Você está na página 1de 24

CONCRETO ARMADO I

Aula 04

MRS Engenharia de Projeto


Prof. Nelson Alves
April 2019
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO
8.1. Definição de Estádios
Processo que caracteriza o desempenho de uma seção de concreto submetida a um carregamento que se inicia do zero
e é aumentado até levar a peça a ruptura.
As fases pelas quais a peça de concreto passa até atingir a ruptura são chamadas de Estádios
Os Estádios são basicamente distinguidos em três fases;

• Estádio I
• Estádio II
• Estádio III

2
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO

3
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO
8.2. Estádio I
Esta fase corresponde ao início do carregamento. As tensões normais que surgem são de baixa magnitude e dessa
forma o concreto consegue resistir às tensões de tração. Tem-se um diagrama linear de tensões, ao longo da seção
transversal da peça, sendo válida a lei de Hooke.

4
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO
É no estádio I que é feito o cálculo do momento de fissuração, que separa o estádio I do estádio II. Conhecido o
momento de fissuração, é possível calcular a armadura mínima, de modo que esta seja capaz de absorver, com
adequada segurança, as tensões causadas por um momento fletor de mesma magnitude.

Portanto, o estádio I termina quando a seção fissura.

5
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO
8.3. Estádio II
Neste nível de carregamento, o concreto não mais resiste à tração e a seção se encontra fissurada na região de tração.
A contribuição do concreto tracionado deve ser desprezada. No entanto, a parte comprimida ainda mantém um diagrama
linear de tensões, permanecendo válida a lei de Hooke.

6
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO
Basicamente, o estádio II serve para a verificação da peça em serviço.
Como exemplos, citam-se o estado limite de abertura de fissuras e o estado limite de deformações excessivas.
Com a evolução do carregamento, as fissuras caminham no sentido da borda comprimida, a linha neutra também e a
tensão na armadura cresce, podendo atingir o escoamento ou não.

O estádio II termina com o inicio da plastificação do concreto comprimido.

7
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO
8.4. Estádio III
No estádio III, a zona comprimida encontra-se plastificada e o concreto dessa região está na iminência da ruptura.
Admite-se que o diagrama de tensões seja da forma parabólico-retangular, também conhecido como diagrama parábola-
retângulo.

8
8. ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO
A Norma Brasileira permite, para efeito de cálculo, que se trabalhe com um diagrama retangular equivalente.
A resultante de compressão e o braço em relação à linha neutra devem ser aproximadamente os mesmos para os dois
diagramas. É no estádio III que é feito o dimensionamento, situação em que denomina “cálculo na ruptura” ou “cálculo no
estádio III”.

9
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
9.1. Definição
Quando um dos materiais − o aço ou o concreto − atinge o seu limite de deformação:
• alongamento último do aço (εcu = 10‰)
• encurtamento último do concreto (εcu = 3,5‰ na flexão e εcu = 2,0‰ na compressão
simples).

O primeiro caso é denominado ruína por deformação plástica excessiva do aço, e o


segundo, ruína por ruptura do concreto

10
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
9.1. Hipótese básicas
Três hipótese básicas do dimensionamento de seções de concreto armado submetidos a flexão simples
a) Hipótese das seções planas:
Uma seção transversal ao eixo do elemento estrutural indeformado, que inicialmente era plana e normal a esse eixo,
permanece plana após as deformações do elemento

b) Aderência perfeita entre aço e concreto:


Admite‐se a existência de uma aderência perfeita entre o concreto e o aço;
Aço e concreto apresentam a mesma deformação;

11
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
c) Concreto tracionado:
Despreza‐se totalmente a resistência à tração do concreto;
Todo esforço de tração será resistido pelas armaduras;

12
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
9.2. Diagrama único

13
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
a) Reta a
A linha correspondente ao alongamento constante e igual a 10‰ é denominada reta a.
Ela pode ser decorrente de tração simples, se as áreas de armadura As e A’s forem iguais, ou de uma tração excêntrica
em que a diferença entre As e A’s seja tal que garanta o alongamento uniforme da seção.

14
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
b) Domínio 1
Para diagramas de deformação em que ainda se tenha tração em toda a seção, mas não-uniforme, com εs = 10‰ na
armadura As e deformações na borda superior variando entre 10‰ e zero, tem-se os diagramas de deformação num
intervalo denominado domínio 1. O domínio 1 corresponde a tração excêntrica.

15
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
c) Domínio 2
O domínio 2 corresponde a alongamento εs = 10‰ e compressão na borda superior, com εc variando entre zero e 3,5‰
Neste caso a linha neutra já se encontra dentro da seção, correspondendo a flexão simples ou a flexão composta, com
força normal de tração ou de compressão. O domínio 2 é o último caso em que a ruína ocorre com deformação plástica
excessiva da armadura.

16
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
d) Domínio 3
No domínio 3, a deformação εcu = 3,5‰ na borda comprimida e εs varia entre 10‰ e εyd, ou seja, o concreto encontra-
se na ruptura e o aço tracionado em escoamento. Nessas condições, a seção é denominada subarmada.
Tanto o concreto como o aço trabalham com suas resistências de cálculo. Portanto, há o aproveitamento máximo dos
dois materiais. A ruína ocorre com aviso, pois a peça apresenta deslocamentos visíveis e intensa fissuração.

17
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
e) Domínio 4
No domínio 4, permanece a deformação εcu = 3,5‰ na borda comprimida e εs varia entre εyd e zero, ou seja, o concreto
encontra-se na ruptura, mas o aço tracionado não atinge o escoamento. Portanto, ele é mal aproveitado.
Neste caso, a seção é denominada superarmada. A ruína ocorre sem aviso, pois os deslocamentos são pequenos e há
pouca fissuração.

18
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
f) Domínio 4a
No domínio 4a, as duas armaduras são comprimidas. A ruína ainda ocorre com εcu = 3,5‰ na borda comprimida. A
deformação na armadura As é muito pequena, e portanto essa armadura é muito mal aproveitada. A linha neutra
encontra-se entre d e h.

19
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
g) Domínio 5
No domínio 5 tem-se a seção inteiramente comprimida (x > h), com εc constante e igual a 2‰ na linha distante 3/7 h da
borda mais comprimida. Na borda mais comprimida, εcu varia de 3,5‰ a 2‰ O domínio 5 só é possível na compressão
excêntrica.

20
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
h) Reta b
Na reta b tem-se deformação uniforme de compressão, com encurtamento igual a 2‰

21
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
Ruptura convencional por deformação plástica excessiva:
− reta a: tração uniforme;
− domínio 1: tração não uniforme, sem compressão;
− domínio 2: flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do concreto (c < 3,5 ‰ e com o máximo
alongamento permitido);
Ruptura convencional por encurtamento limite do concreto:
− domínio 3: flexão simples (seção subarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e com escoamento
do aço (s ε yd);
− domínio 4: flexão simples (seção superarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e aço tracionado
sem escoamento (s < yd);
− domínio 4a: flexão composta com armaduras comprimidas;
− domínio 5: compressão não uniforme, sem tração;
− reta b: compressão uniforme.
22
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
9.3. Domínios possíveis
Domínios 2 e 3
Limite do Domínio 2

X2,3 = 0,259d

23
9. DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA RUPTURA
• Limite do Domínio 3

X3,4 = 0,628d

24

Você também pode gostar