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Material Teórico
Conceitos de Estabilidade
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Conceitos de Estabilidade
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Fornecer conteúdo base que irá ser utilizado para o desenvolvimento das outras unidades
desta disciplina, conceitos de Física, dinâmica das estruturas e base matemática para
desenvolvimento dos cálculos e raciocínios.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Conceitos de Estabilidade
Nossos estudos, nessa primeira parte do conteúdo, partirão do que foi postulado
por Newton em suas três Leis. Elas pertencem a uma área conhecida como Mecânica
Newtoniana e nos fornecem conteúdo teórico para entender como as forças e os es-
forços funcionam. Essa base será muito importante para nossas unidades seguintes.
1ª Lei de Newton
Uma partícula livre (que não está sujeita a nenhuma interação) ou está
em repouso ou em movimento retilíneo com velocidade constante.
(BARCELOS NETO, 2013)
Nos estudos realizados por Newton, notou-se que uma partícula só irá realizar
um movimento a partir de uma força externa realizada sobre ela. Então, essa par-
tícula ou estará parada (repouso) ou em movimento numa única direção e a veloci-
dade precisa ser constante, ou seja, não terá forças de aceleração ou desaceleração.
Essa Lei também é conhecida como a Lei da Inércia, pois o objeto sempre irá
manter a sua Inércia, seja parado, seja em movimento.
Esse tipo de movimento ocorre apenas no espaço, pois aqui no nosso planeta
sempre haverá uma força contrária que irá desacelerar nosso objeto. O melhor
exemplo de Inércia acontece quando estamos em um carro no banco do carona ou
no do passageiro, caso o motorista realize uma freada brusca, somos arremessados
para frente e o motorista não.
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• Os passageiros, por não saberem o que irá acontecer, tenderão a continuar o
seu movimento, ou seja, o movimento do carro.
Então, podemos perceber que o carro e todos os seus ocupantes estão realizan-
do o movimento na mesma direção e com a mesma velocidade, porém precisamos
analisar individualmente para saber como ele irá ocorrer.
Isso é dinâmica. Então, um objeto irá permanecer parado sua vida inteira e só
deixará essa condição caso alguém ou algo aplique uma força que o faça se mo-
vimentar. Uma espaçonave que esteja viajando entre o Planeta Terra e Marte não
precisa ficar acelerando quando já estiver no espaço, pois no vácuo não haverá
atmosfera para ficar “segurando” o movimento do veículo.
Em um movimento orbital, nosso objeto está sob o efeito da inércia, sendo sempre “puxa-
Explor
do” para dentro do nosso Planeta pela atração gravitacional; porém ele está em velocidade
suficiente para que vá para frente sem cair. Então, ele está sob a ação dessas duas forças.
Disponível em: http://bit.ly/2AlJKlJ
2ª Lei de Newton
A força é o resultado de uma interação entre a massa do objeto e a velocidade
em que ele está sendo projetado. A fórmula matemática que descreve a segunda
Lei está a seguir:
F=M×A
• onde:
» F = Força;
» M = Massa do objeto;
» A = Aceleração do objeto.
Assim, podemos ver que a força que será realizada pelo corpo tem relação direta
entre sua massa, geralmente medida em quilogramas (kg), e sua velocidade, medida
em metros por segundo (m/s) ou quilômetros por hora (km/h). O valor da força
também possui uma unidade chamada de Newton (N). Para essa fórmula iremos
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UNIDADE Conceitos de Estabilidade
m
F = M × A → 60.000 = 14.000 × A → A = 4, 29 ou 15, 40 km / h
s
Quais outros exemplos você consegue imaginar sobre a 2ª Lei de Newton? Será que a queda
Explor
de uma pena de uma ave ou a folha de uma árvore poderia ferir gravemente uma pessoa,
dependendo da altura?
3ª Lei de Newton
Quando duas partículas interagem, a força numa delas possui o mesmo
módulo, mesma direção e sentido contrário na força que atua sobre a
outra. (BARCELOS NETO, 2013)
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pessoa, porém com sentido oposto. No primeiro momento, foi da pessoa para
o objeto, no segundo do objeto para a pessoa. Se o objeto não devolvesse a
força, nunca sentiríamos dor, apenas o objeto passivo da ação levaria prejuízo.
A força da colisão entre ambos possui a mesma intensidade, ou seja, a força
que o objeto devolve na pessoa é a mesma que a pessoa provocou no objeto.
A direção segue o raciocínio que foi realizada entre dois objetos, ou seja, entre
a pessoa e o poste, o poste e a pessoa, não sendo possível o impacto ser sen-
tido por uma terceira pessoa nesse evento;
• A gravidade sempre está nos empurrando para o centro do nosso Planeta,
porém estamos sentados agora estudando em uma cadeira e está cadeira está
em repouso em uma laje, que está apoiada numa viga, que se apoia em um
pilar, que está apoiado em uma fundação que, por último, apoia-se em uma
camada de solo, e essa camada se apoia em outra camada e assim por diante.
Tudo isso exerce força uns contra os outros e essas forças são equilibradas com
forças contrária; se isso não fosse real, tudo iria desabar.
Para fechar esse conceito de força e a Terceira Lei de Newton, precisamos con-
versar rapidamente sobre vetores.
Importante! Importante!
A Terceira Lei está em tudo na nossa vida! Ao tocar ou pegar algum objeto, nós o senti-
mos em nossa mão e podemos dizer que esse objeto também está nos tocando, pois para
toda ação existe uma reação.
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UNIDADE Conceitos de Estabilidade
Conceitos de Estabilidade
A condição mais importante em qualquer tipo de estrutura é a sua estabilidade.
Enquanto o Sistema permanecer estável, será seguro para a ocupação humana. Uma
a estrutura está sujeita a diversas cargas, deformações e tensões durante toda sua
vida útil, e dificilmente o projetista será capaz de prever todas elas; porém podemos
dimensionar a estrutura partindo de diversas Teorias da Estática e da Dinâmica.
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As estruturas podem ser estudadas e dimensionadas sob duas óticas diferentes:
estática ou dinâmica.
Quando falamos do ponto de vista estático, partimos da afirmação que ela está
estática e precisamos apenas analisar se essa condição permanece satisfeita ao
longo do cálculo estrutural.
Essa condição tende a ser mais simples, porém alguns esforços importantes
tendem a ser desprezados. O cálculo estrutural a partir das condições dinâmicas é
mais elegante, porém complexo. Nesse método, buscamos o equilíbrio/estabilidade
da estrutura partindo do ponto em que ela não está de maneira alguma em equilí-
brio. Para esse método, levamos em conta as cargas de vento dinâmicas, vibrações,
amortecimentos e deslocamentos variados, para citar alguns fenômenos.
O avanço computacional faz com que cada vez mais o cálculo estrutural dinâ-
mico ganhe mais adeptos, devido aos complexos cálculos que precisam ser resol-
vidos como: Método dos Elementos Finitos, Transformadas de Fourier, Método de
Newmark, Método Runge-Kutta de quarta e quinta ordem, o uso de computadores
poderosos aceleram os resultados e podemos analisar a mesma estrutura várias
vezes em um curto espaço de tempo. Para nosso Curso, iremos utilizar cálculos
mais simples em nossa terceira unidade para entender e definir geometricamente
os elementos estruturais das nossas estruturas.
Podemos trazer o conceito de estabilidade sob diferentes óticas, que irão ilustrar
de maneira simples como é possível defini-lo:
• Do ponto de vista financeiro, dizemos que a pessoa está com estabilidade
quando todos os seus rendimentos são iguais ou maiores que suas dívidas
somadas ao custo de vida. Caso contrário, ele precisará recorrer aos Bancos
buscando empréstimos para poder “fechar a conta no final do mês”;
• Um carro de corrida é considerado estável quando consegue realizar as diver-
sas curvas de um circuito nas velocidades necessárias para os melhores tem-
pos, sem escorregar ou escapar;
• No relacionamento interpessoal, uma pessoa equilibrada ou estável emocional-
mente é aquela que consegue mesmo passando por diferentes adversidades ao
longo do dia se manter em suas condições originais. Sob esse ponto de vista, é
chamada de resiliente, porém muito se assemelha à estabilidade assimptótica.
As cargas às quais nossas estruturas estão submetidas são diversas e variam com
o tempo. Essas variações irão provocar deformações e deslocamentos diferentes
ao longo tempo, enquanto essas deformações estiverem dentro da norma ou dos
limites de tolerâncias, consideramos nossa estrutura dentro do regime elástico:
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UNIDADE Conceitos de Estabilidade
T
B A - limite elástico
C A’ - limite de proporcionalidade
A’ B - limite de resistência
A escoamento C - limite de ruptura
fase
elástica fase elástica
Todos os materiais seguem dois regimes: fase elástica e fase plástica. A fase
elástica ocorre enquanto a deformação segue proporcional à tesão e tem como
característica o fato de a estrutura voltar ao seu estado original quando a tensão é
retirada, essa característica segue a Lei de Hooke.
Então, durante toda a dinâmica da vida de nossa estrutura ela será carregada e
descarregada pelas cargas. Haverá momentos em que poderá ser mais solicitada
do que em outros, sofrerá mais as cargas de ventos e dias de tempestades e com
grandes ventanias.
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Importante! Importante!
O Sistema Estrutural precisa ser dimensionado para garantir sua estabilidade global
quanto ao peso próprio da estrutura, os pesos móveis (pessoas, mobiliário), vibrações
excessivas e outros efeitos indesejados na nossa edificação.
Então, em estabilidade, teremos forças que irão tentar desestabilizar nossa es-
trutura e como as forças andam em pares, teremos reações que irão estabilizar a
estrutura, a soma entre elas precisará ter resultante nula; sendo assim, nosso equi-
líbrio estará satisfeito.
Equações de Estabilidade
Até aqui, vimos que a estrutura precisa permanecer sempre em equilíbrio/está-
vel e para isso são utilizadas as equações de estabilidade. As equações testam as
estruturas em seus diferentes tipos de deslocamentos: horizontal, vertical e giro.
Existem diferentes forças que podem gerar os deslocamentos, como:
• As forças horizontais podem ser: carga de vento, impacto de veículos com os
elementos estruturais, deslizamento de terra etc.;
• As forças verticais podem ser provocadas por: mobiliários, veículos (caso seja um
edifício garagem), alvenarias, vedações em geral, pessoas, equipamentos etc.;
• As forças de giro ou de torção aparecem, principalmente, em sacadas, nas
quais uma parte dessa estrutura está apoiada e outra não.
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UNIDADE Conceitos de Estabilidade
0
∑ Fx =
0
∑ Fy =
∑M = 0
• onde:
»» A primeira equação é a somatória de todas as cargas horizontais;
»» A segunda a somatória de todas as cargas verticais;
»» A terceira a somatória de todos os momentos fletores.
Todos os elementos que não possuírem essas duas capacidades estarão subdi-
mensionados e trazem riscos aos usuários da edificação.
Agora, neste momento, vamos nos ater à evolução desses elementos ao longo
dos séculos.
Ao longo dos anos, eles foram evoluindo para vencer as dificuldades dos anti-
gos construtores.
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Temos os gregos utilizando os pilares da maneira convencional:
Figura 4
Fonte: Wikimedia Commons
Aqui, os pilares estão apoiando a enorme viga apoiada sobre eles; podemos ver
um grande pé direito, porém uma pequena distância entre os pilares, ou seja, o
vão entre eles é pequeno, o que limita muito fatores arquitetônicos, porém essa é a
arquitetura da época.
Séculos depois, os construtores descobriram que seria possível vencer vãos maio-
res utilizando pilares em um formato diferente. Nascem, então, os arcos romanos:
Figura 5
Fonte: FreeImages
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UNIDADE Conceitos de Estabilidade
Esse tipo de construção é baseado no conceito de que a pedra central irá man-
ter todo o arco estável, enquanto as pedras estão caindo umas contra as outras e,
no final, empurram a pedra central de um lado contra o outro, deixando todo o
Sistema estável.
As vigas possuem como características terem duas seções que precisam ser
dimensionadas conforme os esforços solicitantes do projeto e seu comprimento
(vão-livre), que irá depender de fatores arquitetônicos e das limitações da Tec-
nologia empregada (o dimensionamento e os materiais iremos conhecer nas
próximas Unidades).
As lajes são compostas por duas dimensões muito maiores que sua espessura.
A espessura da laje irá garantir que deformações excessivas não ocorram para esse
elemento, sendo que essas deformações são chamadas de flechas.
Esse efeito pode ser relacionado a uma cama elástica, na qual o material se
deforma excessivamente ao se colocar o peso de uma criança. No caso da laje, o
material vai se deformar conforme a Lei de Hooke.
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Essa deformação é chamada de flecha: quanto maior a flecha, precisaremos de
espessuras maiores para contê-la.
A flecha pode estar relacionada ao vão-livre da laje, a regiões sem vigas ou pila-
res e à falta de uma espessura que evite esse efeito.
Entender a física por trás do Sistema Estrutural é uma das capacidades cogniti-
vas que serão desenvolvidas em nossa Disciplina.
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UNIDADE Conceitos de Estabilidade
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Sistemas estruturais na Arquitetura
INOJOSA, L. da S. P; BUZAR, M. A. R. Sistemas estruturais na Arquitetura. Paranoá:
cadernos de arquitetura e urbanismo, n. 15.
http://bit.ly/2Qc74gp
Estrutura e elementos estruturais básicos
http://bit.ly/2AjzgTT
Elementos estruturais
http://bit.ly/2Ap85a0
Leis de Newton – Brasil Escola
http://bit.ly/2Ap8bOU
Leis de Newton – Só Física
http://bit.ly/2Qc5Gu2
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Referências
BARCELOS NETO, J. Mecânica Newtoniana, Lagrangiana e Hamiltoniana.
2.ed. São Paulo: Livraria da Física, 2013.
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