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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II – FTC128

ALINE NASCIMENTO DE ARAÚJO

AGREGADOS

MANAUS – AM
2017
Aline Nascimento de Araújo – 21454674

AGREGADOS

Trabalho requisitado pelo professor


João de Almeida Melo Filho, para
obtenção de nota parcial na
disciplina de Materiais de
Construção II (FTC128), do curso de
Engenharia Civil da Universidade
Federal do Amazonas - UFAM.

MANAUS - AMAZONAS
26 de Setembro de 2017
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2. VISÃO GERAL ............................................................................................ 1
3. CARACTERIZAÇÃO ................................................................................... 2
4. USOS E SUBSTITUIÇÕES ......................................................................... 4
5. CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................. 5
6. RESERVAS ................................................................................................. 6
7. PRODUÇÃO ................................................................................................ 7
8. PREÇOS.................................................................................................... 10
9. CONCLUSÃO ............................................................................................ 11
10. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO
Os agregados são de extrema importância para a construção civil, pois
possuem características que se adequam bem para diversas aplicações na
área, além disso são abundantes no Brasil e no mundo. São materiais
granulares, sem forma e volume definidos, de dimensões e propriedades
estabelecidas para uso em obras de engenharia civil, tais como, a pedra
britada, o cascalho e as areias naturais ou obtidas por moagem de rocha, além
das argilas e dos substitutivos como resíduos inertes reciclados, escórias de
aciaria, produtos industriais, entre outros.
A mineração de agregados para a construção civil gera grandes volumes
de produção, apresenta beneficiamento simples e, para melhor economicidade,
necessita ser produzido no entorno do local de consumo, geralmente áreas
urbanas, devido ao baixo valor unitário. Este setor é o segmento da indústria
mineral que comporta o maior número de empresas e trabalhadores e o único a
existir em todos os estados brasileiros.

2. VISÃO GERAL

Os agregados podem ser naturais ou artificiais. Os naturais são os que


se encontram de forma particulada na natureza (areia, cascalho ou pedregulho)
e os artificiais são aqueles produzidos por algum processo industrial, como as
pedras britadas, areias artificiais, escórias de alto-forno e argilas expandidas,
entre outros.
A norma NBR 7211 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) fixa as características exigíveis na recepção e produção de agregados,
miúdos e graúdos, de origem natural, encontrados fragmentados ou resultantes
da britagem de rochas. Dessa forma, define areia ou agregado miúdo como
areia de origem natural ou resultante da britagem de rochas estáveis, ou a
mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam
retidos na peneira ABNT de 0,075 mm. Define ainda agregado graúdo como
pedregulho ou brita proveniente de rochas estáveis, ou a mistura de ambos,
cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal

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de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm. O rachão beneficiado
define-se como o material obtido diretamente do britador primário e que é retido
na peneira de 76 mm. A areia de brita ou areia artificial, segundo
CUCHIERATO (2000), é o material passível de ser obtido em pedreiras a partir
de instalações de beneficiamento a úmido, apresentando uma granulometria
entre 4,8 mm e 0,074 mm. A bica corrida é o conjunto de britas, pedrisco e pó
de pedra, sem graduação definida, obtido diretamente do britador, sem
separação granulométrica (ALBUQUERQUE, 1994).

3. CARACTERIZAÇÃO

Os agregados para a construção civil são obtidos de materiais rochosos


variados, consolidados ou granulares, fragmentados naturalmente ou por
processo industrial. Podem ser oriundos de rochas sedimentares como arenitos
e siltitos, entre outras; metamórficas como os quartzitos, calcários e gnaisses;
ígneas como o granito, Sienitos, basaltos e diabásios.

Os arenitos são constituídos por grãos de quartzo normalmente em uma


matriz argilosa ou siltosa, aglomerados por sílica amorfa, óxidos de fero ou
carbonatos, sendo que os ferruginosos são os menos resistentes. Somente os
arenitos silicosos se prestam como rocha britada, mas a sílica presente pode
reagir com os álcalis do cimento Portland ou causar má adesividade a ligantes
betuminosos1. Siltitos são arenitos de grãos extremamente finos, formados de
silt, ou seja, depósitos de lama e sedimentos muito finos.
Quartizitos são arenitos metamorfizados em que o cimento que ligava os
grãos de areia e que também eram de sílica se recristalizou. Podem apresentar
micas ou feldspatos como acessórios comuns. Calcários podem ter origem
metamórfica ou sedimentar com composição mineralógica principalmente
calcítica (cálcio) ou secundariamente dolomítica (magnésio). De origem
metamórfica são mais resistentes mecanicamente, mas com dureza inferior aos
silicatos. Apresentam boas propriedades como pedra britada para concreto
hidráulico, mas sua baixa dureza não os credencia para uso como revestimento
betuminoso em rodovias.
Basaltos e diabásios são compostos principalmente de plagioclásio e
piroxênios, podem estar presentes a olivina ou anfibólio. São rochas básicas.
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Têm alta resistência mecânica. Caso ocorra sílica amorfa na sua composição,
poderá gerar reações com álcalis do cimento portland e ter adesividade
insatisfatória a ligantes betuminosos. Para uso como pedra britada têm boas
propriedades físicas e mecânicas, mas apresentam características indesejáveis
como fragmentos achatados e angulosos nas frações mais finas. Granitos são
rochas plutônicas ácidas constituídas por cristais de feldspatos potássicos,
plagioclásio, quartzo e mica.
Areia é o material granular de dimensões entre 4,8mm e 0,075mm.
Pedregulho e cascalho são materiais naturais, em estado solto, provenientes
da fragmentação das rochas. Têm dimensões entre 100mm e 4,8mm. Quando
apresentam formas arredondadas são denominados de seixos5. A laterita (o) é
uma rocha formada ou em processo de formação por meio de intenso
intemperismo químico de rochas preexistentes, inclusive lateritos antigos, sob
condições tropicais ou equivalentes. É rica em ferro e alumínio, pobre em
silício, potássio e magnésio. Pode ser compacta, coesa, incoesa, terrosa ou
argilosas. Tem aspecto de concreção e apresenta diferentes dimensões, desde
<0,005mm como argila laterítica até >1m bloco de couraça laterítica. O pó-de-
pedra é o material de dimensão máxima inferior a 6,3mm proveniente da
britagem da rocha. O matacão é toda porção de rocha originada pelo
intemperismo ou por britagem, com dimensões acima de 250mm.
A dispersão geográfica é uma das características naturais dos minerais
usados no emprego imediato na construção civil. Todavia, para que eles sejam
economicamente viáveis, fatores como a legislação mais ou menos restritiva, a
inviabilização de reservas e jazidas pelas cidades e por usos do solo
impeditivos à mineração, o uso e posse de tecnologia de pesquisa e lavra, o
sistema de transportes e a demanda por minerais para agregados são
fundamentais.
Em todas as regiões brasileiras há mineração de areias, cascalhos e
rochas para brita. Entretanto, em vastas áreas da Região Norte as rochas
próprias para britagem são escassas, devido principalmente ao extenso manto
sedimentar que encobre as reservas possíveis de serem aproveitadas
economicamente. Para a produção de agregados graúdos naquela região são
explorados os raros maciços cristalinos no Amapá, Roraima e Amazonas,
lateritos e cascalhos no Maranhão. As rochas basálticas são utilizadas nas

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localidades assentadas sobre a Bacia do Paraná. Granitos, gnaisses e
calcários são usados para brita principalmente nas regiões litorâneas, mas
também em áreas do interior de Goiás, São Paulo, e Estados do Nordeste.
O cascalho é encontrado principalmente em barras de rios, e em
camadas de rochas sedimentares com baixa coesão, intemperização de rochas
cristalinas, ou resultante do beneficiamento da areia.

4. USOS E SUBSTITUIÇÕES

Os usos das areias e britas estão relacionados ao seu tamanho e


granulometria. Chegam ao consumidor final misturados ao cimento (quando da
preparação do concreto8), ou sem nenhuma mistura aglomerante. Entretanto, é
misturado ao concreto que os maiores volumes de agregados chegam ao
consumidor final. Uma menor fração da produção é utilizada sem mistura
aglomerante, em drenos, em filtros, em ferrovias (na forma de lastro), na
fabricação de gabiões, de muros de contenção, em base e sub-base de pisos e
estradas, e outras aplicações.

Figura 01: Aplicações dos agregados.


Fonte: KULAIF, Yara (2001).

Alguns produtos substitutos aos agregados minerais destacam-se, como


os reciclados de entulho de demolição, as argilas expandidas (resultantes do

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cozimento do lodo oriundo do tratamento de esgotos, ou de material argiloso
preparado especialmente para esse fim), os rejeitos de produtos siderúrgicos
(escórias de alto-forno ou aciaria, contudo a sua quantidade disponível é bem
limitada), os resíduos da indústria de plásticos para a fabricação de pré-
fabricados leves, os resíduos de pneus triturados para a utilização no concreto
e pavimentos, a areia de brita e a areia marinha. Mas nenhuma outra fonte é
tão abundante quanto os próprios agregados minerais.
O agregado reciclado, em comparação ao natural, apresenta menores
custos de energia e de transporte pela possibilidade de serem produzidos nos
locais de consumo. Embora os substitutos das pedras britadas tenham certa
relevância em alguns mercados localizados, a rocha natural, pela abundância
das fontes de abastecimento disponíveis, mantém-se como a principal fonte de
material de construção. O comércio de areia de brita, produto gerado a partir do
pó de pedra produzido nas instalações de britagem de rochas tem crescido no
Brasil. Esse produto encontra nicho de mercado devido à dificuldade crescente
de se encontrar depósitos de areia próximos aos grandes centros urbanos.

5. CONTEXTUALIZAÇÃO

O crescimento populacional e o crescimento da quantidade de bens e


serviços transacionados num país são um processo que ocorre
concomitantemente ao consumo de minerais para uso direto na construção
civil. Na formação da infraestrutura nacional o processo de transacionar esses
bens reflete-se nas contas nacionais, tanto no lado do Consumo, como no de
Investimento, como na formação bruta de Capital Fixo.
A indústria de agregados minerais proporciona insumos para a
infraestrutura estrutura urbana, industrial e malha viária nacional, de maneira a
atender à crescente demanda por espaços urbanizados e localidades com
acessibilidade para redes de transporte de bens, informações, energia e água.
No processo de urbanização as áreas rurais são adaptadas para o
funcionamento da cidade por meio da construção de equipamentos urbanos,
incluindo-se aqueles que elevam as condições de vida da sociedade. Há uma
interface estreita entre o consumo de minerais agregados na sociedade e o

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padrão de vida desfrutado por uma população. As políticas setoriais que
promovem a melhoria das condições de vida, normalmente induzem os setores
consumidores de agregados tais como a saúde pública, que não pode
prescindir da demanda agregados para construção de novos hospitais e a
ampliação do setor. O mesmo ocorre com a infraestrutura de Saneamento
Básico (construção de sistemas de captação, adução, tratamento e distribuição
de água), transporte (rodovias, vias públicas, ferrovias, hidrovias, portos,
aeroportos, pátios e estações), energética, segurança pública, educação e
habitação.

6. RESERVAS

As Areias e Rochas de emprego na construção civil são abundantes na


natureza. Entretanto, fatores exógenos à geologia influenciam a relação entre o
quantitativo de reservas existentes e aquelas realmente disponíveis para o uso.
Primeiramente há uma restrição de ordem econômica para o aproveitamento
das jazidas, referente ao baixo valor unitário dos agregados para construção. O
que torna necessário reduzir ao máximo possível a distância entre o lugar de
extração e o mercado consumidor. Considera-se que, para a maior parte das
regiões, as jazidas localizadas fora de um raio de 100 km do mercado
consumidor, não são viáveis economicamente. A mineração de agregados,
como também o seu beneficiamento gera impactos ambientais como poluição
sonora e do ar. Quando a cidade se aproxima muito dos locais de produção, as
populações atingidas mobilizam-se no sentido de afastar a mineração de seus
locais de moradia.
As leis municipais oriundas de Planos Diretores definem usos e
ocupações do solo urbano e municipal por meio de zoneamentos mais ou
menos restritivos à mineração. O planejamento do espaço municipal ainda não
dialoga efetivamente com a cadeia produtiva dos minerais para emprego direto
na construção civil. Apesar de haver políticas setoriais e legislação adequadas
ao planejamento da urbanização,12 a cultura nacional não leva em
consideração a necessidade de conciliar o desenvolvimento urbano com a
destinação de áreas para mineração nos arredores das cidades.

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No aspecto regional, na Bacia sedimentar do Paraná, os afloramentos
de rocha para britagem são difíceis de serem encontrados, criando-se a
necessidade de transportar a brita por distâncias superiores a 100 km. No
Estado do Acre e grandes regiões amazônicas não há reservas de boa
qualidade. No Acre a indústria da construção civil local utiliza brita oriunda de
jazidas localizadas no Estado vizinho de Rondônia. Em Goiânia, há carência de
areia natural, o que faz o consumo de areia artificial chegar a 35%. Há também
restrições de ordem ambiental. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, nos
locais acima da cota de 100 metros, é proibida a extração de rocha13,
restringindo tanto o nível de produção quanto à vida útil das pedreiras em
operação, além de inviabilizar a abertura de novas pedreiras.
Na região Metropolitana de São Paulo recursos importantes de areia
foram esterilizados por loteamentos residenciais e industriais legais e
clandestinos. Qualquer estudo sobre reservas de minerais para agregados
deve considerar o planejamento local existente e/ou as restrições que a
sociedade impõe à mineração. As reservas de ótima qualidade existem em
abundância, todavia a lavra está condicionada à sua localização e à legislação
vigente.

7. PRODUÇÃO

Os agregados para construção civil são bens de baixo valor unitário,


mas com os maiores volumes físicos de comercialização dentre todos os
produtos da indústria mineral. Seus usos estão ligados as suas propriedades
de granulometria e resistência, mas sem que a diferenciação no produto exista
como estratégia relevante de concorrência.
Aproximam-se mais do conceito microeconômico de bens homogêneos,
o que acarreta um padrão de concorrência mais voltado à eficiência nos custos,
seja por redução nos custos de transporte (com localização perto do mercado
consumidor), na busca por métodos operacionais e de movimentação de
materiais mais eficientes (como a britagem móvel), ou em arranjos
organizacionais que aperfeiçoem os processos internos e redução de custos,
com fusões e aquisições, levando muitas vezes à verticalização da produção.

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A produção dos agregados tende a ser bastante descentralizada
espacialmente, e com grande quantidade de ocorrências e empreendimento.
Fato que acompanha a dinâmica do principal setor consumidor, o da
construção civil, relevante em todas as regiões urbanas.
A restrição de comércio a grandes distâncias, devido aos custos de
transporte induz à formação de micromercados regionalizados separados por
um raio de até 150 km. A restrição imposta pela distância se constitui em uma
importante barreira à entrada no mercado.
É misturado ao concreto que os maiores volumes de agregados minerais
chegam ao setor da construção civil. O concreto é uma mistura de água,
cimento, agregados e aditivos. Na cadeia produtiva do concreto, o bem de
maior valor agregado é o cimento; enquanto areia e brita, os de menor valor.
Entretanto, estes são mais representativos em volume.
A cadeia do concreto tem princípio com as atividades de prospecção e
pesquisa geológica, com localização e cubagem das jazidas de calcário, areia
e rochas para britagem. A lavra compreende as operações de extração e
tratamento, compondo-se basicamente de operações de cominação e
classificação do minério (quando brita); comercialização na forma de consumo
intermediário (quando misturado ao concreto); e consumo final (em obras de
edificações residenciais, de infraestrutura pública, malha rodoviária e urbana, e
outras).
No caso da areia, as operações são ainda mais simples, consistindo em
extração e classificação. As operações de lavra e beneficiamento das britas e
areias são consideradas de baixa intensidade tecnológica, quando comparadas
com alguns outros produtos da indústria mineral.
O cimento é produto complementar às areias e às britas na cadeia de
produção do concreto. Outro produto complementar às pedras britadas é o
asfalto, que é uma mistura de hidrocarbonetos obtida como resíduo da
destilação do óleo bruto e gerado a partir da indústria de petróleo e gás.
O setor produtor de concreto é o que apresenta a maior dinâmica de
crescimento e integração em todo o sistema produtivo da cadeia de produção.
As concreteiras, importantes agentes nos mercados maiores e concentrados,
são empresas especializadas na venda de concreto pré-misturado, muitas
vezes oriundo de cimenteiras que passam a oferecer um produto de maior

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valor agregado – concreto – ao consumo final. Não raramente, atuam desde a
extração dos minérios agregados, passando pela produção de cimento, até a
preparação do concreto e entrega na obra, comerciando ao mesmo tempo
produtos e serviços. O benefício dessa integração vertical são menores custos
de produção (e comercialização) e maior eficiência tecnológica. Um custo
menor de produção é possibilitado pela eliminação dos agentes fornecedores
(integração para trás) e internalização de processos, bem como, menores
custos de transação. A verticalização também é um modo eficaz de garantir
constante suprimento dos insumos minerais, evitando assim, estrangulamento
nos elos da cadeia. Isso porque a fabricação de concreto envolve uma
tecnologia de coeficientes fixos, assim o fator de produção com menor oferta
determina a plena capacidade.
A mão-de-obra empregada na produção de areia situa-se, em média
anual, próximo de 10 mil pessoas e em torno de 12% a 15% do total
empregado na produção mineral bruta no Brasil. A mão-de-obra na produção
de rocha britada soma cerca de 15 mil trabalhadores, resultando em
porcentagens semelhantes: 12% dos trabalhadores na produção mineral bruta
total do País e acima de 15% do total da produção mineral beneficiada.
O setor de agregados é marcado por notória informação subestimada
das quantidades produzidas, das quantidades comercializadas e dos preços
praticados. Até o fim da década de 90, os RALs (Relatórios Anuais de Lavra)
das áreas autorizadas por Registros de Licença não eram incorporados a estas
estatísticas, apesar deste ter sido, ao longo do tempo, o regime predominante
na regularização das áreas produtoras.
Com relação aos aspectos jurídicos vigentes, os agregados para
construção civil podem ser extraídos pelo regime de autorização e concessão
ou por meio do regime de licenciamento, sendo facultado ao poder público o
regime especial de registro de extração. No regime de extração a lavra pode
ocorrer imediatamente após o registro, no Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM), da licença concedida pela prefeitura municipal e da licença
ambiental, que também é uma exigência para as autorizações e concessões,
tornando bastante ágil o processo de mineração excepcionalmente na fase de
autorização de pesquisa, poderá ser permitida a extração de minerais para
agregados por meio do instrumento conhecido como guia de utilização. O

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aproveitamento mineral por licenciamento é facultado exclusivamente ao
proprietário do solo ou a quem dele tiver expressa autorização, salvo se a
jazida situar-se em imóveis pertencentes a pessoa jurídica de direito público,
bem como na hipótese de ato determinativo do cancelamento do registro de
licença, a habilitação ao aproveitamento da jazida, sob regime de
licenciamento, estará facultada a qualquer interessado, independentemente de
autorização do proprietário do solo, observados os demais requisitos previstos
nesta Lei.

8. PREÇOS

Os preços dos agregados para construção civil, diferentemente dos


demais produtos da indústria mineral, apresentam a peculiaridade de serem
determinados localmente, ou seja, em cada um dos micromercados
regionalizados. Esse fato é devido a inexistir comércio entre grandes
distâncias, por causa do baixo valor unitário dos produtos. Por isso o preço
pode variar muito entre os diversos estados e regiões metropolitanas.
A grande quantidade de ocorrências e empreendimentos, bem como o
fato de os produtos serem homogêneos, satisfaz algumas das condições para
a existência de mercados perfeitamente concorrenciais (exceto pelo fato de
existirem barreiras à entrada). A implicação disso é que as forças que mais
atuam para a formação dos preços é o estado da demanda e a capacidade do
parque produtor em atendê-la num dado período.
Além do transporte, outro item importante de custo são os equipamentos
e peças de reposição, fato normal ao setor mineral, que geralmente é intensivo
em tecnologia. Entretanto, para agregados de construção civil, a tecnologia não
representa um custo mais significativo do que o transporte devido à relativa
baixa intensidade tecnológica da mineração de agregados, em comparação
aos demais produtos da indústria mineral. No preço final, o transporte responde
por cerca de 1/3 a 2/3 do valor.
Nas capitais menos populosas, onde o setor privado de construção civil
não é tão grande, o preço é muito influenciado pelas obras públicas e
programas de melhorias na infraestrutura implementados pelos governos que

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se sucedem a cada 4 anos. A trajetória da tendência dos preços pode mudar
de altista para estabilidade em curto período de meses.
Os preços aqui apresentados são das séries históricas do SINAPI –
IBGE (após conversão para a escala R$ / tonelada).

9. CONCLUSÃO
Os agregados são produtos minerais de grande participação em volume
e peso em obras de edificação e infraestrutura. Contribuem significativamente
para o segmento da construção civil e para a sociedade de forma geral em
função de vários fatores como baixo custo na composição dos gastos na
construção; podem promover em seu entorno a criação de pólos de produtos
manufaturados para a construção civil; uma vez extraídos, as áreas podem ser
recuperadas e destinadas a outras funções econômicas e sociais.

Portanto, é de fundamental importância conhecer os principais


agregados corretamente especificamente os que são utilizados na construção
civil. Para isto, é preciso conhecer bem suas características e propriedades,
para poder fazer uso adequadamente e viável em relação aos custos.

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10. BIBLIOGRAFIA

ALBUQUERQUE, A. S. “Agregados”. In: BAUER, L.A.F. Materiais de


construção. 4ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1994.
v.1. p.63- 120.
CALAES, Gilberto Dias. Planejamento estratégico, competitividade e
sustentabilidade na indústria mineral: dois casos de não metálicos no Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: CETEM / MCT / CNPq / CYTED,2006.
CHAVES, A P. Aglomeração de rejeitos de fabricação de brita para sua
reciclagem. São Paulo: EPUSP, 1992. 5p. (Boletim Técnico da Escola
Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Minas, BT/PMI/011).
CUCHIERATO, G. Caracterização tecnológica de resíduos da mineração
de agregados da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), visando seu
aproveitamento econômico. São Paulo, 2000. 201 p. Dissertação (Mestrado) –
Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo.
Resolução N° 369, de 28/03/2006. Mineração em Área de Proteção
Permanente. Disponível em< www.dnpm.gov.br/legislação >. Acesso em 17 de
setembro de 2017.

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