CONCRETO ARMADO I

Prof. Nelson Alves

MRS Engenharia de Projeto

April 2019
Ementa e Conteúdo das aulas

• Introdução ao Concreto Armado: materiais, propriedades, vantagens e desvantagens, sistemas estruturais,

comportamento mecânico
• Metodologia do cálculo estrutural : Estados Limites, Ações, Combinações de ações, Estádios e Domínios de
deformações
• Concepção estrutural e elaboração de plantas de fôrmas
• Pré-dimensionamento de Lajes, vigas e pilares
• Levantamento das cargas
• Determinação dos esforços atuantes na laje
• Verificação do ELS
• Dimensionamento das lajes à flexão
• Detalhamento da armadura

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1. MATERIAIS E PROPRIEDADES
1.1. Materiais

• Concreto  Brita + Areia + Cimento + Água + Aditivos + Armadura

Concreto Simples

Concreto Armado

Concreto
Simples

Concreto
Armado

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1. MATERIAIS E PROPRIEDADES
1.2. DEFINIÇÕES

A ABNT NBR 6118:2014 (itens 3.1.2, 3.1.3 e 3.1.5) fornece algumas definições importantes:
- Elementos de concreto simples estrutural: elementos estruturais elaborados com concreto que não possui qualquer
tipo de armadura ou que a possui em quantidade inferior ao mínimo exigido para o concreto armado.

- Elementos de concreto armado: aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e
armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência.

- Armadura passiva: qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é, que não seja
previamente alongada.

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1. MATERIAIS E PROPRIEDADES

1.3. Funcionamento do concreto armado

O funcionamento do concreto armado é devido ao fenômeno da Aderência entre as

barras de aço e o concreto que envolve essas barras.

A Aderência faz com que dois materiais de resistências diferentes trabalhem juntos e
tenham aproximadamente a mesma deformação

Os coeficientes de dilatação térmica do concreto e do aço possuem valores próximos.

Desse modo, quando a estrutura de concreto armado for submetida a moderadas

variações de temperatura, as tensões internas entre o aço e o concreto serão
pequenas.

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1. MATERIAIS E PROPRIEDADES

1.4.Principais vantagens e desvantagens do concreto armado

Vantagens: Desvantagens:
• Material moldável • Elevado peso
• Boa resistência as solicitações • Exige formas e escoramento
• Competitivo economicamente • Retração e fluência
• Técnica de execução dominada • Reformas e adaptações podem ser difíceis
• Boa durabilidade • Peças com grandes dimensões se
comparadas ao aço
• Boa conservação de temperatura nos ambientes internos

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1. MATERIAIS E PROPRIEDADES
1.5. Principais Normas no projeto de estruturas de concreto armado:
• ABNT NBR 6118:2014 - Projeto de estruturas de concreto — Procedimento;
• ABNT NBR 6120:1980 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento;
• ABNT NBR 6123:1988 - Forças devidas ao vento em edificações - Procedimento;
• ABNT NBR 7480:2007 - Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado – Especificação;
• ABNT NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estruturas – Procedimento;
• ABNT NBR 14931:2004 - Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento;
• ABNT NBR 15575:2013 - Desempenho de edificações habitacionais.
• ABNT NBR 7191:1982 - Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado.
• ABNT NBR 15200:2012 – Projeto de Estruturas de concreto em situação de incêndio

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1. MATERIAIS E PROPRIEDADES

1.6.Concreto Fresco Slump test

As principais características do concreto fresco são: consistência,
trabalhabilidade e homogeneidade.

• Consistência: Capacidade de se deformar (Slump test)

• Trabalhabilidade: Relacionado a facilidade em se fazer o adensamento

Um concreto com slump alto em geral é fácil de ser lançado e adensado,

portanto considerado como de boa trabalhabilidade.

• Adensamento: Relacionado a eliminação de bolhas e vazios

• Homogeneidade: Relacionado a distribuição dos agregados graúdos (brita)

dentro da massa de concreto. Quanto mais uniformes os agregados se
apresentarem dispersos na massa melhor será a qualidade do concreto,
principalmente quanto à permeabilidade e proteção da armadura.

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1. MATERIAIS E PROPRIEDADES
1.7.Início do endurecimento do concreto

• Pega: período entre o início do endurecimento até a situação em que o concreto já possa ser desenformado.

• Cura: Promover ao concreto as condições ideais para o endurecimento

1.8.Concreto endurecido

• Principal característica é a resistência à compressão

• Determinada através de ensaios em corpos de prova submetidos a compressão centrada

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
As principais propriedades mecânicas do concreto são: resistência à compressão, resistência à tração e módulo de
elasticidade
2.1 Resistência à compressão (fc)
• A principal característica do concreto é a resistência a compressão
• Determinada através de ensaios em corpos de prova submetidos a compressão centrada
NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos.
O corpo-de-prova padrão brasileiro é o cilíndrico, com 15cm de diâmetro e
30cm de altura, e a idade de referência para o ensaio é 28 dias.

Esse ensaio fornece também o Módulo de Elasticidade.

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
Expressão para determinação da resistência no ensaio
Fcj = Nrup. / A
Fcj = Resistência a compressão do corpo de prova de concreto na idade “j” dias
Nrup. = Carga de ruptura
A = Área da seção transversal do corpo de prova ensaiado

2.2. Resistência característica à compressão (fck)

A norma define o fck como o valor característico do concreto a compressão o valor que apresenta grau de confiança de
95%
Para avaliar a resistência de um concreto é necessário realizar certo número de ensaios de corpos de prova.

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
Após ensaio de um número muito grande de corpos-de-prova, pode ser feito um gráfico com os valores obtidos de fc versus a
quantidade de corpos-de-prova relativos a determinado valor de fc, também denominada densidade de freqüência. A curva
encontrada denomina-se Curva Estatística de Gauss ou Curva de Distribuição Normal para a resistência do concreto à
compressão
fcm = resistência média do concreto à compressão
fck = resistência característica do concreto à compressão

fck = fcm −1,65s

s = Desvio-padrão correspondente à distância entre a abscissa de fcm e
a do ponto de inflexão da curva

O valor 1,65 corresponde ao quantil de 5%, ou seja, apenas 5% dos

corpos de prova possuem fc < fck, ou, ainda, 95% dos corpos-de-prova
possuem fc ≥ fck

Portanto, pode-se definir fck como sendo o valor da resistência que

2.1. Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão tem 5%de probabilidade de não ser alcançado, em ensaios de
corpos-de-prova de um determinado lote de concreto.

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
• Na pratica quem determina o fck é o projetista estrutural

2.3. Classes de resistência do concreto – NBR 8953

A partir da resistência característica, são definidas as classes dos concretos.
Os números das classes representam a resistência característica aos 28 dias.

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
2.2 Resistência à tração (fct)
• Material com baixa resistência à tração, aproximadamente 1/10 da resistência a compressão
A resistência à tração pode ser determinada através de três ensaios:
- Ensaio de tração direta
- Ensaio de tração na compressão diametral (spliting test) (tração indireta)
- Ensaio de flexo-tração

Os conceitos relativos à resistência do concreto à tração direta, fct, são similares para a resistência à compressão
Tem-se:
fctm = resistência média do concreto à tração, valor obtido da média aritmética dos resultados,
fctk = resistência característica do concreto à tração,

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
. a) Ensaio de tração direta
Neste ensaio, considerado o de
referência, a resistência à tração
direta, fct, é determinada
aplicando-se tração axial, até a
ruptura, em corpos-de-prova de
concreto simples. A seção central
é retangular, medindo 9cm por
15cm, e as extremidades são
quadradas, com 15cm de lado.
2.2. Ensaio de tração direta
b) Ensaio de tração na compressão c) Ensaio de flexo-tração
diametral (spliting test)
Para a realização deste ensaio, um
É o ensaio mais utilizado. Também é corpo-de-prova de seção prismática é
conhecido como Ensaio Brasileiro, submetido à flexão, com
desenvolvido por Lobo Carneiro, em carregamentos em duas seções
1943. Para a sua realização, um corpo- simétricas, até à ruptura. O ensaio
de-prova cilíndrico de 15cm por 30 cm também é conhecido por
é colocado com o eixo horizontal entre “carregamento nos terços”, pelo fato
os pratos da prensa, sendo aplicada das seções carregadas se encontrarem
uma força até a sua ruptura por tração nos terços do vão.
indireta
2.3. Ensaio de tração por compressão diametral 2.4. Ensaio de tração na flexão
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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
d) Relações entre os resultados dos ensaios - NBR 6118 – 8.2.5

Como os resultados obtidos nos dois últimos ensaios são diferentes dos relativos ao ensaio de referência, de tração direta, há
coeficientes de conversão.

O valor da resistência à tração por compressão diametral, fct,sp, encontrado neste ensaio, é um pouco maior que o obtido no
ensaio de tração direta.

Os valores encontrados para a resistência à flexo-tração, fct,f, são maiores que os encontrados nos ensaios descritos anteriormente.

Considera-se a resistência à tração direta, fct, igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f, ou seja, coeficientes de conversão 0,9 e 0,7, para os
resultados de compressão diametral e de flexão, respectivamente.

Na falta de ensaios, as resistências à tração direta podem ser obtidas a partir de correlações com a resistência à compressão fck:

fct,m = 0,3 fck2/3 (resistência média do concreto a tração)

fctk,inf = 0,7 fctm (resistência do concreto a tração por flexão)

fctk,sup = 1,3 fctm (resistência do concreto a tração indireta)

Obs: Valores em MPa

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
2.3 Módulo de Elasticidade
É um parâmetro mecânico que proporciona uma medida da rigidez de um material sólido. Um determinado material ao
ser submetido a uma tensão (σ) sofre uma deformação específica (𝜀) onde temos o diagrama tensão-deformação que
pode ser considerado linear para determinados intervalos. (Lei de Hook)
ou seja, σ = E ε ,
σ = tensão,
ε = deformação específica
E = Módulo de Elasticidade ou Módulo de Deformação Longitudinal

2.5. Módulo de Elasticidade

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
2.3.1. Módulo de Elasticidade Tangente Inicial, Eci, e Módulo de elasticidade secante, Ecs
O módulo de elasticidade tangente inicial é obtido segundo ensaio descrito na NBR 8522 – Concreto – Determinação do módulo
de deformação estática e diagrama tensão-deformação.
Para concretos até classe C50
c2 = 2,0 ‰
cu = 3,5 ‰

Eci = e x 5600fck
Ecs = 0,85 Eci

e = 1,2 para basalto e diabásio

e = 1,0 para granito e gnaisse
e = 0,9 para calcário
e = 0,7 para arenito

2.6. Módulos de Elasticidade Tangente inicial , Eci, e Secante, Ecs

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2. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
2.4 Coeficiente de Poisson

A relação entre a deformação transversal e a longitudinal é denominada coeficiente de Poisson e

indicada pela letra .

Para tensões de compressão menores que 0,5 fc e de tração menores que fct, pode ser adotado  = 0,2

2.5. Peso específico (c)

• Concreto simples = 24 kN/m3

• Concreto armado = 25 kN/m3

2.6 Minoração da resistência do concreto

• Resistência de cálculo à compressão

Fcd = fck / c c = coeficiente de minoração da resistência do concreto

c = 1,4

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Exercício 1: Calcule as características do concreto a partir do fck adotado. Considerando o agregado oriundo do granito.

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