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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Campus Pau dos Ferros

Flexão Composta com Solicitação Axial, Equação diferencial da Linha Elástica

Autores:

Lucas de Souza Feitoza

Ronildo Marley Carvalho de Oliveira

Pau dos Ferros

Junho de 2022
Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Campus Pau dos Ferros

Flexão Composta com Solicitação Axial, Equação diferencial da Linha Elástica

Autores:

Lucas de Souza Feitoza

Ronildo Marley Carvalho de Oliveira

Relatório Apresentado à
Disciplina Resistência dos
Materiais II ministrada pelo
Prof. Paulo Henrique Araújo
Bezerra em complementação
a um dos requisitos para a
obtenção da Nota da Unidade
III.

Pau dos Ferros

Junho de 2022
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................................. 4
2. Objetivos ............................................................................................................................... 4
3. Fundamentação Teórica ........................................................................................................ 4
4. Eixos Principais de Inércia ..................................................................................................... 5
4.1 Definição ................................................................................................................................. 5
5. Flexão Assimétrica em vigas de seção simétrica ................................................................... 6
Introdução e conceitos.................................................................................................................. 6
6. Flexão Composta com Solicitação Axial ................................................................................ 8
7. Tensão Normal ...................................................................................................................... 9
8. Linha Elástica em uma Viga ................................................................................................... 9
9. Exemplo executado no excel. .............................................................................................. 10
10. Conclusão ........................................................................................................................ 12
11. Referências Bibliográficas ............................................................................................... 13
1. Introdução

O presente relatório traz os conceitos teóricos e uma proposta de elaboração de uma


planilha do Excel para facilitar a compreensão do comportamento da flexão obliqua e da
deflexão de uma viga sujeita a esforços.

2. Objetivos

Objetiva-se com esse trabalho desenvolver uma planilha no Excel utilizando linguagem
de programação como forma de desenvolver uma forma intuitiva de observar o
comportamento graficamente e facilitar a interpretação e analise do momento fletor,
linha neutra e flexa a partir dos gráficos.

3. Fundamentação Teórica

O momento fletor de uma viga engastada e livre com carregamento vertical e momento
M0 aplicados na extremidade livre, ou seja, a flexão que ocorre em uma viga devido a
um momento de flexão que ocorre em um eixo oblíquo ao eixo Z e ao eixo Y. Uma peça
estrutural trabalha submetida à flexão quando as cargas externas aplicadas sobre ela
provocam, em suas seções retas, esforço interno do tipo momento fletor (M.F.) e este
comanda o comportamento da peça.

Os tipos de flexão são definidos a partir de dois critérios:

I) Quanto à existência ou não de outros tipos de esforços internos, além do M.F., nas
seções retas da peça (ou de um trecho homogêneo dela), tem-se:

• Flexão Pura, quando somente o M.F. atua, sendo ele constante;


• Flexão Simples, além de M.F., atua o esforço cortante (E.C.), sendo nulos os
demais. Numa peça (ou trecho homogêneo) em flexão pura:
𝑑𝑀
=𝑄
𝑑𝑥
• Flexão Composta, além de M.F. (ou M.F. e E.C.), atua qualquer outro tipo de esforço
interno, podendo ser:

com Solicitação Axial (M.F. e E.N.)

Flexão Composta: com Torção (M.F. e M.T.)

com Solicitação Axial e Torção (M.F., E.N. e M.T.)


II) De acordo com a posição da reta suporte do vetor de representação do M.F. sobre o
plano da seção reta, tem-se:

• Flexão Normal (ou Reta ou Simétrica), a reta suporte do vetor de representação do


M.F. no plano da seção reta COINCIDE com um Eixo Principal Central dessa seção.

• Flexão Oblíqua ou Assimétrica, a referida reta NÃO COINCIDE com nenhum Eixo
Principal Central dessa seção.

A partir desses critérios de classificação, podem-se distinguir os seguintes tipos de


Flexão:

Pura

Flexão Normal Simples

Composta

Pura

Flexão Oblíqua Simples

Composta

4. Eixos Principais de Inércia

4.1 Definição
Os eixos principais de inércia de uma seção, área ou figura plana, em relação a um
ponto qualquer do seu plano, são dois eixos perpendiculares contidos no próprio plano
dessa seção e passando por este ponto, relativamente aos quais os momentos de inércia
dessa área assumem um valor máximo e um valor mínimo.

Para cada ponto escolhido sobre o plano xy (por exemplo) de uma figura geométrica
plana, podem-se considerar infinitos pares 𝑥𝑖 𝑦𝑖 de eixos perpendiculares (contidos no
plano da figura) passando através do ponto, em relação aos quais se definem os
momentos de inércia pares 𝐼𝑥𝑖 𝑒 𝐼𝑦𝑖 , onde:

I𝑥𝑖 = ∫𝐴 𝑌𝑖2 𝑑𝐴 e 𝐼𝑦𝑖 = ∫𝐴 𝑋𝑖2 𝑑𝐴

Sabe-se que 𝐼𝑥𝑖 + 𝐼𝑦𝑖 , é constante ou seja( 𝐼𝑥1 + 𝐼𝑦1 = 𝐼𝑥2 + 𝐼𝑦2 = 𝐼𝑥𝑖 + 𝐼𝑦𝑖 =
𝑐𝑡𝑒, e corresponde ao momento polar de inércia dessa figura em relação a um eixo
perpendicular ao seu plano passando pelo mesmo ponto escolhido.

Em cada posição do par de eixos 𝑥𝑖 𝑦𝑖 ,os valores isolados do 𝐼𝑥𝑖 𝑒 𝑑𝑜 𝐼𝑦𝑖 podem variar,
mas a adição 𝐼𝑥𝑖 + 𝐼𝑦𝑖 permanece constate.

Dessa forma, existirá pelo menos uma posição “ 𝑥𝑛 𝑦𝑛 ” desses eixos em relação à qual
os momentos de inércia 𝐼𝑥𝑖 𝑒 𝐼𝑦𝑖 se constituem precisamente um máximo e um
mínimo.

Nesta posição 𝑥𝑛 𝑦𝑛 , o produto de inércia da área, 𝐼𝑥𝑛 𝑦𝑛 (definido por𝐼𝑥𝑛 𝑦𝑛 =


∫𝐴 𝑥𝑛 𝑦𝑛 𝑑𝐴) é obrigatoriamente nulo e os eixos se denominam “eixos principais de
inércia” da área em relação ao ponto considerado.

Observação: Para cada ponto considerado no plano de uma seção, existe pelo menos 1
par de eixos principais de inércia correspondentes.

5. Flexão Assimétrica em vigas de seção simétrica

Introdução e conceitos
 O caso mais simples de flexão assimétrica ocorre quando o plano de
carregamento não coincide com nenhum dos planos de simetria de uma seção
(na figura abaixo, os planos xy e xz).
 No entanto, esse plano de carregamento contém o eixo que passa pelos planos de
simetria (na figura abaixo, o eixo x).
 Considere-se a carga P aplicada em um plano de carregamento que contém o
eixo x.
 Neste caso, pode-se tomar partido da superposição de efeitos para calcular as
tensões e deformações. O momento M, que atua num plano oblíquo aos eixos de
simetria, pode ser decomposto segundo os eixos y e z.

Exemplo de ilustração:

 Considere-se a viga em balanço, submetida ao carregamento indicado:

 Tudo funciona como a superposição de duas flexões simples retas, ocorrendo em


dois planos perpendiculares entre si (sendo estes planos, na sua interseção com o
plano da seção reta, E.P.C.’s da área desta seção).
 A tensão normal 𝜎𝑥 é dada, então, por:

Esta equação expressa uma variação linear da tensão normal com a distância à linha
neutra da seção em questão.
 A linha neutra é, da mesma forma do que na flexão reta, o lugar geométrico dos
pontos de tensão normal 𝜎𝑥 nula. Na flexão assimétrica, ela não coincide com o
eixo y nem com o eixo z e sua equação da se escreve:
 Para uma dada seção da viga, os valores de Mz, My, Iz e Iy são constantes e a
intensidade da tensão 𝜎𝑥 é tanto maior quanto maior for a distância do ponto
considerado à linha neutra (ou seja, depende das coordenadas y e z).
 A distribuição da tensão 𝜎𝑥 na seção deste exemplo tem a seguinte configuração:

6. Flexão Composta com Solicitação Axial

Até aqui, estudou-se apenas a flexão de barras que possuíam carregamentos do tipo
momento e/ou força transversal (e ainda forças axiais com resultante nula), para as quais
a Linha Neutra sempre passava pelo centróide da seção transversal reta. Neste capítulo,
será tratado o caso de flexão composta com solicitação axial, que ocorre se, além dos
momentos e/ou forças transversais, atuar um carregamento axial (de resultante não nula)
na barra, que causa o deslocamento da L.N. em relação ao centróide.
Um aspecto de especial importância, também abordado neste capítulo, é o estudo do
fenômeno da flambagem. Estando o elemento estrutural submetido a uma carga axial de
compressão, dependendo de suas características geométricas, pode haver um colapso
mesmo que as tensões existentes estejam dentro dos limites de resistência do material.

7. Tensão Normal

A tensão normal resulta em:

Esta equação generalizada de tensões normais devido à flexão e ao carregamento axial


pode ser usada quando se conhecem os momentos My e Mz associados a dois eixos
centrais perpendiculares quaisquer. Esta equação foi deduzida em correspondência às
orientações dos eixos y e z, assim como dos momentos My e Mz, indicadas na figura
anterior.
Se y e z forem eixos principais de inércia, Iyz = 0 e a equação se reduz a:

8. Linha Elástica em uma Viga

Linha Elástica de uma viga é a curva obtida dos deslocamentos verticais dos pontos de
sua superfície neutra, devidos ao encurvamento longitudinal por ela sofrido após a
deformação.
A Linha Elástica é a curva que representa o eixo da viga após a deformação;
Cada ponto do eixo da viga (por exemplo aquele que representa a seção reta S) sofreu:
• Um deslocamento linear vertical, deflexão, representado por v;
• Um deslocamento angular (rotação), definido entre a direção horizontal e a tangente à
linha elástica no ponto considerado, representado por θ;

OBSERVAÇÕES:
1) Efeitos da Flexão nas Vigas:
Viga em Flexão MF nas seções retas.
MF provoca um giro (ou rotação) da seção reta em torno da sua L.N.
(geralmente representado por q).
O giro de cada seção reta encurvamento longitudinal de toda a peça.
Em consequência desse encurvamento longitudinal, a peça passa a apresentar três
regiões características:
I) Região que trabalha sob compressão, onde se tem:
- Fibras longitudinais sofrendo encurtamento;
- Fibras transversais sofrendo estouramento lateral
II) Região que trabalha sob tração, onde se tem:
- Fibras longitudinais sofrendo alongamento;
- Fibras transversais sofrendo afinamento lateral;
III) Região da Superfície Neutra, onde nem as fibras longitudinais nem as fibras
transversais sofrem qualquer deformação:
- A única modificação que ocorre com os pontos dessa superfície é um deslocamento
vertical sob forma de afundamento ou flexa que, por ocorrer segundo à direção “y” é
representado pelo símbolo “v”.

9. Exemplo executado no excel.

 Viga modelo:
Resultado da planilha do Excel:

Deflexão da viga:
10.Conclusão
O uso da ferramenta Excel, aliado a linguagem de programação, torna possível a
visualização como funciona a atuação das cargas aplicadas em vigas a partir do
comportamento dos diagramas de momento fletor, esforço cortante e tensões. Uma vez
em que se faz uma variação nos dados de entrada é possível observar como a viga age
com a aplicação de cargas ou com a mudança de angulo com que tal carga incide sobre
a viga.
11. Referências Bibliográficas

Hibbeler, Russell Charles, Resistência dos materiais I Russell Charles Hibbeler ; tradução Arlete
Simille Marques ; revisão técnica Sebastião Simões da Cunha Jr. 7. ed. - São Paulo : Pearson
Prentice Hall, 2010.
Gere, James M., Mecânica dos materiais, 2012.
Notas de aulas, Resistência dos Materiais II, prof. Paulo Henrique, 2022.

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