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Índice

Introdução.......................................................................................................................... 1

Esforços Combinados......................................................................................................... 2

Caraterísticas dos Esforços Combinados........................................................................2

Efeitos combinados da força axial e da flexão (Formula de Navier Generalizada)............3

Determinação de tensões principais...........................................................................5

Determinação de linha neutra.....................................................................................5

Flexão Obliqua................................................................................................................... 7

Efeitos combinados da flexão e a torsão....................................................................8

Critérios de Resistência.............................................................................................. 8

Análises para determinação de 𝝈 e 𝝉 em secções Retangulares com Flexão em um


só plano, existe ou não axial....................................................................................... 8

Determinação das tensões principais..........................................................................9

Critérios de Resistência.............................................................................................. 9

Determinação dos deslocamentos..................................................................................... 10

Passos a seguir para usar fórmula de Mohr..............................................................12

Critérios de desenho e revisão Condições de resistência..................................................12

Noção de problemas hiperstaticos.................................................................................... 12

Critérios de Resistência.................................................................................................... 13

Critério de máxima tensão normal (RANKINE e LAMÉ)...............................................15

Critério da deformação linear (PONCELET e SAINTVENANT)...................................16

Critério da máxima tensão cortante (TRESCA)...............................................................16

Critério da máxima energia de distorção (von mises)......................................................18

Critério de MOHR-COULOMB...................................................................................... 20

Referenciais Bibliográficas............................................................................................. 25
Introdução

Até este momento já estudamos três tipos de solicitações simples em uma barra,
estes são: tração ou compreensão, momento fletor e cortante. Em todos estes casos,
na secção transversal da barra a ação das cargas, se analisa somente uma força
interior (força axial, cortante, momento fletor ou momento torsor). Na flexão
transversal plana, e nas secções da barra, surgem simultaneamente duas forcas
interiores (momento fletor e cortante), por onde as tensões normais produzidas pelo
momento fletor são máximas, as tenções tangenciais causadas por esforços pela
cortante são nulas e vice-versa, por isso que se analisa a cortante e o momento fletor
por separado.

O presente trabalho surge no âmbito da avaliação da cadeira de Resistência dos


Materiais, do curso de Licenciatura em Engenharia Civil na Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Zambeze. Este foi levado a cabo por um grupo de
estudantes do curso supracitado, e tem como pano de fundo ou tema, Esforços
Combinados e Critérios de Resistência, e tem como objetivos elevar o espirito
investigador dos estudantes, o trabalho poderá servir como um potencial referencial
nas futuras pesquisas académicas feitas por estudantes ou pela comunidade em geral.

Dada a importância do trabalho, para assegurar as veracidades dos conteúdos aqui


expostos, foi privilegiada a metodologia de pesquisa bibliográfica e pesquisas já
feitas sobre o mesmo tema em forma de documentos escritos, os mesmos estão
devidamente citados nas referências bibliográficas, caso o leitor ache necessário
aprofundar a leitura de forma mais detalhada.
Esforços Combinados
Esforços estruturais são medidas estruturais correspondentes às tensões que atuam
no material que compõe a estrutura. Esforço combinado é a atuação simultânea de
cada medida estrutural (força axial, cortante, momento fletor ou momento torsor) em
uma única estrutura.

Esforço normal – é a força que atua no eixo da estrutura, com tendência a comprimir
ou tracionar o elemento estrutural (perpendicular ao plano);

Momento flector - é a flexão que o elemento sofre como resultado de tensões


normais de sentidos opostos na mesma secção;

Momento de torção – é o torque que o elemento sofre como resultado de tensões


tangenciais de sentidos opostos

ilustração de tração e compressão.


Caraterísticas dos Esforços Combinados
Em todos os casos de esforços estudados anteriormente analisava-se simplesmente
um esforço de cada vez. Na flexão transversal plana, no que diz respeito as secções
da barra, surgem simultaneamente duas forças interiores (momento fletor e cortante),
donde as tensões normais que são produzidas por este momento são máximas, ao
mesmo tempo as tensões tangenciais provocadas pela cortante são nulas e vice-
versa, motivo pelo qual estuda-se o esforço cortante e o momento fletor de forma
isolada uma da outra.
Na verdade, na prática existem casos muito mais complicados que o citado acima,
por exemplo quando numa secção transversal atuarem simultaneamente varias forças
interiores que se devem considerar em conjunto durante os cálculos, estamos falando
da combinação de três ou mais forcas interiores numa única estrutura.

Esforços

Da figura temos que, no plano há dois eixos e consequentemente um plano. Desta


forma, existem duas forças (cisalhamento e axial) e um momento. No espaço há três
eixos e três planos e, desta forma, existem três forças (duas de corte e uma axial) e
três momentos (duas dobras e uma torção).

Efeitos combinados da força axial e da flexão (Formula de Navier


Generalizada)
A seguir podemos observar uma barra solicitada por uma força axial e momento
fletor em e em . Por baixo de cada barra está as expressões para calcular as
tensões normais para cada caso.
Se as três solicitações atuarem em simultâneo e com isso aplicarmos o principio de
superposição.

𝜎𝑥 = 𝜎𝑦 = 0 (𝜎2 = 𝜎3 = 0)

Então se tem: (Formula de Navier Generalizada)

– Força axial que tem na secção onde vai se calcular ;

– Área da secção transversal;

𝑀𝑥 – Momento fletor em que x que tem na secção onde vai se calcular ;

𝐼𝑥 – Inercia da secção transversal a respeito desse x;

– Distância do centro ao ponto de onde se vai calcular , medida no eixo y;

𝑀𝑦 – Momento fletor em y que tem na secção onde se vai calcular .

𝐼𝑦 – Inercia da secção transversal a respeito do eixo de y;

– Distância do centro ao ponto que se vai calcular , a medida no eixo x.

Para definir os sinais é importante definir qual é o primeiro quadrante. Se sugere


utilizar um sentido ou um primeiro quadrante no qual não coincide com o da
matemática, por ser geralmente
conveniente e empregue para os
momentos fletor se esclarece que
realmente se pode tomar como primeiro quadrante qualquer dos 4, mas se
recomenda usar um permanente.

Definido o primeiro quadrante os momentos (𝑀𝑥 𝑒 𝑀𝑦), serão positivos, se tracionar


esse primeiro quadrante e negativo se comprimir. As coordenadas nos mesmos
sempre serão positivas, então usar o representado abaixo e “x” é positivo para a
direita e “y” para baixo. O axial ira com seu sinal tradicional usando (+), a tração e
(-) na compreensão. Os valores de A, I x, Iy, sempre serão positivos por ter/ser
características geométricas.
Como pode ser visto (x, y) são as coordenadas do ponto de onde vai se calcular as
tensões normais.

Determinação de tensões principais


𝜎𝑚𝑎𝑥: é o ponto mais tracionado, mas se toda a secção esta a compreensão é o menos
comprimido. Matematicamente é a tensão maior.

𝜎𝑚𝑎𝑥: é o ponto mais comprimido, mas se toda secção esta a tração é o menos
tracionado. Matematicamente é a tensão menor ou a mais pequena. A diferença da
flexão plana donde tensão máxima ocorre em uma linha, quando há dois momentos
de flexão ou fletor, eles ocorrem apenas em ponto:
Determinação de linha neutra
Como já se sabe, a linha neutra é aquela onde não existem tensões normais (𝜎 = 0).
Pelo que se iguala a zero a expressão de Navier Generalizada, e se obtém as
coordenadas dessa:

Fazendo x=0 se determina y

Fazendo y=0 se determina x (x0).

Finalmente, “𝑥0” será o ponto onde a linha neutra corta o eixo x e “𝑦0” com uma reta
y prolongadora se obtém graficamente a posição da linha neutra.

Em um caso particular que não existe a forca axial (𝑁 = 0) fazendo 𝑥 = 0, determina-


se que 𝑦0 = 0 e fazendo 𝑦 = 0 se determina que 𝑥0 = 0. Por agora só se sabe que a
linha neutra passa pelo centroide, mas não a sua inclinação.
Então se procede ao cálculo do angulo forma com a horizontal (beta), que se torna
positivo se é medido a favor do sentido horário (saindo da horizontal ate a linha
neutra), e negativo quando é medido contra o ponteiro do relógio (igualmente saindo
da horizontal).

então

Caso de tração ou compreensão excêntrica quando a carga axial se encontra aplicada


fora do centroide na secção transversal, se translada a mesma ao centro e se colocam
momentos que geram esse movimento. Então se esta no mesmo caso anterior da
secção combinada de axial com um ou dois momentos fletores, empregando-se
igualmente a expressão de Navier generalizada. E isso se representa abaixo:

𝑀𝑥 = 𝑃 ∗ 𝑦𝑝; 𝑀𝑦 = 𝑃 ∗ 𝑥𝑝; 𝑁 = 𝑃

Já foram desenvolvidos métodos para determinar as distribuições de estresse em um


membro submetido a carga axial interna, força de cisalhamento, momento de flexão
ou momento de torção. No entanto, a seção transversal de um membro geralmente
está sujeita a vários desses tipos de cobranças simultaneamente e,
consequentemente, o método de sobreposição, se aplicável, pode ser usado para
determinar a distribuição resultante do estresse causado pelas cargas. Em aplicações,
primeiro a distribuição do estresse devido a uma carga é determinada e, em seguida,
essas distribuições são superpostas para determinar a distribuição resultante do
estresse. Existem quatro combinações possíveis de cargas: (1) axial e dobrada, (2)
axial e torção, (3) torção e flexão, e (4) axial, torção e flexão. Começará pelo caso
(1) combinação de estresse axial e de flexão, uma vez que é o mais simples como os
esforços normais intervêm σ. Em todos os outros casos, envolve esforços normais e
nítidos, o que requer mais estudos.

Flexão Obliqua

A flexão oblíqua aparece quando as cargas que atuam sobre o elemento


estão contidas em um plano que inclui o eixo longitudinal, mas a este
não pertencem os eixos principais de inércia da secção, ou seja, a barra
de cargas transversais aplicadas no centroide, a sua direção para ele,
(mas não longitudinalmente que provoquem o axial) e que não
coincidem com nenhum dos dois eixos principais de inércia da secção
transversal. Isso se ilustra na figura abaixo.

A carga que produz a flexão obliqua se decompõe em duas, de forma


que coincidam com os dois eixos principais da inércia. Dai em diante a
solução do problema é similar a quando atuam dois momentos fletores e
se emprega a expressão que se segue para o cálculo das tensões:

Efeitos combinados da flexão e a torsão

Critérios de Resistência
A torção fletora é o fenómeno da qual de forma simultânea atuam momentos fletores
e torsões na secção transversal de um elemento.

Para a análises da torção há que diferenciar se a secção transversal é de forma


circular ou não.

Análises para determinação de 𝝈 e 𝝉 em secções Retangulares com Flexão em


um só plano, existe ou não axial

ou

𝑊𝑝 = 𝛼 × 𝑎 × 𝑏2
onde:

: lado maior do retângulo;

: lado menor do retângulo;


𝛼,ɳ: coeficientes que dependem da relação 𝑎/𝑏 e estão tabelados; se a flexão
transversal é a respeito do eixo de I𝑚á𝑥 a expressão de 𝜏𝑚á𝑥 deve se multiplicar por .
No caso contrário, sendo a flexão a respeito do eixo de I𝑚𝑖𝑛, a expressão de 𝜏𝑚á𝑥 não
é afetada por .

Toda carga transversal que a sua direção não passe pelo centroide, devido a essa
excentricidade, produz torsão na secção transversal.

Determinação das tensões principais


As tensões principais, produto da combinação de tensões normais e tangenciais em
um ponto se determinam por:

Critérios de Resistência
A torsão fletora origina estados tensionais complexos e não é possível comparar as
tensões normais máximas com a permissível, já que a experiência tem demostrado
que embora as tensões 𝜎1, 𝜎2 e 𝜎3 não tenham alcançado seu valor limite (cada uma
por separada é menor que a tensão permissível), porém a combinação das três pode
fazer falhar a estrutura.

Obter mediante ensaios o estado biaxial ou triaxial perigoso não é fácil, pelo que
surgem os Critérios de Resistência. Todos perseguem o mesmo objetivo, a busca da
tensão equivalente ( 𝜎𝑒𝑞 ), deste estado combinado, com um da tracção axial e se
compara com a tensão permissível da referida tração axial.

Os critérios de resistência que será representado aqui é o terceiro e o quinto.

O terceiro critério é dado por:


𝜎𝑒𝑞 = 𝜎1 − 𝜎3

≤ [𝜎]

O quinto critério é dado por:

≤ [𝜎]

Determinação dos deslocamentos

No plano existem dois eixos e um plano. Desta forma há duas forças


(cortante e axial) e um momento. Para determinar os deslocamentos
usando a forma de Mohr se tem:

No espaço existem 3 eixo e 3 planos e desta forma há 3 forças (2 cortantes e uma


axial) e 3 momentos (2 fletores e 1 torsor). Para determinar os deslocamentos usando
a fórmula de Mohr, considerando o eixo Z como o longitudinal (ou seja, o axial e o
𝑀𝑡𝑜𝑟 são desse eixo), então ficaria:

O quinto e o sexto termos têm valores desprezíveis, porque de comum não se


consideram. Segundo se a força axial tem um valor considerável se usa o quarto
término.
∆𝑘𝑚 ∶ Deslocamento linear e angular de um ponto K devido a acção das cargas
externas Pm;

𝑃𝑘 : carga unitaria quando se calcula o deslocamento lenear;

𝑀𝑘 : Momento unitário quando se calcular o deslocamento angular;

𝑀𝑘𝑥 𝑒 𝑉𝑘𝑥 : ações interiores no eixo X devido a aplicação de 𝑃𝑘 ou 𝑀𝑘;

𝑀𝑘𝑦 𝑒 𝑉𝑘𝑦 : ações interiores no eixo Y devido a aplicação de 𝑃𝑘 ou 𝑀𝑘;

𝑁𝑘 𝑒 𝑁𝑚: força axial devido a aplicação de 𝑃𝑘 e 𝑃𝑚 respetivamente;

𝑀𝑚𝑥 𝑒 𝑉𝑚𝑥 : ações interiores no eixo X devido a aplicação de 𝑃𝑚;

𝑀𝑚𝑦 𝑒 𝑉𝑚𝑦: ações interiores no eixo Y devido a aplicação de 𝑃𝑚;

𝐸. 𝐼 : rigidez da secção transversal e a flexão;

𝐸. 𝐴 : rigidez ao afeito longitudinal produzido pelas forças axiais;

𝐺. 𝐴 : rigidez ao afeto transversal produzido por forças cortanes;


𝐺. 𝐼𝑝 : regidez ao afecto transversal produzido pelas torções;

𝐼𝑥 : inércia da secção tranversal a respeito do eixo X;

𝐼𝑦 : inércia da secção tranversal a respeito do eixo Y;

𝐼𝑝 : inércia da secção transversal da torção ou momento polar de inércia;

: Módulo de elasticidade longitudinal ou Módulo de young ou Módulo de primeira


ordem;
: Módulo de elasticidade de segunda ordem ou Módulo de elasticidade transversal;

: área da secção transversal;

: coeficiente de Poisson ou coeficiente de deformação transversal.

Passos a seguir para usar fórmula de Mohr


1- Produto de cargas que atuam obter expressões de 𝑀𝑚𝑥 , 𝑀𝑚𝑦 e 𝑀𝑡𝑜𝑟.

2- Eliminam se todas as cargas que atuam, e no ponto onde se deseja calcular o


deslocamento coloca-se uma carga unitária na direção do deslocamento e em
qualquer sentido. Se deseja calcular o ângulo de giro (deslocamento angular) se
coloca um momento unitário 𝑀𝑘 = 1 no lugar de 𝑃𝑘=1.

Critérios de desenho e revisão Condições

de resistência.

𝜎𝑒𝑞 ≤ [𝜎] ( para casos donde há trasão)

≤ [𝜎] (para casos quando há trasão)

Corresponde com o maior valor medularmente entre

Para obter 𝜎𝑚𝑎𝑥 em secções simétricas os três termos da equação de Navier


generalizada sempre se adicionam pelo que se pode calcular de forma direta
somando os mesmos, sem determinar previamente

Noção de problemas hiperstaticos


Neste caso de espaço, para determinar GH:

• O encastramento equivale a seis secções, três esforços e três momentos.


• A articulação equivale a três reações, três forcas.
• O apoio simples equivale a uma reação no sentido do mesmo, uma forca.

Para se utilizar o método das forcas, os passos a seguir são similares aos casos de
Axial e Flexão só diferenciando-se as expressões para determinar os coeficientes e
os termos independentes.

Critérios de Resistência
Os podem encontrar se sob diferentes estados mecânicos, dependendo das
solicitações a que são sujeitas. Em situações em que as solicitações são pequenas o
material trabalha elasticamente. A mediada que as cargas vão aumentando vão
aparecendo deformações residuais consideráveis que levam a uma outra
classificação do seu estado, neste caso estado plástico. Se aparecem trincas locais, o
material atinge o estado de rotura.

O estado mecânico num ponto, depende do estado tensional naquele ponto.

Chamam-se estado tensional limite o caso em que o material passa de um estado


mecânico a outro.

Em materiais dúcteis, o estado limite é o caso em que aparecem deformações


excessivas em quanto que em materiais frágeis se da com o começo da rotura.

O estado limite pode ser considerado como uma característica do material.

O estado tensional no ponto mais solicitado é comparado com o estado tensional


limite do material, chegando deste forma a conclusão da segurança ou não da
estrutura.
No caso de tração ou compressão uniaxial, este problema se resolve facilmente pelo
ensaio do material à tração ou compressão onde se escolhe no diagrama tensão de
formação o ponto característico do estado tensional limite:

• Materiais dúcteis:  lim = esc


• Materiais frágeis: lim = rot

Em caso de estado triplo de tensão dado pelas tensões principais 1 2 3. Para
cada combinação 1 2 3e para cada material tem que realizar se ensaios para
determinar o estado tensional limite. Devido a infinidade de combinações é
impossível se realizar o método anterior, devidas as dificuldades técnicas que
surgiriam durante os ensaios.

E devido a estas dificuldades, surgiu a necessidade de se desenvolverem métodos


gerais para se determinar o grau de perigo de um estado tensional quando se dispõe
de um número limitado de ensaios mecânicos do material. E a estes diversos
métodos são chamados de critérios de resistência.

Pode-se generalizar o conceito de coeficiente de segurança: dado um determinado


estado tensional. Aumentando proporcionalmente todas as componentes de tensão,
chega-se cedo ou tarde a um estado tensional limite. Então, coeficiente de segurança
é o número que indica quantas vezes se deve aumentar todas as componentes do
estado tensional dado para que ele se converta em um estado limite.

Se em dois estados tensionais, os coeficientes de segurança são iguais, estes dois


estados são considerados igualmente perigosos.

O problema agora é determinar a que tensão de tração (ou de compressão) deverá ser
submetida uma barra para que o seu estado tensional seja igualmente perigoso ao
estado tensional dado. Esta tensão de tração é chamada de tensão equivalente sq.
O nosso problema é expressar sq em função de 1, 2 e 3 de tal forma que o grau
de perigo do estado tensional A seja o mesmo do estado tensional B.

O coeficiente de segurança é: 𝜎𝑙𝑖𝑚


𝑛=
𝜎𝑒𝑞

O valor de eq é calculado pelos diversos critérios que passaremos a estudar.

Critério de máxima tensão normal (RANKINE e LAMÉ)

“A maior tensão de tração e a maior tensão de compressão não devem ultrapassar os


valores das tensões limites obtidas, respetivamente, nos ensaios de tração simples e
de compressão simples”.

c

Esta teoria fixa que só satisfazem à condição de segurança os estados de tensão

representados por círculos de Mohr situados entre as paralelas AA e BB. Em um

sistema de coordenadas max x min, teremos


De acordo com esta teoria, a segurança do estado tensional é satisfeita pelos pontos
no interior do retângulo, tendo como desvantagem a não consideração da influencia
simultânea das tensões e .

Esta teoria é aplicável a materiais frágeis (com uma das tensões principais de
tração).

Critério da deformação linear (PONCELET e SAINTVENANT)


Este critério é aplicado para matérias frágeis, estabelece que a rotura de uma amostra
sujeita a qualquer combinação de cargas ocorre quando a deformação normal
máxima em qualquer ponto atinge a deformação limite determinada em um teste de
tração simples. Seja o elemento submetido às tensões principais e .

A segurança do estado tensional normalmente é determinada por pontos no interior


de um losango.

Esta teoria não é confirmada experimentalmente


Critério da máxima tensão cortante (TRESCA)
"A maior tensão de cisalhamento não deve ultrapassar a metade da tensão limite
detração, determinada no ensaio de tração simples".

Este critério se baseia no fato de que o escoamento dos materiais dúcteis é causado
por deslizamento do material ao longo de superfícies oblíquas, deslizamento devido,
principalmente às tensões cortantes.

O círculo de Mohr para tração uniaxial será:

No caso geral:

eq = 

Segundo este critério, se a tensão de cisalhamento atinge o valor limite, o material


escoa.

Observe-se que se adicionarmos um estado uniforme de tensões ao estado de tensão,


o valor da tensão cortante máxima não se altera. Então, segundo este critério, os dois
estados de tensão seriam igualmente perigosos, o que é um absurdo. Os dois estados
de tensão seriam igualmente perigosos, o que é um absurdo. Para contornar esta
incoerência, foi sugerido o uso deste critério juntamente com o da máxima tensão
normal (critério de tresca). Sua representação gráfica será:

No círculo de Mohr

Qualquer círculo de Mohr com raio < Max caracterizará a segurança do estado

tensional. Nos eixos 

Pontos no interior do hexágono caracterizam a segurança do estado tensional.


Critério da máxima energia de distorção (von mises)
Materiais dúcteis que tenham aproximadamente a mesma resistência à tração e à
compressão.

Segundo a teoria, o material resiste até que a energia de distorção alcance um valor
limite, constante para cada material.

Para um estado tri-axial de tensão, a densidade de energia de distorção é dada por:

Na tração simples temos:

Igualando as duas energias, teremos:

2𝜎𝑒𝑞2 = (𝜎1 − 𝜎2)2 + (𝜎1 − 𝜎3)2 + (𝜎2 − 𝜎3)2

ou seja,

Conforme podemos observar, este critério leva em conta a influência das 3 tensões
principais.

No caso particular do estado plano, teremos,

Cuja representa-se graficamente pela da figura seguinte.


Critério de MOHR-COULOMB
Tendo uma máquina de ensaios que permita aplicar qualquer estado tensional ao
corpo de prova e variar proporcionalmente todas as suas componentes.

Escolhendo-se um determinado estado tensional a aumenta simultaneamente todas as


suas componentes. Mais cedo ou mais tarde o corpo de prova irá romper, seja por
deformação excessiva ou rotura propriamente dita.

Pode-se traçar o maior dos 3 círculos de Mohr, considerando que o estado tensional
limite não depende de 2.

Realizando outro ensaio em outro corpo de prova de mesmo material partindo de um


outro estado tensional inicial e aumentando novamente as componentes de tensão até
a rotura. Traça-se outro círculo de Mohr, e assim por diante. Os círculos traçados
definirão um envoltório, que é única para cada material (independendo de 2).
Pode observar-se que qualquer círculo de Mohr que, desenhado, esteja dentro da
região limitada pelo envoltório, caracteriza um estado tensional seguro (isto é, não
rompe).

Este critério não se preocupa em explicar o fenômeno da rotura, mas simplesmente


faz uma análise quantitativa dos resultados de ensaios. O problema agora é construir
este envoltório quando se dispõe de um número limitado de ensaios, por exemplo,
ensaios de tração simples e de compressão simples.

Para isto admite-se que o envoltório é uma reta que será tangente aos círculos limites
conhecidos. Note-se que, na realidade, o ponto de intersecção do envoltório com o
eixo é mais próximo da origem do que quando se considera o envoltório como
sendo uma reta. Um outro círculo que é possível se determinar é o de cisalhamento
puro (ensaio de torção), porém ele não é de muito auxílio na determinação do
envoltório.
As tensões t, c, e u correspondem a um determinado estado limite último, isto
é, são tensões limites. Segundo Mohr, deve existir uma envoltória dos círculos
representados, tal que todo estado de tensão que tiver o seu círculo de Mohr sob esta
envoltória será seguro. Isto é, a condição de resistência enunciada por Mohr é: O
corpo solicitado atingirá o estado limite se o Círculo de Mohr tangenciar a
Envoltória.

Simplificação de Coulomb: “A Envoltória de Mohr é uma reta.”

Segundo a Hipótese de Mohr, o estado de tensão representado pelo Círculo cujas


tensões principais máximas e mínima são, respetivamente, 1 e 3 é seguro, isto é,
não submete o corpo solicitado ao estado limite último considerado. Suponhamos
que para atingirmos o estado limite tenhamos que multiplicar todas as componentes
deste estado de tensão por um número n. Assim, teríamos o estado de tensão limite
representado pelo Círculo cujas tensões principais máximas e mínimas são,
respetivamente, 1 e 3, isto é,
1=n.1 e 3 = n.3.

Este Círculo tangencia a envoltória.

O Círculo de Mohr do estado de tensão limite tem o raio igual a ( 𝜎1∗ − 𝜎3∗)⁄2 e a
abcissa do centro igual a ( 𝜎1∗ + 𝜎3∗)⁄2.Assim,

Substituindo estes valores na relação acima, temos:

Como n é o factor pelo qual devemos multiplicar as componentes de tensão para


atingirmos o estado limite, podemos dizer que n é o nosso “coeficiente de
segurança” e que a condição de resistência por este Critério é:

Escrevendo 𝑛 = 𝛾⁄𝜙, temos:

𝜎𝑒𝑞 = 𝜎1 − 𝑘 ∙ 𝜎3

Onde , já que 𝜎𝑡 = 𝜎𝑙𝑖𝑚.


Conclusão.

No âmbito da realização do trabalho, pode-se perceber que os casos que


normalmente acontecem na prática envolvem a ação conjunta de vários esforços, a
qual denominamos Esforços Combinados.
Por ser difícil através de ensaios de ordem pratica encontrar valores com uma tensão
de roptura dos materiais quando sobre efeitos de esforços combinados surge em
resposta os Critérios de Resistência. Esses critérios visam basicamente, através de
alguns métodos estabelecidos pela experiencia suprir as deficiências de ensaios
específicos para os casos de solicitações combinadas.

Surge ainda no contexto de esforços combinados que se determinem os possíveis


deslocamentos que os elementos solicitados terão em resposta as solicitações.

Destacam-se para determinação dos parâmetros acima referidos através do Método


Energético as fórmulas de Navier e Mohr.

Referenciais Bibliográficas:

Professor Luciano Rodrigues Ornelas de Lima, Capítulo 2 - Critérios de Resistência


(Escoamento/Plasticidade e Ruptura)
Prof. Dr. Nilson Tadeu Mascia, critérios de resistência, Universidade Estadual de
Campinas (faculdade de engenharia civil, departamento de estruturas), Campinas,
Junho de 2006 (revisão 2017).

Prof. José Carlos Morilla, critérios de resistência, Universidade Santa Cecília,


Engenharia Mecânica, Resistência dos Materiais II.

ANSELMO, Marcelo Belleti; Metodologia para Segregação dos Efeitos de Forças e


Momentos em Linhas de Eixo Através da Análise de Esforços Combinados; Rio de
Janeiro, 2015 pp. (27-30).

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