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SEMINÁRIO
JANUÁRIA (MG)
OUTUBRO, 2021
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................3
CICLO CELULAR.........................................................................................................4
AGENTES DELETÉRIOS.............................................................................................6
RADIAÇÃO IONIZANTE.............................................................................................7
RADIAÇÃO SOLAR......................................................................................................8
RAIOS UV........................................................................................................................9
AUTO-OXIDAÇÃO......................................................................................................10
MUTAÇÕES..................................................................................................................12
MUTAÇÃO CROMOSSÔMICA.................................................................................12
MUTAÇÃO GÊNICA...................................................................................................14
CAUSAS DA MUTAÇÃO............................................................................................15
DNA POLIMERASE.....................................................................................................17
EXCISÃO DE BASE.....................................................................................................20
XERODERMA PIGMENTOSO..................................................................................29
CONCLUSÃO................................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................37
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INTRODUÇÃO
As células estão constantemente em contato com agentes químicos e físicos capazes de
danificar ou modificar o seu DNA, o que pode resultar em consequências sérias ao
funcionamento celular, para evitar que esses erros aconteçam ou mesmo para impedir que
células danificadas se propaguem, estas possuem sistemas de reparos de DNA, que visam
proteger a integridade do genoma e garantir a evolução ótima dos seres vivos na terra.
A reparação ocorre em todas as células e em todos os organismos, alguns mecanismos
são capazes de reparar certa diversidade de danos e a célula possui os sistemas de reparos a
danos específicos.
Dentre os sistemas de reparo, destaca-se o reparo por excisão de base e por excisão de
nucleotídeos, reparo de incompatibilidade, união de extremidades não homólogas e reparo de
quebras de fita dupla.
O funcionamento inadequado dos sistemas de reparo pode permitir a ocorrência de
acúmulos de mutações nocivas aos processos celulares, dentre eles destaca-se os vários tipos de
canceres, no caso desse trabalho abordaremos o Xeroderma Pigmentoso, abordando sua causa e
suas manifestações clínicas no ser humano.
O trabalho aqui apresentado tem como finalidade expor os conceitos, as características,
os tipos e a finalidade dos mecanismos de reparo do DNA , abordando de forma detalhada as
características aqui citadas e demonstrando a importância de se ter um processo de reparo
eficiente e eficaz.
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CICLO CELULAR
O ciclo celular é produzido por células diplóides (2n) onde se originam duas células
idênticas, no entanto, pode haver diferenças sutis nos genes, porque durante a replicação alguns
nucleotídeos podem ser trocados e produzir uma sequência de DNA diferente da célula-mãe.
Essas mudanças geralmente não afetam a função celular. (NOUSPIKEL, 2013).
Existem dois estágios principais de divisão celular, interfase e mitose, para pesquisas
mais detalhadas, subdivisões são adicionadas a cada etapa, sendo na interfase a inclusão das
fases G0, G1, S e G2 e na mitose a divisão em prófase, Metáfase, fase tardia, fase terminal e
divisão celular.
Por exemplo, células epiteliais, folículos capilares e os linfócitos são mais sensíveis a
fatores químicos e físicos que afetam replicação de DNA, portanto, a taxa mitótica dessas
células é comparável a expressividade e requer a substituição constante dessas células no corpo.
O ápice das vilosidades intestinais, neurônios e cardiomiócitos permanecem em G0
Indefinidamente.
O principal estímulo que pode induzir a divisão celular é mediado através do contato
entre duas células (célula-célula), afetando o crescimento e sobrevivência celular. O mecanismo
responsável por esta função é a proteína que é conectada à superfície da membrana, matriz
intracelular e até mesmo proteínas secretadas pela própria célula (MAO et al., 2016).
A fase G1 é o período em que a célula está pronta para a divisão celular. Por esta razão,
o volume celular aumenta, as organelas se replicam, integridade do DNA. Este é o primeiro
aspecto do departamento, conhecido como um ponto de checagem ou verificação G1. Se houver
dano ao DNA, a proteína responsável recrutará um mecanismo de reparo de ativação e se não
houver danos ácido nucleico, a célula entra na fase S (CHAUHAN et al., 2015).
https://static.biologianet.com/2019/12/interfase.jpg
Com o fim do G2, a interface termina e a mitose começa. A mitose é uma fase que
inclui a divisão do núcleo e do citoplasma. Em comparação com a fase intermediária, a fase M é
extremamente curta e tem uma duração de cerca de uma hora; no entanto, algumas modificações
e eventos importantes são representados por suas subfases, que são: A prófase, metáfase,
anáfase, telófase e citocinese.
Problema que permite garantir que novas células tenham o mesmo número de
cromossomos (DE JESÚS RODRÍGUEZ-GÓMEZ & FRÍAS- Vazquez, 2014). Com base neste
princípio, este mecanismo pode ser usado em algumas técnicas de laboratório para interromper
a replicação celular e pesquisas. (ALVES E MAGALHÃES, 2010 ).
Diferentes autores acreditam que a divisão celular faz parte da fase terminal, ou seja,
fala que a citocinese faz parte da telófase, ainda é um dos principais problemas não resolvidos
da biologia celular. No entanto, a modificação do recurso nesta fase pode ser muito Prova, como
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Nas células animais, essa divisão é centrípeta, porque o citoplasma é as duas partes
começam das extremidades em direção ao centro da célula (TANAKA et al., 2015)
https://static.biologianet.com/2019/12/mitose-2.jpg
AGENTES DELETÉRIOS
Os genes deletérios ou letais são aqueles que estão sujeitos a processos de mutação ou
de reorganização que lhes provocam alterações na expressão fenotípica. Estes genes
apresentam-se em diferentes alelos (sequências de genes) que produzem alterações no
indivíduo. O alelo deletério ou letal é aquele que carrega a sequência genética que causa
a morte. O gene que, ao mutar, pode produzir um fenótipo letal é designado gene essencial.
Deletério é entendido como algo que coloca a vida em risco, mas também é entendido
como algo que conduz ao que é imoral.
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RADIAÇÃO IONIZANTE
Radiação ionizante é uma forma de radiação que carrega consigo energias suficientes
para arrancar elétrons que se encontram ligados a átomos e moléculas. Essa radiação pode ser
de natureza corpuscular, como as radiações alfa e beta, ou de natureza eletromagnética, como a
radiação gama, os raios X e algumas frequências de ultravioleta.
Para que uma forma de radiação consiga ionizar átomos e moléculas, é necessário que
ela carregue consigo uma grande quantidade de energia. No caso das ondas eletromagnéticas,
somente aquelas que se encontram no final do espectro eletromagnético são capazes de ionizar.
Já no caso da radiação corpuscular, é necessário que as partículas irradiadas movam-se em
altíssimas velocidades, iguais ou superiores a 1% da velocidade da luz.
RADIAÇÃO SOLAR
Radiação solar é a energia emitida pelo sol na forma de radiação eletromagnética não
ionizante, sendo a principal fonte de exposição humana à radiação ultravioleta (UV). Além
desta fonte natural, podemos citar outras fontes artificiais de radiação UV, como lâmpadas e
câmaras de bronzeamento (KESMINIENE, SCHÜZ, 2014).
O nível de radiação solar que atinge a superfície da Terra varia de acordo com alguns
fatores ambientais, tais como altura do sol, apresentando maior intensidade nos horários entre
dez da manhã e quatro da tarde; a latitude, pois quanto mais próximo à linha do equador, mais
elevados são os níveis de radiação UV; céu encoberto por nuvens, poluição atmosférica, névoas
ou neblinas, que reduzem os níveis de radiação UV; altitude elevada, onde há menor filtração da
radiação UV; e ozônio, que absorve alguma quantidade de radiação UV (WORLD HEALTH
ORGANIZATION et al., 2002).
A radiação solar diretamente, dispersa em céu aberto ou refletida no ambiente. Ou seja,
mesmo estando em local sombreado, uma pessoa ainda pode estar exposta à radiação UV por
meio da claridade natural do sol. Alguns pisos, pinturas claras e superfícies também são
bastante refletores da radiação UV (AUSTRALIAN RADIATION PROTECTION AND
NUCLEAR SAFETY AGENCY, 2004a). A redução da camada de ozônio prejudica os
seres humanos, os animais, organismos marinhos e plantas, que ficam expostos a maiores
níveis de radiação UV (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006).
A melhor estratégia para reduzir a exposição natural à radiação UV é evitar o sol no
meio do dia, quando a intensidade de radiação é maior.
A reação mais comum da pele após exposição aos raios solares é o eritema, também
chamado de queimadura solar. A pele e os olhos são as principais áreas de risco à saúde
decorrentes da exposição à radiação UV.
Uma pessoa que se expõe muito ao sol, especialmente durante a infância, tem o risco
aumentado de desenvolver câncer de pele. A exposição ao sol provoca o espessamento das
camadas exteriores da pele e, causando enrugamento e enrijecimento da pele. Nos olhos podem
causar ceratites, conjuntivites e cataratas (AUSTRALIAN RADIATION PROTECTION AND
NUCLEAR SAFETY AGENCY, 2004a).
A exposição solar é a principal causa de câncer de pele. Os carcinomas espinocelular e
basocelular representam os tipos mais frequentes de câncer de pele. O melanoma de pele
contribui para a maioria das mortes por câncer de pele devido a sua tendência a produzir
metástases (KESMINIENE; SCHÜZ, 2014).
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https://www.whcengenharia.com.br/post/o-que-%C3%A9-r%C3%A1dio-frequ
%C3%AAncia-rf
RAIOS UV
Os raios ultravioletas A (UVA) podem produzir lesões em moléculas de DNA tanto por
ação direta, quanto por intermédio de outras substâncias originadas nas células a partir da
exposição a essa radiação. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências Biomédicas
(ICB) da USP buscou esclarecer os mecanismos pelos quais os raios UVA danificam o material
genético das células cutâneas. “A UVA, embora seja a radiação que chega em maior abundância
na superfície terrestre, é a menos compreendida e a mais polêmica dentre as UVs”, comenta
Teiti Yagura, autor do trabalho, que recebeu a orientação do professor Carlos Frederico Martins
Menck.
As lesões diretas, isto é, aquelas geradas a partir da absorção imediata dos raios UVA
pelo DNA a eles exposto, dão-se principalmente com a formação de substâncias denominadas
dímeros de pirimidina ciclobutano (CPD), compostos orgânicos que podem acarretar alterações
genéticas nas células. “Dentre as lesões geradas, os CPDs são os maiores responsáveis por
bloquear a transcrição celular [processo essencial à expressão gênica das células, ligado à
síntese de novas moléculas de DNA]“, explica Yagura. Ele conta que há estudos que mostram
que essas lesões podem causar mutações claramente associadas ao desenvolvimento de câncer
de pele.
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Por sua vez, as lesões indiretas dependem da produção de espécies reativas de oxigênio,
ou radicais livres, que agem sobre o DNA, promovendo a sua degradação. O oxigênio presente
na pele, ao entrar em contato com componentes celulares denominados cromóforos, capazes de
absorver a energia proveniente dos raios UVA — como a hemoglobina —, suga para si parte
dessa energia, transformando-se, assim, nessa molécula altamente reativa e nociva ao material
genético, denominada oxigênio singlete.
AUTO-OXIDAÇÃO
Os estudos de Yagura apontam, todavia, para outra forma de produção desse tipo
danoso de oxigênio, na qual a própria estrutura do DNA ou algo fortemente ligado a ele
poderiam estar diretamente envolvidos. “Isso acarreta na possibilidade de que um mecanismo
intrínseco à molécula de DNA possa levar à sua auto-oxidação, sem a necessidade de outros
cromóforos”, relata.
Segundo Yagura, o conhecimento das maneiras como os raios UVA agem sobre o
material genético indica que “para se combater seus efeitos nocivos, são necessários tanto
materiais que absorvam a energia da UVA quanto materiais antioxidantes”.
Assim, o pesquisador faz algumas recomendações. “Na prática, o ideal seria evitar
expormo-nos ao sol, sem nos esquecermos de uma nutrição balanceada, rica em vitamina D”,
diz. Isto porque a síntese desta vitamina se dá com a exposição da pele ao sol e, por isso, no
caso de menor contato com a luz solar, faz-se necessária a ingestão de alimentos que contenham
quantidades abundantes deste nutriente. Além disso, ele ressalta a importância do uso de
bloqueadores solares que também ofereçam proteção contra os raios UVA. E ainda completa:
“Câmaras de bronzeamento, nem pensar!”.
nitrogênio, ao contrário das bases púricas, que são grandes e compostas de dois anéis. No DNA,
aparece a timina, enquanto no RNA, temos a uracila. A diferença entre essas bases se deve à
presença do grupo metila na timina, que não ocorre na uracila.
MUTAÇÕES
Entende-se por mutação qualquer mudança, geralmente ao acaso, que ocorre no material
genético, mais especificamente no DNA. As mutações alteram a estrutura do DNA, composto
por nucleotídeos, essa mudança pode resultar na síntese de uma proteína com função alterada.
Fonte: Internet
MUTAÇÃO CROMOSSÔMICA
São mutações que alteram grandes sequências de DNA, de modo que reflita até
na estrutura do cromossomo.
Fonte: Wikimedia Commons, Representação dos três cromossomos presentes no par 21. Essa
anomalia é conhecida como Síndrome de Down.
MUTAÇÃO GÊNICA
Ocorre em um nucleotídeo específico ou em sequências curtas de DNA e podem ser
subdivididas em:
•SILENCIOSO: O RNAm gerado, embora também contenha a informação alterada, leva para a
formação da mesma proteína.
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•DELEÇÃO: É a exclusão de alguns poucos pares de bases no DNA. Esse tipo de mutação,
assim como a inserção, está mais relacionada com a replicação dos íntrons. Pode alterar a
posição em que se deveria iniciar a transcrição do DNA, como também mudar o RNAm gerado
após o processo de Splicing.
CAUSAS DA MUTAÇÃO
Quanto às causas, as mutações podem ser classificadas em dois tipos principais, as
mutações espontâneas e as induzidas por agentes mutagênicos.
Mutações espontâneas a nível molecular incluem:
•Mutagênicos químicos
•Guanidina nitrosa (NTG)
•Hidroxilamina NH2OH
•Bases análogas (por exemplo, BrdU)
•Substâncias simples (por exemplo, ácidos)
•Agentes alquilantes (por exemplo N-etil-N-nitrosoureia (ENU)) Estes agentes podem causar a
mutação tanto de DNA em replicação como em DNA não-replicante. Entretanto, um análogo
de base nitrogenada pode somente mutar o DNA quando este análogo é incorporado durante
a replicação do DNA. Cada uma das classes de mutagênicos químicos têm efeitos que podem
levar a transições, transversões ou deleções.
•Agentes metilantes (por exemplo, etil-metanossulfonato (EMS))
•Hidrocarbonetos policíclicos (por exemplo, benzopirenos encontrados na fumaça de motores
de combustão)
•Agentes intercalantes de DNA (por exemplo, Brometo de etídio)
•DNA crosslinker (e.g. platina)
•Dano oxidativo causado por espécies reativas de oxigênio
Radiação
•Radiação Ultravioleta (não ionizante) excita eletróns a um nível de energia mais elevado. As
moléculas de DNA são bons absorvedores de luz ultravioleta, especialmente aquela
com comprimento de onda entre 260 e 280 nm. [carece de fontes] As bases nitrogenadas
citosina e timina (A e T), são mais vulneráveis a essas excitações, que podem modificar as
propriedades de pareamento de bases. A luz UV pode induzir que bases timinas adjacentes
numa sequência de DNA pareiem-se entre si, formando um dímero pesado.
•Radiação ionizante
O DNA possui os chamados "hotspots", locais em que as mutações ocorrem a
uma taxa até 100 vezes superior ao normal. Um "hotspot" pode ocorrer em uma base não usual,
como por exemplo numa 5-metilcitosina.
DNA POLIMERASE
Uma das moléculas chave na replicação do dna é a enzima dna polimerase. Dna
polimerases são responsáveis pela síntese do dna: elas adicionam nucleotídeos, um por um, à
fita crescente de dna, incorporando somente aqueles que são complementares à fita molde. Dna
polimerases desempenham um papel fundamental na replicação do dna, permitindo a passagem
de informações genéticas para células-filhas de geração em geração.
Algumas características das DNA polimerases, sempre precisam de uma fita molde,
adicionam nucleotídeos somente na terminação 3' de uma fita de DNA, não conseguem dar
início à formação de uma cadeia de DNA, requerem uma cadeia pré-existente ou uma pequena
seqüência de nucleotídeos chamada de primer e elas revisam (ou conferem) seu trabalho,
removendo a maior parte dos nucleotídeos erroneamente adicionados à cadeia.
O reparo por excisão de base é desencadeado pela glicosilase, que promove a remoção
da base alterada. Após a incisão da base, um complexo enzimático atua nesse sitio, removendo a
pentose e o fosfato que restavam do nucleotídeo. Em seguida, a dna polimerase preenche o
espaço deixado, utilizando como molde a fita complementar não danificada. Para finalizar o
processo, uma dna ligase promove a ligação fosfodiéster entre o carbono três do nucleotídeo ao
carbono cinco da pentose adjacente.
O reparo por excisão de nucleotídeos é promovido por enzimas que reconhecem danos,
tais como o dímero de pirimidinas. Após o reconhecimento da estrutura alterada, um complexo
enzimático produz cortes no sitio danificado, o que resulta na remoção de um segmento
unifilamentar. O espaço gerado, assim como no reparo por excisão de base, é preenchido pela
dna polimerase com nucleotídeos de modo consenso à fita molde, finalizando a síntese com a
ligação fosfodiéster pela dna ligase.
A reparação das quebras nas fitas duplas se inicia quando proteínas específicas
associam-se aos filamentos simples de dna, invadem a molécula homóloga e restabelecem com
as mesmas regiões heteroduplas. Formam-se, assim, junções conhecidas como holliday
junctions - estruturas em forma de cruz que se formam durante o processo de recombinação
genética. A extremidade 3’ do filamento anelar é estendida pela ação da DNA polimerase, por
meio da utilização de uma das fitas da molécula homóloga como molde. Quando encerrada a
síntese o filamento estendido é seccionado de forma intencional pelas enzimas RuvC, o que
promove o retorno da molécula invadida ao emparelhamento normal.
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EXCISÃO DE BASE
Outro mecanismo bastante utilizado de reparo de dna é o sistema de excisão de bases
(ber). Neste sistema, apenas a base nitrogenada será removida, diferente do sistema ner descrito
anteriormente. Enzimas da classe da família das dna glicosilases agem no reconhecimento de
bases nitrogenadas modificadas ou inapropriadas e são responsáveis por iniciar este tipo de
reparo. A remoção da base nitrogenada errônea resulta na formação de um sítio abásico, o qual
é eliminado por endonucleases.
O ponto de checagem G1 é o principal ponto de decisão para uma célula – ou seja, o primeiro
ponto em que se deve escolher entre dividir ou não. Uma vez que a célula passa o ponto de
checagem G1 e entra na fase S, ela se torna irreversivelmente comprometida com a divisão. Ou
seja, excetuando-se problemas inesperados, tais como dano no DNA ou erros de replicação,
uma célula que passa pelo ponto de checagem G1 continuará pelo resto do caminho através do
ciclo celular e produzirá duas células filhas. No ponto de checagem G1, a célula checa se as
condições internas e externas são favoráveis para a divisão. Por exemplo:
- Tamanho;
- Nutrientes;
- Sinais moleculares.
- Integridade molecular
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Se uma célula não obtém os sinais para seguir em frente que ela precisa no ponto de
checagem G1, pode sair do ciclo celular e entrar em um estado de repouso chamado fase G0.
Algumas células permanecem em G0, enquanto outras voltam à divisão se as condições
melhoram.
Nos mamíferos, o sinal de parada é dado em G1 por uma proteína conhecida como p53
(um famoso supressor tumoral comumente), cujos níveis intracelulares aumentam em resposta a
eventuais danos à molécula de DNA, impedindo que a célula prossiga e efetue a replicação do
DNA danificado.
Neste ponto ocorre a certificação de que a divisão celular ocorra bem para que produza
células filhas saudáveis com DNA completo e sem danos. A célula possui um ponto de
checagem adicional antes da fase M, chamado de ponto de checagem G2. Nesta fase, a célula
irá checar a Integridade do DNA e a Replicação do DNA.
Se erros ou danos são detectados, a célula irá pausar no ponto de checagem G2 para
permitir reparos. Se os mecanismos do ponto de checagem detectam problemas com o DNA, o
ciclo celular é interrompido e a célula tenta completar a sua replicação de DNA ou reparar o
DNA danificado.
Ciclinas
Ciclinas estão entre os mais importantes reguladores do ciclo celular. Ciclinas são um
grupo de proteínas relacionadas e existem quatro tipos básicos encontrados em seres humanos e
na maior parte dos outros eucariontes: ciclinas G1, ciclinas G1 /S, ciclinas S, e ciclinas M.
Cada ciclina está associada a uma determinada fase, transição, ou conjunto de fases no
ciclo celular e ajuda a conduzir os eventos dessa fase ou período.
Quinases dependentes de Ciclinas ou Cdks são quinases, enzimas que ligam grupos
fosfato a proteínas alvo específicas. O grupo fosfato ligado age como um interruptor, tornando a
proteína alvo mais ou menos ativa. Quando uma ciclina se liga a uma Cdk desencadeia dois
efeitos importantes: ativa a Cdk como uma quinase, mas também direciona a Cdk para um
conjunto específico de proteínas alvo, adequadas para o período do ciclo celular controlado pela
ciclina. Por exemplo, Ciclinas G1 /S enviam Cdks para alvos da fase S promovendo, por ex., a
replicação do DNA, enquanto ciclinas M enviam Cdks para alvos da fase M fazendo a
membrana nuclear se romper.
Os níveis de Cdk permanecem relativamente constantes por todo o ciclo celular, mas a
atividade das Cdk e as proteínas-alvo mudam à medida que os níveis das várias ciclinas
aumentam e diminuem. Além de precisar de uma parceira ciclina, as Cdks também devem ser
fosforiladas em um local específico para serem ativadas, e também podem ser reguladas
negativamente pela fosforilação de outros locais.
A destruição das ciclinas M força a célula a sair da mitose, permitindo que as novas
células filhas entrem em G1. O APC/C também causa a destruição das proteínas que seguram as
cromátides irmãs juntas, permitindo que se separem na anáfase e se movam para os polos
opostos da célula. O APC/C é uma enzima cuja sua função é adicionar uma pequena proteína de
marcação chamada ubiquitina (Ub). Quando um alvo é marcado com ubiquitina, ele é enviado
ao proteassomo, que pode ser considerado a lixeira de coleta reciclável da célula, e é destruído.
Por exemplo, o APC/C liga um marcador ubiquitina à ciclinas M, fazendo com que elas sejam
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trituradas pelo proteassomo e permitindo que as recém-formadas células filhas entrem na fase
G1.
A enzima também usa essa marcação para provocar a separação de cromátides irmãs durante a
mitose. Se o APC/C recebe os sinais certos durante a metáfase ele inicia uma cadeia de eventos
que destrói a coesina, a proteína cola que mantém as cromátides irmãs juntas.
Cada célula do corpo humano está sujeita a dezenas de milhares de lesões de DNA
diariamente. Se forem reparados incorretamente, essas lesões levam a mutações ou aberrações
do genoma que ameaçam a viabilidade celular ou do organismo. Para conter as ameaças
representadas por danos ao DNA, as células desenvolveram mecanismos, conhecidos
coletivamente como resposta ao dano ao DNA (DDR), para detectar lesões no DNA, sinalizar
sua presença e promover seu reparo.
Danos ao DNA podem ocorrer em quase qualquer ponto do tempo de vida da célula,
não apenas durante a replicação. Na verdade, seu DNA sofre danos todo o tempo, por fatores
externos como luz UV, produtos químicos e Raios X—sem falar nas reações químicas
espontâneas que acontecem mesmo sem agressões ambientais. Felizmente, suas células têm
mecanismos de reparo para detectar e corrigir muitos tipos de danos ao DNA. Os processos de
reparo que ajudam a corrigir o DNA, incluem:
Reparo na Fase g1
O reparo mais recorrente na fase g1 é o por excisão de nucleotídeo (NER), que é via
usada para remover e substituir bases danificadas.O reparo por excisão de nucleotídeo detecta e
corrige tipos de avarias que distorcem a dupla hélice de DNA.
Por exemplo, esta via detecta bases que tenham sido modificadas com grupos químicos
grandes, como aqueles que ficam ligados ao seu DNA quando ele é exposto a produtos
químicos da fumaça do cigarro e também é usado para corrigir alguns tipos de danos causados
por radiação UV, por exemplo, quando você fica queimado de sol.
A radiação UV pode fazer as bases citosina e timina reagirem com as bases vizinhas
que também são Cs ou Ts, formando ligações que distorcem a dupla hélice e causam erros na
replicação do DNA.
O reparo por excisão de nucleotídeo apresenta papel importante durante a fase G1,
embora a atividade não esteja restrita somente a essa fase do ciclo celular.
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Durante a fase G1, o DNA está mais propenso a lesões por radiações ionizantes, que
podem provocar ruptura de fita dupla. Esse tipo de avaria ao DNA é considerável e de difícil
reparação, devido à fase do ciclo em que se encontra. O processo de reparação para correção
desses danos consiste na união de extremidades não-homólogas.
Reparo na fase S
A resolução mediada por DNA opoisomerases que são enzimas responsáveis pela
resolução das dificuldades geradas durante processos que requerem o desenrolamento das fitas
de DNA, ao induzirem uma quebra transitória nessa cadeia essa limitações s permite a correção
desses problemas de torções durante a fase S por meio de uma ruptura transitória do DNA, o
que reduz essas tensões sobre a fita. A operação é auxiliada pela DNA girase, que promove
abertura e rotação da dupla hélice.
Reparo na fase G e M
A RH pode ocorrer durante as fases S e G2; por utilizar as cromátides irmãs como modelo de
replicação, é importante que as cromátides estejam na proximidade uma da outra. Esse efeito é
estabelecido pela coesão fornecida por uma ligação física exercida pelas cromátides, que é
rompida durante a anáfase, subfase da mitose essa coesão depende de grande parte pela Cohesin
que estão envolvidas na condensação cromossômica e na coesão das cromátides irmãs durante o
processo de divisão celular.
Os genes que codificam duas, das coesinas (SMC1 and Scc1) e duas, das condensinas
(SMC4 and Cap-D2) foram caracterizados tanto por Southern e Northern blots quanto por
análise in silico.
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Embora essa noção faça sentido intuitivamente, ela ainda precisa ser testada
experimentalmente. Consistente com um requisito específico de coesina na HR cromátide irmã,
a coesina não é necessária para certas formas de HR
Os Danos oxidativos que está associada à replicação celular em células que estão em
divisão. Entretanto, células que não estão em divisão celular também estão propensas a erros.
Danos oxidativos de bases são removidos principalmente por reparação por excisão de base que
é um mecanismos usado para detectar e remover certos tipos de bases danificadas. Um grupo de
enzimas chamado glicosilases desempenha um papel importante no reparo por excisão de base.
Cada glicosilase detecta e remove um tipo específico de base danificada.
Por exemplo, uma reação química chamada desaminação pode converter uma base
citosina em uracila, uma base normalmente encontrada apenas no RNA. Durante a replicação do
DNA, a uracila irá parear com adenina em vez da guanina, como faria se a base ainda fosse
citosina, assim, uma mudança de citosina para uracila nã0 corrigida pode levar a uma mutação.
Para evitar tais mutações, a glicosilase da via de reparo por excisão de base detecta e
remove as citosinas desaminadas. Uma vez que a base tenha sido removida, o pedaço "vazio" do
esqueleto de DNA também é removido e a lacuna é preenchida e fechada por outra enzima.
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XERODERMA PIGMENTOSO
O Xeroderma Pigmentoso (XP) é uma doença genética rara, de caráter recessivo e
autossômico, que afeta igualmente os dois sexos e todas as etnias, estando associado
intimamente a comunidades com alta taxa de consanguinidade. (DANTAS, 2018; OLIVEIRA,
2003).
Indivíduos com XP, assim como em qualquer outra doença, apresentam características
sintomatológicas que levam ao estabelecimento de um quadro clínico, que corresponde ao
conjunto de sintomas apresentados pelo paciente (PRIBERAM DICIONÁRIO, 2020).
Com o passar do tempo, para melhorar a qualidade de vida de um indivíduo com XP,
foram desenvolvidos diversos tratamentos, que consistem em maneiras de cuidar de um paciente
(SCOTTINI, 2017).
A forma variante do XP (XP-V) está ligada a ausência da polimerase pol eta presente na
via de reparo translesão (TLS) (CASTRO, 2016). Todas os demais tipos de manifestações do
XP estão ligados diretamente a defeitos na via de Reparo por Excisão de Nucleotídeos (NER), a
qual é formada pela ação conjunta de cerca de 30 proteínas (SANTIAGO, 2015).
TLS faz um by-pass de uma lesão espacial do DNA e a principal polimerase envolvida
nesse processo é a pol eta. Na ausência de pol eta, a polimerase que faz o by-pass da lesão é a
pol iota, que possui uma taxa de erro muito maior que pol eta (CASTRO, 2016; LERNER,
2014).
As duas sub vias da NER – TCR e GGR –, são classificadas conforme a maquinaria
celular usada para efetuar o reparo (SANTIAGO, 2015).
O aumento de interação entre a CSB e a RNA pol ocorreria quando a transcrição fosse
interrompida por alguma lesão na fita molde, o que se acredita que deslocaria CSB para trás
(backtracking). Esse deslocamento desocuparia sítios de ligação e daria abertura para outras
proteínas de reparo. De acordo que a RNA pol regride, a proteína de replicação A (RPA, do
inglês Replication Protein A) se liga aos sítios da fita simples impedindo a renaturação, além
de sinalizar o recrutamento de XPA para o local da lesão. CSB também recruta CSA
(Cockayne syndrome complementation group A ). A CSA atua na ubiquinização de
CSB, processo este que é muito importante para TCR-NER, uma vez que CSB quimérica tem a
capacidade de recuperar eventuais defeitos moleculares em CSB. A partir desse momento, os
mecanismos de reparo de lesão são comuns entre TCR-NER e GGR-NER (CASTRO, 2016;
MORI, 2015).
A sub via GGR-NER, como dito anteriormente, atua quando um dano a dupla fita do
DNA distorce a estrutura espacial, comprometendo a dupla hélice. O reconhecimento se dá por
dois complexos proteicos, o UV-DDB que é um heterodímero resultante da união de DDB1 e
DDB2 e de outro heterodímero XPC-RAD23B/hHr23B-Centrina 2, que é o primeiro a
reconhecer a lesão. A proteínas XPC é o componente do seu heterodímero que reconhece
realmente a lesão, pois possui uma afinidade de ligação ao DNA e têm essa capacidade de
ligação aumentada quanto mais distorcida for a lesão espacial da dupla hélice. O complexo UV-
DDB reduz o tempo de reparo de CPD’s e 6-4 PP’s (fotoprodutos oriundos da interação entre os
raios UV e a pele) devido a uma função estabilizadora que exerce em NER. Pacientes XP-E
possuem diminuição acentuada no reparo de 6-4 PP’s (CASTRO, 2016; FELTES, 2017; MORI,
2015; PUUMALAINEN, et al., 2015).
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A XPB pode ser mais eficiente na montagem de TFIIH, do que no processo de helicase.
A XPD possui um domínio estrutural em forma de arco bastante estreito pelo qual se desloca
pela fita simples desenrolada. Como a dimensão do orifício formado pelo arco não é grande, a
XPD pode ser considerada um fator de verificação de dano, pois lesões de grandes extensões
não passarão devido ao obstáculo físico. Nesse contexto, até esse ponto tem-se a abertura da fita
dupla e a verificação da lesão. Seguindo com o processo, o próximo passo é montar o complexo
pré–incisional, com a ligação de XPA, RPA e XPG e desligamento do complexo XPC-hHR23B.
Uma das funções de XPA é detectar alguma lesão que não foi percebida pela XPD, bem
como se ligar no sentido oposto ao da XPB, na extremidade 5’ da fita lesionada. A RPA se liga
a fita não lesionada cobrindo cerca de três dezenas de nucleotídeos, e de ajudar no
posicionamento correto das endonucleases, além deslocar a XPC, que deixa o complexo TFIIH.
XPG e o complexo ERCC1-XPF são as endonucleases que receberam auxílio de RPA para se
posicionarem e que farão a excisão do oligômero com a lesão e permitirão a continuidade do
processo de reparo (CASTRO, 2016; MORI, 2015; SANTIAGO, 2015).
Para finalizar o processo, uma nova fita simples de DNA é sintetizado para ocupar o
sítio danificado, havendo para isso a ação das polimerases pol δ e pol η na síntese da nova fita e
a ação da DNA ligase I ou II, que emenda a nova fita ao sítio (CASTRO, 2016; FELTES, 2017).
Polimerases da família Y, principalmente pol eta, são as mais qualificadas para efetuar o
reparo do DNA danificado, pois apresentam sítios catalíticos palm and thumb menores, o
que possibilita a inserção dos nucleotídeos mesmo com a presença da lesão na fita de DNA.
Com esse processo, é evitada a parada da forquilha de replicação por um período longo, o que
poderia desencadear um processo de apoptose celular (CASTRO, 2016).
Feito o desvio por Pol eta ou por outra polimerase da família Y, outra polimerase da
família B, principalmente Pol zeta, efetua a inserção de bases por mais alguns pares a frente.
Despois do by-pass, Pol eta é desubiquitinizada pela proteína USP7. Com isso, polimerases da
família A, principalmente Pol delta, continuam o processo de replicação do DNA (CASTRO,
2016; LERNER, 2014).
O Xeroderma Pigmentoso tipo C (XP-C), por sua vez, ocorre quando anomalias
genéticas afetam o gene XPC, o qual possui 16 éxons e 33 Kpb e está localizado no lócus 3p25.
A proteína transcrita a partir do gene XPC possui 940 aminoácidos e se liga a outras proteínas, a
hHR23B e a centrina 2, formando um complexo proteico com domínio C terminal de ligação ao
DNA e ao fator de transcrição II humano, o qual reconhece lesões no DNA (LEITE, 2008).
A mutação mais comum no gene XPC é uma deleção de 2pb. De acordo com um
estudo argelino ao analisar 17 pacientes com XP-C, todos apresentavam homozigose para a
deleção de 2pb. A deleção mais frequente resulta em um códon de terminação ineficiente,
prejudicando a interação entre as proteínas XPC, hHR23B, Centrina 2 e TFIIH, que são
essenciais no reconhecimento de danos no DNA, e início da via de reparo NER (BENSENOUCI
et al., 2016).
O Xeroderma Pigmentoso tipo D está associada a defeitos no gene XPD, que se localiza
no cromossomo 19.q13.2-13.3. A proteína transcrita a partir desse gene está relacionada com a
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excisão e reparo do DNA. Defeitos na expressão dessa proteína estão associados também a
doenças como Tricodistrofia e Síndrome de Cockayne (DANTAS,2018). A proteína XPD é uma
helicase de DNA que faz parte do TFIIH, responsável pela estabilização das proteínas no sítio
da lesão. Além disso, XPD é dependente de ATP, e desenrola a dupla fita de DNA no sentido
5’-3’, o inverso da proteína XPB (CASTRO, 2016; SOLTYS, 2010).
A PC4 atua retirando a XPG de regiões onde a RNA polimerase encontrou uma lesão,
liberando o sítio para o processo de reparo. Além disso, a XPG estabiliza o TFIIH e permite a
fosforilação de receptores nucleares, tendo um papel importante na expressão gênica (SOLTYS,
2010).
A pol η consegue replicar DNA com lesões efetuando desvios, diminuindo a incidência
de câncer pela diminuição da mutagênese. Em pacientes XP-V, locais lesados devido a
exposição a luz UV têm a replicação do DNA interrompida e o desenrolar do processo fica mais
propenso a erros pois a pol η é a polimerase mais especializada em fazer o by-pass. Na ausência
de pol η, outras polimerases da mesma família (como a pol ι) fazem o desvio, mas com baixa
especificidade da inserção de bases correspondentes na fita complementar, ocasionando
numerosas mutações que resultam em canceres de pele (LERNER, 2014; MORENO, 2017).
A polimerase pol η pode realizar o by-pass nos dois principais fotoprodutos formados
após a exposição à luz UV – os dímeros de pirimidina ciclobutano e 6,4 PP’s –, além de agir
também em bases oxidadas (MORENO, 2017). O conhecimento que se tem até 2017 sobre o
XP-V é que seu desenvolvimento se dá a partir do contato com raios UVB e UVC. Entretanto,
não se pode delimitar essa relação somente com esses comprimentos de onda, uma vez que são
poucos os trabalhos que descrevem os efeitos mutagênicos de UVA em pacientes XP-V
(MORENO, 2017). No Estado de Goiás, situado no Brasil, uma comunidade da cidade de
Araras possui uma frequência de um caso de XP-V a cada 200 pessoas (MORENO, 2017).
CONCLUSÃO
O XP é uma doença genética que não tem cura, decorrente de defeitos advindos da via
NER e na via TLS de reparo do DNA, podendo assumir 8 tipos diferentes de manifestações.
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NER é sem dúvida a principal via de reparo do DNA quando se trata de XP, pois 7 tipos
de XP são decorrentes desse mecanismo de correção de lesões do DNA. NER é subdividida em
duas sub vias: TCR-NER e GGR-NER, sendo a primeira atuante nas situações de bloqueio da
elongação do RNA e a segunda quando há dano espacial à fita dupla de DNA.
No XP-V o by-pass da fita coma lesão do DNA não é feito pela polimerase pol eta e sim
por outra polimerase da familiaY o que acarreta numa taxa muito maior de erros na via de
reparo TLS. Pol eta consegue inserir nucleotídeos na fita de DNA mesmo com a presença da
lesão, e é a polimerase da família Y com a taxa de erros menor.
Defeitos nas vias de reparo do DNA podem causar outras doenças além do XP como:
Síndrome de Cockayne e Tricotriodistrofia, podendo ter inclusive manifestações concomitantes
como a Síndrome XP/deSanctis-Cacchione.
Para garantir que a célula mantenha seu genoma intacto e também para garantir a
evolução dos organismos vivos é de extrema relevância que esses mecanismos de checagem e
reparo consigam desempenhar suas funções de uma forma ótima, pois quando ocorrem falhas as
células ficam com danos em seu DNA.
O que muitas vezes causa uma série de problemas, em plantas pode ocasionar a
infertilidade ou produção de frutos com baixo valor agregado, em animais podem surgir
diversas doenças, Síndrome de Down quando aumentado o numero de cromossomos e no caso
tratado aqui o surgimento de Xeroderma Pigmentoso quando a pessoa tem hipersensibilidade
aos raios UV do sol, o que causa mudança nas bases genéticas do genoma, e pode provocar
também o câncer, quando o reparo falha no controle da ezima telomerase que faz a célula se
duplicar infinitamente, quando a célula perde o controle do processo de mitose.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FELTRE, Ricardo - Fundamentos da Química (4ª edição), São Paulo - 2005 (Ed. Moderna)
Mecanismos para corrigir erros durante a replicação do DNA e para reparar os danos do DNA
durante a vida da célula. Khanacademy. Disponível em:
https://pt.khanacademy.org/science/biology/dna-as-the-genetic-material/dna-
replication/a/dna-proofreading-and-repair Acesso em 23 de outubro de 2021.
ROMÃO, Bruna. Raios Ultravioleta A têm ação direta e indireta sobre DNA, aponta estudo do
ICB. USP, 2012. Disponível em: https://www5.usp.br/noticias/ciencias/raios-ultravioleta-a-tem-
acao-direta-e-indireta-sobre-dna-aponta-estudo-do-icb/. Acesso em: 21 de out. de 2021.