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AULA 05 – LIGAÇÕES SOLDADAS

Prof.ª Deborah M. S. Madalozzo, MSc.


Prof. Henrique L. Rupp
Aço e Madeira – Aula 05

OBJETIVOS DA AULA

• Determinar a resistência de projeto de ligações soldadas e verificar a


segurança da ligação utilizando o Método dos Estados Limites.

Solicitação de projeto S d  Rd Resistência de projeto


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TIPOS DE SOLDAS

PROCESSOS CONSTRUTIVOS

•A solda é um tipo de união por coalescência do material, obtida por fusão


das partes adjacentes.

•As soldas mais empregadas na indústria da construção são as de energia


elétrica.

•Em geral, a fusão do aço é provocada pelo calor produzido por um arco
voltaico.

•Nos tipos mais usuais o arco voltaico se dá entre um eletrodo metálico e o


aço a soldar, havendo deposição do material do eletrodo.
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TIPOS DE SOLDAS

Soldagem a arco elétrico com eletrodo


revestido (soldagem manual a arco elétrico):

•É um processo manual de soldagem


realizado com o calor de um arco
elétrico mantido entre a extremidade
de um eletrodo metálico revestido e a
peça de trabalho.
1.Revestimento de Fluxo
2.Vareta (Alma)

•O calor produzido pelo arco elétrico 3. Gás de proteção


funde o metal, a alma do eletrodo e seu 4.Poça de fusão
revestimento de fluxo.
5.Metal base
6.Metal de solda
7.Escória solidificada
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TIPOS DE SOLDAS

Soldagem a arco elétrico com eletrodo


revestido (soldagem manual a arco elétrico):

•Os gases produzidos durante a


decomposição do revestimento e a
escória líquida protegem o metal de
solda da contaminação atmosférica
durante a solidificação.
1.Revestimento de Fluxo

•Devido à sua versatilidade de processo 2.Vareta (Alma)


e da simplicidade de seu equipamento 3. Gás de proteção
e operação, a soldagem com eletrodo
revestido é um dos mais populares 4.Poça de fusão
processos de soldagem. 5.Metal base
6.Metal de solda
7.Escória solidificada
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TIPOS DE SOLDAS
Soldagem a arco elétrico com eletrodo
revestido (soldagem manual a arco elétrico):
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TIPOS DE SOLDAS

•O material fundido deve ser isolado da atmosfera para evitar formação de


impurezas na solda.

•O isolamento pode ser feito de diversas maneiras, e, em geral, é o que


difere um tipo de soldagem de outro.
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TIPOS DE SOLDAS

• Os tipos de soldagem mais comuns são:

Soldagem com eletrodo manual revestido (Shield Metal Arc Welding – SMAW): o
revestimento é consumido juntamente com o eletrodo, transformando‐se parte
em gases inertes, parte em escória.
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TIPOS DE SOLDAS

• Os tipos de soldagem mais comuns são:

Soldagem a arco submerso (em material granular fusível) (Submerged Arc


Welding – SAW): o eletrodo é um fio metálico sem revestimento, porém o arco
voltaico e o metal fundido ficam isolados pelo material granular.
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TIPOS DE SOLDAS

• Os tipos de soldagem mais comuns são:

Soldagem a arco elétrico com proteção gasosa (Gas Metal Arc Welding –
GMAW, ou também solda MIG/MAG – Metal Inert/ Metal Active Gas): o
eletrodo é um arame sem revestimento e a proteção da poça de fusão é feita
pelo fluxo de um gás lançado pela tocha de soldagem.
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TIPOS DE SOLDAS

•A solda do eletrodo manual revestido é a mais utilizada na indústria.

•O processo apresenta enorme versatilidade, podendo ser empregado tanto


em instalações industriais pesadas quanto em pequenos serviços de campo.

•Na fabricação de estruturas metálicas soldadas, devem ser tomadas


precauções com a retração da solda após o seu resfriamento, o que pode
resultar em distorção dos perfis.
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TIPOS DE SOLDAS

TIPOS DE ELETRODOS

•Os eletrodos utilizados nas soldas por arco voltaico são varas de aço‐carbono ou
aço de baixa liga.

•Os eletrodos com revestimento são designados, segundo a ASTM, por


expressões do tipo E70XY, onde:
E = eletrodo
70 = resistência à ruptura fw da solda em ksi  1 ksi = 6,89 MPa
X = número que se refere à posição de soldagem satisfatória

Y = número que indica tipo de corrente e de revestimento do eletrodo

• Principais tipos empregados na indústria:


E60  fw= 60 ksi = 415 MPa e E70  fw= 70 ksi = 485 MPa
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TIPOS DE SOLDAS

Arco elétrico, eletrodo revestido:


http://www.youtube.com/watch?v=tHAyNbdE8yA
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TIPOS DE SOLDAS
SOLDABILIDADE DE AÇOS ESTRUTURAIS

•A soldabilidade dos aços reflete a maior ou menor facilidade de se obter uma solda
resistente e sem fraturas.

• Os aços‐carbono até 0,25%C e 0,80%Mn são soldáveis sem cuidados especiais.

•Para teores de carbono superiores a 30% é, em geral, necessário fazer um pré‐


aquecimento e um resfriamento lento, pois as soldas sem esse tratamento
apresentam ductilidade muito pequena.

• Aços de baixa liga são geralmente soldáveis.

• Para o aço A36 (MR250) utilizam‐se os eletrodos E60XX e E70XX


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TIPOS DE SOLDAS
SOLDABILIDADE DE AÇOS ESTRUTURAIS

•A NBR 8800/2008 apresenta uma


tabela com os eletrodos compatíveis
para os aços mais utilizados na
construção civil.
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TIPOS DE SOLDAS
DEFEITOS NA SOLDA

As soldas podem apresentar grande variedade de defeitos. Entre eles, pode‐se citar:

• Fraturas a frio

• Fraturas a quente

• Fusão incompleta, penetração inadequada

• Porosidade
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TIPOS DE SOLDAS
Fraturas a frio:

• O calor interno imposto no processo de solda afeta a microestrutura tanto do


metal da solda quanto do metal‐base adjacente à poça de fusão na região
conhecida como zona termicamente afetada (ZTA).

• Essa zona atinge temperaturas de fusão e após o resfriamento, sua microestrutura


fica diferente do restante do material‐base.

• Com o resfriamento rápido, devido à absorção de calor pelo metal adjacente à


solda, há a tendência de formação de microestruturas mais frágeis do que as do
aço original, e portanto mais suscetíveis à
ocorrência de fraturas sob ação mecânica
(fraturas a frio).
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TIPOS DE SOLDAS

Fraturas a quente:

ocorrem no material da solda durante a solidificação e são devidas à presença de


impurezas, em geral, enxofre e fósforo, solidificando‐se a temperaturas mais baixas
que a do aço.
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TIPOS DE SOLDAS

Fusão incompleta, penetração inadequada:

decorrem em geral da insuficiência de corrente.


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TIPOS DE SOLDAS

Porosidade:

retenção de pequenas bolhas de gás durante o resfriamento, frequentemente


causada por excesso de corrente ou distância excessiva entre eletrodo e a chapa.
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TIPOS DE SOLDAS
CLASSIFICAÇÃO DE SOLDAS DE ELETRODO QUANTO À POSIÇÃO DO MATERIAL DE SOLDA
EM RELAÇÃO AO MATERIAL BASE

Solda de Filete Solda de entalhe Solda de orifício ou tampão


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TIPOS DE SOLDAS

Solda de entalhe:
O metal de solda é colocado diretamente entre as peças metálicas, dentro de chanfros.
Os chanfros podem ser de diversas formas:
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TIPOS DE SOLDAS

Solda de entalhe:

A solda pode ser de penetração total ou parcial.


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TIPOS DE SOLDAS
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À POSIÇÃO RELATIVA DAS PEÇAS SOLDADAS
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TIPOS DE SOLDAS

SIMBOLOGIA DE SOLDA

A fim de facilitar a representação nos desenhos dos tipos e dimensões de


soldas desejados, adotou‐se uma simbologia convencional
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TIPOS DE SOLDAS

SIMBOLOGIA DE SOLDA
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TIPOS DE SOLDAS

SIMBOLOGIA DE SOLDA

S = dimensão [mm]
L = comprimento do cordão [mm]
P = passo (espaçamento entre soldas)
{ } = simbologia

• solda de filete,
• de oficina,
• ao longo das faces 1‐3 e 2‐4,
• as soldas tem 50mm de
comprimento,
• o eletrodo a ser usado é o E60.
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TIPOS DE SOLDAS

SIMBOLOGIA DE SOLDA

S = dimensão [mm]
L = comprimento do cordão [mm]
P = passo (espaçamento entre soldas)
{ } = simbologia

• solda de filete,
• de oficina,
• dimensão 8mm,
• em toda a volta
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TIPOS DE SOLDAS

SIMBOLOGIA DE SOLDA

S = dimensão [mm]
L = comprimento do cordão [mm]
P = passo (espaçamento entre soldas)
{ } = simbologia
• solda de entalhe,
• em bisel de um só lado,
• solda de campo,
• chapas de espera são indicadas em soldas de
um só lado de penetração total  com o
intuito de evitar a fuga de material de solda e a
consequente penetração inadequada. Devem
ser retiradas após a execução da solda pois
produzem concentração de tensões e podem
ocasionar fadiga.
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TIPOS DE SOLDAS

Introdução soldagem:
http://www.youtube.com/watch?v=97D5sTPeL98
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


A resistência de cálculo de soldas é determinada com base em dois estados
limites últimos:

− Ruptura da solda na seção efetiva  Verificação do Metal‐Solda

− Ruptura do metal base na face de fusão  Verificação do Metal‐Base


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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS

Observações:

• O estado de tensões nas ligações soldadas é complexo

• As normas de projeto fazem simplificações

• O estabelecimento da compatibilidade entre metal‐solda e metal‐base


(Tabela 8) garante que o metal‐solda é mais resistente que o metal‐base
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS

6.5 Elementos de ligação (NBR 8800/2008)


Subseção é aplicável ao dimensionamento de elementos de ligação, tais como:
enrijecedores, chapas de ligação, cantoneiras, consolos e todas as partes das peças
ligadas, afetadas localmente pela ligação
...
6.5.3 Elementos tracionados
A força de tração resistente de cálculo de elementos de ligação tracionados deve ser
o menor valor obtido, conforme segue:
a) para o estado‐limite último de escoamento:

b) para o estado‐limite último de ruptura:

4. Elementos comprimidos
5. Elementos submetidos a cisalhamento
...
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS

Tensões de compressão ou tração PARALELAS ao eixo da solda

• SOLDAS DE ENTALHE

Penetração total –
Não é preciso verificar a Fw,Rd
Penetração parcial –

>> Fw,Rd é a mesma do


metal base, desde que
• SOLDAS DE FILETE – seja usado metal de solda
compatível com o metal
base.
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS

Tensões de compressão ou tração PERPENDICULARES ao eixo da solda

• SOLDAS DE ENTALHE

• Penetração total  Metal‐base

• Penetração parcial
 Metal‐base

 Metal‐solda

* 0,60  incerteza da qualidade da solda e outras


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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS

CISALHAMENTO na seção efetiva de solda

• SOLDAS DE ENTALHE

• Penetração total
 Metal‐base

• Penetração parcial  Metal‐solda


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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS

• SOLDAS DE FILETE:

Esforços solicitantes em qualquer direção no plano perpendicular ao eixo


longitudinal da solda são considerados, para efeito de cálculo, como esforços
cisalhantes:

 Metal‐solda
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS

= área do metal‐base (comprimento da solda X espessura do


metal‐base menos espesso)
= tensão de escoamento do metal‐base
= 1,10 para combinações normais
= 1,35 para combinações normais
= área efetiva de solda (comprimento de solda X espessura
efetiva)
= tensão de ruptura do material da solda
= 1,25 para combinações normais
= 1,35 para combinações normais
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


ÁREA EFETIVA DE SOLDA

SOLDA DE FILETE:
São assimiladas, para efeito de cálculo, a triângulos retângulos.

Os filetes são designados pelos comprimentos de seus lados.

Por ex. filete de 8mm (b=8mm) ou filete de 6mm x 10mm (b1 = 6mm e b2=10mm)

Na maioria dos casos, os lados dos filetes são iguais.


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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


ÁREA EFETIVA DE SOLDA

SOLDA DE FILETE:

*Garganta do filete = espessura t

*Perna do filete = menor lado do filete

*Raiz = a intersecção das faces de fusão

Para lados iguais:

b = medida do lado do filete


l = comprimento total da solda
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


ÁREA EFETIVA DE SOLDA

SOLDA DE FILETE:

Dimensões mínimas:
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


ÁREA EFETIVA DE SOLDA

SOLDA DE ENTALHE:
te = espessura efetiva
l = comprimento total da solda

*penetração total

Utiliza‐se nos cálculos, a seção do metal‐base de menor espessura.

*penetração parcial
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RESISTÊNCIA DAS SOLDAS


ÁREA EFETIVA DE SOLDA
SOLDA DE ENTALHE:
Dimensões mínimas:
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Estruturas de aço: dimensionamento prático de


acordo com a NBR 8800:2008
Aço e MadeiraI – Aula 05
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Ex 1 a)

Estruturas de aço: dimensionamento prático de


acordo com a NBR 8800:2008
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Ex 1 a)
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Ex 1 b)

Estruturas de aço: dimensionamento prático de


acordo com a NBR 8800:2008
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