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FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CONCRETO ARMADO I
Materiais
Solicitações Normais
Flexão Simples – seção retangular
Flexão Simples – seção T
Cisalhamento
Lajes

Luiz de Lacerda Júnior


Marcelo dos Santos Silva
Márcio Dario da Silva
Maria de Lourdes S. Viana

Conteúdo revisado em agosto de 2017, de acordo com a NBR6118:2014


FEA – FUMEC Concreto Armado – Materiais

MATERIAIS

Conteúdo revisado em julho de 2014, de acordo com a NBR6118:2014


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MATERIAIS

1 . CONCRETO ARMADO

Denomina-se concreto armado ao material composto formado pela associação do concreto


com barras de aço conveniente colocadas em seu interior.

O funcionamento conjunto desses dois materiais só é possível graças à aderência. Devido à


aderência, as deformações das barras do aço são praticamente iguais ás deformações do
concreto que as envolve.

O concreto é um excelente material para resistir aos esforços de compressão e resisti pouco à
tração ( cerca de 10% da resistência à compreensão ) .

As barras de aço cumprem a função de absorver os esforços de tração na estrutura, podendo


também aumentar a capacidade de carga das peças comprimidas.

Comportamentos de uma viga de concreto armado simplesmente apoiada.

q
x
L
linha elástica: y = f (x)
y

Fissuras na região tracionada

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2 . CONCRETO

O concreto é um material constituído por mistura pré-fixada de aglomerante com água e com
agregados graúdos e miúdos. O conjunto cimento mais água é denominado de pasta;
adicionando-se o agregado miúdo à pasta, obtém-se a argamassa. Adicionando-se a esta o
agregado graúdo, tem-se o concreto.

aglomerante agregados

cimento água areia brita

pasta

argamassa

concreto

A pasta tem a função de envolver os agregados, preencher os vazios e proporcionar ao


concreto a trabalhabilidade necessária no estado fresco. A função do agregado é resistir aos
esforços solicitantes, ao desgaste e à ação dos intempéries.

O concreto depende dos materiais, da qualidade da mistura e do seu correto manuseio. Após a
mistura, o concreto deve ser transportado, lançado, adensado e curado conforme as
recomendações das normas brasileiras.

3. PROPRIEDADES DO CONCRETO

a) Peso específico:

Concreto simples: 2400 kg/m³ = 24 kN/m³

Concreto armado: 2500 kg/m³ = 25 kN/m³


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b) Deformações:

 Próprias: Retração e variação com a temperatura


 Devidas ao carregamento externo: deformação imediata e deformação lenta

Retração: É o fenômeno que aparece no concreto durante e após a cura. Manifesta-se


como diminuição de volume, devido à perda do excesso de água. É acentuado no início e
tende para um valor final ao longo do tempo. Minimiza-se este efeito, protegendo o concreto
através de saturação da superfície com água, areia molhada, sacos molhados, etc.

Temperatura: Varia de acordo com as leis da física.

  1,0  10 5 /º C

Pode-se minimizar o efeito da temperatura


criando juntas de dilatação geralmente em
torno de 30 m.

Deformação imediata: É a deformação que aparece imediatamente após a colocação das


cargas. É influenciada por vários parâmetros tais como: qualidade do concreto, velocidade
de aplicação das cargas, idade do concreto.


tg  E 

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O módulo de elasticidade pode ser avaliado pela fórmula empírica abaixo (NBR6118:2014,
item 8.2.8), na qual Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto e Eci é o módulo de
elasticidade inicial.
∝∙ ; sendo:

∝ 0,8 0,2 ∙ 1,0;


80
∝ ∙ 5600 para de 20 MPa a 50 MPa;

21,5 ∙ 10 ∙ ∙ 1,25 para de 55 MPa a 90 MPa,

sendo:
∝ = 1,2 para basalto e diabásio
∝ = 1,0 para granito e gnaisse
∝ = 0,9 para calcário
∝ = 0,7 para arenito

OBS: e são dados em MPa.

A Tabela 8.1 da NBR6118:2014, mostrada abaixo, apresenta valores de módulos de


elasticidade que podem ser usados no projeto estrutural, para agregado graúdo em granito (ou
gnaisse)
Tabela 8.1 (NBR6118:2014) – Valores estimados de módulo de elasticidade em função da
classe de resistência à compressão do concreto (considerando granito como agregado graúdo)

Classe C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50 C60 C70 C80 C90

Eci
25 28 31 33 35 38 40 42 43 45 47
(GPa)
Ecs
21 24 27 29 32 34 37 40 42 45 47
(GPa)
∝ 0,85 0,86 0,88 0,89 0,90 0,91 0,93 0,95 0,98 1,00 1,00

Deformação Lenta: Continuando com o carregamento, mesmo sem aumento da solicitação,


ocorre um acréscimo de deformação. Com o tempo esta deformação tende a uma assíntota.

 c Lenta 2 x  c Imediata

tempo

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4. RESISTÊNCIA DO CONCRETO À COMPRESSÃO = fCK

É a principal característica do concreto, e é bastante variável, mesmo com a mesma dosagem


e os mesmos materiais empregados.
Depende fundamentalmente do fator Água/Cimento:

Mais Água  Menor resistência e melhor trabalhabilidade


Menos Água  Maior resistência e pior trabalhabilidade

A verificação da resistência é feita em corpos de prova e a idade normal para a ruptura é aos
28 dias, podendo também ser rompido com idades menores ( 3, 7 dias, etc ).

Tabela Aproximada

Idade do concreto 3 7 28 90 360


Normal 0,40 0,65 1,0 1,20 1,35
Cimento
ARI 0,55 0,75 1,0 1,15 1,20

A resistência obtida com o rompimento em laboratório é chamada de fcj (j = dias).

Ex: fc,28 = Ruptura aos 28 dias.


fck = fcj – 1,65 sd

onde, sd é o desvio–padrão em MPa, que depende da condição de preparo do concreto,


conforme a NBR 12655:2006 :

Condição A: sd = 4,0 MPa, aplicável às classes C10 até C80.


O cimento e os agregados são medidos em massa (peso), a água é medida em massa ou
volume com dispositivo dosador e corrigida em função da umidade dos agregados.

Condição B: sd = 5,5 MPa,


B1: Aplicável às classes C10 até C25.
O cimento é medido em massa, a água é medida em volume mediante dispositivo dosador e os
agregados medidos em massa combinada com volume.
B2: Aplicável às classes C10 e C20.
O cimento é medido em massa, a água em volume mediante dispositivo dosador e os
agregados em volume.

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Condição C: sd = 7,0 MPa,


Aplicável apenas aos concretos C10 e C15.
O cimento é medido em massa, os agregados em volume, a água em volume.
O valor de sd de concreteiras pode ser 2,0 MPa.

Exemplo: Seja calcular o valor de fck, sendo fc,28 = 26,6 MPa, na condição A (sd = 4,0MPa)
fck = fc,28 – 1,65 sd
fck = 26,6 – 1,65 x 4 = 20 MPa
Valores da classe de resistência do concreto para fins estruturais :

C20 = 20 MPa; C25 = 25 MPa; C30 = 30 MPa; C35 = 35MPa; C40 = 40 MPa; C45 = 45 MPa;
C50 = 50 MPa; C60 = 60 MPa; C70 = 70 MPa, C80 = 80 MPa, C90 = 90 MPa.

A NBR 6118:2014, item 8.2.1, estabelece:


“A classe C20, ou superior, se aplica a concreto com armadura passiva e a classe C25, ou
superior, a concreto com armadura ativa. A classe C15 pode ser usada apenas em fundações
e em obras provisórias, conforme a ABNT NBR 8953.”

5. AÇO

Tipos de armaduras ( aços )

Passivas

Segundo o valor característico da tensão de escoamento, os aços são divididos nas seguintes
categorias (NBR 7480:1996) :

CA-25 = fy = 25 kN/cm² = 2.500 kgf/cm²

CA-50 = fy = 50 kN/cm² = 5.000 kgf/cm²

CA-60 = fy = 60 kN/cm² = 6.000 kgf/cm²


fy = Tensão de escoamento à tração kN/cm²
Concreto Armado

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Diagrama tensão–deformação

fyd

Es

yd

Es = módulo de elasticidade do aço.


Es = 2.100.000 kgf/cm² = 210.000 MPa = 21.000 kN/cm²

Para cálculo nos estados limites de serviço e último pode-se utilizar o diagrama tensão–
deformação simplificado mostrado acima, para os aços com ou sem patamar de escoamento.

Características de alguns aços

CA-25: Superfície externa lisa


Apresenta-se no mercado com bitolas grandes.
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0, 25.0 mm
É pouco usado em função do “alto custo”, comparado com os aços CA-50.

CA-50: É o mais usado dos aços quando necessitamos de grandes áreas de armaduras, pois
se apresenta no mercado com bitolas grossas, diferencia-se do CA-25, pois a superfície
externa é não lisa (nervurada).
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0, 25.0, 32.0 mm
É muito usado em vigas, pilares, muros de arrimos, etc.

CA-60: É o mais usado dos aços quando necessitamos de pequenas áreas de armaduras, pois
se apresenta no mercado com bitolas finas, superfície externa lisa ou nervurada.
4.2, 5.0, 6.0, 7.0, 8.0, 9.5 mm.
É muito usado em lajes, estribos de vigas ou de pilares.

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Exemplo: Com base no diagrama tensão–deformação do aço CA-50, determinar a resistência


de cálculo σsd para:
a) sd = 2,07 ‰
b) sd = + 1,0 ‰
c) sd = + 3,0 ‰

Solução:

fyd

Es

yd

f yd
 yd  , fyd =Tensão de escoamento à tração de cálculo.
Es
Es = módulo de elasticidade do aço.
Es = 2.100.000 kgf/cm² = 210.000 MPa = 21.000 kN/cm²

fy 50
f yd  
s 1,15
Coeficiente de minoração do aço = 1,15

50 / 1,15
 yd   0,00207  2,07% 0 (por mil)
21.000

Logo se εsd  2,07 ‰ prevalece a linha reta onde σ = .E

2,07
a) εsd = 2,07 ‰ => σsd =  21.000  43,48kN/cm²
1000
Neste caso particular εsd = εyd, σsd = fyd

b) εsd = +1,0‰ => σsd = 1‰ x 21.000 = 21 kN/cm²


c) εsd = +3‰ => o valor de σsd fica limitado pelo valor fyd = 43,48 kN/cm², logo
εsd = +3‰ => σsd = 43,48  43,5 kN/cm²

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6. AGRESSIVIDADE DO MEIO AMBIENTE

A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam
sobre as estruturas de concreto.

Tabela 6.1 (NBR 6118:2014) - Classes de agressividade ambiental


Classificação
Classe de geral Risco de
Agressividade Agressividade do tipo de ambiente deterioração da
ambiental para efeito de projeto estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbanaa,b Pequeno
Marinhaa
III Forte Grande
Industriala,b
Industriala,c
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré
a
Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima)
para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de
apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com
argamassa e pintura).
b
Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em
regiões de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65 %, partes da
estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde
raramente chove.
c
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em
indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

A durabilidade das estruturas de concreto depende também das caracteristicas do concreto.


Nas especificações para o dimensionamento dos elementos estruturais, cabe destacar os
requisitos relativos ao fator água/cimento e a resistência do concreto à compressão. Em função
da classe de agressividade, a NBR 6118:2014 prescreve na tabela 7.1 valores de mínimos de
resistência para o concreto e máximos para a relação a/c.

Tabela 7.1 (NBR 6118:2014) – Correspondência entre classe de agressividade e


qualidade do concreto
Classe de agressividade
Concreto Tipo
I II III IV

Relação CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45


água/cimento em
massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40


Classe de concreto
(ABNT NBR 8953)
CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40

O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprir com os requisitos estabelecidos na ABNT
NBR12655.

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7. COBRIMENTO DAS ARMADURAS

Para garantir o cobrimento mínimo (Cmin) o projeto e a execução devem considerar o


cobrimento nominal (Cnom) que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução
(∆c). Assim, as armaduras devem respeitar os cobrimentos nominais, estabelecidos na tabela
7.2 da NBR 6118:2014 para ∆c = 10mm. Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre
referidos à superfície de armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento
nominal de uma determinada barra deve ser no mínimo igual ao diâmetro da barra.
Cnominal ≥Φ barra

Tabela 7.2 (NBR 6118:2014) - Correspondência entre a classe de agressividade ambiental


e cobrimento nominal para ∆c = 10mm
Classe de agressividade ambiental
Componente ou
Tipo do concreto I II III IVc
Elemento
Cobrimento nominal (mm)
b
Laje 20 25 35 45
Viga/pilar 25 30 40 50
Concreto Armado
Elementos estruturais em
d 30 40 50
contato com o solo
Concreto Laje 25 30 40 50
Protendidoa Viga/pilar 30 35 45 55
a Cobrimento nominal da bainha ou dos fios, cabos e cordoalhas. O cobrimento da armadura passiva deve respeitar
os cobrimentos para concreto armado.
b Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com revestimentos finais
secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento, como pisos de elevado
desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros, as exigências desta Tabela podem ser substituídas pelas
de 7.4.7.5, respeitado um cobrimento nominal  15 mm.
c Nas superfícies expostas a ambientes agressivos, como reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto,
condutos de esgoto, canaletas de efl uentes e outras obras em ambientes química e intensamente agressivos,
devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade IV
d No trecho dos pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação, a armadura deve ter cobrimento
nominal  45 mm.
OBS: o item 7.4.7.5 especifica:
Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da armadura externa, em geral à face externa do
estribo. O cobrimento nominal de uma determinada barra deve sempre ser:
a) cnom   barra;
b) cnom   feixe = n =  √ ;
c) cnom  0,5  bainha..

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Cobrimentos de algumas peças

Lajes

C= 20mm para Classe I


C= 25mm para Classe II

Vigas

C = 25mm para Classe I


C = 30mm para Classe II

Pilar (mesmos valores de vigas)

C = 25 mm para Classe I
C = 30 mm para Classe II

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SOLICITAÇÕES NORMAIS

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SOLICITAÇÕES NORMAIS
“Designam-se por solicitações normais os esforços solicitantes que produzem Tensões
Normais nas seções transversais das peças estruturais.”

Estados últimos de ruptura

A verificação da segurança é feita admitindo-se que o esgotamento da capacidade resistente


tanto possa ocorrer pela ruptura do concreto comprimido, quanto pela deformação excessiva
da armadura tracionada.

Estado limite último convencional

a) Estado limite último de ruptura

É alcançado quando, na fibra mais comprimida de concreto, o encurtamento for igual a um

valor último convencional cu =que vale:

cu = 3,5‰, para concretos de classe até C50;


cu= 2,6‰ + 35‰  [(90 - fck)/100]4, para concretos de classe C55 até C90.

b) Estado limite último de deformação plástica excessiva

É alcançado quando a armadura tracionada atinge o valor último convencional


 s, máx = 10‰.

Hipóteses Básicas

1) Manutenção da seção plana

As seções transversais planas antes do carregamento, permanecem planas até a ruptura (as
deformações são proporcionais à sua distância à L.N.).

2) Solidariedade dos materiais

A deformação em cada barra é a mesma do concreto adjacente (perfeita aderência entre o


concreto e o aço).
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3) Encurtamentos últimos do concreto:

c = cu = 3,5‰, para concretos de classe até C50;


c = cu= 2,6‰ + 35‰  [(90 - fck)/100]4, para concretos de classe C55 até C90.

c = c2 = na compressão centrada e


c2  c  cu para peças totalmente comprimidas com compressão excêntrica, sendo:
c2 = 2,0‰ para concretos de classe até C50;
c2 = 2,0‰ + 0,085‰  (fck - 50)0,53, para concretos de classe C55 até C90.

4) Alongamentos últimos das armaduras

s = 10‰

5) Diagrama de tensões parábola – retângulo.

Admite-se que no estado último, as tensões de compressão na seção transversal tenham uma
distribuição de acordo com o diagrama parábola – retângulo da figura abaixo.

c  c fcd
0,85f cd
y=x
cfcd
x
d

Armadura

sd
Deformações Tensões

A NBR 6118:2014 permite trabalhar com um diagrama retangular no lugar do diagrama parábola –
retângulo, conforme mostra a figura acima.
A simplificação é perfeitamente viável, uma vez que as resultantes de cada diagrama são praticamente
iguais.
A altura y ,do diagrama retangular de tensões, é dada por (NBR6118:2014, item 17.2.2.d):
 , sendo que o parâmetro  pode ser tomado igual a:
 0,8 para 50MPa; ou
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50
 0,8 para 50MPa.
400

Nas seções retangulares, a tensão constante atuante até a profundidade pode ser tomada
igual a ∙ , sendo igual a:
0,85 para 50MPa, ou

0,85 ∙ 1,0 , para 50MPa 90MPa.

Diagramas de deformação

1º Caso
A ruína ocorre por ruptura do concreto comprido
Seção parcialmente comprimida

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2º Caso
Seção totalmente comprimida por compressão excêntrica ou centrada.
A ruína também ocorre por ruptura do concreto.

3º Caso
Alongamento excessivo da armadura. Seção parcialmente comprimida ou totalmente
tracionada. A ruptura ocorre por alongamento excessivo da armadura.
εs = 10‰ corresponde à fissura de 1mm para cada 10cm de peça.

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4º Caso
Não há ruína pois não foi atingido nenhum limite último.

Para que um diagrama de deformação corresponda a um limite último, ele necessariamente


deverá passar por um dos três pontos A, B e C (ver 2ºcaso) indicados.

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FLEXÃO SIMPLES
Seção retangular

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FLEXÃO SIMPLES – seção retangular

A NBR 6118:2014 considera que:

1) o concreto não trabalha à tração;


2) as seções transversais conservam-se planas até a ruptura (as deformações são
proporcionais à linha neutra);
3) a distribuição das tensões no concreto se faz com um diagrama parábola-retângulo,
podendo ser substituído por um diagrama retangular com altura y =  x, sendo x a
profundidade da linha neutra. A definição de  está abaixo dos diagramas mostrados nesta
página;
4) no diagrama parábola-retângulo, a tensão máxima nas fibras mais comprimidas é reduzida
para 0,85 fcd;
5) o encurtamento máximo do concreto à compressão é 3,5‰. O alongamento máximo do aço
à tração é 10‰.

DIAGRAMAS DE DEFORMAÇÕES E ESFORÇOS

0,85 ∙ ∝ ∙

Como estamos dimensionando uma seção genérica, de maneira que ela não esteja no domínio
4, podemos afirmar que εsd está entre εyd e 10‰. (Domínio 3 ou Domínio 2).

A altura y ,do diagrama retangular de tensões, é dada por (NBR6118:2014, item 17.2.2.d):
 , sendo que o parâmetro  pode ser tomado igual a:
 0,8 para 50MPa; ou
50
 0,8 para 50MPa.
400

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Nas seções retangulares, a tensão constante atuante até a profundidade pode ser tomada
igual a ∙ , sendo igual a:
0,85 para 50MPa, ou

0,85 ∙ 1,0 , para 50MPa 90MPa.

Equações de equilíbrio

ΣMA = 0 → Md = Rcc (d – y/2)+Rsc (d-d`) (1)

ΣH = 0 Rst = Rcc + Rsc (2)

Rcc = fc.b.y, Rsc = A´s. σ`sd, Rst = As. fyd


Vamos trabalhar na equação (1)

Md = Rcc (d – y/2) + A´s. σ´sd .(d-d´)

Dividindo a equação (1) por fc.b.d 2, fica:


y
f c  b  y  (d  )
Md
 2  As   sd
 (d  d )
fc  b  d 2 fc  b  d 2
fc  b  d 2

Md
Sejam : K 
fc  b  d 2
y
  y  d
d

 sd
 1
f yd
Substituindo, temos:

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  d 
 d d  
K   2   A s    f yd d  d  
d2 fc  b  d 2

 d
A s    f yd  1  
    d 
K   1   
 2 fc  b  d

  
Seja K     1  
 2
 d
A s    f yd  1  
K  K   d 
fc  b  d

 d
A s    f yd  1  
 d 
 K  K 
fc  b  d
 
fc  b  d  K  K  
A s   
  f yd  1  d  
 
 d 

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Trabalhando agora na equação (2), temos:

Rst  Rcc  Rsc

As  f yd  f c  b  y  A`s  `sd

As  f yd  f c  b    d  A`s   f yd

f c .b.d . A`s . . f yd
As  
f yd f yd

As  As1  As 2
 

f c .b.d K  K ` 
As 2  A´s .   . 
 . f yd  1  d ` 
 
 d 

 
f c .b.d  K  K´ 
As 2   
f yd  d` 
 1 
 d 

f c .b.d .  
e As1  , mas como K`   1- 
f yd  2

2 2
Temos : K´       K ` 0, é uma equação do 2º grau em  ,
2 2

e uma das raízes é   1- 1- 2K`

As1 
f c .b.d
f yd
1  1  2K ` 

As  As1  As 2

  y x
Como K`  1-  e   ,
 2 d d

23
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

Podemos concluir que K` só depende de α, que depende da profundidade da L.N., portanto o


valor limite de K` para a seção não entrar no domínio 4 será:

xlim d  xlim

 cu  yd
xlim  cu
 e
d  cu   yd
x
como   , temos :
d
xlim  cu
 lim   
d ( cu   yd )
 lim
K`L   lim (1- )
2

K`L e αlim representam os valores limites para não entrarmos no domínio 4.

À medida que o momento (M) aumenta, a L.N. abaixa (aumentando a área comprimida), de
modo a fazer o equilíbrio da seção.

A NBR 6118:2014, no item 14.6.4.3 diz:

“A capacidade de rotação dos elementos estruturais é função da posição da linha neutra no


ELU. Quanto menor for (x/d), tanto maior será essa capacidade.
Para proporcionar o adequado comportamento dútil em vigas e lajes, a posição da linha neutra
no ELU deve obedecer aos seguintes limites:

a) x/d ≤ 0,45 para concretos com fck ≤ 50 MPa;


b) x/d ≤ 0,35 para concretos com 50 MPa < fck  90 MPa.
Estes limites podem ser alterados se forem utilizados detalhes especiais de armaduras, como
por exemplo, os que produzem confinamento nessas regiões.”

24
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

Ainda nesse sentido o item 17.2.3 da NBR 6118:2014 diz: “Nas vigas é necessário garantir
boas condições de dutilidade, respeitando os limites da posição da linha neutra (x/d), dados em
14.6.4.3, sendo adotada, se necessária, armadura de compressão.”

Como já foi demonstrado, temos que:

 xlim    cu  f yd
 lim          ;

 yd  , inclusive para o CA60
 d    cu   yd  21.000

f yd em kN / cm 2 .

CA-25 => yd = 1,035 ‰

CA-50 => yd = 2,07 ‰

CA-60 => yd = 2,484 ‰

Os valores de αlim, obtidos por meio das equações acima, estabelecem as condições para que
a seção não caia no domínio 4.
Agora, adotando também as condições do item 14.6.4.3, fica:

a) x/d ≤ 0,45 para concretos com fck≤ 50 MPa;


b) x/d ≤ 0,35 para concretos com fck> 50 MPa.

 xlim 
E considerando que  lim      e que KL ∝ ∙ 1 , podem-se obter os valores da
 d 
Tabela 1 abaixo, elaborada pelo Prof. Ney Amorim da Silva, da UFMG.

25
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

Tabela 1 – Valores de KL com adequado comportamento dútil

L
CLASSE λ ξL= (x/d)L αL= (x/d)L KL ∝L ∙

Até C50 0,8000 0,45 0,360 0,295


C55 0,7875 0,35 0,276 0,238
C60 0,7750 0,35 0,271 0,234
C65 0,7625 0,35 0,267 0,231
C70 0,7500 0,35 0,263 0,228
C75 0,7375 0,35 0,258 0,225
C80 0,7250 0,35 0,254 0,222
C85 0,7125 0,35 0,249 0,218
C90 0,7000 0,35 0,245 0,215

Podemos representar da seguinte forma:

Se K ≤ KL => Faça K`= K


Se K> KL => Faça K`= KL

Só haverá A´s (armadura de compressão, também chamada de armadura dupla), quando K> KL
e nesse caso K`= KL.
Se o momento (M) for pequeno (K é pequeno) não teremos armadura dupla. K ≤ KL faz-se
K`= K, zerando o valor de A`s.
Com relação aos valores do nível de tensão na armadura comprimida, tem-se:

3,5%o
d`

`s
x

 sd Es   s
  1 (1)
f yd f yd

26
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

Assim, obtém-se a Tabela 2, adaptada de uma outra elaborada pelo Prof. Ney Amorim da
Silva, da UFMG.

Tabela 2 – Valores da relação (d/d’) para que se tenha =1

CA 25 CA 50 CA 60
εcu εyd = 1,035 ‰ εyd = 2,070 ‰ εyd = 2,484 ‰
CLASSE

(d/d’)≥ (d/d’)≥ (d/d’)≥
Até C50 3,500 3,155 5,439 7,655
C55 3,125 4,272 8,460 13,929
C60 2,884 4,456 10,123 20,600
C65 2,737 4,595 11,724 30,909
C70 2,656 4,681 12,950 44,120
C75 2,618 4,725 13,650 55,820
C80 2,604 4,742 13,933 62,000
C85 2,600 4,747 14,016 64,039
C90 2,600 4,747 14,016 64,039

Qualquer valor de (d/d´) maior que os valores acima, implica em φ=1,0. No entanto, se (d/d´) for
inferior aos valores acima, deve-se calcular φ pela expressão:
´

L
∙ 1.
L

Vale observar que, para vigas usuais em concretos com fck ≤ 50 MPa, geralmente os valores de
(d/d’) são maiores que os da Tabela 2 acima e, consequentemente, o valor de =1 (isto
significa que o nível de tensão na amadura comprimida é igual a 1. No entanto, aumentando-se
a resistência do concreto, também aumentam os valores de (d/d’) para que  seja igual a 1.
Tais valores elevados de (d/d’) não são, geralmente, utilizados nas vigas usuais em concreto
armado e, nestes casos, o valor de  deve ser calculado pela última expressão acima.
Considerando os concretos com fck menores que 50 MPa e aço CA 50, tem-se que:

 =1 para valores de (d/d’)  5,439.

Caso contrário, o valor de  deve ser calculado por:

27
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples


 1,6905 1

Na Tabela 3, dada a seguir, elaborada pelo Prof. Ney Amorim da Silva (UFMG), agrupam-se os
parâmetros usuais do concreto, para o cálculo à flexão.

Tabela 3 – Parâmetros do concreto para cálculo à flexão.


Parâmetros usuais do concreto

fck (MPa) (x/d)L εc2 (‰) εcu (‰) λ αc


≤ 50 0,45 2,000 3,500 0,8000 0,85000
55 0,35 2,199 3,125 0,7875 0,82875
60 0,35 2,288 2,884 0,7750 0,80750
65 0,35 2,357 2,737 0,7625 0,78625
70 0,35 2,416 2,656 0,7500 0,76500
75 0,35 2,468 2,618 0,7375 0,74375
80 0,35 2,516 2,604 0,7250 0,72250
85 0,35 2,529 2,600 0,7125 0,70125
90 0,35 2,600 2,600 0,7000 0,6800

Comentários adicionais:

1) A posição mais comum das vigas é sob as lajes (a), porém pode-se executar a viga sobre a
laje (c), a qual denominamos de viga invertida, ou com a laje passando por seu intermédio (b),
a qual denominamos viga semi-invertida.

28
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

2) Item 13.2.2 da NBR 6118:2014: “A seção transversal das vigas não deve apresentar largura
menor que 12cm. Este limite pode ser reduzido, respeitando um mínimo absoluto de 10 cm em
casos excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitados os cobrimentos mínimos exigidos por
esta norma.”

3) Para o cálculo da armadura longitudinal mínima de tração nas vigas, a NBR 6118:2014,
no item 17.3.5.2.1, adota a Tabela 17.3, reproduzida a seguir.

Tabela 17.3 Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas da NBR6118:2014


(seção retangular)
a
Valores de min  (As,min / Ac)
Forma %
da
seção 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90

Retan-
0,15 0,15 0,15 0,164 0,179 0,194 0,208 0,211 0,219 0,226 0,233 0,239 0,245 0,251 0,256
gular
a
Os valores de min estabelecidos nestas Tabela pressupõem o uso de aço CA-50; d/h=0,8; c=1,4 e s=1,15. Caso
esses fatores sejam diferentes, min deve ser recalculado.

O Prof. Ney Amorim da Silva (UFMG) desenvolveu a Tabela 4 mostrada abaixo, com valores
usuais de d/h.

Tabela 4 – Taxas de armaduras mínimas para vigas com seção retangular


Valores de ρmin = (As,min/Ac)
Seções retangulares, γc=1,4, γs=1,15
(d/h)=0,70 (d/h)=0,75 (d/h)=0,80 (d/h)=0,85 (d/h)=0,90 (d/h)=0,95
fck
CA 50 CA 60 CA 50 CA 60 CA 50 CA 60 CA 50 CA 60 CA 50 CA 60 CA 50 CA 60

20 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
25 0,151 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
30 0,170 0,150 0,158 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
35 0,188 0,157 0,175 0,150 0,164 0,150 0,153 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
40 0,205 0,171 0,191 0,159 0,179 0,150 0,168 0,150 0,158 0,150 0,150 0,150
45 0,222 0,185 0,206 0,172 0,194 0,161 0,181 0,151 0,171 0,150 0,161 0,150
50 0,238 0,198 0,221 0,184 0,208 0,172 0,194 0,162 0,183 0,153 0,173 0,150
55 0,241 0,201 0,225 0,187 0,211 0,175 0,197 0,164 0,186 0,155 0,176 0,150
60 0,251 0,209 0,233 0,194 0,219 0,182 0,205 0,171 0,193 0,161 0,183 0,152
65 0,259 0,216 0,241 0,201 0,226 0,188 0,212 0,176 0,200 0,166 0,189 0,157
70 0,267 0,222 0,248 0,207 0,233 0,194 0,218 0,182 0,206 0,172 0,195 0,162
75 0,274 0,229 0,255 0,213 0,239 0,199 0,224 0,187 0,212 0,176 0,199 0,166
80 0,282 0,235 0,262 0,218 0,245 0,204 0,230 0,192 0,217 0,181 0,203 0,169
85 0,288 0,240 0,268 0,224 0,251 0,209 0,236 0,196 0,222 0,185 0,210 0,175
90 0,295 0,245 0,274 0,228 0,256 0,214 0,241 0,201 0,227 0,189 0,215 0,179

29
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

4) Segundo o item 17.3.5.2.3 da NBR 6118:2014, a armadura lateral mínima (armadura de

pele) deve ser 0,10% Ac,alma em cada face da alma viga e composta por barras de CA-50 ou
CA-60, com espaçamento não maior que 20 cm e devidamente ancorada nos apoios,
respeitando o disposto em 17.3.3.2, não sendo necessária uma armadura superior a 5 cm2/m
por face.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da armadura de
pele.
As armaduras principais de tração e de compressão não podem ser computadas no cálculo da
armadura e pele.

5) Armaduras de tração e de compressão (item 17.3.5.2.4 da NBR6118:2014): “a soma das


armaduras de tração e de compressão (As+A’s) não pode ter valor maior que 4%Ac, calculada
na região fora da zona de emendas, devendo ser garantidas as condições de dutilidade
requeridas em 14.6.4.3.”

6) Vãos efetivos de vigas (item 14.6.2.4 da NBR6118:2014) - Nas vigas, o vão efetivo pode
ser calculado por:

  ;

Com a1 igual ao menor valor entre (t1/2 e 0,3h) e a2 igual ao menor valor entre (t2/2 e 0,3h),
conforme a Figura abaixo.

É usual adotar o vão teórico como a distância entre os eixos dos apoios.
Nas vigas em balanço, o vão teórico é a distância da extremidade livre da viga até a face do
pilar, acrescida do menor valor entre (t1/2 e 0,3h).

30
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

7) Distribuição da armadura na seção transversal – o item 18.3.2.2 da NBR6118:2014


prescreve que “o espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido
no plano da seção transversal, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:
- na direção horizontal (ah):
- 20 mm;
- diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
- 1,2 vez a dimensão máxima característica do agregado graúdo.
- na direção vertical (av):
- 20 mm;
- diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
- 0,5 vez a dimensão máxima característica do agregado graúdo.

Para feixes de barras, deve-se considerar o diâmetro do feixe:  √ . Estes valores se


aplicam também às regiões de emendas por transpasse das barras. Em qualquer caso, deve
ser observado o item 18.2.1”, que diz:
“O arranjo das armaduras deve atender não só à sua função estrutural, como também às
condições adequadas de execução, particularmente com relação ao lançamento e aos
adensamento do concreto. Os espaços devem ser projetados para a introdução do vibrador e
de modo a impedir a segregação dos agregados e a ocorrência de vazios no interior do
elemento estrutural.”

Na página seguinte, apresentamos um formulário para o cálculo de seções retangulares


submetidas à flexão simples.

31
FEA‐FUMEC – CONCRETO ARMADO
FLEXÃO NORMAL SIMPLES – SEÇÃO RETANGULAR (Prof. Tepedino)

A's
ccu fc=cfck/1,4
d' Rsc d'

y/2
s

y=x
Md Md
Rcc

x
(h/2)

(h/2)
LN

(d-y/2)
d
h

Rst
d" s
As
Vista lateral b
Seção transversal Deformações Tensões Resultantes

fck50 MPa =0,8 c=0,85 (x/d)L=0,45 1 √1 2 ∙ K′


fck>50 MPa =0,8 - (fck-50)/400 c=0,85[1-(fck-50)/200] (x/d)L=0,35

Dados: momento fletor, classe do concreto e as dimensões da seção, calcula-se K. Determina-se o valor de K’ em função de K e KL.

Se K ≤ KL → fazer K'=K
K
∙ ∙
Se K > KL → fazer K'=KL
Valores de KL
até
Classe C55 C60 C65 C70 C75 C80 C85 C90
C50
KL 0,295 0,238 0,234 0,231 0,228 0,225 0,222 0,218 0,215

Determinam-se os valores das áreas de aço necessárias:


∙ ∙
1 √1 2∙K

As ≥ As1 +As2 As é armadura de TRAÇÃO


∙ ∙ K‐K

A´s é armadura de compressão
As2
A' s = , Valores mínimos de (d/d’) para se ter =1

Clas- até
C55 C60 C65 C70 C75 C80 C85 C90
se C50
CA25 3,155 4,272 4,456 4,595 4,681 4,725 4,742 4,747 4,747
CA50 5,439 8,460 10,123 11,724 12,95 13,65 13,933 14,016 14,016
CA60 7,655 13,929 20,600 30,909 44,12 55,82 62,00 64,039 64,039
Prof. Ney Amorim da Silva



Quando ’sd<fyd, L
∙ 1 32
L
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

Detalhe armadura superior de uma viga


Fonte: Marcelo Santos Silva

33
FEA – FUMEC Concreto Armado – Flexão Simples

Exemplo de detalhamento de uma viga.


Fonte: Marcelo Santos Silva

34
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

VIGAS DE SEÇÃO T

Conteúdo revisado em julho de 2014, de acordo com a NBR6118:2014


35
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

VIGAS DE SEÇÃO T

A uma viga de seção retangular podemos acrescentar DUAS abas ou UMA aba, conforme a
figura, formanto uma seção em forma de um T ou de um L. Desta maneira, a resultante no
concreto, de compressão, aumenta.

Deve-se salientar que o dimensionamento da seção como T ocorre SOMENTE quando a


mesa estiver comprimida.

Analisemos as seguintes situações:

a) Momento Positivo
COMPRESSÃO NA MESA

M
TRAÇÃO NA MESA. NÃO funciona como T.
Funciona como SEÇÃO RETANGULAR

b) Momento Negativo

TRAÇÃO NA MESA. NÃO funciona como T.


Funciona como SEÇÃO RETANGULAR
X

COMPRESSÃO NA MESA

36
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

Determinação da largura da mesa colaborante (bf)

A largura da mesa, bf, deve ser calculada da maneira a seguir, com base na figura abaixo.

bf bf
hf

hf
y2
y1

x1 x2

b4 b2

bw b1 bw b1

b3 ba b1

(x1 e y1) são os catetos da mísula da esquerda (supor → x1 < y1)


(x2 e y2) são os catetos da mísula da direita (supor → x2 > y2)
ba é a soma de bw (largura da alma) com os menores catetos de cada mísula: ba = bw + x1 + y2
b2 é a distância entre dois (bas) consecutivos; no caso das vigas que não apresentarem
mísulas, b2 fica sendo a distância entre faces de duas vigas consecutivas.
bf é a largura da mesa
hf é a espessura da mesa (da laje).

b1 é o valor a ser incorporado à mesa da viga T, no caso de laje não em balanço.


b3 é o valor a ser incorporado à mesa da viga T, no caso de laje em balanço.
b4 é a distância da extremidade do balanço até o início de ba, no caso de existir mísula, ou até
a face da viga, se não houver mísula.

Logo, podemos ter:


b f = b1 + ba + b1
b f = b3 + ba + b3
b f = b3 + ba + b1

De acordo com a NBR6118:2014, item 14.6.2.2, b1 e b3 podem ser calculados assim:

0,10  a
b1  
0,5  b2
a = Distância entre pontos de momento fletor nulo.

0,10  a
b3  
b4

37
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

Segundo a NBR-6118:2014, no item 14.6.2.2, “a largura colaborante bf deve ser dada pela
largura bw acrescida de no máximo 10% da distância (a) entre pontos de momento fletor nulo,
para cada lado da viga em que houver laje colaborante.

A distância a pode ser estimada, em função do comprimento ℓ do tramo considerado, como se


apresenta a seguir:
 viga simplesmente apoiada a = 1,00 ℓ,

 tramo com momento em uma só extremidade a = 0,75 ℓ;

 tramo com momentos nas duas extremidades a = 0,60 ℓ;

 tramo em balanço a = 2,00 ℓ.


Alternativamente, o cômputo da distância a pode ser feito ou verificado mediante exame dos
diagramas de momentos fletores na estrutura”.

Para facilitar o entendimento do cálculo da distância (a), são dadas as ilustrações abaixo, para
as situações mais comuns de vigas:

1) Viga bi-apoiada

2) Vão extremo de viga contínua

3) Vão interno de viga contínua

38
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

4) Apoio entre dois vãos extremos

5) Apoio entre dois vãos internos

6) Apoio entre um vão externo e um central

7) Apoio próximo ao balanço

39
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

DIMENSIONAMENTO DA VIGA “T”

Situação em que a região de compressão tangencia a mesa (do diagrama simplificado)

bf
ccu fc=cfck/1,4

hf /2
hf
Rcc MREF

x
MREF

(d-hf /2)
d
h

Asfyd
d" s yd
A
MREF é Momento de Referência As
bw

M A 0
hf
M REF  Rcc  (d  )
2
hf
M REF  f c  b f  h f (d  )
2

Se o Momento de Cálculo Md (=1,4M) for menor do que o Momento de Referência, a linha


neutra sobe, cortando a mesa, e podemos usar as mesmas fórmulas de seção retangular com
base = bf.

bf bf
hf

MREF > Md


d

d
h

d" d"
As As
bbw

40
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

ROTEIRO PARA CÁLCULO DE VIGA T

1) Verificar se a seção pode ser calculada como seção T (existe compressão na mesa?).
2) Calcular o valor de bf.
b f = b1 + ba + b1 0,10  a
b1  
b f = b3 + ba + b3 0,5  b2
b f = b3 + ba + b1
0,10  a
b3  
b4
3) Calcular o valor de MREF, dado pela fórmula:

 h 
M REF  f c  b f  h f  d  f 
 2 

4) Comparar MREF com Md

4.1) Se MREF > Md, a linha neutra sobe, cortando parcialmente a mesa , e a viga
pode ser calculada como viga T, usando as fórmulas de seção retangular com b = bf.

4.2) Se MREF = Md, a região de compressão tangencia a mesa e podemos usar as


fórmulas de seção retangular com base = bf.

4.3) Se MREF < Md, a linha neutra desce, cortando a nervura , e a viga deve ser
dimensionada pelo processo rigoroso.

41
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

DIMENSIONAMENTO PROCESSO RIGOROSO - Quando a linha neutra corta a nervura

Quando MREF < Md, a Linha Neutra desce, cortando a nervura, e a viga deve ser dimensionada
pelo processo rigoroso, que veremos a seguir:

bf

A's ccu fc=cfck/1,4


d'
Rsc d'

y/2
s

y=x
hf
Md Md
Rcc

(h/2)
LN

(d-y/2)
d
h

Rst
d" s yd
As
bbw

Ma  0

 
M d  f c  bw  y(d  y )  f c b f  bw .h f  d  f
h
  As ' sd
 (d  d ' ) 1
2  2 
H  0
As  f yd  f c  bw  y  f c b f  bw .h f  A's  'sd 2

Trabalhando na equação 1 e dividindo os termos por f c .bw .d 2 , fica:

hf
f c  bw  y (d  ( y ) f c (b f  bw )h f (d 
2  A's  'sd (d  d ' )
Md )
 2 
f c  bw  d 2
f c  bw  d 2
f c .bw .d 2 f c .bw .d 2

 y 
Md  bf  h f  h f  y d  2  A's  'sd (d  d ' )
   1 1   
f c  bw  d 2  bw  d  2d  d2 f c .bw .d 2
Sejam:

Md b h  hf 
K   f  1 f 1  
f c  bw  d  bw  d
2
 2d 

y '
  y    d ,   sd , temos:
d f yd

42
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

K

 .d d   . d 2   A' .. f
s yd (d  d ' )
d .d f c .bw .d .d

   A' s. . f yd  d ' 


K   1    1  
 2 f c .bw .d  d 

 
Seja K '   1  
 2

A's . . f yd  d ' 
K  K ' 1  
f c .bw .d  d 

f c .bw .d  K  K ' 
A's   
 . f yd  1  d ' d 

Da equação 2 , temos:

As  f yd  f c  bw  y  f c  b f  bw  h f  A's  'sd

As  f yd  f c  bw   d  f c  b f  bw  h f  A's   f yd

f c  bw   d f c  bw  b f  A' s    f yd
As      1h f 
f yd f yd  bw  f yd

As1 As2
As  As1  As2

f c .bw .d  K  K ' 
As2  A's   As2   
f yd  1  d ' d 

f c  bw  d   f c  bw  b f 
As1     1  h f
f yd f yd  bw 

43
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

 
Mas como K '   1   , temos uma equação do 2° grau em  , e uma das raízes é
 2


  1  1  2 K ' , logo: 
As1 
f c  bw  d
f yd
 
f .b .d  b 
1  1  2 K '  c w  f  1.h f
f yd .d  bw 

As1 
f c  bw  d 
  bf
  hf 
 1  1  2k '   bw  1. d 
f yd    

Se K  KL  K '  K

 (Mesmas explicações da seção retangular)
Se K  KL  K ' KL

PRESCRIÇÕES DA NBR6118:2014

Armadura longitudinal mínima de tração

Segundo o item 17.3.5.2.1 da NBR 6118:2014, “a armadura mínima de tração, em elementos


estruturais armados ou protendidos deve ser determinada pelo dimensionamento da seção a
um momento fletor mínimo dado pela expressão a seguir, respeitada a taxa mínima absoluta
de 0,15%.
Md,min = 0,8W0fctk,sup;
na qual:
 W0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à fibra
mais tracionada;
 W0 = (Ix,CG / ymax,trac), sendo Ix,CG a inércia em relação ao centro de gravidade da
seção T e ymax,trac a distância do centro de gravidade à fibra mais tracionada.
 fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração, item 8.2.5 da NBR-
6118:2014, dada por:
fctk,sup = 1,3 fct,m = 0,39 (fck)2/3 (em MPa) para fck ≤ 50 MPa
fctk,sup = 1,3 fct,m = 2,756 ln(1 + 0,11fck) (em MPa) para fck > 50 MPa

44
FEA – FUMEC Concreto Armado – Vigas de Seção T

Armaduras de ligação mesa-nervura ou talão-alma

Segundo o item 18.3.7 da NBR-6118:2014, “os planos de ligação entre mesas e almas ou
talões e almas devem ser verificados com relação aos efeitos tangenciais decorrentes das
variações de tensões normais ao longo do comprimento da viga, tanto sob o aspecto de
resistência do concreto, quanto das armaduras necessárias para resistir às trações decorrentes
desses efeitos.
As armaduras de flexão da laje, existentes no plano de ligação, podem ser consideradas como
parte da armadura de ligação, complementando-se a diferença entre ambas, se necessário. A
seção transversal mínima dessa armadura, estendendo-se por toda a largura útil e ancorada na
alma, deve ser de 1,5 cm2 por metro”.

Exemplo de Planta e Corte

P4

45
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

CISALHAMENTO

Conteúdo revisado em setembro de 2014, de acordo com a NBR6118:2014

46
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

CISALHAMENTO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

1. FISSURAS DE CISALHAMENTO

  = Tensão de tração
  = Tensão de Compressão

  é absorvida pelo aço.


  é absorvida pelo concreto

Temos dois tipos de armaduras para combater o cisalhamento:

1) Barras Dobradas

CAVALETE

2) Estribos

47
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

Detalhe da armadura de cisalhamento de uma viga


Fonte: Marcelo dos Santos Silva

48
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

PRESCRIÇÕES DA NBR 6118:2014

1) Não podemos atribuir às barras dobradas mais do que 60% do esforço de cisalhamento.
2) Logo, em consequência, os estribos devem resistir a um mínimo de 40% do esforço
total de cisalhamento.
3) A tensão nas barras dobradas deve ser reduzida de 30%, ou seja, a tensão de
cálculo = 0,70.fyd.
4) A tensão de cálculo nas barras de combate ao cisalhamento deve obedecer a:

Estribos → fyd  435 MPa


Barras dobradas → 0,70.fyd  435 MPa

5) A porcentagem mínima dos estribos de uma viga deve obedecer à expressão:

A sw f
ρsw   0,2 ct , m
b w  s  senα f ywk

A sw = área da seção transversal dos estribos


s= espaçamento dos estribos
= inclinação dos estribos
bw = largura da viga

fywk = resistência ao escoamento do aço do estribo


fct,m = resistência média do concreto à tração

fct,m = 0,3·(fck)2/3; (fck em MPa); para concretos até C50;


fct,m = 2,12·ln(1+0,11·fck); (fck em MPa); para concretos de C55 até C90.

Para s = 100 cm (estribos totais em 100 cm) e, considerando fywk = 500 MPa, estribos com
 = 90º, temos:

A sw, mín 0,2  0,3(f ck ) 2 / 3


 (f ck em MPa )
b w  100  sen90 500

49
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

A sw,mín  0,012  b w  (f ck ) 2 / 3 . Considerando estribos de 2 ramos, temos:

0,012
A sw,mín   b w  (f ck ) 2 / 3  0,006  b w  (f ck ) 2 / 3; em cm2 /m ; estribos simples (dois ramos).
2

6) O diâmetro mínimo dos estribos é 5mm (øt  5 mm).


7) O diâmetro máximo dos estribos é bw/10.
8) O espaçamento máximo dos estribos deve obedecer à:

Para  wd  0,67 wd2 s max  0,6d  30 cm

Para  wd  0,67 wd2 s max  0,3d  20 cm ,

Vsd
sendo  wd  e  wd2 a tensão limite de cisalhamento, que está tabelada na página 52.
bw  d

TRELIÇA DE MÖRSCH

biela
comprimida s (espaçamento das barras tracionadas)

banzo comprimido

h d
z
 

zcotg zcotg
Vsd
banzo tracionado
z(cotg+cotg)

MODELO DE FUNCIONAMENTO DE VIGA COMO TRELIÇA

50
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

1. Verificação do Estado Limite Último

1.1. Cálculo da Resistência

A resistência do elemento estrutural, numa determinada seção transversal, é considerada


satisfatória quando verificadas simultaneamente as ruínas por esmagamento da biela
comprimida (equação 1) e a ruptura da armadura transversal tracionada (equação 2).

VSd  VRd 2 (1)

VSd  VRd 3  Vc  Vsw (2)

VRd 2 = força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas, obtida
de acordo com o modelo de Cálculo I ou II, descritos adiante.

VRd 3  Vc  Vsw = força cortante de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal, onde Vc é a

parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao de uma treliça e Vsw é
a parcela resistida pela armadura transversal, ambas obtidas de acordo com o modelo de
cálculo I e II descritos adiante.

1.2. Modelo de Cálculo I

O modelo de cálculo I admite diagonais de compressão inclinadas de θ=45º e admite ainda que
a parcela complementar Vc tenha valor constante, independente de VSd .

a) Verificação da Compressão Diagonal do Concreto:

VRd 2  0,27   v 2  f cd  bw  d   wd 2  bw  d

Onde,

 v 2  1  f ck 250  (fck em MPa)


 
 wd 2  0,27   v 2  f cd

51
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

Obs.: Embora para o cálculo de  v 2 a unidade utilizada seja o MPa, para a obtenção do

esforço VRd 2 em kN, deve-se transformar  wd 2 para kN/cm2.

wd2 = tensão limite convencional de cisalhamento.

VSd
 wd    wd 2  0,27   v 2  f cd
bw  d

TABELA 1 – Valores Limites de  wd2 (Modelo I) para fck ≤ 50 MPa

fck (MPa) 
wd2 (kN/cm2)
20 0,355
25 0,434
30 0,509
35 0,581
40 0,648
45 0,712
50 0,771
 
wd wd2

b) Cálculo da Armadura Transversal

VRd 3  Vc  Vsw Ver a equação (2)

Modelo I

Vc = 0 → Quando a LN está situada fora da seção

Vc = Vco → Na flexão simples e na flexo-tração com a LN cortando a seção

 Mo 
Vc  Vc 0  1    2  Vc 0 na flexo-compressão
 M Sd max 

Com
(3)
Vc 0  0 ,6  f ctd b w d  τ c 0 b w d

52
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

fctd = resistência do concreto à tração direta (de cálculo)

2/3
f ctk,inf 0,7  0,3f ck
f ctd  
γc γc

Da equação (3)
0,7  0,3f ck2 / 3
0, 6   b w  d  τc0  b w  d
1, 4

c0=0,09 fck2/3 ; com fck em MPa, para fck  50MPa. O resultado deve ser transformado em kN/cm2.

TABELA 2 – Valores de c0

fck (MPa) c0 (kN/cm2)


20 0,0663
25 0,0769
30 0,0869
35 0,0963
40 0,1053
45 0,1140
50 0,1220

Vsw é determinada conforme mostrado na figura:

VRd3 = Vc + Vsw = Vc + DSt sen


Asw
DSt

z
 

s
z(cotg + cotg)

VSd

DIAGONAL TRACIONADA DA ARMADURA TRANSVERSAL

VRd3  VC  VSW  VC  Dst  sen

53
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

0
Supondo θ = 45 , modelo I
Vsw  Dst  sen

compriment o z cotgθ + cotgα 


Nº. de barras no trecho = =
espaçament o s

(Nº. de Barras) . A sw  f yd  Dst

z (cotg + cotg )
 A sw  f yd  Dst
s

z cot g  cot g 
Vsw   A sw  f yd  senα
s

Para θ = 45º, z  0,90d e  = 90º (estribos verticais).

0,90d (cotg45º + cotg90º )


Vsw   A sw  f yd  sen90º
s

0,90d  A sw
Vsw   43,5
s

Sabendo que: VSd  Vc  Vsw (2)

Fazendo Vc  Vc 0 na flexão simples

VSd  Vc  Vsw , dividindo todos os termos por b w  d

VSd V V
 c 0  sw
bw  d bw  d bw  d

0,90  d  A sw  43,5 1
τ wd  τc0  
s bw  d
A sw 39,15
τ wd  τ c0   , então:
s bw

54
FEA – FUMEC Concreto Armado - Cisalhamento

A sw  τ wd  τ c0 
   bw
s  39,15 

Fazendo s = 100 cm (total de estribos em 100 cm):

 τ  τ  
Asw   wd c0   100  b w
 39,15  Área total em cm2 (deve ser dividida por 2 ramos)

VSd
 wd  ; c0=0,09 f ck2 / 3 ; com fck em MPa, para fck  50MPa (Ver tabela 2)
bw  d

c0=0,636·ln(1+0,11fck), com fck em MPa, para fck > 50MPa.

1.3. MODELO DE CÁCULO II

O modelo de cálculo II admite diagonais de compressão inclinadas de θ°, variando


livremente entre 30° e 45°. Admite ainda que a parcela complementar Vc sofra redução
com o aumento de VSd.

a) Verificação da Compressão Diagonal do Concreto

VRd 2  0 ,54   v 2  f cd  bw  d  sen 2  (cot g  cot g )   wd 2  bw  d

Onde:

 v 2  1  f ck 250  (fck em MPa)


 

 wd 2  0,54   v 2  f cd  sen 2  (cot g  cot g )

Para estribos verticais  = 90°, os valores de  wd 2 podem ser obtidos na tabela 3:

55
FEA – FUMEC Concreto Armado I - Cisalhamento

TABELA 3 – Valores de  wd2 (Modelo II)

 wd2
fck (MPa)  wd   wd2
θ=30º θ=45º

20 0,154 fck 0,177 fck

25 0,150 fck 0,174 fck

30 0,147 fck 0,170 fck

b) Cálculo da Armadura Transversal

VRd 3  Vc  Vsw

Vc  Vc1 na flexão simples e na flexo-tração com a L.N. cortando a seção.

Com:

Vc1  Vc 0 quando VSd  Vc 0

Vc1  0 quando VSd  0 , interpolando-se linearmente para valores intermediários.

Definindo-se analogamente uma tensão convencional de cisalhamento proveniente


de Vc1 , tem-se:

 c1  Vc1  b  d
w

Os valores de Vc1 , ou os correspondentes  c1 , podem ser representados no gráfico abaixo

56
FEA – FUMEC Concreto Armado I - Cisalhamento

Vsw é dada por:

A 
Vsw   sw   z ( cot g + cot g )  f ywd  senα
 s 

Fazendo VSd  Vc  Vsw ( equação 2 ), dividindo por bw  d , adotando z = 0,9d ,  = 90° e

s = 100 cm (como foi feito para o modelo de cálculo I ), temos:

 τ wd  τ c1  
Asw     100  bw Área total em cm2 (deve ser dividida por 2 ramos).
 39 ,15  cot gθ 

Com  c1 dado de acordo com o gráfico anterior.

57
FEA-FUMEC Concreto Armado – Cisalhamento

Detalhe da armadura de cisalhamento de uma viga: estribos duplos


Fonte: Marcelo dos Santos Silva

58
FEA-FUMEC Concreto Armado – Cisalhamento

Detalhamento de uma viga


Fonte: Marcelo dos Santos Silva

59
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

LAJES

Conteúdo revisado em agosto de 2017, de acordo com a NBR6118:2014

60
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

LAJES

CARGAS PARA O CÁLCULO DE ESTRUTURA DE EDIFICAÇÕES – NBR 6120:1980

Peso próprio do concreto: 25 kN/m3 (densidade)


Alvenaria
Tijolo cerâmico: 13 kN/m3
Tijolo maciço: 18 kN/m3
Bloco de concreto: 18 kN/m3

Revestimento de piso: 0,50 a 1,50 kN/m2


Telhas fibro-cimento: 0,70 kN/m²
Telhas francesas: 1,30 kN/m²
Telhas coloniais: 1,60 kN/m²

CARGA ACIDENTAL (SOBRECARGA)


Arquibancadas: 4 kN//m²
Biblioteca: 6 kN/m²
Casa de Máquinas: 6.000/área do poço  2300 kgf/m² = 23 kN//m²
Gancho no teto da Casa de Máquinas: 2500 kgf = 25 kN (total)
Escritório: 2 kN/m²
Salão de festas para bailes e esportes 5 kN/m²
Corredores:
 Com acesso público: 3 kN/m²
 Sem acesso público: 2 kN/m²

Sala, copa, cozinha, banho, quarto: 1,5 kN/m²


Área de serviço, lavanderia, despensa: 2 kN/m²
Escadas:
 Com acesso público: 3 kN/m²
 Sem acesso público: 2,5 kN/m²

Salas de aula: 3 kN/m²


Teatro: 5 kN/m²
Cinema: 4 kN/m²
Observação: a tabela completa das cargas acidentais, da NBR6120:1980, está nas páginas 78
e 79.
61
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

CÁLCULO DAS LAJES

As lajes são calculadas como placas, podendo ser usado o Regime Elástico.

Tabela p/ cálculo de Momentos Fletores em Lajes, Regime Elástico – TABELA 1– Folha 8

Serão designados por a e b os vãos teóricos de uma laje retangular.


Quando houver igualdade nos tipos de apoio nas duas direções, a será sempre o menor dos
vãos. Nos outros casos, a será o vão segundo o qual existe o maior número de engastes.

Ma, Mb = Momentos fletores positivos máximos, por unidade de largura da laje (Ma atuando na
direção do vão a e Mb atuando na direção do vão b).

Xa, Xb = Momentos fletores negativos máximos, por unidade de largura da laje (Xa atuando na
direção do vão a e Xb atuando na direção do vão b).

Teremos 6 (seis) tipos de lajes, a saber:

62
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

MOMENTOS FLETORES

p  a²
Momentos positivos =
m
p  a²
Momentos negativos =
n
p = carga total distribuída
p=g+q
g = carga permanente
q = carga acidental

Exemplo: Calcular os momentos fletores máximos da laje abaixo, considerando piso de um


quarto residencial com revestimento de piso = 1 kN/m². Usar concreto C20.

b = 5,20m

Laje Tipo C
a = 4,0m

h=8 b 5,20
  1,30
a 4

5,20

b
Entrando na tabela Laje Tipo C ,  1,30 ,
a
temos os coeficientes:

ma= 24,6 ; mb = 40,0 ; na = 10,7 ; nb = 12,8

peso próprio  1,0  1,0  0,08  25  2 kN/m 2



carga acidental  1,5 kN/m
2
p=
revestimento  1,0 kN/m 2

p  4,5 kN/m2

63
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

p  a² 4,5  4²
Ma    2,93 kN  m
ma 24,6
p  a² 4,5  4²
Mb    1,80 kN  m
mb 40
p  a² 4,5  4²
Xa    6,73 kN  m
na 10,7
p  a² 4,5  4²
Xb    5,63 kN  m
nb 12,8

2,93
Ma

Mb Xb 1,80 5,63

6,73
Xa

REAÇÕES DE APOIO

Tabela para cálculo das reações de lajes – TABELA 2 – Folha 9

Teremos também os mesmos 6 (seis) tipos de lajes.

R  r  p  a , sendo r o coeficiente obtido na tabela 2 – Folha 9 .

Ra = Reação de apoio, suposta uniformemente distribuída, que ocorre nas bordas a (no caso
em que as duas bordas tenham diferentes condições de apoio, R’a será a menor reação,
correspondendo à borda apoiada, e R”a a maior reação, correspondendo ao engaste).

Rb = reações, segundo a mesma sistemática, para as bordas b.

No exemplo, temos Laje Tipo C


b
 1,30
a
r’a= 0,183; r”a= 0,317
r’b= 0,225; r”b=0,390

64
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

a a
Ra R'a

R'  r'  p  a
R  r  p  a ou  a a

1m

R"b
R'b
Rb

Rb

b
R"a  r"a  p  a

Ra R"a
1m

R'a  0,183  4,5  4  3,29 kN/m


R' 'a  0,317  4,5  4  5,71 kN/m
R'b  0,225  4,5  4  4,05 kN/m
R' 'b  0,390  4,5  4  7,02 kN/m

4,05
1m
3,29

5,71
1m
a

7,02

FLECHAS

Para o cálculo da flecha em lajes, devemos analisar duas situações:

1) Se a “relação de vãos” for MENOR OU IGUAL a 2, a laje é armada em duas direções.


2) Se a “relação de vãos” for MAIOR que 2, a laje é armada em uma direção.

Vejamos em primeiro lugar o caso da laje armada em duas direções, para a qual usamos a
FÓRMULA de Bares (Tabela 3 – Folha 10).

65
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

Flecha imediata
Teremos também os mesmos 6 (seis) tipos de lajes e a flecha é dada por:
p*  a 4
Flecha imed   x , x é obtido na Tabela 3.
Ec s  h 3

p*  g   2  q
g  carga permanente
q  carga acidental
 2  fator de redução de combinação quase permanente

O valor de  2 é obtido na tabela abaixo, baseada na Tabela 11.2 da NBR6118:2014:

Cargas acidentais de edifícios residenciais  2  0,3


Cargas acidentais de edifícios comerciais, de escritórios, estações
e edifícios públicos
 2  0,4

Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens  2  0,6

Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto, sendo:


∝∙ ;

Eci é o módulo de elasticidade inicial.

∝ 0,8 0,2 ∙ 1,0;


80
∝ ∙ 5600 para de 20 MPa a 50 MPa;

21,5 ∙ 10 ∙ ∙ 1,25 para de 55 MPa a 90 MPa,

sendo:
∝ = 1,2 para basalto e diabásio
∝ = 1,0 para granito e gnaisse
∝ = 0,9 para calcário
∝ = 0,7 para arenito

OBS: e são dados em MPa.

De acordo com a NBR 6118:2014, é necessário verificar se, para o momento máximo no vão,
a laje está trabalhando no Estádio I ou Estádio II. Portanto, deve-se fazer a comparação do
momento de serviço com o momento de fissuração.

66
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

Momento de serviço:

M serviço  M g  2  M q

M g  momento devido às cargas permanentes


M q  momento devido às cargas acidentais
 2  fator de redução, ver tabela acima

Momento de fissuração (Mr):

Ic
M r    f ct 
yt

α = 1,2 para seções T ou duplo T;


α = 1,3 para seções I ou T invertido;
α = 1,5 para seções retangulares;

fct = fct,m = resistência média do concreto à tração

fct,m = 0,3·(fck)2/3; (fck em MPa); para concretos até C50;


fct,m = 2,12·ln(1+0,11·fck); (fck em MPa); para concretos de C55 até C90.

I c  Momento de inércia da seção bruta de concreto


yt  Distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada , em lajes maciças
yt  h
2

 
Caso o momento de serviço M serviço  M g   2  M q seja menor que o momento de

fissuração Mr, a laje está trabalhando no Estádio I, caso contrário, está no Estádio II.

M serviço  M r  Estádio I

M serviço  M r  Estádio II

67
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

O item 19.3.1 da NBR 6118:2014, Estado Limite de Deformação em Lajes, estabelece que
devem ser usados os mesmos critérios dados para as vigas (item 17.3.2), tanto para o
Estádio I quanto para o Estádio II.
Os critérios para a flecha imediata em vigas se baseiam no cálculo de rigidez equivalente pela
formulação de Branson, a saber:

 M 
3
 M 
3
 
EI eq  E cs  r  I c  1   r   I II   E cs I c
 M a    M a   

Ma = Momento fletor da seção crítica do vão considerado, momento máximo no vão para vigas
biapoiadas ou contínuas e momento no apoio para balanços, para a combinação de ações
considerada nessa avaliação;

Mr = Momento de fissuração do elemento estrutural.

Momento de Inércia da Seção Fissurada (III):


d'
x
d

Es
n  Relação Modular
Ecs

A posição da linha neutra x é obtida na equação:

b  x2
 n  1  A' s x  d '  n  As  ( d  x)
2

O momento de inércia da seção fissurada III é:

b  x3
I II   n  1  A' s x  d '  n  As  (d  x) 2
2

3
68
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

Lajes armadas em DUAS DIREÇÕES:

Segundo o Prof. Ney Amorim da Silva, “Quando o momento em serviço for menor que o de
fissuração, ou seja, estádio I, deve-se adotar para a rigidez equivalente a equação
(EI)eq = Ecs . Ic.
Quando ocorrer o estádio II em lajes armadas em duas direções, a rigidez equivalente de
Branson deve ser usada, conforme recomendação da NBR 6118.

Assim, para lajes armadas em duas direções tem-se:

Estádio I - (EI)eq = Ecs . Ic

 M 
3
 M 
3
 
Estádio II - EI eq  E cs  r  I c  1   r   I II   E cs I c
 M a    M a   

A equação de Bares, que calcula a flecha em lajes retangulares, apresenta o valor do produto
Ecs.h3 e não a rigidez à flexão EI. Portanto, no cálculo da flecha no Estádio II, para levar em
conta a rigidez equivalente, basta usar na fórmula de Bares o valor da altura equivalente
heq=(12.Ieq/100)(1/3)” .
Ou seja:
p*  a 4
Flecha imed   x , x é obtido na Tabela 3.
Ec s  heq
3

Lajes armadas em UMA DIREÇÃO:

Usaremos as fórmulas dadas na resistência dos materiais:


p ia4
f K
384 EI eq
imediata

com K=5 para laje apoiada-apoiada


K = 2* para laje apoiada-engastada
K=1 para laje engastada-engastada
*
o valor inteiro 2 foi adotado por ser aproximadamente igual ao valor correto 2,079...

69
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

Para o uso da fórmula acima, é necessário analisar se a laje está trabalhando no Estádio I ou
Estádio II.
Para Estádio I, (EI)eq=Ecs Ic=Ecs  (bh3/12)
Para Estádio II, usar a fórmula de Branson para o cálculo de (EI)eq, dada na página 68, com III
da seção fissurada.

Flecha diferida no tempo

Leva-se em conta o efeito da fluência. Chamando a flecha imediata de fimediata, a flecha diferida
f∞ é dada por:

f=fimediata (1+f )

 A'
f  onde ρ'  s
1  50  bd

Como nas lajes A' s  0 , têm-  f  


se
   t    t 0 

Tabela 17.1 – Valores do coeficiente  em função do tempo (NBR6118:2014)

TEMPO (T)
MESES
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 ≥70
COEFICIENTE
 (T) 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2

t0 , é a idade em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração.

Vamos adotar t 0  0,5 mês (15 dias).


t , é tempo onde se deseja estimar a flecha.

Logo    t    t 0   2 - 0,54  1,46

15 dias
≥70 meses

70
FEA – FUMEC Concreto Armado - Lajes

f   f imediata ( 1  α f )

f   f imediata (1  1,46)

f   fimediata  2,46

Flecha admissível = menor vão/250


Limite de contraflecha = menor vão/350
Voltando ao exemplo

b = 5,20m

Laje Tipo C
a = 4,0m

h=8 b
 1,30
a

5,20

Na tabela 3 – Folha 10, de Bares, o coeficiente x é igual a 0,038.

p*  a 4 p*  g   2  q
f imediata  x
Ec  h3

peso próprio  2,0 kN/m 2



carga acidental  1,5 kN/m
2

No exemplo 
revestimen to  1,0 kN/m
2

4,5 kN/m 2

g = 3,0 kN//m² → carga permanente

q = 1,5 kN//m² → carga acidental

Considerando a laje de um piso residencial  2  0,3 :

p*  3,0  0,3  1,5  3,45 kN/m2

71
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

É necessário, em seguida, calcular o momento de serviço para comparar com o momento de


fissuração.

M serviço calculadocom p* :

p*  a 2 3,45  42
Ma,serviço    2,24 kN  m
ma 24,6
Coeficiente de momento obtido na tabela 1- Folha 8
Mr= Momento de fissuração
Ic
M r  α  f ct 
yt
  1,5 (seção retangular )
2 2
f ct  fctm  0,3  fck 3  0,3  20 3
 2,21MPa  0,221 kN/cm 2

3
Ic  bh , yt  h
12 2

100  83
Mr  1,5  0,221 12  354 kN  cm ou 3,54 kN  m
8
2

Como Ma, serviço  Mr  Considerar Estádio I


2,24  3,54 

Neste caso, não há necessidade de reduzir o momento de inércia da seção bruta, ou seja,

EI eq  Ecs  I c  Ecs  bh


3
.
12
∝ ∙∝ ∙ 5600
20
∝ 0,8 0,2 ∙ 0,8 0,2 0,85 1,0;
80 80

Supondo que o agregado graúdo seja gnaisse, para o qual ∝ = 1,0, temos:
0,85 1,0 5600√20
21287 2128,7 /

72
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

p*  a 4 3,45  4 4
f imediata   x   0,038  0,00307 m
Ec  h 3 2.128,7  10 4  0,08 3

ou na unidade cm

p*  3,45 kN/m 2  3,45 4  0,000345 kN/cm 2


10

0,000345  400 4
f imediata   0,038  0,307 cm
2.128,7  8 3

f   f imediata  2,46  0,307  2,46  0,755 cm

vão 400
f adm    1,6 cm
250 250

f   f adm  OK. Passou.

73
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

PRESCRIÇÕES DA NBR 6118:2014

a) ESPESSURAS MÍNIMAS

De acordo com o item 13.2.4.1 da NBR-6118:2014, “nas lajes maciças devem ser res-
peitados os seguintes limites mínimos para a espessura h:
a) 7 cm para lajes de forro não em balanço;
b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;
c) 10 cm para lajes em balanço;
d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;

f) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, para lajes de piso biapoiadas e

para lajes de piso contínuas;

g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.

No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços solicitantes de cálculo a serem


considerados devem ser multiplicados por um coeficiente adicional γn, de acordo com o
indicado na tabela 13.2.”
Tabela 13.2 – Valores do coeficiente adicional γn para lajes em balanço
(NBR6118:2014)

h (cm) ≥19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45
sendo:
γn = 1,95 – 0,05 h;
h é a ltura da laje, expressa em centímetros (cm).
NOTA: O coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nas lajes em balanço
quando de seu dimensionamento

No item 14.7.8, a NBR 6118:2014 define “lajes-cogumelo como lajes apoiadas di-
retamente em pilares com capitéis, enquanto lajes lisas são as apoiadas nos pilares sem
capitéis”. Capitel é a região no entorno dos pilares, com uma espessura maior que a da
laje, para possibilitar a resistência aos esforços de punção.

74
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

b) ARMADURAS

O item 20.1 da NBR 6118:2014 traz as prescrições gerais sobre detalhamento de lajes:
 “As armaduras devem ser detalhadas no projeto de forma que, durante a execução, seja
garantido o seu posicionamento durante a concretagem.
 Qualquer barra da armadura de flexão deve ter diâmetro no máximo igual a h/8.

 As barras da armadura principal de flexão devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2h


ou 20 cm, prevalecendo o menor desses dois valores na região dos maiores momentos fletores.

 Nas lajes maciças armadas em uma ou duas direções, em que seja dispensada armadura
transversal de acordo com 19.4.1, e quando não houver avaliação explícita dos acréscimos das
armaduras decorrentes da presença dos momentos volventes nas lajes, toda a armadura
positiva deve ser levada até os apoios, não se permitindo escalonamento desta armadura. A
armadura deve ser prolongada no mínimo 4 cm além do eixo teórico do apoio.

 A armadura secundária de flexão deve ser igual ou superior a 20% da armadura


principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre barras de, no máximo, 33 cm. A
emenda dessas barras deve respeitar os mesmos critérios de emenda das barras da
armadura principal”

c) COBRIMENTO MÍNIMO

O cobrimento mínimo da armadura deve obedecer a:

CAA   Cnominal  20 mm
CAA   Cnominal  25 mm
CAA   Cnominal  35 mm
CAA V  Cnominal  45 mm

Obs.: Permite-se reduzir 5mm nos valores acima quando houver um adequado controle de
qualidade durante a execução, mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos
desenhos de projeto.

Classes de agressividade ambiental  Ver tabela 6.1 da NBR 6118:2014 no capítulo de


materiais.

75
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

Comentários:

Obras residenciais ou comerciais:


Para uma estrutura rebocada e com pintura pode ser adotada a classe CAA I tanto nas lajes quanto nas
vigas. O concreto aparente em ambiente seco e interno também pode ser CAA I. No entanto, o concreto
aparente em ambiente sujeito a chuvas deve ser CAA II.

d) CARGAS EM PARAPEITO (item 2.2.1.5 NBR 6120:1980)

e) ARMADURA EM BALANÇOS

/2 /2 /2 /2

L1 L2

BALANÇO

76
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

f) Valores mínimos para armaduras passivas aderentes

Tabela 19.1 da NBR 6118:2014


Armadura Elementos estruturais sem armaduras ativas

Armaduras negativas ρs   ρmin

Armaduras positivas de lajes


armadas nas duas direções ρs  0,67 ρmin

Armadura positiva (principal)


de lajes armadas em uma ρs   ρmin
direção

Armadura positiva ρs  20% da armadura principal
(secundária) de lajes
armadas em uma direção
ρs  0,5 ρmin
ρs  0,9 cm2/m
ρs As/bwh Os valores de ρmin estão na Tabela 4 abaixo.

Tabela 4 – Taxas de armaduras mínimas para lajes (seção retangular)


Valores de ρmin = (As,min/Ac)
Seções retangulares, γc=1,4, γs=1,15
%
(d/h)=0,70 (d/h)=0,75 (d/h)=0,80
fck CA
CA 50 CA 60 CA 50 CA 60 CA 60
50
20 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
25 0,151 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
30 0,170 0,150 0,158 0,150 0,150 0,150
35 0,188 0,157 0,175 0,150 0,164 0,150
40 0,205 0,171 0,191 0,159 0,179 0,150
45 0,222 0,185 0,206 0,172 0,194 0,161
50 0,238 0,198 0,221 0,184 0,208 0,172
Prof. Ney Amorim da Silva (UFMG)

77
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

ANEXO A
Tabela de cargas acidentais da NBR6120:1980
Carga
Local
KN/m2
1- Arquibancadas 4
2- Balcões Mesma carga da peça com a qual se comunica e as previstas -
para parapeitos e balcões (ver adiante)
3- Bancos Escritórios e banheiros 2
Salas de diretoria e de gerência 1,5
Sala de leitura 2,5
Sala para depósito de livros 4
4- Bibliotecas Sala com estantes de livro, a ser determinada em cada caso ou
2,5 kN/m2 por metro de altura observado, porém o valor mínimo 6
de
5- Casa de (incluindo o peso das máquinas) a ser determinada em caso,
máquinas porém com o valor mínimo de 7,5
Platéia com assentos fixos 3
6- Cinemas Estúdio e platéia com assentos móveis 4
Banheiro 2
Sala de refeição e assembléia com assentos fixos 3
7- Clubes Sala de assembléia com assentos móveis 4
Salão de danças e salão de esportes 5
Sala de bilhar e banheiro 2
8- Corredores Com acesso ao público 3
Sem acesso ao público 2
9- Cozinhas não A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de 3
residenciais
10- Depósitos A ser determinada em cada caso e na falta de valores -
experimentais conforme a tabela 1 da NBR-6120
11- Edifícios Dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5
residenciais Despensa, área de serviço e lavanderia 2
12- Escadas Com acesso ao público 3
Sem acesso ao público 2,5
13- Escolas Anfiteatro com assentos fixos, corredor e sala de aula 3
Outras salas 2
14- Escritório Salas de uso geral e banheiro 2

78
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

Carga
Local
KN/m2
15- Forros Sem acesso a pessoas 0,5
16- Galerias de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de 3
arte
17- Galeria de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de 3
lojas
18- Garagens e Para veículos de passageiros ou semelhante com carga máxima
estacionamento de 25 kN. Valores de  indicados adiante 3
19- Ginásio de 5
esportes
Dormitórios, enfermarias, sala de recuperação, saal de cirurgia,
20- Hospitais sala de raio X e banheiro 2
Corredor 3
21- Laboratórios Incluindo equipamentos, a ser determinada em cada caso, porém
com o mínimo de 3
22- Lavanderias Incluindo equipamentos 3
23- Lojas 4
24- Restaurantes 3
25- Teatros Palco 5
Demais dependências: cargas iguais às especificadas para -
cinemas
Sem acesso ao público 2
Com acesso ao público 3
26- Terraços Inacessível a pessoas 0,5
Destinados a heliportos elevados: as cargas deverão ser
fornecidas pelo órgão competente do Ministério da Aeronáutica -
27- Vestíbulo Sem acesso ao público 1,5
Com acesso ao público 3

79
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

Detalhe das armaduras de uma laje


Fonte: Marcelo dos Santos Silva

80
FEA – FUMEC Concreto Armado – Estudo das Lajes

34 Ø 6,3 c/10 C=595


31 Ø 5 c/12 C=595

c/10
L1 L2 L3

N2
38
N2

N4
N1 57 Ø 8 c/10 C=415

N3 57 Ø 6,3 c/10 C=415

57 N3 c/10

Exemplo da armação positiva de uma laje

129

N1 57 Ø 10 C/10 C=230
11
11

L2 L3
L1
129

N2 71 Ø 8 C/8 C=230
11
11

Exemplo da armação negativa de uma laje

81
Exemplo 1

Calcular a flecha final da laje L1 da figura abaixo


V1
20
P1 P2 Dados:

Concreto C20
20 480 20 Aço CA50 ou CA60
Edifício residencial
Revestimento de piso é 1,0 kN/m2.
Sobrecarga é 2,0 kN/m2.
680

L1
V4
V3

h=11 Solução:
1. Cargas atuantes na laje
Peso próprio =1x1x0,11x25= 2,75 kN/m2
A A Revestimento = 1,0 kN/m2
V2 Sobrecarga = 2,0 kN/m2
P3 P4 Carga total p = 5,75 kN/m2.
20

V3 V1 V4 p=g+q, sendo:
P1 P2 g =carga permanente = 3,75 kN/m2.
Corte AA
q = carga acidental = 2,0 kN/m2.
Nota: medidas em cm
2. Cálculo dos MOMENTOS FLETORES

1,4 (laje armada em duas direções)

Da tabela de Momentos Fletores ‐ Lajes Retangulares, extraímos os


valores: ma=14,1 e mb=25.
b= 7 m

Os momentos fletores são:


∙ ,
Ma= = 10,2 kN. m
,

∙ ,
Mb= = 5,75 kN. m
a= 5 m
3. Armaduras

Para Ma=10,20 kN.m  k=0,163  As,calc=4,25 cm2/m (CA50)  da tabela


N2-48Ø5.0c/10-715

de AÇO, temos: N1‐8.0c/11

Para Mb=5,75 kN.m  k=0,092  As,calc=1,91 cm2/m (CA60)  da tabela


de AÇO, temos: N2‐5.0c/10

N1-61Ø8.0c/11-515

82
4. Cálculo da Flecha

A laje é tipo A com 1,4  da tabela de Flechas ‐ lajes retangulares, tem‐se o valor de x=0,083.

4.1. Cálculo do MOMENTO FLETOR EM SERVIÇO

∗ ∗ ,
A carga em serviço é ∙ 3,75 0,3 2,0 4,35 / ou /
,
Assim, , ç 7,71 . = 771 kN.cm
,

4.2. Cálculo do MOMENTO DE FISSURAÇÃO

∙ ∙ . Mas, para concreto classe C20, temos:

0,3 ∙ 0,3 20 2,21 0,221 /


100 11
1,5 0,221 12 669 .
11
2

4.3. Cálculo da INÉRCIA EQUIVALENTE

Comparando Mr com Ma,serviço, verificamos que Mr < Ma,serviço  a laje está trabalhando no ESTÁDIO II e
deve ser empregada a FÓRMULA DE BRANSON:

∙ ∙ 1 ∙ ∙

O módulo de deformação do concreto, , é dado por:

∝∙ ; sendo:

∝ 0,8 0,2 ∙ 1,0 → ∝ 0,8 0,2 ∙ 0,85;

∝ ∙ 5600 para de 20 MPa a 50 MPa;

Considerando agregado graúdo de gnaisse, para o qual, ∝ 1,0; fica:

0,85 1,0 5600√20 21287 ≅ 2129 /

Alguns valores intermediários:

0,653 e 11092

83
Para o cálculo do MOMENTO DE INÉRCIA NO ESTÁDIO II, é necessário o valor da altura da linha neutra no
estádio II, que é a raiz da seguinte equação:

∙ ´ ´
1 ∙ ∙ ∙ ∙ , sendo a relação modular 9,86

´
A armadura de compressão 0, pois . Assim, temos:


9,86 4,57 8,5 , tendo sido considerada , 4,57 8.0 /11

Resolvendo a equação acima, temos 2,36 .

Com este resultado, calculamos a inércia :

∙ ´ ´
1 ∙ ∙ ∙ ∙ , ficando:
,
0 9,86 4,57 8,5 2,36  ≅ 2137

Finalmente, temos a rigidez equivalente:

2129 0,653 11092 1 0,653 2137

2129 7985 . , sendo, então

7985 ,.

4.4. Cálculo da FLECHA IMEDIATA

A altura equivalente é dada por:



12 ∙ 12 7985
9,86
100 100

A flecha imediata é:


∙ 4,35 500
∙ 0,083 1,106
∙ 10 2129 9,86

4.5. Cálculo da FLECHA DIFERIDA,

2,46 ∙ 2,46 1,106 2,72

4.6. Cálculo da FLECHA ADMISSÍVEL,

ã 500
2,0
250 250

84
4.7. Conclusão

Como  a laje não passou na flecha (ou seja, não foram cumpridas as verificações de norma
no que diz respeito à flecha da laje)

Deve ser adotada uma das três soluções:


1ª. Aumentar a altura da laje;
2ª. aumentar o ;
3ª. aplicar uma contraflecha.

Seja, então, adotar a terceira solução, ou seja, calcular um valor de contraflecha a ser aplicada à laje, desde
que seja obedecido o limite de norma (NBR6118:2003):

ã 500
1,42
350 350

Neste exemplo, pode‐se aplicar uma contraflecha de:


2,72 2 0,72 cm, ou, para efeito de simplificar a execução, pode‐se adotar uma
contraflecha de 1,0 cm.

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Exemplo 2

Calcular a flecha final em uma laje armada em uma direção, biapoiada, com vão de 4 m e espessura igual a
10 cm.

Dados: o concreto é C25; o aço é CA50 ou CA60, o edifício é residencial; o revestimento de piso é 1,0 kN/m2
e a sobrecarga é 2,0 kN/m2.

Solução:
1. Cargas atuantes na laje

Peso próprio =1x1x0,10x25 = 2,5 kN/m2


Revestimento = 1,0 kN/m2
Sobrecarga = 2,0 kN/m2
Carga total p = 5,5 kN/m2.

p=g+q, sendo:
g =carga permanente = 3,5 kN/m2.
q = carga acidental = 2,0 kN/m2.
2. Cálculo dos MOMENTOS FLETORES

Como a laje é armada em UMA direção, calcula‐se como uma viga, cuja seção transversal tem a base
igual a 1 m e altura igual à espessura da laje (100 x h).

Assim, o momento fletor é:


∙ ,
M= = 11 .

3. Armaduras

Para M=11 kN.m  k=0,18  As,calc=5,24 cm2/m (CA50)  da tabela de AÇO, temos: N1‐10.0c/14
As,existente=5,61 cm2/m

4. Cálculo da Flecha

4.1. Cálculo do MOMENTO FLETOR EM SERVIÇO

∗ ∗ ,
A carga em serviço é ∙ 3,5 0,3 2,0 4,1 / ou /
,
Assim, ç 8,2 . = 820 kN.cm

4.2. Cálculo do MOMENTO DE FISSURAÇÃO

∙ ∙ . Mas, 0,3 ∙ 0,3 25 2,56 0,256 / para fck ≤ 50MPa.


100 10
1,5 0,256 12 640 .
10
2

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4.3. Cálculo da INÉRCIA EQUIVALENTE

Comparando Mr com Ma,serviço, verificamos que Mr < Ma,serviço  a laje está trabalhando no ESTÁDIO II e
deve ser empregada a FÓRMULA DE BRANSON:

∙ ∙ 1 ∙ ∙

O módulo de deformação do concreto, , é dado por:

∝∙ ; sendo ∝ 0,8 0,2 ∙ 1,0 → ∝ 0,8 0,2 ∙ 0,8625;

∝ ∙ 5600 para 50 MPa;

Considerando agregado graúdo de gneisse, para o qual ∝ 1,0; fica:

0,8625 1,0 5600√25 24150 ≅ 2415 /

Alguns valores intermediários:

0,475 e 8333

Para o cálculo do MOMENTO DE INÉRCIA NO ESTÁDIO II, é necessário o valor da altura da linha neutra no
estádio II, que é a raiz da seguinte equação:

∙ ´ ´
1 ∙ ∙ ∙ ∙ , sendo a relação modular 8,70

´
A armadura de compressão 0, pois . Assim, temos:


8,70 5,61 7,5 , tendo sido considerada , 5,61 10.0 /14

Resolvendo a equação acima, temos 2,261 .

Com este resultado, calculamos a inércia :

∙ ´ ´
1 ∙ ∙ ∙ ∙ , ficando:
,
0 8,70 5,61 7,5 2,261  ≅ 1725

Finalmente, temos a rigidez equivalente:

2415 0,475 8333 1 0,475 1725

2415 4864 . , 11746560 . .

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4.4. Cálculo da FLECHA IMEDIATA

Como a flecha imediata é calculada para uma faixa de um metro de largura, a carga p* é uma carga
uniformemente distribuída:
∗ , ,
100 /

Assim, a flecha imediata fica:


∙ ∙ 4,1 400
5 1,16
384 10 384 11746560

4.5. Cálculo da FLECHA DIFERIDA,

2,46 ∙ 2,46 1,16 2,85

4.6. Cálculo da FLECHA ADMISSÍVEL,

ã 400
1,60
250 250

4.7. Conclusão

Como  a laje não passou na flecha (ou seja, não foram cumpridas as verificações de norma
no que diz respeito à flecha da laje)

Seja, então, adotar a solução de aplicar uma contraflecha à laje, obedecendo o limite de norma
(NBR6118:2014):

ã 400
1,14
350 350

Neste exemplo, seria necessário aplicar uma contraflecha de:

2,85 1,6 1,25 cm, que está ACIMA do limite da Norma.

Conclui‐se que, neste caso, a solução de contraflecha NÃO pode ser aplicada. Deve‐se AUMENTAR a
ESPESSURA da laje e refazer todo o cálculo.

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