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AÇO E MADEIRA

AULA 02 – MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES;


AÇÕES E COMBINAÇÕES DE CARGAS
Prof. Henrique L. Rupp
Aço e Madeira – Aula 02

OBJETIVOS DA AULA

• Método dos Estados Limites;


• Ações e combinações de cargas.
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PROJETO ESTRUTURAL E NORMAS

Os objetivos de um projeto estrutural são:


• Garantia da segurança estrutural evitando-se o colapso da estrutura;
• Garantia de bom desempenho da estrutura evitando-se a ocorrência de
grandes deslocamentos, vibrações e danos locais.
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PROJETO ESTRUTURAL E NORMAS

As etapas de um projeto estrutural podem ser reunidas em três fases:

1)Anteprojeto ou projeto básico: quando são definidos o sistema estrutural,


os materiais a serem utilizados, o sistema construtivo;

2)Dimensionamento ou cálculo estrutural: fase na qual são definidas as


dimensões dos elementos da estrutura e suas ligações de maneira a garantir a
segurança e o bom desempenho da estrutura;

3)Detalhamento: quando são elaborados os desenhos executivos da estrutura


contendo as especificações de todos os seus componentes.
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PROJETO ESTRUTURAL E NORMAS

>> Conhecimentos de análise estrutural e resistência dos


materiais;
2)Dimensionamento >> Obediência a grande número de regras e recomendações
ou cálculo estrutural referentes a:

3) Detalhamento • Critérios de garantia de segurança;


• Padrões de testes para caracterização dos materiais
e limites dos valores de características mecânicas;
• Definição de níveis de carga que representem a
situação mais desfavorável;
• Limites de tolerâncias para imperfeições na
execução; etc.
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PROJETO ESTRUTURAL E NORMAS

Os conjuntos de regras e especificações, para cada tipo de estrutura, são reunidos em


documentos oficiais, denominados normas, que estabelecem bases comuns, utilizadas
por todos os engenheiros na elaboração dos projetos.

No que diz respeito aos critérios para garantia de segurança da estrutura, as normas
para projetos de estruturas metálicas utilizavam, até meados da década de 1980, o
Método das Tensões Admissíveis, quando passaram gradativamente a adotar o
Método dos Estados Limites.

ABNT NBR 8800/2008: Projeto de estruturas de aço e de


estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
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ESTADOS LIMITES

Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um de


seus objetivos:
• Segurança estrutural
• Bom desempenho
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ESTADOS LIMITES

4.6.2 Estados limites (NBR 8800/2008)

4.6.2.1 Para os efeitos desta Norma, devem ser considerados os estados limites
últimos (ELU) e os estados limites de serviço (ELS).

Os estados limites últimos estão relacionados com a segurança da estrutura


sujeita às combinações mais desfavoráveis de ações previstas em toda a vida
útil, durante a construção ou quando atuar uma ação especial ou excepcional.

Os estados-limites de serviço estão relacionados com o desempenho da


estrutura sob condições normais de utilização.
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ESTADOS LIMITES

4.6.2.2 O método dos estados-limites utilizado para o dimensionamento de


uma estrutura exige que nenhum estado-limite aplicável seja excedido quando
a estrutura for submetida a todas as combinações apropriadas de ações.

Se um ou mais estados-limites forem excedidos, a estrutura não atende mais


aos objetivos para os quais foi projetada.
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ESTADOS LIMITES

• Estados limites últimos


Estão associados à ocorrência de cargas excessivas e consequente
colapso da estrutura (ruína).
Exs.: perda de equilíbrio como corpo rígido; plastificação total de
um elemento estrutural ou de uma seção; ruptura de uma ligação ou seção;
flambagem em regime elástico ou não.

• Estados limites de utilização


Estão associados a cargas em serviço que, pela sua ocorrência,
duração e freqüência causam efeitos incompatíveis com o uso da estrutura.
Exs.: deformações excessivas; vibrações excessivas.
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Condições usuais relativas aos estados-limites últimos (ELU)

A segurança é verificada isoladamente, em relação a cada um dos esforços


atuantes, quando a seguinte expressão é obedecida:

Solicitação de projeto S d  Rd Resistência de projeto

Solicitação de projeto (Sd) ou solicitação de cálculo -> obtida a partir de


uma combinação das ações Fi, cada uma majorada pelo coeficiente γfi.

Resistência de projeto (Rd) -> função da resistência característica do


material (fk) minorada pelo coeficiente γm .
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

γf coeficiente de majoração das cargas (ou ações)

γm coeficiente de minoração da resistência interna

Refletem as variabilidades dos valores característicos dos


diversos carregamentos e das propriedades mecânicas do
material e outros fatores como discrepância entre o
modelo estrutural e o sistema real.

São calculados através de métodos de análise de


confiabilidade.

SÃO APRESENTADOS EM TABELAS (NBR 8800/2008)


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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Ru ( f k )
Resistência de projeto: Rd 
m
Ru(fk) -> Resistência última -> esforços internos resistentes (esforço normal,
momento fletor, etc.), calculados a partir de modelos semi-analíticos em função de
uma tensão resistente característica (fk)

γm -> coeficiente de minoração da resistência interna -> TABELA 3 NBR 8800/2008

 m   m1   m 2   m3
 m1 Considera a variabilidade da resistência dos materiais envolvidos.

 m2 Considera a diferença entre a resistência do material no corpo-de-prova e


na estrutura.

 m3 Considera os desvios gerados na construção e as aproximações feitas em


projeto do ponto de vista das resistências.
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Ru ( f k )
Resistência de projeto: Rd 
m

 m (NBR 8800: 2008)


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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Ações (F):

As ações a serem consideradas no projeto das estruturas são as cargas que nelas
atuam ou deformações impostas (por variação de temperatura, recalques, etc.).

São apresentadas em três tipos básicos:

Permanentes (G); Variáveis (Q) e Excepcionais (E).


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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Normas brasileiras que se ocupam das cargas sobre as estruturas:

NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações


NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações
NBR 7188 – Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestres
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


Tipos de ações:

Permanentes (G):
São as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida útil da
construção. Também são consideradas permanentes as ações que crescem no tempo,
tendendo a um valor-limite constante.
•Diretas: oriundas do peso próprio dos componentes estruturais e de todos os
demais elementos construtivos fixos à edificação, empuxos de solo e outros
materiais granulares.
>> Pesos específicos de materiais estruturais  NBR 6120.
•Indiretas: impostas por deformações resultantes da retração do concreto/
fluência.
>> A retração e a fluência do concreto de densidade normal devem ser calculadas
conforme a ABNT NBR 6118.
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


Tipos de ações:

Variáveis (Q):
São as que ocorrem com valores que apresentam variações significativas durante a vida
útil da construção:

• Decorrentes do uso e ocupação da edificação, sobrecargas em pisos e coberturas.


>> uso e ocupação -> NBR 6120/80; passarela de pedestres -> NBR
7188/2013.

• Ação do vento
>> NBR 6123/89

• Variações de temperatura
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


Tipos de ações:

Excepcionais (E):
São as que têm duração extremamente curta e probabilidade muito baixa de
ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos
projetos de determinadas estruturas:

• Explosões, choques de veículos, enchentes, incêndios, sismos.


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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Solicitação de projeto:

Para o cálculo das solicitações de projeto, as ações devem ser combinadas


de forma a expressar as situações mais desfavoráveis para a estrutura
durante sua vida útil prevista.
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Em uma análise linear, as solicitações de projeto (Sd) podem ser


representadas como combinações de ações, conforme a expressão:

S d    f 1. f 2 . f 3 .Fik

Fik  Ações (cargas, esforços): permanente (G), variável (Q), excepcional (E).

 f1  Considera a variabilidade das ações

f2  Considera a simultaneidade das ações (coeficiente de combinação das ações)

 f3  Considera os possíveis erros na avaliação dos efeitos das ações (tolerância de


execução, aproximações de projeto..)
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Combinações de ações:
G, E, Q

S d    f 1 . f 2 . f 3 .Fik

 f 1. f 3   f g  G Tabelas 1 e 2 da
NBR 8800/2008
q  Q em função do
 f 2  0 tipo da
combinação de
ações.
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Tipos de combinações ultimas:

Combinação Normal: combinação que inclui todas as ações decorrentes


do uso previsto da estrutura.

Combinação de Construção: combinação que considera ações que podem


promover algum estado limite último na fase de construção da estrutura.

Combinação Excepcional: combinação que inclui ações excepcionais, as


quais podem produzir efeitos catastróficos, tais como explosões, choques
de veículos, incêndios e sismos.
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Combinação Normal: combinação que inclui todas as ações decorrentes


do uso previsto da estrutura.  Fik: G, Q e os coeficientes γg , γq , ψ0

Fd    gi .Gi  q1 .Q1    qj .0 j .Q j

Gi  Ações permanentes
Q1  Ação variável de base (ou principal) para a combinação estudada.
Qj  Ações variáveis que ocorrem simultaneamente a Q1, e que têm efeito
desfavorável.

g ,q  Coeficientes de segurança parciais referentes às cargas.


0  Fator de combinação (simultaneidade da ocorrência das ações variáveis)
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


Ações permanentes Ações variáveis  devem ser realizadas,
 sempre aparecem combinações internas, considera-se o maior valor

Fd    gi .Gi  q1 .Q1    qj .0 j .Q j


**Quando há mais de uma ação variável (Q) e queremos descobrir a principal,
calcula-se a fórmula vária vezes até achar a principal (maior valor)
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Combinação de construção : combinação que considera ações que podem


promover algum estado limite último na fase de construção da estrutura.
 Fik: G, Q e os coeficientes γg , γq , ψ2

Fd    gi .Gi  q1.Q1    qj .2 j .Q j


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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Combinação excepcional: combinação que inclui ações excepcionais, as


quais podem produzir efeitos catastróficos, tais como explosões, choques
de veículos, incêndios e sismos.  Fik: G, Q, E e os coeficientes γg , γq , ψ2

Fd    gi .Gi E    qj .2 j .Q j
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


Tipos de combinações de ações:
Combinação Normal: Fik: G, Q e os coeficientes γg , γq , ψ0

Fd    gi .Gi  q1 .Q1    qj .0 j .Q j


Combinação de Construção:  Fik: G, Q e os coeficientes γg , γq , ψ2

Fd    gi .Gi  q1.Q1    qj .2 j .Q j


Combinação Excepcional:  Fik: G, Q, E e os coeficientes γg , γq , ψ2

Fd    gi .Gi E    qj .2 j .Q j
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


 f   f 1. f 3
g

q

(NBR 8800/2008)
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

 f2
0 1d 2

(NBR 8800/2008)
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

Condições usuais relativas aos estados-limites de serviço (ELS)

As condições usuais referentes aos estados-limites de serviço são expressas


por desigualdades do tipo:

Solicitação de serviço S ser  Slim Solicitação limite

Sser  representa os valores dos efeitos estruturais de interesse, obtidos


com base nas combinações de serviço das ações dadas

Slim  representa os valores-limites adotados para esses efeitos,


fornecidos no Anexo C e em outras partes da NBR 8800/2008.
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MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


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Exercícios
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