgências Traumáticas
3.2. Respiração
No quadro respiratório, a avaliação do traumatizado queimado é a mesma, po-
rém não podemos deixar de pensar em alguns aspectos:
• a lesão térmica direta das vias aéreas por inalação de chama que pode ori-
ginar edema e/ou obstrução das vias aéreas;
• a inalação de produtos de combustão incompleta (carbono) e fumaça tóxica;
• a intoxicação por monóxido de carbono (CO).
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Urgências Traumáticas
Nível de CO Sintomas
< 20% Assintomático
20-30% Cefaleia e náuseas
30-40% Confusão mental
40-60% Coma
> 60% Morte
15
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Urgências Traumáticas
3.3. Circulação
A avaliação da circulação e os sinais de choque são os mesmos para um paciente
queimado, porém alguns aspectos da reposição volêmica devem ser conside-
rados.
O acesso venoso pode ser realizado na área queimada, e pode haver dificuldades
na fixação. Dependendo da profundidade da queimadura, pode haver trombose
dos vasos superficiais.
A reposição volêmica deve ser realizada com cristaloide aquecido, de
preferência ringer lactato a 39ºC. Deve-se utilizar o cálculo do volume baseado
na fórmula de Parkland:
O volume determinado por esse cálculo deve ser ofertado ao paciente em 24 ho-
ras, sendo metade do volume nas primeiras 8 horas do horário do trauma
e o restante do volume nas 16 horas seguintes.
A diurese deve ser monitorizada e, se houver necessidade, deve-se realizar
mais aporte de volume além do cálculo, com o objetivo de manter um adequado
débito urinário.
3.4. Neurológico
O paciente queimado deve receber o mesmo cuidado na avaliação neurológica.
16
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Urgências Traumáticas
3.5. Exposição
O paciente queimado deve receber um cuidado especial com relação à
hipotermia, já que todas as roupas e os metais devem ter sido retirados para
cessar o processo lesivo, bem como pode ter sido usada água em grande quan-
tidade para cessar o processo de queimar. Além disso, a própria queimadura
origina perda de calor por transudação pela pele. Esses fatores geram aumento
da perda de calor, agravando a hipotermia.
Algumas crendices populares devem cair em desuso, como: o uso de creme den-
tal, borra de café, açúcar, ervas medicinais, entre outros.
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Urgências Traumáticas
6. Queimaduras químicas
Os produtos químicos podem gerar queimadura por destruição direta
das membranas celulares. A queimadura é influenciada pela duração do
contato e pela concentração e quantidade do agente químico.
Independentemente da etiologia do produto químico, um dos princípios do
tratamento é a lavagem exaustiva com água corrente. Por mais que alguns
produtos reajam com a água, a limpeza deve ser feita com ela e em quantidade
suficiente para lavar o produto do paciente e não haver com o que reagir mais.
Se a substância for um pó, ele deve ser removido antes da irrigação com água.
Não se deve utilizar agentes neutralizantes, já que originam uma reação
química com produção de calor.
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Urgências Traumáticas
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Urgências Traumáticas
7. Queimaduras elétricas
As queimaduras elétricas originam lesões diretas nas membranas celulares atra-
vés da produção de calor. No paciente, podem ser observados ferimentos de
entrada e de saída, ou seja, por onde entrou e por onde saiu a corrente elétrica.
20
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Urgências Traumáticas
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Urgências Traumáticas
Anotações:
22
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Urgências Traumáticas
Síntese
Neste tema vimos que o paciente queimado é um paciente traumatizado. Além
dos cuidados no atendimento segundo o “ABCDE”, há algumas particularidades
que devem ser identificadas, como a presença de queimaduras inalatórias, a
classificação das queimaduras, os cuidados das feridas e a reposição volêmica.
23
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Urgências Traumáticas
Referências bibliográficas
American College of Surgeons. Committee on Trauma. (2016). ATLS, advanced
trauma life support program for doctors. American college of surgeons.
Artz CP, Moncrief JA, Pruit BA. História das Queimaduras. In: Artz CP, Moncrief
JA, Pruitt BA. Queimaduras. Rio de Janeiro: Interamericana; 1980. p. 1-13.
Cruz BF, Cordovil PB, Batista KD. Perfil epidemiológico de pacientes que so-
freram queimaduras no Brasil: revisão de literatura. Rev Bras Queimaduras
2012;11(4):246-50.
Townsend C, Beauchamp RD, Evers BM, Mattox KL. Sabiston Tratado de Cirur-
gia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier
Brasil; 2014.
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Urgências traumáticas
Módulo 3
Tema 2 - Hipotermia e lesões por frio
1
Urgências Traumáticas
2
Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS
TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as
principais emergências na área da cirurgia
do trauma. O profissional de saúde que atua
na área terá informações importantes sobre
anatomia, fisiologia, manejo e principais
condutas a serem tomadas no atendimento
ao traumatizado.
Tema 2
Hipotermia e lesões por frio
Objetivos de
aprendizagem
• Conhecer a fisiologia da hipotermia.
• Conhecer a fisiologia das lesões por frio.
• Conhecer os tipos de lesões por frio.
• Saber reconhecer os sinais de hipotermia.
• Saber como tratar as lesões por frio.
• Saber como tratar a hipotermia. 3
Urgências Traumáticas
Sumário
1. Introdução.......................................................................................... 6
2. Fisiologia............................................................................................ 7
2.1. Hipotermia................................................................................... 7
2.2. Lesões por frio.............................................................................. 8
3. Tipos de lesões por frio......................................................................... 9
3.1. Crestadura (frostnip)..................................................................... 9
3.2. Congelamento (frostbite)............................................................... 9
3.3. Lesão não congelante.................................................................. 10
3.4. Frieira ou pérnio......................................................................... 11
4. Classificação da hipotermia................................................................. 11
5. Tratamento....................................................................................... 13
5.1. Das lesões por frio...................................................................... 13
5.2. Da hipotermia............................................................................. 14
Síntese................................................................................................ 16
Referências bibliográficas....................................................................... 17
4
Urgências Traumáticas
Hipotermia e lesões
por frio
5
Urgências Traumáticas
1. Introdução
6
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Urgências Traumáticas
2. Fisiologia
2.1. Hipotermia
A hipotermia é definida como temperatura abaixo de 35ºC. As funções vitais
de nosso corpo ocorrem em temperatura corporal ideal, por volta de 36 a 37ºC,
em que as proteínas e enzimas funcionam normalmente.
Na situação de hipotermia, as proteínas do nosso corpo não funcionam
adequadamente. Encontram-se inativadas, principalmente aquelas que têm
correlação direta no contexto de trauma: a hemoglobina e os fatores de coa-
gulação (enzimas).
Com a hemoglobina inativada, não há como levar oxigênio às células, o que
agrava a situação de hipóxia. Sem os fatores de coagulação ativos, há um qua-
dro de coagulopatia com consequente persistência de sangramento (quando
presente).
A associação entre coagulopatia, hipotermia e acidose forma um ciclo
vicioso conhecido como tríade letal.
O trauma pode envolver algumas situações que originam a hipotermia: exposi-
ção do paciente com perda de calor para o ambiente, principalmente em caso de
roupas úmidas; sangramento (quando presente) que leva calor com a perda; em
situações iatrogênicas, erroneamente, pela reposição de fluidos não aquecidos e
por não promover proteção externa na exposição do paciente.
7
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Urgências Traumáticas
Anotações:
8
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Urgências Traumáticas
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Urgências Traumáticas
10
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Urgências Traumáticas
4. Classificação da hipotermia
A hipotermia é classificada de acordo com a temperatura central do pa-
ciente.
Porém, em situações de trauma, a hipotermia é considerada grave sempre que
a temperatura estiver abaixo de 32ºC.
32-35 Leve
30-32 Moderada
30 Grave
11
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Urgências Traumáticas
Temperatura
Características
(ºC)
35 Máximo de termogênese pelo tremor
Amnésia, desorientação. Taquicardia seguida por bradicardia progressiva (a
34 bradicardia decorre do efeito direto do frio na despolarização das células de
marcapasso e progressão mais lenta no sistema de condução)
33 Ataxia e apatia. Taquipneia seguida da diminuição da ventilação
32 Torpor. Diminuição de 25% no consumo de oxigênio
30 Arritmias, débito cardíaco reduzido, insulina ineficaz
29 Pupilas dilatadas
Diminuição do limiar para fibrilação ventricular. Diminuição de 50% no consu-
28
mo de oxigênio e pulso
27 Perda de reflexos
26 Importantes distúrbios ácido-base. Ausência de reflexos e respostas à dor
Fluxo cerebral a 1/3 do normal. Perda da autorregulação cerebral. Pode haver
25
edema pulmonar
24 Hipotensão e bradicardia intensas
23 Ausência de reflexo corneopalpebral. Arreflexia
Risco máximo de fibrilação ventricular. Diminuição de 75% no consumo de
22
oxigênio
Menor nível possível de recuperação da atividade eletromecânica cardíaca.
20
Pulso a 20% do normal
19 Sem manifestação no eletrocardiograma (ECG)
18 Assistolia
12
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Urgências Traumáticas
5. Tratamento
5.1. Das lesões por frio
Alguns princípios importantes do tratamento das lesões por frio (crestadura,
congelamento e lesão não congelante):
• retirar roupas úmidas e apertadas;
• aquecimento úmido com água corrente a 40ºC;
• evitar calor seco e esfregar e massagear a região;
• analgesia – reaquecimento é doloroso;
• manter feridas limpas e secas;
• manter as bolhas por 7 a 10 dias;
• evitar agentes vasoconstritores;
• evitar atividades físicas até a resolução do edema.
13
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Urgências Traumáticas
5.2. Da hipotermia
A hipotermia deve ser tratada externamente com aquecimento do paciente (co-
bertor, manta aquecida, manta aluminizada, etc.) e internamente com adminis-
tração de fluidos endovenosos aquecidos.
Em situações de hipotermia grave (abaixo de 32ºC), podem ser necessárias téc-
nicas invasivas para reaquecimento do paciente, como lavado peritoneal aque-
cido, lavado torácico aquecido, bypass cardiopulmonar e reaquecimento arterio-
venoso.
O paciente deve estar monitorizado desde o início, já que podem ocorrer arrit-
mias. A mais frequente é a fibrilação ventricular, principalmente em temperatu-
ras abaixo de 28ºC.
Em situações de parada cardiorrespiratória (PCR), deve-se iniciar medidas ime-
diatas para a reanimação. Deve-se promover o reaquecimento do paciente e só
encerrar os recursos ou as compressões quando ele estiver reaquecido e persis-
tir em PCR.
14
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Urgências Traumáticas
Anotações:
15
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Urgências Traumáticas
Síntese
Neste tema refletimos que as lesões por frio podem ser frequentes em nosso meio
e o trauma pode gerar hipotermia pela perda de calor decorrente de um sangra-
mento e pela exposição. A presença de hipotermia agrava o quadro do paciente por
não ativar os recursos fisiológicos que dependem do funcionamento das proteínas.
É preciso reconhecer a situação de hipotermia e promover a sua
prevenção e tratamento, bem como das demais lesões causa-
das pelo frio, possibilitando um cuidado integrado ao traumatizado.
16
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Urgências Traumáticas
Referências bibliográficas
American College of Surgeons. Committee on Trauma. (2016). ATLS, advanced
trauma life support program for doctors. American college of surgeons.
García AR, García AM. Manejo inicial del casi ahogamiento e hipotermia por in-
mersión. Ene 2014;8(1).
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Urgências Traumáticas
GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 3
Tema 3 - Afogamento
1
Urgências Traumáticas
2
Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS
TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as
principais emergências na área da cirurgia
do trauma. O profissional de saúde que
atua na área terá informações importantes
sobre anatomia, fisiologia, manejo e
principais condutas a serem tomadas no
atendimento ao traumatizado.
Tema 3
Afogamento
Objetivos de
aprendizagem
• Conhecer a importância dos afogamentos
no contexto do Brasil.
• Entender a fisiopatologia do afogamento.
• Conhecer outros eventos relacionados à
água.
• Saber classificar o afogamento.
• Conhecer a cadeia de sobrevivência do
afogado.
• Saber como realizar a prevenção do
afogamento.
• Saber como reconhecer um afogamento
• Conhecer o que fazer quando um
afogamento foi constatado.
• Saber mais sobre o suporte básico de
vida na água.
3
Urgências Traumáticas
Sumário
Afogamento 5
1. Introdução.......................................................................................... 6
2. Fisiopatologia do afogamento................................................................ 7
3. Eventos relacionados à água................................................................. 8
3.1. Síndrome da imersão..................................................................... 8
3.2. Hipotermia................................................................................... 9
3.3. Afogamento............................................................................... 10
4. Classificação do afogamento................................................................ 10
4.1. Quanto ao tipo de líquido............................................................. 10
4.2. Quanto à causa........................................................................... 11
4.3. Quanto à gravidade..................................................................... 11
5. Cadeia de sobrevivência do afogado..................................................... 12
6. Prevenção......................................................................................... 12
7. Reconhecimento de um afogamento..................................................... 15
8. Afogamento constatado...................................................................... 17
9. Suporte básico de vida na água........................................................... 18
Síntese................................................................................................ 24
Referências bibliográficas....................................................................... 25
4
Urgências Traumáticas
Afogamento
5
Urgências Traumáticas
1. Introdução
6
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Urgências Traumáticas
2. Fisiopatologia do afogamento
No quadro de afogamento, a presen- parada respiratória seguida de pa-
ça de água no sistema respirató- rada cardíaca.
rio dificulta ou impede a troca gasosa,
impossibilitando a entrada de oxigênio O quadro clínico é igual, independen-
e a saída de gás carbônico. A conse- temente do tipo de água: salgada,
quente hipóxia gera um quadro de doce, salobra.
7
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Urgências Traumáticas
8
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Urgências Traumáticas
3.2. Hipotermia
A hipotermia decorre do esfriamento do corpo ao contato com água mais
fria, com consequente alteração neurológica progressiva, com rebaixa-
mento do nível de consciência até a morte.
9
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Urgências Traumáticas
3.3. Afogamento
O afogamento é definido como aspiração de líquido causada por submer-
são ou imersão, ou seja, entrada de água nas vias aéreas (traqueia, brôn-
quios e pulmões).
4. Classificação do afogamento
O afogamento pode ser classificado de três formas, conforme você verá a seguir.
10
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Urgências Traumáticas
Resgate Ausentes.
Tosse.
1
Sem espuma na boca e/ou no nariz.
2 Pouca espuma na boca e/ou no nariz.
Muita espuma na boca e/ou no nariz.
3
Pulso radial presente.
Muita espuma na boca e/ou no nariz.
4
Pulso radial ausente.
Parada respiratória.
5
Pulso central presente (carotídeo) ou sinais de circulação presente.
6 Parada cardiorrespiratória (PCR).
PCR com submersão > 1 hora.
Óbito Rigidez cadavérica.
Decomposição corporal e/ou livores.
11
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Urgências Traumáticas
6. Prevenção
A prevenção envolve um conjunto de ações voltadas à
orientação do melhor uso dos ambientes relacionados
à água.
A SOBRASA possui campanhas contínuas, e diversas delas
podem ser obtidas no site oficial da instituição, voltadas es-
pecificamente para cada situação envolvendo risco de afoga-
mento: inundações, rios, pesca, mergulho, praias, navega-
ção com barcos, casas, surfe e piscinas.
Além disso, há uma campanha geral de prevenção chamada “Águas Seguras”.
Atenção 100% no seu filho a distância de um braço, mesmo em locais com
Á Atenção
guarda-vidas.
Use locais protegidos. Respeite as sinalizações e NUNCA entre na água em
G Guarda-vidas
locais proibidos ou sinalizados como perigosos ou se estiver alcoolizado.
U Use Use coletes salva-vidas em barcos, pescas e rios.
Em rios calmos, lagos e represas, mantenha a água na altura do joelho ou
A Altura
use colete salva-vidas.
12
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Urgências Traumáticas
Embarcações
• Levar rádio para comunicação.
• Checar meteorologia, estado
do barco, combustível e água
antes de sair.
• Saber como funciona ade-
quadamente o meio de trans-
porte que está sendo usado.
Rios e represas
• Usar colete salva-vidas e ca-
pacete se for praticar espor-
tes de aventura.
• Cuidado com buracos e limo
nas pedras.
Anotações:
13
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Urgências Traumáticas
Praias
A maioria dos afogamentos em praia (90%) ocorrem em correntes de retorno,
por isso é importante conhecer a localidade.
As correntes de retorno são formadas entre dois bancos de areia ou perto de
pedras, com água mais escura e menor número de ondas, porém com maior
correnteza.
Pescadores
• Conhecer o local que vai pescar.
• Ter cuidado com ondas em pedras.
14
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Urgências Traumáticas
Alagamentos ou enchentes
• Não enfrentar a zona de alagamento, pois pode haver buracos ou corrente-
za puxando a pessoa.
• Conhecer zonas propícias pelas vias que percorre.
7. Reconhecimento de um afogamento
Reconhecer um paciente de risco ou em situação de
afogamento é importante na prevenção ou na promo-
ção de medidas rápidas que possam aumentar a chance
de sucesso.
Alguns pacientes de risco:
• extremos de idade (crianças e idosos);
• obesos ou com aparência cansada;
• alcoolizados;
• com objetos flutuantes;
• turistas, imigrantes ou estranhos ao ambiente.
15
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Urgências Traumáticas
Riscos
Níveis Definição
Represas Rios e
Piscina
e lagos praias
Domina os quatros nados e possui treinamento
I Baixo Baixo Baixo
em análise de risco e resgate aquático.
II Domina os quatros nados. Baixo Médio Médio
Domina mais de um nado e possui flutuação
III Baixo Médio Alto
avançada (vertical, dorsal e controle respiratório).
IV Possui flutuação básica (vertical). Médio Alto Alto
16
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Urgências Traumáticas
8. Afogamento constatado
Posição da vítima
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Urgências Traumáticas
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Urgências Traumáticas
B – Checar a respiração.
• No paciente que não respira, deverão ser realizadas cinco ventilações
e prosseguir para avaliação da circulação.
• No paciente que respira, deve ser avaliada a presença de tosse e es-
puma na boca e no nariz. Se houver grande quantidade, avaliar a cir-
culação.
Presença de tosse Grau de
Medidas
e espuma no nariz afogamento
Ausente Resgate Avaliar e liberar no local.
Tosse e ausência de • Repouso, aquecimento e tranquilização da vítima.
Grau 1
espuma • Sem necessidade de oferta de O2.
• Repouso, aquecimento e tranquilização da vítima.
Pequena quantidade
Grau 2 • Ofertar O2 a 10-15 L/min.
de espuma
• Observação hospitalar por 6 a 48 horas.
Avaliar a circulação (pulso radial) – pulso presente:
grau 3
• Ofertar O2 a 10-15 L/min.
Grande quantidade
Grau 3 ou 4 • Se possível, posição lateral do paciente com ca-
de espuma
beça acima do tronco.
• UTI para avaliação avançada e encaminhar ao
hospital.
C – Avaliação da circulação.
Avaliar a presença de circulação periférica em pacientes que responderam
através do pulso radial e em pacientes que não responderam através do pulso
carotídeo.
Grau de
Circulação Medidas
afogamento
• Ofertar O2 a 15 L/min.
• Fazer reavaliação, pois pode evoluir para parada
Pulso radial ausente respiratória.
e grande quantidade Grau 4 • Se possível, posição lateral do paciente com ca-
de espuma beça acima do tronco.
• Solicitar avaliação avançada e encaminhar ao
hospital para UTI.
• Ofertar O2 a 15 L/min.
• Manter ventilação 10 vezes/min até respiração
normal.
Presente após venti-
Grau 5 • Se possível, posição lateral do paciente com ca-
lações
beça acima do tronco.
• Solicitar avaliação avançada e encaminhar ao
hospital para UTI.
20
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Urgências Traumáticas
Anotações:
21
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Urgências Traumáticas
Confira o fluxo de atendimento que deve ser adotado, sendo que a parte em
azul representa o atendimento que é feito na água, a parte laranja representa
o atendimento que é feito no seco, e as cores verde, amarelo, vermelho e cinza
representam o grau de prioridade do atendimento.
+ -
Nível de consciência
- Avaliar se +
está ouvindo GRAU
Ausente
RESGATE
Avaliar +
circulação Avaliar +
GRAU 3
pulso radial
- GRAU 5
-
Tempo de submersão -
> 1 hora ou GRAU 4
sinais de morte
+
Óbito GRAU 6
22
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Urgências Traumáticas
Anotações:
23
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Urgências Traumáticas
Síntese
Neste tema refletimos que há um número alto de afogamentos no Brasil, en-
volvendo principalmente crianças e adultos jovens. A prevenção é o principal
meio de aumentar a sobrevivência desse tipo de trauma, porém cabe também
reconhecer as situações de risco e saber promover as medidas adequadas para
esse grupo de pacientes. 24
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Urgências Traumáticas
Referências bibliográficas
ACLS – Resource Text – For Instructor and Experienced Providers – American
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