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ENGENHARIA CIVIL

Adriano Luiz Kist


Juliana Martins
Leandro Tadeo Bandeira
Williann Miguel Wagner

EXECUÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL

Santa Cruz Do Sul


2018
Adriano Luiz Kist
Juliana Martins
Leandro Tadeo Bandeira
Williann Miguel Wagner

EXECUÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL

Trabalho apresentado ao Curso de


Engenharia Civil da Universidade de Santa
Cruz do Sul (UNISC) para disciplina de
Alvenaria Estrutural.

Professor: Marcus Daniel Friederich dos


Santos.

Santa Cruz Do Sul


2018
SUMÁRIO

1 QUALIDADE NA EXECUÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL................5


2 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS.........................................................6
3 EXECUÇÃO..................................................................................................7
3.1 Marcação..................................................................................................... 7
3.2 Execução da Primeira Fiada......................................................................8
3.3 Elevação da Alvenaria..............................................................................10
3.3.1 Armações...................................................................................................10
3.3.2 Amarração.................................................................................................11
3.3.3 Juntas de Argamassa...............................................................................14
3.3.3.1 Equipamentos para assentamentos dos blocos....................................16
3.3.4 Vãos........................................................................................................... 18
3.3.5 Instalações Elétricas................................................................................ 20
3.3.6 Junta de Controle..................................................................................... 22
3.3.7 Graute........................................................................................................ 23
3.3.8 Isolamento acústico................................................................................. 24
3.3.9 Cinta de Amarração..................................................................................25
3.3.10 Lajes...........................................................................................................27
3.3.10.1 Lajes de Cobertura................................................................................... 28
REFERENCIAS......................................................................................................... 30
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1 QUALIDADE NA EXECUÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL

A execução das alvenarias devera seguir fielmente as indicações do projeto,


referentes a materiais, detalhes construtivos (juntas, cintas, etc.) e processo
executivo (forma de assentamento, ferramentas, escoramentos provisórios e outros).
A execução das alvenarias deve basear-se em procedimento técnico
estabelecendo a forma de locação das paredes (ângulos, modulação dos blocos), os
detalhes de amarrações entre paredes, a forma de elevação dos cantos e marcação
das fiadas, a disposição das armaduras horizontais e verticais (emendas), a forma
de assentamento de marcos e contra marcos.
De forma geral, os controles da execução das alvenarias estruturais devem
compreender a qualidade dos componentes de alvenaria (integridade, regularidade
dimensional e resistência mecânica), controles geométricos (posicionamento de
vãos, prumo e planeza das paredes, nível, espessura e preenchimento das juntas),
bitola e disposição de armaduras verticais e horizontais, compacidade dos
grauteamentos e preenchimento das cintas, vergas e contra vergas, posicionamento
de eletrodutos e caixas de luz, pontos hidráulicos, etc.
Só devem ser empregados blocos convenientemente curados, onde a
retração inicial de secagem já se desenvolveu completamente. A fim de evitar-se
retração dos blocos nas paredes já acabadas, proveniente de sua saturação por
incidência de chuvas, recomenda-se a proteção dos estoques nos pátios das
fabricas e nos canteiros de obras.
A principal atenção devera ser dada ao controle do prumo das paredes,
espessura e nivelamento das fiadas.
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2 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS

A qualidade da alvenaria depende, em grande parte, das condições que são


dadas para sua execução. As ferramentas sugeridas tem a função de garantir a
obtenção das tolerâncias esperadas para prumo, nível, alinhamento e planicidade,
com economia e produtividade.
As ferramentas especificas para alvenaria estrutural são: andaime regulável,
bisnaga, colher meia-cana, escantilhão, fio traçador, nível alemão, paleta, régua de
prumo e nível, carrinho porta-masseira, balde para graute, gabaritos de portas e
janelas e suporte regulável para masseiras.

Figura 1 - Ferramentas e equipamentos para execução de alvenaria estrutural.

Fonte: Nonato, 2013.


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3 EXECUÇÃO

3.1 Marcação

Depois de se ter executado a fundação com as esperas de aço para elevação


da alvenaria, e concretado o piso inicial, deve-se verificar o ponto critico (de maior
elevação) da laje através do equipamento adequado, podendo ser este o nível
alemão. Deve-se também conferir as diagonais da obra (com tolerância de ± 5 mm a
cada 10m) e assim fazer a marcação do eixo das paredes. Com a localização do
ponto crítico, e com a marcação dos eixos das paredes já se pode começar a lançar
os primeiros blocos da primeira fiada.
Com a organização do pavimento com equipamentos e matérias próximo ao
local do uso, deve-se assentar os blocos estratégicos, que são blocos de cantos e
de encontros de paredes conferindo seu nivelamento com cordão esticado por
escantilhões. Para seu assentamento procura-se umedecer a superfície do
pavimento e, em caso de calor excessivo, umedecer também os blocos com a ajuda
da brocha.
A definição dos blocos estratégicos ajudará na sequencia da elevação da
alvenaria.

Figura 2- Posicionamento dos blocos estratégicos.

Fonte: disponível em: <http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos


_22.html>
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3.2 Execução da Primeira Fiada

A primeira fiada exerce um papel fundamental na resistência, nivelamento,


esquadro e planimetria das alvenarias. Qualquer erro na execução desta fiada
repercutirá nas demais, dificultando o trabalho do pedreiro e comprometendo a
qualidade da parede.
Com a utilização da linha de pedreiro fixada no topo dos blocos estratégicos,
regula-se o alinhamento e nível dos blocos, possibilitando o assentamento da
primeira fiada da parede.

Figura 3 - Primeira Fiada

Fonte: disponível em: < http://biobloctijolosecologicos.blogspot.com/p/processo-construtivo.html>


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Os principais pontos a serem conferidos na primeira fiada são:

a) Locação e conferência dos vãos para portas.


b) Checagem dos pontos a serem grauteados e assentamentos de blocos com
aberturas para vazamento do graute, abertura essa necessária para limpeza
do acumulo de massa de assentamento e inspeção da coluna de graute
verificando se todo interior do bloco foi preenchido.

Figura 4 - Nichos para inspeção da coluna de graute

c) Posicionamento dos conduítes elétricos.

Figura 5 - Posicionamento Conduítes elétricos

Fonte: Nonato, 2013.

d) Verificação geral das cotas

3.3 Elevação da Alvenaria

Nessa etapa será construída a parede de alvenaria, sendo fundamental


garantir o prumo, nível, alinhamento e planicidade da mesma. A conferencia destes
itens deve ser constante durante o processo de execução da alvenaria e deve ser
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feita pelo próprio executor, porem é recomendada ainda a fiscalização por parte dos
mestres de obras e afins.
Inicia-se a elevação de fora para dentro, ou seja, da parede externa em
direção as paredes internas, técnica conhecida como castelo.

Figura 6 - Técnica conhecida como "castelo"

Fonte: Nonato, 2013.

3.3.1 Armações

Em principio com as armações verticais já chumbadas na fundação, deve-se


passá-las nos furos dos blocos. Verifica-se nos projetos a existências de armações
horizontais que poderá ocorrer em fiadas intermediaria e de respaldo com o uso dos
blocos tipo canaletas. Em caso de continuação de armações deve-se atentar-se
para a necessidade de sobreposição das mesmas para existir a ancoragem.

Figura 7 - Armações para transpasse de armadura

3.3.2 Amarração
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Esta pode ser efetivada simplesmente com a disposição dos blocos, ou com
uso de blocos especiais fazendo com que uma parede fique “trançada” na outra
parede. Pode-se usar ainda, para reforçar tal amarração, alguns dispositivos tais
como: a tela de aço que deverá ser usada nas fiadas alternadas; ganchos
grauteados; blocos tipo jota preenchido com graute e armaduras.

 Amarração direta de paredes – padrão de ligação de paredes por


intertravamento de blocos, obtido com interpenetração alternada de 50% das
fiadas de uma parede na outra ao longo das interfaces comuns. (ABNT
15812-2-2010)
 Amarração indireta de paredes – padrão de ligação com junta vertical a
prumo em que o plano da interface comum é atravessado por armaduras
normalmente constituídas por grampos metálicos devidamente ancorados em
furos verticais adjacentes grauteados ou por telas metálicas ancoradas em
juntas de assentamento. (ABNT 15812-2:2010).

Figura 8 - Amarração da alvenaria com blocos

Figura 9 - Amarração da alvenaria

Figura 10 - Amarração da alvenaria de vedação na estrutural com telas galvanizadas

Figura 11 - Grampos para amarração da alvenaria

3.3.3 Juntas de Argamassa

A argamassa de assentamento, quando endurecida, forma a junta de


argamassa. Na alvenaria estrutural, pode ser aplicada de duas formas, uma apenas
no sentido longitudinal do bloco e a outra no sentido longitudinal e transversal do
bloco, além de juntas verticais. Muitas vezes a junta vertical é deixada em segundo
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plano pelos projetistas, mas é importante ressaltar que a mesma confere


propriedades importantes para o sistema construtivo de alvenaria estrutural.
As juntas horizontais e verticais devem ter espessuras de 10 mm, com
variação máxima permitidas de ± 3 mm.
É importante que o projetista aprove a forma de colocação da argamassa,
pois, se a opção for de filetes apenas nas paredes longitudinais dos blocos, a
resistência da esta sendo diminuída em aproximadamente 20%.
As juntas verticais devem ser preenchidas pela aplicação de dois filetes de
argamassa na parede lateral dos blocos, garantindo que cada um dos filetes tenha
espessura não inferior a 20% da largura dos blocos.

Figura 12 – Recipiente para deposito de argamassa de assentamento.

Figura 13 - Junta Horizontal de argamassa


Figura 14 - Junta seca para movimentação

3.3.3.1 Equipamentos para assentamentos dos blocos

O equipamento mais adequado é aquele no qual conseguimos controlar o


volume de argamassa consumido e de mais fácil aceitação pela mão de obra.

 Bisnaga de confeiteiro - tem a vantagem de controlar rigorosamente o volume


consumido, porem a argamassa a ser utilizada deve ser industrializada, ou
com a cura adequada da cal, quando esta for dosada em obra, para que a
consistência seja adequada para aplicação.

Figura 15 - Aplicação com bisnaga de confeiteiro

 Paleta - Ferramenta metálica, de madeira ou PVC, para colocação da


argamassa no sentido longitudinal do bloco. A paleta é uma ferramenta muito
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bem aceita pela mão de obra, mas o controle do volume de material a ser
utilizado não é tão preciso.

Figura 16 - Aplicação com paleta

 Colher meia-cana ou canaleta – com a mesma função das ferramentas


citadas anteriormente, a canaleta tem a vantagem de controlar o volume de
argamassa a ser utilizado.

Figura 17 - Aplicação com colher meia-cana / canaleta

Fonte: disponível em: < http://www.scanmetal.com.br/produtos/colher-meia-cana-400mm/>.

3.3.4 Vãos

Os vãos modulados, já previstos em projeto e marcados na etapa de


marcação através de gabaritos, deverão receber as estruturas de vergas e
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contravergas. Essas poderão ser montadas na elevação da alvenaria com o auxilio


do bloco calha com as armações e devidamente grauteados, com apoio lateral
mínimo de 30 cm para cada lado da abertura. Os batentes das portas poderão ser
fixados com buchas e parafusos, com espuma de poliuretano ou ainda com grampos
para chumbamento.

Figura 18 - Utilização de gabaritos para vãos de portas

Fonte: Nonato, 2013.

Figura 19 – Contra Verga

Figura 20 - Verga e contra verga


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Figura 21 - Nicho de inspeção em contra verga

3.3.5 Instalações Elétricas

A passagem de tubos e eletrodutos nas paredes devem ser bem definidas na


fase de projeto, porque a utilização de rasgos para as instalações é uma prática não
condizente com os princípios básicos de racionalização, apesar de ser muito
empregada pelas construtoras, mesmo utilizando o sistema construtivo em alvenaria
estrutural.
Nos processos construtivos em alvenaria estrutural devem ser impostas
severas restrições à execução de rasgos nas paredes estruturais. Em função destas
restrições e da busca constante pela racionalização, procura-se outras formas para
passagem de eletrodutos pelo interior da parede, podendo ser, também, pelo interior
de peças especiais (canaletas ou blocos especiais), ou ainda, através de dutos
criados com paredes duplas ou outros elementos denominados shafts. Esta
harmonia entre estrutura e instalações deve ocorrer fundamentalmente na fase de
projeto, limitando-se os operários das obras somente a executar o projeto integrado.
Deve-se atentar também para a locação de itens tais como caixas para
tomadas e interruptores, assentando-se os blocos pré-montados. Os eletrodutos e
dutos deveram ser colocados conforme especificação de projeto. Quadros elétricos
modulado deverá ser locados com a devida especificação, podendo neste local ter
uma redução de espessura de parede para seu recebimento.

Figura 22 - Pontos de instalações elétricas

Figura 23 – Eletrodutos de espera


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Figura 24 - Quadros de luz

3.3.6 Junta de Controle

Quando a alvenaria é muito longa, quando existe uma queda em sua altura,
quando há uma redução em sua largura, pode-se prever este tipo de elemento de
modo a evitar fissuração.

Figura 25 - Junta de Dilatação

3.3.7 Graute

Elemento que serve de consolidação entre armadura e bloco para aumentar a


resistência à compressão na alvenaria não armada e conferir aumento da resistência
à compressão e flexão nas paredes armadas. O grauteamento ajuda na estabilidade
da alvenaria e deve ser executado de tempo em tempo diante a elevação. Deve
possibilitar a visita ao seu local com furos em pé de parede para limpeza e
verificação do alcance dele na linha de execução por completo.
Para evitar que ocorram problemas durante o preenchimento dos vazados
pelo acúmulo de ar no interior dos mesmos, bem como pela segregação de material,
se faz necessário as seguintes providências:

 Bloco com abertura para inspeção na parte inferior da coluna a ser grauteada;
 Retirada do excesso de argamassa de assentamento localizado nas juntas
internas dos blocos;
 Limpeza de restos de argamassa acumulados na base a ser concretada;
 Limitação da altura em, no máximo, 6 fiadas (1,20 metros) para
grauteamento;
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 Fechamento dos furos abertos para inspeção antes do grauteamento, com


madeira ou material similar;
 Inspeção na base do furo, após a concretagem, para certificação do completo
preenchimento de graute.

Figura 26 – Recipiente para armazenamento de graute

Figura 27 - Nicho de inspeção

3.3.8 Isolamento acústico

Figura 28 - Isolamento Acústico com areia

3.3.9 Cinta de Amarração

Na finalização das paredes de um pavimento, deve ser executada uma cinta


de amarração continua, solidarizando todas as paredes. Esta cinta pode ser
executada com blocos canaletas ou canaletas “J” e canaletas “compensadoras”, de
acordo com o especificado no projeto.
Estas canaletas terão armaduras continuas, com um transpasse mínimo de
60 cm para garantir a amarração das paredes. Antes do grauteamento desta cinta, é
imprescindível verificar se todos os pontos de passagens de elétrica foram feitos
adequadamente.
A descontinuidade vertical das paredes de um andar para outro pode ser de
no máximo 10 mm.

Figura 29 - Armadura da cinta de amarração


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Figura 30 - Cinta de amarração do pavimento

3.3.10 Lajes

Há diversos tipos de lajes sendo empregados em obras de alvenaria


estrutural, mas destaca-se, a opção por lajes moldadas no local. Este tipo de laje
não é considerado industrializado, apresentando, todavia, excelente desempenho
em edifícios altos, por apresentar rigidez em todas as direções e, se
convenientemente ligada às paredes estruturais, possibilita integral acionamento
destas para absorção dos esforços laterais.

Figura 31 - Montagem da armadura para lajes

Figura 32 - Lajes pré-moldadas

3.3.10.1 Lajes de Cobertura

A fim de evitar fissuras nas paredes do ultimo pavimento, provocados pela


movimentação térmica da laje, devem ser adotados os seguintes procedimentos:

 Isolamento da ultima laje da parede de apoio com manta asfáltica,


borrachas apropriadas, neoprene, etc;
 Divisão das lajes em partes menores;
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 Previsão de beiral na laje de cobertura;


 Proteção térmica e;
 Ventilação do telhado.

Figura 33 - Manta asfáltica e EPS para isolamento da laje de cobertura com a alvenaria
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REFERENCIAS

NONATO, Luiz Fernando Costa. Alvenaria Estrutural E Suas Implicações. 2013. 74f.
Trabalho de conclusão de curso (Curso de Especialização em Engenharia Civil) –
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.

PASTRO, Rodrigo Zambotto. Alvenaria Estrutural Sistema Construtivo. 2007. 47f.


Trabalho de conclusão de curso (Curso de Graduação em Engenharia Civil) –
Universidade de São Francisco, Itatiba, 2007.

SANTOS, Marcus Daniel Friederich. Técnicas Construtivas Em Alvenaria Estrutural:


Contribuição Ao Uso. 1998. 157f. Dissertação (Curso de Pós-Graduação em
Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Maria (RS), Santa Maria, 1998.

SANTOS, Robson De Almeida. Controle Da Qualidade Da Execução Da Alvenaria


Estrutural. 2010. 68f. Trabalho de conclusão de curso (Curso de Graduação em
Engenharia Civil) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010.

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