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Membrana Plasmática:

Estrutura, Função e Especialização


Profª Flávia Ennes Dourado Ferro
A membrana plasmática é de fundamental importância
para a vida, uma vez que delimita o espaço interno da
célula, isolando o ambiente ao redor.

Esse isolamento, porém, não pode ser absoluto: para


viver, a célula precisa permitir a entrada de certas
substâncias úteis – água, gás oxigênio, alimento, etc.

Pelo fato de permitir a passagem de certas substâncias,


mas não de outras, diz-se que a membrana plasmática é
semipermeável ou que possui permeabilidade seletiva.
Membrana Plasmática:

A membrana plasmática, citoplasmática é a estrutura que delimita todas as


células vivas, tanto as procarióticas como as eucarióticas, estabelecendo a
fronteira entre o meio intracelular, o citoplasma, e o ambiente extracelular,
que pode ser a matriz dos diversos tecidos, portanto a membrana expressa
uma permeabilidade seletiva, além de apresentar especializações, as quais
desempenham funções específicas.
Importância das membranas celulares

 (1) São verdadeiras barreiras com permeabilidade seletiva que controlam a


passagem de íons e moléculas pequenas, como os solutos. Impede a troca
indiscriminada dos componentes das organelas entre si e dos componentes
extracelulares com os intracelulares
 (2) Proporcionam o suporte físico para a atividade ordenada das enzimas que
nelas se situam.
 (3) Possibilitam o deslocamento de substâncias pelo citoplasma, mediante a
formação de pequenas vesículas transportadoras
Importância das membranas celulares 5

 (4) Participa dos processos de endocitose e de exocitose. Na endocitose, a célula


incorpora substâncias a partir do exterior e, na exocitose, a célula secreta
substâncias
 (5) Existem moléculas que possibilitam que as células se reconheçam e
promovam a aderência entre si e com componentes da matriz extracelular
 (6) Tem receptores que interagem especificamente com moléculas provenientes
do exterior, como hormônios, neurotransmissores, fatores do crescimento e outros
indutores químicos. A partir desses receptores, são desencadeados sinais que serão
transmitidos para o interior das células. Suas primeiras conexões estão localizadas
perto do receptor, geralmente na própria membrana plasmática.
Membrana Plasmática:

Composta por lipídios, proteínas e hidratos de carbono


Estrutura básica é semelhante à encontrada nas demais membranas celulares, sistemas de
endomembranas, organelas e envoltório nuclear.
A bicamada lipídica das membranas é composta de diferentes grupos de lipídios anfipáticos,
os fosfolipídios (glicerofosfosfolípideos e esfingofosfolipídios), os glicolipídios (cerebrosídeos
e gangliosídeos) e o colesterol.
Permitem o deslocamento de substância através do citoplasma.
Participam dos processos de incorporação de substâncias presentes no meio extracelular,
chamado endocitose, e de secreção de substâncias para o meio extracelular,
denominado exocitose.
Ultraestrutura da Membrana Plasmática
Fosfolipídio:

• Insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos.


• Constituídos por uma cabeça polar ou hidrofílica e duas caudas de
hidrocarbonetos apolares ou hidrofóbicas.
• Moléculas anfipáticas: conformação com uma região hidrofílica e
outra hidrofóbica.
• Em meio aquoso, os fosfolipídios tendem naturalmente a formar
bicamada, com as caudas apolares voltadas para a região hidrofóbica
e as cabeças hidrofílicas em contato com a água, na área
citoplasmática ou não citoplasmática.
Esfingolipídeos
• São componentes de membrana encontrados em
menor quantidade.
• Possuem a mesma estrutura dos fosfolipídios,
entretanto, com diferenças químicas na formação
da cabeça hidrofílica e das caudas hidrofóbicas.
• Possui longas cadeias hidrofóbicas de
hidrocarbonetos, associadas com uma parte
hidrofílica, composta de serina e um álcool (colina),
sendo denominado esfingomielina.
• Este lipídio apresenta-se em grande quantidade na
face da bicamada voltada para o meio extracelular
de células formadoras da bainha de mielina,
promovendo o isolamento elétrico dos axônios.
Colesterol

• Esterol (células animais)


• Relacionado à fluidez da membrana pela sua localização entre as
caudas hidrofóbicas, alterando a compactação dos ácidos graxos.
• Reforça a bicamada lipídica, tornando-a mais rígida e menos
permeável.
• Correspondem, aproximadamente, a um teor de 40% nas
membranas celulares
• Quanto mais moléculas de colesterol na membrana, mais rígida
ela é, enquanto menos moléculas mais fluida.
Proteínas

Moléculas responsáveis pela maioria das funções específicas das


membranas, como transporte de íons e moléculas polares, transdução
de sinais, interação com hormônios, neurotransmissores e fatores de
crescimento, entre outros indutores químicos.
As proteínas de membrana se associam aos lipídios de duas formas:
• Intrínsecas ou integrais
• Extrínsecas ou periféricas
Proteínas
Intrínsecas ou integrais

• Atravessam a membrana, com uma porção voltada para o citoplasma,


uma parte mergulhada na bicamada lipídica e outra parte voltada para
a região não citoplasmática.
• Canais iônicos, proteínas transportadoras e receptoras são exemplos de
funções dessas proteínas.
• Quando podem atravessar a bicamada mais de uma vez, são chamadas
de proteínas transmembrana.
Proteínas
Extrínsecas ou periféricas

• Não interagem diretamente com a região hidrofóbica da


bicamada lipídica, ficando voltadas para a região citoplasmática
ou para a não citoplasmática.
• Proteínas periféricas podem ser encontradas nas duas faces da
membrana plasmática aderidas aos fosfolipídios ou a proteínas
integrais, por meio de ligações covalentes.
Carboidratos
• Encontrados na região não citoplasmática das membranas, na membrana
plasmática.
• Estão voltados para o meio extracelular;
• Na membrana, ainda encontramos os glicolipídios, que resultam da ligação entre
um glicídio (carboidrato) e a porção hidrofílica dos fosfolipídios.
• Forte tendência de ligação devido às ligações de hidrogênio que se formam entre as
moléculas de açúcar. A disposição somente na face externa aumenta ainda mais a
assimetria da bicamada.
• Os glicolipídios servem de proteção para a membrana contra ácidos e enzimas, além
de participarem dos processos de reconhecimento celular.
• A combinação dos diferentes glicolipídios na superfície celular forma o glicocálix,
espessura de cerca de 10 a 20nm, é o principal responsável pela carga negativa da
superfície celular e confere proteção à célula.
Composição e estrutura
Glicocálice
o Superfície externa
o Hidratos de carbono ligados à
lipídeos ou proteínas

Glicocálice
Constituído por glicoproteínas (moléculas de glicídios
associados a um revestimento externo intimamente
associado à membrana plasmática, a proteínas) e por
glicolipídios (moléculas de glicídios associados a
lipídios. As glicoproteínas e os glicolipídios associados
se entrelaçam, formando uma espécie de malha
protetora externa à membrana , chamada glicocálix.
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Funções do Glicocálice
 (1) Proteção da superfície da célula de agressões mecânicas e químicas.
O glicocálice das células situadas na superfície da mucosa intestinal, por exemplo, protege
essas células do contato com os alimentos e dos efeitos destrutivos das enzimas digestivas
 (2) Por causa dos ácidos siálicos existentes em muitos dos oligossacarídios do
glicocálice, a carga elétrica em sua superfície é negativa.
Isso atrai os cátions do meio extracelular, que são retidos na superfície externa da célula. Essa
condição é importante, sobretudo, nas células nervosas e nas células musculares que
precisam incorporar muito Na+ durante a despolarização de suas membranas
 (3) Alguns oligossacarídios do glicocálice são essenciais para os processos de
reconhecimento e de adesão celular
 (4) A membrana plasmática que envolve várias vezes o axônio de alguns neurônios
para formar a bainha de mielina é rica em glicolipídios.
Esses glicolipídios contribuem para o isolamento elétrico do axônio
Funções do Glicocálice
 (5) A especificidade do sistema ABO de grupos sanguíneos é determinada por certos
oligossacarídios de cadeia muita curta e parecidos entre si, que são encontrados na
membrana plasmática dos eritrócitos.
Os oligossacarídeos (união de dois a dez monossacarídeos) presentes no glicocálix das hemáceas
determinam os grupos sanguíneos do sistema ABO.
 (6) Nas células tumorais malignas, foram observadas trocas em alguns oligossacarídios da
membrana e isso levou à especulação de que influem na conduta anômala dessas células.
Acredita-se que haja alteração da recepção dos sinais que controlam as divisões celulares
Funções do Glicocálice 23

 (7) Algumas toxinas, bactérias e vírus se ligam a oligossacarídios específicos existentes na


membrana plasmática das células por eles atacadas.
Algumas bactérias, por exemplo, sabidamente se unem às manoses de oligossacarídios da membrana
plasmática das células infectadas por elas como um passo prévio à sua invasão. Por outro lado, para
iniciar suas ações patogênicas, algumas toxinas (como as elaboradas pelas bactérias do cólera, do
tétano do botulismo e da difteria) conectam-se seletivamente a oligossacarídios de gangliosídios
existentes na superfície celular
 (8) Em algumas células, determinadas glicoproteínas do glicocálice têm propriedades
enzimáticas.
Por exemplo, diversas glicoproteínas encontradas no glicocálice das células de revestimento do
intestino são peptidases e glicosidases cuja função é completar a degradação das proteínas e dos
carboidratos ingeridos que foi iniciada por outras enzimas digestivas.
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MODELO DO MOSAICO FLUÍDO

Modelo estrutural da membrana plasmática considerando sua fluidez proposto por Singer e
Nicolson, em 1972.
Foi resultado de anos de pesquisas e experimentos considerando estudos físicos, químicos e
biológicos.

A membrana plasmática apresenta fluidez em temperaturas


fisiológicas porque os fosfolipídios não estão estáticos, eles
podem se movimentar livremente pela bicamada.
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Com temperaturas mais altas, os


fosfolipídios se movimentam mais,
fazendo com que a membrana fique
mais fluida.
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Em temperaturas mais baixas, eles


tendem a formar grupos mais
compactos, deixando, assim, a
membrana mais rígida.
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MODELO DO MOSAICO FLUÍDO
 Relaciona-se à capacidade de seus componentes se movimentarem livremente através
da superfície da membrana, que podem se movimentar lateralmente, rodar em seu
próprio eixo e ainda trocar de camada, embora este último movimento seja menos
frequente.
 A fluidez da membrana vai variar com o comprimento e o número de duplas ligações
das cadeias de ácidos graxos dos lipídios. Quanto maior o número de fosfolipídios
insaturados (com duplas ligações), mais fluida a membrana será.
 Quanto mais longas as cadeias carbônicas, maior será a rigidez. Cadeias longas
possuem maior interação, limitando a movimentação de cada uma.
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MODELO DO MOSAICO FLUÍDO

MODELO PROPOSTO POR SINGER E NICHOLSON: DUPLA


CAMADA LIPÍDICA COM EXTREMIDADES HIDROFÓBICAS
VOLTADAS PARA O INTERIOR E AS HIDROFÍLICAS VOLTADAS
PARA O EXTERIOR. PARTICIPAM DA COMPOSIÇÃO PROTEÍNAS
(INTEGRAIS OU ESFÉRICAS) E GLICÍDIOS LIGADOS ÀS
PROTEÍNAS (GLICOPROTEÍNAS) OU LIPÍDIOS (GLICOLIPÍDIOS).
ESSAS SUBSTÂNCIAS FORMAM UMA ESPÉCIE DE TAPETE,
CHAMADO DE GLICOCÁLIX, QUE PARECE TER FUNÇÕES DE
IDENTIFICAR E RETER SUBSTÂNCIAS ÚTEIS PARA CÉLULA.
Modelo do Mosaico Fluido 29
https://www.youtube.com/watch?v=7pXvVrYP5fs
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Especialização da Membrana Plasmática

MICROVILOSIDADES:
Projeções citoplasmáticas delgadas, imóveis,
localizadas na região apical da célula,
Aumentam a superfície de contato e de troca da
célula com o meio, permitindo que haja maior
eficiência na absorção;
Estão presentes nas faces que não encostam em
outras células vizinhas.
Podem ser encontradas nas células absortivas do
epitélio intestinal e nos túbulos proximais dos
rins.
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Especialização da Membrana Plasmática 34

CÍLIOS:
Numerosas projeções cilíndricas curtas com
movimentos rítmicos,
Deslocam muco e outras substâncias na
superfície do epitélio, como os cílios
encontrados no epitélio das tubas uterinas.
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Especialização da Membrana Plasmática

FLAGELOS:
Projeções cilíndricas longas, móveis,
que dão movimento à célula
Encontramos nos espermatozoides.
As células geralmente possuem um ou
pouquíssimos flagelos.
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Especialização da Membrana Plasmática

INTERDIGITAÇÕES:
Saliências e reentrâncias da membrana celular
que estabelecem a união e a comunicação com
as células vizinhas
Aumentam a extensão da superfície celular,
facilitando as trocas entre as células.
São encontradas em células epiteliais.
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Especialização da Membrana Plasmática 41
DESMOSSOMOS:
São especializações em forma de placa arredondada
que aumentam a adesão entre células vizinhas,
Constituindo-se pelas membranas de duas células
vizinhas.
São locais onde o citoesqueleto se prende à
membrana celular e, ao mesmo tempo, as células
aderem umas às outras, como ancoradas.
Esse tipo de adesão é dependente de íons de cálcio.
A face das duas células epiteliais em contato com a
lâmina basal apresenta estruturas parecidas com os
desmossomos, chamados hemidesmossomos, por
não possuírem a metade correspondente à outra
célula epitelial.
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Especialização da Membrana Plasmática

ZONAS DE ADESÃO:
Também chamadas de junções aderentes,
São responsáveis pela adesão entre as
células.
Estruturas semelhantes às estruturas dos
desmossomos, que formam um cinto
contínuo em volta da célula.
Formadas por filamentos de actina e
miosina e encontradas em células
epiteliais.
Especialização da Membrana Plasmática

ZONAS OCLUSIVAS:
Também denominadas junções de oclusão,
São responsáveis pela vedação entre as células.
Formam um cinturão ao redor das células
epiteliais por meio da união entre as células
vizinhas, de forma a impedir a passagem e o
armazenamento de substâncias nos espaços
intercelulares, vedando a comunicação entre os
meios.
Especialização da Membrana Plasmática
JUNÇÕES COMUNICANTES:
Função: sinalização celular por meio de íons e moléculas que
atravessam do citoplasma de uma célula diretamente para o
citoplasma da célula seguinte.
A passagem do sinalizador se dá pelo interior de um poro
formado pelas extremidades de duas proteínas, cada uma
proveniente de uma célula em junção.
A mais rápida e eficiente forma de comunicação entre células
animais.
O tamanho e a forma da junção comunicante são variáveis e
mudam de acordo com o momento funcional da célula.
É o tipo de junção mais frequente entre as células e é
encontrado em praticamente todas as células dos
vertebrados, exceto em células sanguíneas, espermatozoides e
músculo esquelético.
Membrana Plasmática:

TRANSPORTE E SINALIZAÇÃO
Profª Flávia Ennes Dourado Ferro
Transporte através da membrana

• Processos passivos: ocorre sem


gasto de energia.
• Processos ativos: ocorrem com
gasto de energia.
• Processos mediados por
vesículas: ocorrem quando
vesículas são utilizadas para a
entrada de partículas ou
organismos na célula.

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Transporte através da membrana plasmática

• A membrana plasmática além de separar o meio intracelular do


extracelular, Controla a entrada e saída de substâncias, que poderão passar
através dela de diferentes maneiras. Chamamos isso de transporte
através da membrana.
• As substâncias que passam através da membrana são consideradas:

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• Além disso, o fluxo de substâncias ocorre de acordo com as características do meio
intra e extracelular:
• Isotônico :
Quando sua concentração de soluto é fisiológico, isto é, proporcional às condições
celulares.
• Hipertônico
Quando a concentração de soluto é superior ao ideal, em relação ao solvente. O meio
está mais concentrado.
• Hipotônico
Quando a concentração de soluto é menor do que a ideal, em relação ao solvente. O
meio está menos concentrado.

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Hipotônico / Hipertônico
Isotônico

Hipotônico: + solvente e – soluto


Equilíbrio na quantidade de soluto e de solvente Hipertônico: - solvente e + soluto

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Transporte ativo e passivo
A passagem de solutos através das membranas celulares pode
ser do tipo passiva ou ativa.

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No passivo, as substâncias passam
através da membrana de onde tem
mais para onde tem menos, como
indica a seta. No transporte ativo
ocorre o contrário, de onde tem
menos para onde tem mais e, por
isso, existe a necessidade de uma
estrutura na membrana,
frequentemente chamada de bomba,
que consome energia (ATP) da
célula.

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Vídeo
Transporte passivo e permeabilidade seletiva | Membranas e transporte

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Transportes passivos

• Disfusão simples
• Osmose
• Difusão facilitada

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• Na difusão simples, o soluto penetra na célula passando
DIFUSÃO SIMPLES

através da membrana, desde que sua concentração seja


menor no interior da célula do que no meio externo, e sai
da célula no caso contrário.

O soluto precisa ser pequeno, ser uma molécula


hidrofóbica (apolar) ou mesmo uma molécula polar,
desde que seja pequena.
Podemos ver aqui como ocorre a difusão simples. O
Quando
soluto atravessa respiramos,
a membrana de onde ele é está
dessaem forma que o gás oxigênio do
maior quantidade (meio hipertônico - B) para o lado
ar atravessa
em que existe menos (meioas membranas
hipotônico – A). Aoque existem no pulmão e
passam
final, os dois para
lados estão emoisotonia.
nossoNessesangue.
caso,
como podemos ver pelas setas vermelhas nos dois
sentidos, ocorre a passagem de água também. Mas
isso veremos no próximo tipo de transporte.

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• Na osmose ocorre a passagem de solvente (água) de um meio hipotônico (em que tem muita água)
para o hipertônico (onde tem pouca água), com o intuito de estabelecer a isotonia entre os meios.
• Em nosso dia a dia, podemos encontrar situações em que ocorre osmose.
Osmose

• Ex: que o consumo de muito sal nos alimentos aumenta a pressão arterial. Isso ocorre porque vai
haver um aumento da concentração de sal no sangue, ficando o sangue mais hipertônico em relação
ao líquido intersticial (que existe entre as células dos nossos tecidos). Isso faz com que a água passe
para dentro dos vasos sanguíneos, aumentado o volume de sangue nos vasos e aumentando a pressão.
• A ocorrência de osmose pode promover intensas mudanças na fisiologia celular de acordo com o
meio onde a célula se encontra.
• O comportamento celular diante do processo de osmose também varia se a célula
é animal ou vegetal.

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• A difusão facilitada ocorre
quando a passagem de íons e
Difusão Facilitada
macromoléculas se dá através
de proteínas carreadoras,
chamadas de permeases ou
canais iônicos.

As permeases mudam sua


conformação para permitir a
passagem do soluto, sem
gastar energia.

Ex:. Através de canais iônicos, que podem estar abertos em um momento e fechado em outro, ocorre a passagem de íons, e,
através de proteínas permeases, ocorre a passagem de moléculas maiores. A proteína muda a sua conformação de forma
que em um momento se encontra aberta para fora (quando a molécula entra nela) e em outro momento se encontra aberta
para dentro da célula (quando a molécula sai dela).

Transporte de glicose para dentro das células é um exemplo de difusão facilitada. É feito por permeases que formam uma
família de transportadores chamada de GLUT, que podem ou não depender do hormônio insulina para funcionar.

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DIFUSÃO FACILITADA

• Inúmeras moléculas podem atravessar a membrana sem gasto de


energia seguindo o gradiente de concentração, mas a difusão
facilitada se realiza em velocidade maior do que a difusão simples.
• Isto ocorre por causa de componentes proteicos: os canais iônicos e
as permeases, que facilitam e regulam o transporte de soluto entre os
lados da membrana.
PROTEÍNAS
TRANSPORTADORAS
• Atravessam a bicamada lipídica de um lado ao
outro e, por atravessarem a membrana mais
de uma vez, são do tipo multipasso.
• Elas podem ser formadas por duas ou mais
cadeias de proteínas diferentes e são
altamente específicas, transportando somente
um tipo de molécula.
TIPOS:
• Proteínas carreadoras: Ligam-se à molécula
em um dos lados da membrana e a liberam do
outro lado.
PROTEÍNAS
TRANSPORTADORAS
Canais proteicos: Funcionam de modo a formarem
um canal que permite a passagem de um grande
número de moléculas ao mesmo tempo. A maioria
dos canais proteicos transportam íons, por isso,
são chamados canais iônicos. Esses canais são
altamente específicos e reconhecem apenas um
tipo de íon, assim, as células apresentam muitos
canais iônicos distintos.
Aquaporinas: proteína transportadora específica
para a passagem de moléculas de água, presentes
nos eritrócitos, mas estão ausentes em ovócitos de
anfíbios e peixes.
Víde
o

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Difusão facilitada | Membranas e transporte
• Exemplo clássico: bomba de sódio e
potássio. Feito por uma proteína que,
gastando energia, consegue transportar
esses dois íons ao mesmo tempo.
Transporte ativo

• O sódio, que está em maior quantidade no


meio extracelular, é bombeado para fora da
célula, enquanto que o potássio, que está
em maior quantidade no meio intracelular, é
colocado para dentro.

• Para cada molécula de ATP utilizada, a


bomba consegue movimentar
dois íons de potássio (K+) para o interior e
três íons de sódio (Na+) para o exterior.

• Esse transporte de sódio e potássio é


fundamental para manter as
concentrações diferentes sempre constantes,
deixando a membrana
polarizada — condição importante para o
funcionamento celular.
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TRANSPORTE ATIVO
Vídeo

Bomba de sódio-potássio | Membranas e transporte | Biologia | Khan Academy 66


Transporte através de vesícula
Transporte de macromoléculas

• A endocitose envolve o englobamento de solutos, moléculas, partículas, células


e pedaços de tecidos do meio extra para o intracelular. Dependendo do tipo de
elemento englobado pode ser chamado de fagocitose ou pinocitose.

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FAGOCITOSE

• Envolve o englobamento de partículas,


células mortas ou cancerígenas, pedaços
de tecidos ou micro-organismos. São
partículas sólidas que, por suas
dimensões, são visíveis ao microscópio
óptico.

A célula forma pseudópodos (falsos


pés) para “capturar” o que será
englobado e no seu interior passa a
existir um fagossomo, uma vesícula
contando o material fagocitado.
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VÍDEO FAGOCITOSE AMEBA
PINOCITOSE

Envolve o englobamento de líquido e


solutos dispersos em solução aquosa.
As células não formam pseudópodos,
mas a membrana se invagina em um
ponto e as partículas entram neste
espaço, formando pequenas vesículas
que são puxadas pelo citoesqueleto e
penetram no citoplasma.
No interior da célula se forma
um pinossomo.

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Exocitose
Mecanismo por meio do qual são transportadas grandes quantidades de
material do meio intracelular para o extracelular. Ele permite que a
célula excrete produtos do seu metabolismo, como da digestão
intracelular. Nesse caso, chamamos de clasmocitose.

Porém, a exocitose também é importante em outras ocasiões. Quando


neurônios liberam neurotransmissores, para estimular outros neurônios
ou outras células, como as musculares, ele faz exocitose.

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• A transcitose envolve
mecanismos de transporte
de substâncias de um polo
ao outro da célula.
Substâncias são englobadas
na superfície da célula e a
vesícula formada transita
até o outro polo da célula,
liberando seu conteúdo para
o meio extracelular.

Na ilustração, vemos uma célula epitelial realizando transcitose. Anticorpos são englobados em um polo da
célula e através de vesículas são transportados até o polo oposto.

72
Vídeo

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Sinalização celular

• Em organismos pluricelulares, é fundamental que as células se comuniquem,


para divisão de tarefas, ativar determinadas funções, desativar outras etc.
• E a membrana plasmática também participa de alguns processos de
comunicação intercelular, por meio da sinalização celular.
• As células se comunicam mandando sinais elétricos ou químicos, que
regulam as atividades celulares, respostas a estímulos do meio ambiente e
outras.
• A sinalização celular pode ocorrer de diferentes formas. Frequentemente, as
células liberam uma substância sinalizadora, que podem ser um hormônio
ou um neurotransmissor, e esta vai se ligar a um receptor que está presente
em outra célula, chamada de célula-alvo.
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O tipo de molécula sinalizadora
vai interferir na forma como elas
agem na célula-alvo e vai
determinar a participação da
membrana.

Essas moléculas sinalizadoras, ao chegarem as suas células-alvo, precisarão se ligar aos receptores que estas
células possuem. É aí que os seus mecanismos de ação vão se diferenciar, uma vez que esses receptores podem
estar na membrana da célula ou no seu interior. 79
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As moléculas sinalizadoras hidrossolúveis se ligam nos receptores de membrana.
Essas moléculas não conseguem atravessar a membrana e, por isso, seus receptores
precisam estar localizados nela.

Nesse caso, há necessidade da formação de um segundo mensageiro dentro da


célula, como o AMP cíclico, que será o responsável direto pelas alterações
metabólicas que a célula vai sofrer.

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As moléculas sinalizadoras lipossolúveis conseguem atravessar a membrana e
se ligam aos receptores que estão no seu interior, no citoplasma ou dentro do
núcleo. Ao se ligar ao receptor, ocorre uma mudança metabólica na célula por
meio da alteração da expressão dos seus genes.

Nesse caso, não é necessária a formação de segundos mensageiros


intracelulares e o próprio hormônio é o responsável pela mudança metabólica
da célula.

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Nem toda sinalização celular depende da liberação de substâncias sinalizadoras.

Na sinalização dependente de contato são proteínas ligadas à membrana plasmática de


uma célula que podem interagir com receptores de uma outra célula adjacente.

Também não existe substância sinalizadora na sinalização por Gap Junctions. Nesse
caso, os sinais são elétricos e são transmitidos para células imediatamente ao lado
através de componentes das membranas que permitem a comunicação entre as duas
células.

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