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MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO
INTRODUÇÃO
• Conceito de material de construção:
Todo corpo, substância ou objeto utilizado em uma obra de engenharia.

• Preocupações da Disciplina:
Conhecer os materiais em sua origem, seu beneficiamento, suas aplicações, sua
durabilidade, sua conservação e conhecê-los em sua essência, ou seja, como
eles são experimentados, mergulhando assim nas metodologias dos ensaios.
Materiais quanto a sua Origem

• 1- Naturais: encontrados “prontos” na Natureza para serem utilizados, não


exige beneficiamento (tratamento), como por exemplo: areia, pedras em
geral, madeira não aparelhada, palha e outros.

• 2- Artificiais: aqueles que necessitam de algum tipo de processamento


industrial para serem obtidos, tais como o cimento e o vidro.

• 3- Combinados: alguns materiais fundamentais surgem da combinação de


materiais naturais e artificiais, tais como a argamassa e o concreto.
Materiais quanto a sua Função

• 1- Estrutural: responsável pela transmissão dos principais esforços da


construção, como o concreto armado, o aço e a madeira.

• 2- Vedação: responsável pelo fechamento dos vãos entre os elementos da


estrutura (tijolo, vidro e painéis).

• 3- Proteção: exercem esta função em relação a outros materiais empregados


na obra como, vernizes, impermeabilizantes, tintas, etc.

Porém essa classificação não impede que vejamos uma material estrutural usado
como material de vedação (tijolo maciço) ou vice-versa, como acontece na loja
da Apple em Manhattan onde o vidro exerce tanto a função de vedação como
estrutural.
A estrutura da Apple Store em A escada é feita com degraus de
Manhattan utiliza amplamente o vidro apoiados numa estrutura
vidro. Além dos fechamentos, vigas helicoidal de placas de vidro e no
e pilares são compostos por placas cilindro de vidro que é também a
de vidro. caixa do elevador.

Detalhe das vigas em vidro na


Apple Store.
Funcionamento esquemático de uma estrutura
Critérios de escolha dos materiais de construção.

A escolha entre essa gama infinita de materiais está relacionada a um dos


seguintes critérios:
Ordem Técnica
Ordem Econômica
Ordem Estética (mais subjetiva)
Ordem Técnica

• Abrange as propriedades físicas, mecânicas e químicas do material. O quanto


ele é resistente, maleável, moldável, como se comporta diante das variações
climáticas (intemperismo), qual a sua compatibilidade com outros materiais
em termos de dimensões e formas.
• Para algumas construções uma infinidade de materiais pode ser utilizado, já
para outras essa gama se reduz e pode até nos induzir à escolha de uma
determinada técnica construtiva e do material a ser utilizado.
Concreto protendido é logo
Lembrado quando se precisa
vencer grandes vãos.
Ponte Rio-Niterói 1974. Detalhes
mais adiante.

Estrutura metálica
para dar leveza e ter menos
pontos de apoio.
Hong Kong Stadium.
_ Iniciada em 1968 e inaugurada em 1974
_ Problemas empresa vencedora da licitação _ fundações: ajuda de ilhas
flutuantes, que levavam as perfuratrizes.
_ Elas trabalhavam protegidas por tubos metálicos em busca de rocha
sólida.
_ Nos buracos eram então instaladas longas tubulações metálicas
(preenchidas com concreto) que iam do subsolo oceânico até a superfície do
mar.
_ Em 10 dessas tubulações metálicas _ grande base de concreto maciço com
2,5 metros de altura e 6 toneladas de peso.
_ 9 quilômetros sobre o mar _ 103 conjuntos de sustentação formados por
tubulações, base de concreto e pilares.
_ Apoiados nas bases guindastes erguiam estruturas pré-moldadas que
formaram as duas pistas da ponte.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=58&v=KKgTq8JievA&fea
ture=emb_logo
Ordem Econômica

• Quando muitos materiais podem ser utilizados no mesmo projeto, entra a


relação de custo, porém, não é só o valor do material que deve ser levado em
consideração. Os custos de transporte, de aplicação (mão de obra,
equipamentos especiais) e de conservação devem fazer parte dos itens para
definir nossa escolha.
Alvenaria: sujeira, resíduos, maior Drywall: limpeza, sem resíduos,
tempo de execução, local para rapidez, mão de obra especializada
armazenar, mão de obra, cimento, já incluída no orçamento, sem
desperdício. desperdício.

Resultado final, onde está a


diferença?
Ordem Estética

• Qualidades de cor, textura, brilho, forma, etc., podem determinar uma opção
entre materiais de desempenho e custos semelhantes. A escolha é subjetiva,
mas não fica somente na questão do gosto e sim pode ser justificada por
aspectos como: extensão de área visível, adequação ao uso do edifício, etc. O
que acontece frequentemente, ou deveria acontecer, é uma escolha baseada
na junção das três ordens que vimos.
Digital Beijing Building – Centro
de suporte técnico nas olimpíiadas
de Beijing em 2008

Dancing House, Praga, República


Tcheca. Arranha-céu sustentável terá 79
turbinas eólicas para produzir
energia entre os andares giratórios.
Ensaios

• Conceito: modo sistemático, com método adequado, de se experimentar um


material.

• Ensaio Direto
• Ensaio Indireto
Tipos de Ensaios

Gerais

• Físicos:
massa específica, porosidade, permeabilidade, aderência, dilatação
térmica, condutibilidade térmica e acústica.

• Mecânicos:
estáticos (tração, compressão, flexão, torção, cisalhamento e
desgaste).
dinâmicos (flexão, tração e compressão).
fadiga (flexão, tração e compressão).
Tração: forças contrárias
Compressão: esforço que tende a
aplicadas às extremidades do CP
provocar um encurtamento do CP.
(corpo de prova) até sua ruptura.

Flexão: carga aplicada em


determinados pontos do CP.

Desgaste: sempre gerado pelo


atrito entre dois materiais
Torção: força no sentido de Cisalhamento: força cortante,
rotação que torce o CP em seu como cortar uma fatia de queijo,
próprio eixo, até a ruptura. um bife.
Normalização

• Brasil: ABNT, INT (RJ), IPT (SP), DER, DNER, IBRACON, etc.

• Normas Técnicas: documento que fixa padrões reguladores, garante a


qualidade do produto industrial, racionaliza a produção, transporte e
consumo de bens, a segurança das pessoas, a uniformidade dos meios de
comunicação e expressão.
• Norma Brasileira, NBR: documento técnico elaborado pela ABNT, em
conformidade com os procedimentos do INMETRO, pela lei federal nº 5966
de 16/12/1973.
Propriedades dos Materiais

• Massa específica real: massa do material sem os vazios, como se o material estivesse
compactado.

μ0 = P (massa) kg/m³
V0 (vol. compactado)
Esse cálculo serve para nos dar a compacidade ou a porosidade de qualquer material.

• Massa específica aparente: massa considerando os vazios, estado natural do material,


também chamada massa unitária.

μ= P (massa) kg/m³
V (volume c/ vazios)

μ = mi
Propriedades dos Materiais

• Compacidade: define a porcentagem do material que é sólida. É a razão entre o


volume compactado e o volume natural em porcentagem.
C= V0 X 100
V
• Porosidade: porcentagem de vazios em relação ao volume total.
P = (V – V0) x 100
V
De acordo com as dimensões dos poros classificamos os materiais em:
- Finamente porosos (1 a 10 μm de diâmetro).
- Grandes poros (de décimos até 2mm de diâmetro).
• Essas duas propriedades são muito importantes pois influenciam outras tais como:
absorção de água, permeabilidade, resistência mecânica, condutibilidade térmica, ,
resistência ao congelamento, a ácidos, etc.

μm = micrômetro, equivale a um milionésimo de metro, ou um milésimo de milímetro.


Propriedades dos Materiais

• Absorção: propriedade de absorver e reter água.


A= PS - P0 X 100
P0
Onde: P0 = massa seca
PS = massa saturada (água)

• Permeabilidade: propriedade de permitir a passagem de líquidos ou gases, em


especial a água.

• Resistência ao congelamento: capacidade de não se deteriorar sob a ação de


congelamentos e degelos sucessivos.
Propriedades dos Materiais
• Resistência ao fogo: propriedade de sofrer maior ou menor dano em contato com o
fogo. Por classificação:
combustível: inflama-se e é consumido sob a ação do fogo ou a alta
temperatura (madeiras, pvc deformável, isopor).
fracamente combustível: dificilmente se inflama, porém é consumido e
calcina sob ação do fogo ou em alta temperatura (tintas plásticas, pvc rígido,
espumas de poliuretano).
incombustível: não se inflama, não é consumido, porém se deforma sob alta
temperatura e ação do fogo (tijolo, gesso, produtos cerâmicos, pedras, metais e
ligas metálicas).

• Resistência ao calor: capacidade de resistir ao calor sem se deformar. É seu caráter


refratário que determina os materiais:
refratários: suportam temperaturas superiores à 1580º C (tijolo e concreto para
churrasqueiras, cerâmica em geral).
dificilmente difundidos: suportam temperaturas entre 1300º e 1580º C (ligas
metálicas).
facilmente difundidos: suportam temperaturas até 1300º C (plásticos).
Propriedades dos Materiais

• Resistência à corrosão: capacidade de não se deteriorar sob a ação de ácidos, bases,


gases e sais. Vulnerabilidade da madeira, calcário e cimento aos ácidos e a firmeza de
pedras e cerâmicas em relação aos mesmos. Os materiais betuminosos (asfalto) são
prejudicados pela ação de soluções alcalinas (PH superior a 7).

• Resistência ao choque: relacionada com o rompimento do material.


Propriedades dos Materiais

• Resistência mecânica: + importância _ sobrevida de um material submetidos a várias cargas de


inúmeras ordens e intensidades, que provocam esforços de tração, flexão, compressão,
cisalhamento e choque. O valor dado é o limite atingido antes da ruptura. Para projeto estrutural,
trabalha-se com um valor abaixo do limite (coeficiente de segurança).
σ= P (esforço)
S (área)
Por segurança, nossa tensão máxima será dividida por metade ou até mesmo 1/3 da área.
Por que? Vejamos:

• valores médios de resistência. Madeira (heterogêneo), deve romper antes de atingir a carga média
de ruptura.
• o material pode se deformar com carregamento, mesmo que a tensão seja 50 a 70% do valor total
para ruptura.
• materiais frágeis podem apresentar fissuras antes mesmo de atingirem a tensão de ruptura.
• um material pode apresentar fadiga, quando submetido a cargas alternadas, ocasionando falência
de sua resistência com tensão próxima daquele valor estabelecido.
• o material também envelhece e perde suas qualidades de resistência.
A adoção do coeficiente de segurança (determinado por norma), assegura o bom desempenho de um
material mesmo com o envelhecimento da obra.
Propriedades dos Materiais

• Dureza: resistência que um material possui em relação ao esforço exercido em sua


superfície, seja para transpassá-lo ou apenas riscá-lo. Dois materiais poder ter dureza
semelhante e tensões de ruptura bem distintas, concluindo: o grau de dureza não é
proporcional à resistência mecânica dos materiais. O grau de dureza é expresso pela
Escala de Mohs:
Propriedades dos Materiais

• Resistência à abrasão: capacidade de resistir, sem perda de volume ou massa ao


desgaste provocado pelo atrito.

• Elasticidade: capacidade que permite o material retomar, parcial ou totalmente, sua


forma inicial, após o efeito de um carregamento. Sendo parcial seu retorno, chamamos
de deformação residual. A tensão acima da qual o material não retorna mais à sua
forma inicial, chamamos de limite de elasticidade.

• Plasticidade: sob ação de forças externas, um material pode sofrer mudanças de


forma e assim se conservar (até mesmo sem fissuras), mesmo após a retirada do
carregamento (plasticidade).

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