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1.1- DEFINIÇÃO
A soldagem a arco com eletrodo revestido é um processo que produz a coalescência entre metais
pelo aquecimento e fusão destes com um arco elétrico estabelecido entre a ponta de um eletrodo
revestido consumível e a superfície do metal de base na junta que está sendo soldada.
Soldagem com eletrodo revestido (SMAW) é a união de metais pelo aquecimento oriundo de um
arco elétrico estabelecido entre a ponta de um eletrodo revestido e a superfície do metal de base,
na junta que está sendo soldada.
O metal fundido do eletrodo é transferido através do arco elétrico até a poça de fusão do metal de
base, formando assim o metal de solda (combinação entre o metal de base e de adição em
determinadas proporções – diluição).
Uma escória líquida de densidade menor do que a do metal líquido, que é formada do
revestimento do eletrodo e das impurezas do metal de base, sobrenada a poça de fusão
protegendo-a da contaminação atmosférica. Uma vez solidificada esta escória controlará a taxa de
resfriamento do metal de solda já solidificado. O metal de adição vem da alma metálica do
eletrodo (arame) e do revestimento que em alguns casos é constituído de pó de ferro e elementos
de liga (ver Figura. 4.1).
A soldagem com eletrodo revestido é o processo de soldagem mais usado de todos que
falaremos, devido à simplicidade do equipamento, à qualidade das soldas, e do baixo custo dos
equipamentos e dos consumíveis. Ele tem grande flexibilidade e solda a maioria dos metais numa
grande faixa de espessuras. A soldagem com este processo pode ser feita em quase todos os
lugares e em condições extremas.
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Processos de Soldagem
1.3- EQUIPAMENTOS DE SOLDAGEM
Como mostrado na figura 4.2, o equipamento consiste de uma fonte de energia, cabos de ligação,
um porta eletrodo, um grampo (conector de terra), e o eletrodo.
Fonte de Energia
O suprimento de energia pode ser tanto corrente alternada (transformadores) como corrente
contínua (geradores ou retificadores) com eletrodo negativo (polaridade direta), ou corrente
contínua com eletrodo positivo (polaridade inversa), dependendo das exigências de serviço.
a) Corrente contínua – Polaridade direta (CC-): eletrodo ligado ao polo negativo. Com essa
configuração produz-se uma maior taxa de fusão do eletrodo, associada a uma menor
profundidade de penetração.
b) Corrente contínua – Polaridade inversa (CC+): eletrodo positivo e a peça negativa. Com essa
configuração, maiores penetrações e menores taxas de fusão do eletrodo são obtidas.
c) Corrente alternada (CA) – a polaridade alterna a cada inversão da corrente. Com este tipo de
configuração, a geometria do cordão, a penetração e a taxa de fusão serão intermediárias em
relação àquelas obtidas em CC+ e CC-.
Cabos de Soldagem
São usados para conectar a porta eletrodo e o grampo à fonte de energia. Eles devem ser
flexíveis para permitir fácil manipulação. Eles fazem parte do circuito de soldagem e consistem de
vários fios de cobre enrolados juntos e protegidos por um revestimento isolante e flexível
(normalmente borracha sintética). Os cabos devem ser mantidos desenrolados, quando em
operação, para evitar a queda de tensão e aumento de resistência por efeito Joule.
Porta Eletrodo
Dispositivo usado para prender mecanicamente o eletrodo revestido enquanto conduz corrente
através dele.
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Processos de Soldagem
O eletrodo, no processo de soldagem com eletrodo revestido, tem várias funções importantes. Ele
estabelece o arco e fornece o metal de adição para a solda. O revestimento do eletrodo também
tem funções importantes na soldagem. Didaticamente, podemos classifica-las em funções
elétricas, físicas e metalúrgicas.
a) Fornece gases para formação da atmosfera protetora das gotículas do metal contra a ação do
hidrogênio da atmosfera.
b) O revestimento funde e depois se solidifica sobre o cordão de solda, formando uma escória do
material não metálico que protege o cordão de solda da oxidação pela atmosfera normal,
enquanto a solda está resfriando.
Funções Metalúrgicas
a) Pode contribuir com elementos de liga, de maneira a alterar as propriedades da solda. Outros
elementos químicos são também adicionados com o propósito de escorificar impurezas,
desoxidas e etc. (Ex.: Mn, Si).
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Processos de Soldagem
Os eletrodos revestidos são classificados de acordo com especificações da AWS (American
Welding Society). Especificações comerciais para eletrodos revestidos podem ser encontradas
nas especificações AWS da série AWS A5 (Ex.: AWS A5.1).
É importante para um inspetor de soldagem lembrar que o processo de soldagem com eletrodo
revestido tem muitas variáveis a considerar. Por exemplo, ele pode ser usado numa ampla
variedade de configurações de juntas encontradas na soldagem industrial, e numa ampla
variedade de combinações de metal de base e metal de adição. Ocasionalmente, vários tipos de
eletrodos são usados para uma solda específica. Um inspetor de soldagem deve ter conhecimento
profundo sobre a especificação do consumível usada para o serviço, para saber como e quais
variáveis afetam a qualidade da solda.
O processo de soldagem com eletrodo revestido pode ser usado para soldar em todas as
posições. Ele pode ser usado para soldagem da maioria dos aços e alguns dos metais não
ferrosos, bem como para deposição de metal de adição para se obter determinadas propriedades
ou dimensões. Apresenta possibilidade de soldar metal de base numa faixa de 2mm até 200mm,
dependendo do aquecimento ou requisitos de controle da distorção e da técnica utilizada.
As peças a serem soldadas, devem estar isentas de óleo, graxa, ferrugem, tinta, resíduos do
exame por líquido penetrante, areia e fuligem do preaquecimento a gás, numa faixa de no mínimo
20mm de cada lado das bordas e desmagnetizadas.
Trinca Interlamelar – esta descontinuidade não se caracteriza como sendo uma falha do
soldador. Ocorre, quando o metal de base, não suportando tensões elevadas, geradas pela
contração da solda, na direção da espessura, trinca-se em forma de degraus, situados em
planos paralelos a direção de laminação.
Trincas na Margem e Trincas Sob cordão – são trincas, comov eremos, devidas à
fissuração a frio. Elas ocorrem em um certo tempo após a execução da solda e, portanto,
podem não ser detectadas por uma inspeção realizada imediatamente após a operação de
soldagem. Elas ocorrem, normalmente, enquanto há hidrogênio retido na solda. Como
exemplo de fontes de hidrogênio podemos citar: elevada umidade do ar, eletrodos úmidos,
superfícies sujas. Este hidrogênio aliado a uma microestrutura frágil e a um nível de tensões
residuais suficientemente elevado, contribui para o aparecimento desses tipos de trincas.
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Processos de Soldagem
A soldagem não deve ser executada na presença de chuva e vento, a não ser que a junta a ser
soldada esteja devidamente protegida.
O arco elétrico emite radiações visíveis e ultravioletas, além de projeções e gases nocivos. Por
estes motivos, o soldador deve estar devidamente protegido, utilizando filtros, luvas roupas de
proteção, vidro de segurança e executar a soldagem em locais com ventilação adequada.
A Figura 4.3 contém resumidamente, algumas das informações mais importantes sobre a
soldagem com eletrodo revestido.
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
2.1 – DEFINIÇÃO
Processo de soldagem a arco elétrico com eletrodos consumíveis, nos quais o arco elétrico e a
poça de fusão são protegidos do ambiente pelos produtos resultantes da queima de um fluxo que
é adicionado independentemente do eletrodo. Pode ser utilizado como eletrodo, arame maciço,
arame composto ou fita.
Soldagem a arco submerso (SAW) une metais pelo aquecimento e fusão destes com um arco
elétrico (ou arcos), estabelecido entre um eletrodo nu (ou vários eletrodos) e o metal de base. O
arco está submerso e coberto por uma camada de material granular fusível que é conhecido por
fluxo: portanto o regime de fusão é misto: por efeito Joule e por arco elétrico. Dispositivos
automáticos asseguram a alimentação do eletrodo (ou dos eletrodos) a uma velocidade
conveniente de tal forma que sua(s) extremidades(s) mergulhem constantemente no banho de
fluxo em fusão. A movimentação do cabeçote de soldagem em relação à peça faz progredir passo
a passo a poça de fusão que se encontra sempre coberta e protegida por uma escória que é
formada pelo fluxo fundido e impurezas. A figura 4.4 mostra este processo.
Neste processo o soldador ou o operador de solda não necessita usar um capacete ou máscara
de proteção. O profissional não pode ver o arco elétrico através do fluxo e tem dificuldade de
acertar o posicionamento do arco quando se perde o curso. Para contornar tal problema o
equipamento deve possuir um dispositivo simples de guia (mecânico ou luminoso) para orientá-lo.
Vantagens do processo:
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Processos de Soldagem
O processo de soldagem a arco submerso também solda uma faixa ampla de espessuras, e a
maioria dos aços, ferríticos e austeníticos.
A fonte de energia para a soldagem a arco submerso por ser uma das seguintes:
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Processos de Soldagem
A tendência atual é para o uso de retificadores de tensão constante ou de característica plana.
Neste tipo de equipamento, quando se aumenta a velocidade de alimentação de arame, o
equipamento aumenta a corrente de soldagem. Para se variar a energia de soldagem é
necessário ajustar a voltagem.
As fontes de energia fornecem altas correntes de trabalho. A maioria da soldagem é feita em uma
faixa de 350 a 2000A.
A soldagem com corrente contínua permite melhor controle de formato do passe de soldagem, da
profundidade de penetração e da velocidade de soldagem. A soldagem em corrente contínua
normalmente desenvolve-se com polaridade inversa (eletrodo positivo, CC+).
A corrente alternada tem a vantagem de reduzir o sopro magnético (deflexão do arco, de seu
percurso normal, devido a forças magnéticas).
Os eletrodos para soldagem a arco submerso tem usualmente composição química muito similar à
composição do metal de base.
Fluxos para soldagem a arco submerso também alteram a composição química da soldae
influenciam em suas propriedades mecânicas. As características do fluxo são similares às dos
revestimentos usados nos processos de soldagem a arco com eletrodo revestido. Os diferentes
tipos de fluxo estão listados a seguir:
Fundido;
Aglutinado;
Aglomerado;
Mecanicamente misturado.
A composição da solda é alterada por fatores como as reações químicas do metal de base com
elementos do eletrodo e do fluxo, e elementos de liga adicionados através do fluxo.
As observações seguintes são importantes para que se tenha domínio sobre a técnica da
soldagem a arco submerso:
Quanto maior a tensão (V) maior o comprimento de arco e consequentemente maior a largura
do passe;
Quanto maior o stick-out (distância entre o contato elétrico e a peça) maior a taxa de
deposição;
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Processos de Soldagem
Corrente contínua, polaridade inversa (CC+), produz menor taxa de deposição e maior
penetração.
A soldagem a arco submerso pode ser usada para muitas aplicações industriais, que incluem
fabricação de navios, fabricação de elementos estruturais, vasos de pressão, etc. O processo
pode ser usado para soldar seções finas, bem como seções espessas (5mm até acima de
200mm). O processo é usado principalmente nos aços carbono, de baixa liga e inoxidáveis. Ele
não é adequado para todos os metais e ligas. A seguir estão listadas as várias classes de metal
de base que podem ser soldados por esse processo.
A maioria da soldagem e arco submerso é feita na posição plana, com pouca aplicação na
posição horizontal em ângulo.
Soldas executadas com este processo usualmente tem boa ductilidade, anta tenacidade ao
entalhe, contém baixo hidrogênio, alta resistência à corrosão e propriedades que são, no mínimo,
iguais àquelas que são encontradas no metal de base.
Por este processo pode-se executar soldas de topo, em ângulo, de tampão, e também realizar
deposições superficiais no metal de base (revestimento). Na soldagem de juntas de topo com raiz
aberta, um cobre-junta é utilizado para suportar o metal fundido. Na soldagem de revestimento
para prover de propriedades desejadas uma superfície, por exemplo, resistência a corrosão ou
erosão, o metal de adição usado é normalmente uma fita.
A taxa de deposição pode variar de 5,0kg/h, usando processos semiautomáticos, até um máximo
aproximado de 85kg/h, quando se usam processos automáticos com vários arcos conjugados.
No que se refere à limpeza, qualquer resíduo de contaminação não removido pode redundar em
porosidade e inclusões. Portanto, prevalecem, para a soldagem a arco submerso, todas as
recomendações feitas para a soldagem com eletrodo revestido, quais sejam:
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Processos de Soldagem
As peças a serem soldadas devem estar isentas de óleo, graxa, ferrugem, resíduos do exame
por líquido penetrante, areia e fuligem do preaquecimento a gás, numa faixa de no mínimo
20mm de cada lado das bordas, e desmagnetizadas.
Os depósitos de carbono, escória e cobre resultantes do corte com eletrodo de carvão devem
ser removidos.
Na soldagem a arco submerso, a exemplo da soldagem com eletrodo revestido, pode ocorrer
quase todo tipo de descontinuidade, pelo menos as mais comuns. Vejamos alguns aspectos
principais:
Falta de Fusão – pode ocorrer no caso de um cordão espesso executado em um único passe
ou em soldagens muito rápidas, ou seja, nos casos de baixa energia de soldagem.
Porosidade – ocorre com frequência, tendo como causas principais a alta velocidade de
avanço da máquina e o resfriamento rápido da solda. São bolhas de gás retidas sob a escória.
Podemos eliminar a porosidade mudando a granulação (finos em menor quantidade) ou a
composição do fluxo. Outros meios de evitar porosidades são: limpeza adequada da junta,
diminuição da velocidade de avanço da máquina, utilização de arames com maior teor de
desoxidantes e altura do fluxo adequada.
A soldagem a arco submerso pode produzir fumaças e gases tóxicos. É sempre conveniente
cuidar para que exista uma ventilação adequada do local de soldagem, especialmente no caso de
áreas confinadas.
A figura 4.6 contém, resumidamente, algumas informações importantes sobre a soldagem a arco
submerso.
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3.1 – DEFINIÇÃO
Processo de soldagem a arco elétrico com eletrodo não consumível de tungstênio ou liga de
tungstênio sob uma proteção gasosa de gás inerte ou misturas de gases inertes. Pode ou não ser
utilizado material de adição.
Soldagem TIG é a união de metais pelo aquecimento e fusão destes com um arco elétrico
estabelecido entre um eletrodo não consumível de tungstênio puro ou de ligas a base de
tungstênio, e a peça.
A proteção durante a soldagem é conseguida com um gás inerte ou mistura de gases inertes que
também tem a função de transmitir a corrente elétrica quando ionizados durante o processo. A
soldagem pode ser feita com ou sem metal de adição (solda autógena). Quando é feita com metal
de adição, ele não é transferido através do arco, mas é fundido pelo arco, não fazendo portanto
parte do circuito elétrico de soldagem.
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Processos de Soldagem
A área do arco protegida da contaminação atmosférica pelo gás de proteção, que fui do bico da
pistola. O gás remove o ar, eliminando a contaminação do metal fundido e do eletrodo de
tungstênio aquecido pelo nitrogênio e oxigênio presentes na atmosfera. Há pouco ou nenhum
salpico e fumaça. A cama da solda é suave e uniforme, requerendo pouco ou nenhum
acabamento posterior.
A soldagem TIG pode ser usada para executar soldas de alta qualidade na maioria dos metais e
ligas. Não há nenhuma escória e o processo pode ser usado em todas as posições. Este processo
é o mais lento dos processos manuais.
A soldagem TIG é usualmente um processo manual, mas pode ser mecanizado e até mesmo
automatizado. O equipamento necessita ter:
Um porta eletrodo com passagem de gás e um bico para direcionar o gás protetor ao redor do
arco e um mecanismo de garra para conter e energizar um eletrodo de tungstênio,
denominado pistola;
Um suprimento de gás de proteção;
Um fluxímetro e regulador-redutor de pressão do gás;
Uma fonte de energia, com características volt-ampere idênticas ao do eletrodo revestido;
Uma fonte de alta frequência;
Um suprimento de água de refrigeração, se a pistola for refrigerada a água.
As variáveis que mais afetam este processo são as variáveis elétricas (corrente, tensão e
características da fonte de energia). Elas afetam na quantidade, distribuição e no controle de calor
produzido pelo arco e também desempenham um papel importante na sua estabilidade e,
finalmente, na remoção de óxidos refratários da superfície de alguns metais leves e suas ligas.
A adição de tório e zircônio ao tungstênio, permite a este, emitir elétrons mais facilmente quando
aquecido.
Uma ampla variedade de metais e ligas estão disponíveis para utilização, como metais de adição
no processo de soldagem TIG.
Os metais de adição, se utilizados, normalmente são similares ao metal que está sendo soldado.
Os gases de proteção mais comumente usados para soldagem TIG são argônio, hélio ou uma
mistura destes dois gases. O argônio é muitas vezes preferido em relação ao hélio porque
apresenta várias vantagens, como:
Por outro lado, o uso do hélio, como gás de proteção, resulta em uma tensão de arco mais alta
para um dado comprimento de arco e corrente em relação a argônio, produzindo mais calor, e,
assim, é mais efetivo para a soldagem de materiais espessos (especialmente metais de alta
condutividade, tal como alumínio). Entretanto, visto que a densidade do hélio é menor que a do
argônio, usualmente são necessárias maiores vazões de gás para se obter um arco mais estável
e uma proteção adequada da poça de fusão, durante a soldagem na posição plana.
A soldagem TIG é um processo bastante adequado para espessuras finas devido ao excelente
controle da poça de fusão (arco elétrico). O processo pode ser aplicado em locais que não
necessitam de metal de adição.
Este processo pode também unir paredes espessas de chapas e tubos de aço e de ligas
metálicas. É usado tanto para soldagem de metais ferrosos como de não ferrosos. Os passes de
raiz de tubulações de aço carbono e aço inoxidável, especialmente aquelas de aplicações críticas,
são frequentemente soldadas pelo processo TIG.
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Processos de Soldagem
Embora a soldagem TIG tenha um alto custo inicial e baixa produtividade, estes são compensados
pela possibilidade de se soldar muitos tipos de metais, de espessuras e em posições não
possíveis por outros processos, bem como pela obtenção de soldas de alta qualidade e
resistência.
A soldagem TIG possibilita soldar alumínio, magnésio, titânio, cobre e aços inoxidáveis, como
também metais de soldagem difícil e outros de soldagem relativamente fácil, como os aços
carbono.
Alguns metais podem ser soldados em todas as posições, dependendo da corrente de soldagem e
da habilidade do soldador.
A corrente usada na soldagem TIG pode ser alternada ou continua. Com a corrente contínua
pode-se usar polaridade direta ou inversa. Entretanto, visto que a polaridade direta produz o
mínimo de aquecimento no eletrodo e o máximo de aquecimento no metal de base, eletrodos
menores podem ser usados, obtendo-se profundidade de penetração ainda maior do que a
aobtida com polaridade inversa ou com corrente alternada.
Quando se deseja baixa penetração, deve-se optar pela situação que leva ao aquecimento
mínimo do metal de base, usando-se a polaridade inversa ou corrente alternada. Na soldagem de
alumínio, a corrente utilizada é alternada, sendo necessário um dispositivo de alta frequência que,
normalmente, está embutido no equipamento.
A despeito das vantagens citadas, é conveniente lembrar que a soldagem TIG, para ser bem
sucedida, requer uma excepcional limpeza das juntas a serem soldadas e um treinamento extenso
do soldador.
Uma consideração que deve ter em mente é o ângulo do cone da ponta do eletrodo de tungstênio,
pois a conicidade afeta a penetração da solda. No entanto, esta preparação só ocorre para
soldagem com corrente contínua polaridade direta.
Se a curvatura da extremidade do eletrodo for diminuída (ponta mais aguda), a largura do cordão
tende a aumentar e a penetração diminui. A ponta tornando-se aguda demais, a densidade de
corrente elétrica aumenta e a extremidade deste pode atingir temperaturas superiores ao ponto de
fusão do eletrodo, quando então irá se desprender do eletrodo e fazer parte da poça de fusão,
constituindo após sua solidificação numa inclusão de tungstênio no metal de solda (inclusão
metálica).
A faixa de espessura para soldagem TIG (dependendo do tipo de corrente, tamanho do eletrodo,
diâmetro do arame, metal de base e gás escolhido) vai de 0,1.mm a 50mm. Quando a espessura
excede 5mm, precauções devem ser tomadas para controlar o aumento de temperatura, na
soldagem multipasse. A taxa de deposição, dependendo dos mesmos fatores listados para
espessura, pode variar de 0,2 a 1,3 kg/h.
A preparação e limpeza das juntas para a soldagem TIG requerem todos os cuidados exigidos
para a soldagem com eletrodo revestido e mais:
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Processos de Soldagem
A limpeza do chanfro e bordas deve ser ao metal brilhante, numa faixa de 10mm, pelos lados
interno e externo.
Quando de deposição da raiz da solda deve ser empregada a proteção, por meio de gás
inerte, pelo outro lado da peça. A este gás injetado na raiz da junta, chamados de Purga. Para
os aços carbono não é necessária a proteção.
Na soldagem TIG a quantidade de radiação ultravioleta liberada é bastante grande. Partes da pele
diretamente expostas a tais radiações queimam-se rapidamente, o que exige precauções: a
proteção da vista é fundamental. Outro aspecto dessas radiações é sua capacidade de decompor
solventes, com a liberação de gases bastante tóxicos. Daí, em ambientes confinados, deve cuidar
para que não haja solventes nas imediações.
A Figura 4.9 contém, resumidamente, algumas informações importantes sobre a soldagem TIG.
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
4 – SOLDAGEM MIG/MAG (GAS METAL ARC WELDING – GMAW)
4.1 – DEFINIÇÃO
Processo de soldagem a arco elétrico com eletrodo consumível sob proteção gasosa, que utiliza
como eletrodo um arame maciço e como proteção gasosa um gás inerte (MIG), um gás ativo
(MAG), ou mistura de gases.
o Argônio
o Hélio
o Argônio + 1% de O2
o Argônio + 3% de O2
o Argônio + (até) 15% de O2
Processo MAG (METAL ACTIVE GAS): injeção de gás ativo ou mistura de gases que perdem
a características de inertes, quando em parte do metal de base é oxidado.
o CO2
o CO2 + 5 a 10% de O2
o Argônio + 15 a 30% de CO2
o Argônio + 5 a 15 % de O2
o Argônio + 25 a 30% de N2
Escórias formadas nos processos de soldagem com eletrodo revestido e soldagem a arco
submerso, não são formadas no processo de soldagem MIG/MAG, porque nesses processos não
se usa fluxo. Entretanto, um filme vítreo (que tem o aspecto de vidro) de sílica se forma de
eletrodos no alto silício, o qual deve ser tratado como escória.
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Processos de Soldagem
O processo de soldagem MIG/MAG pode também ser usado para aplicação de revestimento
superficial.
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Processos de Soldagem
O equipamento de soldagem MIG/MAG consiste de uma pistola de soldagem, uma fonte de
energia, um suprimento de gás de proteção, e um sistema de acionamento de arame. A Figura
4.11 mostra o equipamento básico necessário para o processo de soldagem MIG/MAG.
A pistola contém um tubo de contato para transmitir a corrente de soldagem para o eletrodo e um
bocal de gás para direcionar o gás de proteção às redondezas do arco e da poça de fusão. O
alimentador de arame é composto por um motor pequeno de corrente contínua e de uma roda
motriz.
A operação de soldagem se inicia quando a ponta do arame mantém contato com a peça e é
acionado o gatilho de ignição da pistola. Nesse instante, três eventos ocorrem: (a) o arame é
energizado; (b) o arame avança; (c) o gás flui, devido a abertura do solenoide. Pode-se então,
iniciar o deslocamento da pistola para a soldagem.
A maioria das aplicações da soldagem MIG/MAG requer energia com corrente contínua e
polaridade inversa. Nesta situação tem-se um arco mais estável, transferência estável, salpico
baixo e cordão de solda de boas características. Corrente contínua polaridade direta não é usada
frequentemente, e corrente alternada nunca é utilizada para este processo.
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Processos de Soldagem
Na soldagem com eletrodos consumíveis, como na soldagem MIG/MAG, o metal fundido na ponta
do arame tem de ser transferido para a poça de fusão. Os principais fatores que influenciam na
transferência são:
Há quatro modos de transferência do metal de adição fundido da ponta do arame para a poça de
fusão, a saber:
Por transferência globular – ocorre com uma baixa corrente em relação à bitola do eletrodo.
O metal se transfere do eletrodo para a peça como glóbulos, cada um maior em diâmetro que
o eletrodo. Os glóbulos se transferem para a poça sem muita direção e o aparecimento de
salpico é bem evidente.
Por transferência por spray ou por pulverização axial – ocorre com correntes altas. O
metal de adição fundido se transfere através do arco como gotículas finas. Com a
transferência por spray a taxa de deposição pode chegar até 10 kg/h. Entretanto, essa taxa de
deposição restringe o método à posição plana devido a grande quantidade de material
depositado e a fluidez da poça de fusão.
Por transferência por curto circuito – a fusão inicia-se globularmente e a gota vai
aumentando de tamanho até tocar a poça de fusão, produzindo um curto circuito e extinguindo
o arco. Sob a ação de determinadas forças, a gota é transferida para a peça. Este processo
permite a soldagem em todas as posições e é um processo com energia relativamente baixa,
o que restringe seu uso para espessuras maiores.
Por soldagem a arco pulsante – mantém um arco de corrente baixa como elemento de fundo
e injeta sobre essa corrente baixa, pulsos de alta corrente. A transferência do metal de adição
é pelo jato de gotículas durante esses pulsos. Esta característica da corrente de soldagem faz
com que a energia de soldagem seja menor, o que torna possível a soldagem na posição
vertical pelo uso de arames de diâmetros grandes.
Para se obter este modo de transferência deve-se utilizar fontes de energia especiais, capazes
de fornecerem correntes pulsadas com períodos de pulsos controláveis.
A maior parte da soldagem MIG/MAG por spray é feita na posição plana. As soldagens MIG/MAG
por arco pulsante e por transferência por curto circuito são adequadas para soldagem em todas as
posições. Quando a soldagem é feita na posição sobre-cabeça, são usados eletrodos de
diâmetros pequenos com o método de transferência por curto circuito. A transferência por spray
pode ser usada com corrente contínua pulsada.
Os eletrodos para soldagem MIG/MAG são similares ou idênticos na composição àqueles dos
outros processos de soldagem que utilizam eletrodos nus, sendo que, para o caso específico da
soldagem MAG, contém elementos desoxidantes tais como silício e manganês em percentuais
determinados.
Como uma regra, as composições do eletrodo e do metal de base devem ser tão similares quanto
possível, sendo que, especificamente para o processo MAG, deve ser levado em conta o
acréscimo de elementos desoxidantes. Para se ter maiores informações sobre os eletrodos,
consultar as especificações AWS A 5.9, A 5.18 e A 5.28.
Por atmosfera ativa entende-se a injeção de gás de proteção ativo, isto é, com capacidade de
oxidar o metal durante a soldagem. Para facilitar o raciocínio sobre os fenômenos envolvidos,
tomemos, como exemplo, a injeção de dióxido de carbono (CO2), ver Figura 4.12.
FeO + C Fe + CO
Pode ocorrer que não haja tempo para a saída do monóxido de carbono (CO), da poça de fusão, o
que provocará poros ou porosidade no metal de solda.
Na atmosfera ativa:
o CO2 CO + ½ O2
o Fe + ½ O2 FeO
É sempre conveniente atentarmos para os seguintes detalhes na soldagem com atmosfera ativa
(processo MAG e todos os outros com atmosfera ativa):
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Processos de Soldagem
Falta de Fusão – pode ocorrer na soldagem MIG/MAG com transferência por curto circuito.
Ocorre também com transferência por spray ou pulverização axial quando utilizamos baixas
correntes. Excessiva velocidade de soldagem é outro motivo da falta de fusão.
Falta de Penetração – sua ocorrência é mais provável com a transferência por curto circuito.
Lascas, Dobras, Duplas laminações e Trinca Interlamelar – podem vir à tona ou surgir em
soldas com alto grau de restrição.
Poros e porosidade – como já vimos, poros e porosidade são causados por gás retido na
solda. Na soldagem MIG/MAG verifica-se o seguinte mecanismo: o gás de proteção, injetado
sem a observância de determinados requisitos técnicos, pode deslocar a atmosfera que o
envolve, a qual contém oxigênio e nitrogênio. O oxigênio e nitrogênio da atmosfera podem
dissolver-se na poça de fusão, dando origem a poros e porosidade no metal de solda.
Trincas – podem ocorrer trincas em soldagem com técnica deficiente, como, por exemplo, uso
de metal de adição inadequado.
A figura 4.13 contém, resumidamente, algumas das informações mais importantes sobre a
soldagem MIG/MAG.
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
5 – SOLDAGEM A ARCO COM ARAME TUBULAR (FLUX CORED ARC WELDING-FCAW)
5.1 – DEFINIÇÃO
Processo de soldagem a arco que produz a coalescência de metais pelo aquecimento destes com
um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico tubular, contínuo, consumível e o metal
de base. A proteção do arco e do cordão é feita por um fluxo de soldagem contido dentro do
eletrodo, que pode ser suplementado por uma proteção gasosa adicional fornecida por uma fonte
externa.
A soldagem com arame tubular foi desenvolvida visando unir as vantagens do processo MIGIMAG
(semi-automático ou automático) com as do processo com eletrodo revestido (revestimento fusível
formador de gases protetores, escória, elementos de liga, etc.). Deste modo o arame eletrodo
maciço foi substituído por outro, composto de um arame tubular com alma de fluxo fusível,
semelhante ao utilizado no arco submerso.
Autoprotegido - onde a proteção do arco e da poça de fusão é feita unicamente pela queima
do fluxo em pó, contido no núcleo do arame.
Proteção adicional de gás - onde, além dos gases gerados pelo fluxo, é utilizado um gás
adicional para a proteção, que flui pelo mesmo bocal de onde emerge o arame tubular. Os
gases normalmente utilizados são:
-C02
-Ar+ 2% de O2
- Ar + 18 a 25% de CO2
A escória formada sobre o metal de solda possui as mesmas funções metalúrgicas daquelas vista
anteriormente nos processos de soldagem com eletrodo revestido e arco submerso (ver itens 1 e
2 deste módulo); aliada a estas funções, a escória promove um ótimo acabamento.
Pela utilização de arames de maior diâmetro e faixas mais altas de corrente elétrica têm-se, em
comparação com o processo MIG/MAG, elevadas taxas de deposição, juntamente com boa
penetração e velocidades de soldagem altas.
Assim como os arames maciços, utilizados nos processos MIG/MAG, o arame tubular também é
embalado numa forma contínua (bobinado); por esta razão, eles podem ser empregados tanto em
processos semi-automáticos como em processos automáticos. Em ambos os processos, o arame
tubular é alimentado automaticamente através de uma pistola. No processo semi-automático, o
soldador controla a inclinação e a distância da pistola à peça, bem como a velocidade de
deslocamento e a manipulação do arco.
As figuras 15 (a) e 15 (b) mostram o funcionamento do processo de soldagem com arame tubular.
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Processos de Soldagem
o equipamento para o processo com arame tubular é bastante próximo do utilizado no processo
MIG/MAG. Porem deve ser feitas as seguintes ressalvas:
33
Processos de Soldagem
As pistolas, em casos onde a intensidade de corrente seja elevada, são, usualmente
refrigeradas com água ou ar;
No processo autoprotegido o sistema de gás de proteção é inexistente.
A Figura 4.15 mostra, esquematicamente, um equipamento para soldagem com arame tubular.
As transferências metálicas no processo arame tubular, além de serem em função dos parâmetros
de soldagem empregados, são também em função do gás ou mistura gasosa utilizada. Neste
processo têm-se os seguintes tipos de transferências:
Por spray ou pulverização: ocorre quando são estabelecidas altas intensidades de correntes
e altas tensões do arco em relação a um determinado diâmetro de arame. Dentre os gases ou
misturas gasosas utilizadas, apenas o Argônio e as misturas gasosas de Argônio com teor de
CO2 variando entre 8 e 15%, permitem produzir este tipo de transferência metálica. Por
produzir uma elevada taxa de deposição, a transferência por spray restringe-se apenas à
posição plana. Um problema gerado por este tipo de transferência metálica é a possibilidade
de ocorrência de falta de fusão, devido ao jato metálico ser dirigido para regiões que não
tenham sido suficientemente aquecidas.
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Processos de Soldagem
Por arco pulsante: é uma transferência tipo spray sintético, obtida pela pulsação da corrente
entre dois níveis pré-estabelecidos: uma corrente de base, baixa o suficiente para manter
estável o arco elétrico e resfriar a poça de fusão e uma corrente de pico, superior a corrente
de transição globular – spray. Por este motivo a energia de soldagem é baixa, facilitando a
soldagem com arames de grandes diâmetros fora da posição plana.
Eletrodos – são arames tubulares ocos com alma formada por um fluxo fusível de baixo teor
de hidrogênio. Quando o gás protetor for de natureza ativa, devem estar presentes na
composição química do eletrodo elementos desoxidantes, tais como o Mn e o Si. No caso dos
arames autoprotegidos, existe na composição química do fluxo a presença do Al.
As especificações AWS A5.20 e A5.29 classificam arames tubulares para aços C-Mn e baixa
liga respectivamente. Para aços inoxidáveis são utilizados arames classificados pela AWS
A5.22.
A soldagem com arame tubular tem como principal característica a elevada taxa de deposição.
Além disso, a solda possui boa qualidade decorrente dos benefícios metalúrgicos provenientes
do fluxo. Estes fatores justificam a vasta aplicação nas diversas áreas da indústria.
Um cuidado especial deve ser tomado pelo soldador durante a remoção da escória formada
sobre cada passe depositado, a fim de evitar inclusões na junta soldada.
Falta de penetração – também ligada à transferência por curto-circuito, podendo ainda surgir
por preparação inadequada do chanfro ou erro na configuração da junta escolhida pelo
projeto.
O processo de soldagem com arame tubular gera uma grande quantidade de fumaça. Deste modo
o ambiente deverá ter boa aeração, preferencialmente através de exaustores.
A figura 4.16 contém um resumo das principais informações sobre o processo arame tubular.
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
O processo de soldagem por Eletroescória não é um processo de soldagem a arco, pois nele o
arco somente é usado apenas para dar início a soldagem.
A resistência da escória fundida à passagem dessa corrente é justamente o que gera o calor
necessário para a soldagem (efeito Joule), sendo este suficiente para fundir o eletrodo e as faces
do chanfro. O eletrodo fundido (e tubo guia, se é usado) e o metal de base fundido formam o
metal de solda abaixo do banho de escória fundida. A Figura 4.17 mostra esquematicamente este
processo.
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Processos de Soldagem
Fonte de energia.
Alimentador de arame e oscilador.
Tubo guia e eletrodo
Deslocador (não precisa se o guia é consumível).
Sapata de retenção (sapata de moldagem).
Controles de soldagem.
Cabos de conexão elétrica.
Isolantes.
Há necessidade de se colocar uma chapa apêndice para o início da soldagem, pois o processo,
na sua fase inicial, é instável, com consequentes prejuízos a qualidade da solda. Este apêndice é
descartado posteriormente. Para o avanço vertical da soldagem, usam-se sapatas de retenção,
que podem ser refrigeradas a água. (Ver Figura 4.18)
As sapatas de retenção servem para conter tanto o metal de solda fundido como o fluxo fundido. A
superfície da solda é moldada pelo contorno ou formato das sapatas, enquanto a poça de fusão
se move para cima na junta. Conforme vai ocorrendo a solidificação, impurezas metálicas flutuam
para cima do metal fundido através da escória.
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Processos de Soldagem
A corrente de soldagem e a taxa de alimentação do eletrodo podem ser tratadas como uma só
variável, porque uma varia em função da outra. Se a velocidade de alimentação do eletrodo é
aumentada, a corrente de soldagem e a taxa de deposição são também aumentadas. Como a
corrente de soldagem é aumentada, a profundidade da poça de fusão também é aumentada.
A tensão de soldagem é uma outra variável que precisa ser levada em consideração. A tensão
tem efeito maior na profundidade de fusão no metal de base e também na estabilidade de
operação do processo. Aumentando-se a tensão, aumenta a profundidade de fusão* e a largura
da poça de fusão e também aumenta o fator de forma (relação largura/profundidade) e, como
resultado, a possibilidade de ocorrência de trinca é menor. Se a tensão é baixa pode ocorrer um
curto circuito entre o eletrodo e a poça de fusão. Se a tensão é alta demais, podem ocorrer
respingos de solda ou aberturas de arco no topo da escória fundida.
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Processos de Soldagem
6.3 – TIPOS E FUNÇÕES DOS CONSUMÍVEIS – ELETRODOS E FLUXOS
A composição da solda é determinada pelo metal de base e pelo metal de adição. A composição
do fluxo também é importante, visto que ele determina a boa operação do processo. Os fluxos
podem ser feitos de vários materiais, tais como óxidos complexos de silício, manganês, titânio,
cálcio, magnésio e alumínio. Características especiais desejadas para a solda são alcançadas
pela mudança ou variação da composição do fluxo.
É necessária apenas uma pequena quantidade de fluxo para a soldagem. Um banho de escória
de 40 a 50mm de profundidade é usualmente requerido de maneira que o eletrodo consiga
permanecer no banho e fundir-se debaixo da superfície.
A soldagem eletroescória é um processo de aplicação limitado, usado apenas para fazer soldas
verticais em espessuras médias de aços carbono, de baixa liga, de alta resistência, de médio
carbono, e de alguns aços inoxidáveis. O processo se aplica melhor a espessuras acima de
20mm. Embora a habilidade manual não seja requerida, o conhecimento da técnica é necessário
para operar o equipamento.
Alta taxa de deposição e boa qualidade de solda, com relação a exames não-destrutivos, faz
desse processo desejável para seções espessas encontradas em inúmeras aplicações
industriais, tais como: maquinarias pesadas, vasos de pressão, navios e fundidos grandes.
A soldagem num único passe é também uma grande desvantagem desse processo. O
deslocamento da fonte de calor, por ser suficientemente lenta, acarreta superaquecimento do
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Processos de Soldagem
metal de base, permitindo o crescimento exagerado dos grãos na zona afetada termicamente.
Como resultado, as propriedades mecânicas da junta soldada, sobretudo a tenacidade sofre
degradação. A fragilidade da solda, assim obtida, necessita, para ser corrigida, de um tratamento
térmico posterior a soldagem – a normalização.
Soldas feitas com o processo de soldagem eletroescória sob condições de operação adequadas
são de alta qualidade e livres de descontinuidades. Descontinuidades podem aparecer, porém se
não for seguido um processo de soldagem adequado.
Falta de Fusão – soldas de chapas espessas, nas quais o calor é distribuído por oscilação do
eletrodo, podem apresentar falta de fusão na parte central ou perto das sapatas. O efeito de
resfriamento das sapatas pode impedir a fusão do metal de base próximo a superfície em que
a sapata está apoiada. A indicação resultante assemelha-se com uma mordedura.
Podem ocorrer também num início de soldagem com temperatura abaixo da necessária.
Porosidade – quando ocorre, é grosseira e do tipo vermiforme, podendo ser causada por
pedaço de abesto úmido utilizado como vedação entre a sapata de retenção e a peça a ser
soldada, fluxo contaminado ou úmido, eletrodo, tubo guia ou material para início de soldagem
úmidos.
Sobreposição – pode ocorrer se as sapatas não forem bem ajustadas às chapas, permitindo
o vazamento de material fundido.
Trinca Intermelar – não tem sido observada na soldagem eletroescória de juntas de topo, por
que não se registram tensões no sentido da espessura das chapas do metal de base.
Trincas – devido à fissuração a frio, não são encontradas na soldagem eletroescória. Isso,
devido ao ciclo lento de aquecimento resfriamento da junta, inerente ao processo. Já as
trincas causadas pela fissuração a quente são comuns na soldagem eletroescória,
principalmente no caso de soldas com alto grau de restrição, devido à granulação grosseira da
junta soldada. Essas trincas propagam-se ao longo dos contornos de grãos.
A Figura 4.20 contém, resumidamente, algumas das informações mais importantes sobre a
soldagem por eletroescória.
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
sapatas de retenção. Um arco elétrico se inicia entre o eletrodo e uma chapa situada na parte
inferior da junta.
O calor do arco funde as faces do chanfro e o eletrodo que é alimentado de maneira contínua. O
metal fundido proveniente do metal de adição e do metal de base fundido forma uma poça de
fusão abaixo do arco e se solidifica.
O eletrodo pode oscilar horizontalmente através da junta, principalmente em juntas mais espessas
de maneira a distribuir mais uniformemente o calor e o metal de adição.
A medida que a solda se solidifica, uma ou ambas as sapatas se movem para cima junto com o
cabeçote de soldagem, de modo a dar continuidade à solda. A deposição é feita através de
movimento oscilatório na posição plana de soldagem com progressão na direção vertical.
Num sistema típico de soldagem eletrogás, os componentes essenciais, com exceção da fonte de
energia, são incorporados num único conjunto (cabeçote de soldagem) que se move verticalmente
para cima, acompanhado a progressão da soldagem. Dispositivos de controle para fluxo de água,
pressão horizontal nas sapatas retentoras, oscilação da pistola de soldagem, alimentador de
arame, e movimento vertical são similares aos usados no processo de soldagem com
eletroescória.
Fonte de energia
A fonte de energia pode ser tanto do tipo tensão constante como do tipo corrente constante.
Quando uma unidade de tensão constante é utilizada, o deslocamento vertical pode ser
controlado manualmente ou por dispositivo, tal como uma célula foto-elétrica, que detecta a altura
da subida da poça de fusão. Com fonte de energia tipo tensão variável (corrente constante), o
deslocamento vertical pode ser controlado pela variação do arco elétrico.
Alimentador de arame
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Processos de Soldagem
É similar ao utilizado nos processos de soldagem automática MIG/MAG e com arame tubular. O
alimentador deve ser capaz de suprir o eletrodo a altas velocidades e de endireitar o arame,
tornando sua extremidade reta.
Pistola de Soldagem
A pistola de soldagem para soldagem eletrogás efetua as mesmas funções daquelas das
soldagens MIG/MAG e com arame tubular. Ela guia o eletrodo para a posição desejada na
abertura da junta e transmite a corrente de soldagem para o eletrodo, e, em algumas aplicações,
ela fornece gás de proteção ao redor do eletrodo e do arco. A energia é transmitida pelo bico de
contato.
Sapatas de retenção
Tal como na soldagem por eletroescória, sapatas são usadas para reter a poça de fusão.
Usualmente, ambas as sapatas movem-se para coma com a progressão da soldagem. Em
algumas soldagens uma das sapatas pode ser um cobre-junta estacionário. Para prevenir que a
poça de fusão incorpore o cobre das sapatas, estas são refrigeradas a água para não se fundirem.
Os dois tipos de eletrodos são usados comercialmente. A especificação AWS A 5.26 cobre os
requisitos desses eletrodos para a soldagem de aços carbono e de baixa liga.
Para soldagem de aço com arame tubular, o CO 2 é o gás de proteção normalmente usado. A
mistura de 80% de argônio e 20% de CO 2 é normalmente usada para soldagem de aço com
eletrodos sólidos.
Alguns eletrodos tubulares são do tipo auto-protegido. Quando fundidos, os fluxos geram uma
proteção gasosa para proteger o metal de adição e metal de solda fundido.
A soldagem eletrogás é usada para a união de chapas espessas que devem ser soldadas na
posição vertical ou que podem ser posicionadas verticalmente para a soldagem. A soldagem é
feita usualmente num só passe.
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Processos de Soldagem
A viabilidade econômica depende da espessura da chapa e do comprimento da junta. O processo
é usado principalmente para a soldagem de aços carbono e aços liga, mas também é aplicável a
aços inoxidáveis austeníticos, e outros metais e ligas que são soldáveis pelos processos
MIG/MAG. A espessura do metal de base pode variar numa faixa de 10 a 100 mm. Usualmente,
quando a espessura é superior a 75 mm, o processo de soldagem eletro escória é mais
recomendado que o processo eletrogás.
Quanto maior a junta a ser soldada, maior é a eficiência deste processo. Para soldagem de
campo, por exemplo, juntas verticais de tanques de armazenamento de grande porte, o processo
Neste processo, o calor do arco elétrico deve ser aplicado uniformemente através da junta com
chapas de 30 a 100 mm de espessura; a pistola de soldagem é oscilada horizontalmente sobre a
poça de fusão para realizar uma deposição uniforme do metal e a fusão completa de ambas as
partes da raiz. A oscilação horizontal não é usualmente necessária para chapas menores que
300mm de espessura.
Soldas feitas com processo de soldagem eletrogás sob condições normais de operação resultam
em soldas de alta qualidade e livres de descontinuidades prejudiciais. Entretanto, soldagens feitas
em condições anormais podem resultar em soldas defeituosas.
Inclusões de Escória
Porosidade
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Processos de Soldagem
Eletrodos tubulares contem elementos desoxidantes e desidratantes na alma. Uma combinação
do gás de proteção e compostos formadores de escória da alma do eletrodo, usualmente produz
uma solda são, livre de porosidades. Contudo, se algo interfere com cobertura do gás de
proteção, podem resultar porosidades.
Outras causas da porosidade podem ser correntes excessivas de ar, vazamento de água nas
sapatas de retenção e eletrodo ou gás de proteção contaminado.
Quando a porosidade é encontrada, ela usualmente começa perto das margens da solda e corre
em direção ao eixo da solidificação.
Trincas
Se trincas ocorrem, elas são usualmente do tipo trincas a quente. As trincas se formam a altas
temperaturas junto com, ou imediatamente após, a solidificação. Elas estão localizadas próximo
ao centro da solda.
- a alta taxa de deposição deste processo implica em alto risco de falta de fusão, e
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Processos de Soldagem
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Processos de Soldagem
8.1 – DEFINIÇÃO
Conjunto de processos de soldagem por fusão nos quais o aquecimento é produzido pela chama
resultante de uma mistura entre um gás combustível e oxigênio (comburente).
A soldagem a gás é todo processo que utiliza um gás combustível combinado com oxigênio para
efetuar a união de metais. A fonte de calor, sendo uma chama, é menos potente que o arco
elétrico. O aquecimento da peça exige um tempo maior, permanecendo a peça por mais tempo
em altas temperaturas.
A soldagem pode ser realizada com ou sem pressão, e com ou sem metal de adição. A Figura
4.23 mostra esquematicamente este processo.
O equipamento necessário para este processo varia muito, dependendo da aplicação e do tipo de
combustível usado. O equipamento básico é mostrado na Figura 4.24. Este consiste de cilindros
de gás combustível e cilindros de oxigênio com reguladores para cada mangueira e de maçarico
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Processos de Soldagem
de soldagem. O maçarico desempenha a função de misturador do gás combustível com o
oxigênio para prover o tipo de chama adequado a soldagem. Este, além da conexão de mangueira
e de um manipulador, contém válvulas de oxigênio e gás combustível para regulagem da mistura.
Há uma grande variedade de gases disponíveis para soldagem e corte a gás. Normalmente, o
acetileno é o preferido para a soldagem. Acetileno (C 2H2) é um hidrocarboneto que contém uma
porcentagem maior de carbono em peso do que qualquer outro gás hidrocarboneto combustível.
O acetileno é um gás incolor e é mais leve do que o ar. Quando gasoso é instável, se sua
temperatura excede 780ºC ou sua pressão manométrica sobe acima de 2kgf/cm 2. Uma
decomposição explosiva pode resultar mesmo não estando presente o oxigênio. Por esta razão,
deve-se manusear cuidadosamente o acetileno.
O metal de adição para soldagem a gás é da classificação RG (vareta, gás), sem nenhuma
exigência química específica. Um fluxo de soldagem é também requerido para alguns metais a fim
de manter a limpeza do metal de base na área da solda, e para ajudar na remoção de filmes de
óxidos da superfície.
Varetas de soldagem com várias composições química são disponíveis para soldagem de muitos
metais ferrosos. A vareta é normalmente selecionada de modo a se conseguir propriedades
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Processos de Soldagem
desejadas na solda. As varetas são classificadas na especificação AWS A 4.2 com base em sua
resistência mecânica.
Cone (ou dardo) – de cor azulada, onde ocorre uma combustão incompleta, também dita
combustão primária:
C2H2 + O2 2CO + H2
Penacho – região mais comprida, que envolve o cone, e onde a combustão se completa.
Nesta região ocorrem as combustões secundárias segundo as equações:
2CO + O2 2CO2
H2 + ½ O2 H2O
Chama redutora – quando a < 1, isto é, temos maior quantidade de acetileno. Da combustão
incompleta, no cone, resultará um excesso de hidrogênio e de carbono livre (C 2H2 + O2 2CO
+ H2 + C), aumentando o teor de carbono do metal de solda. No caso da chama redutora, nela
aparece uma terceira região, sem nome, entre o cone e o penacho e de luminosidade
característica e intensa.
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A soldagem a gás é normalmente aplicada aos aços carbono, aços liga e ferros fundidos. Na
indústria do petróleo é utilizada na soldagem de tubos de pequeno diâmetro e espessura, e na
soldagem de revestimento resistente à brasão. Pode, porém, ser utilizada na soldagem de outros
materiais variando-se a técnica, preaquecimento, tratamento térmico e uso de fluxos.
É relativamente barato;
Altamente portátil;
Soldagem possível em todas as posições;
O equipamento é versátil: capacidade de ser usado para várias outras operações, como
brasagem, corte a chama, fonte de calor para preaquecimento, etc;
Pode ser usado para soldar espessuras finas e médias.
Neste processo, o projeto da junta é uma variável importante que deve ser levada em
consideração. Maior abertura da raiz de certas juntas é necessária para permitir penetração total.
Inclusões de escória – ocorre normalmente com a chama oxidante; às vezes com a chama
normal. A manipulação inadequada do metal de adição também pode provocar inclusões de
escória.
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Processos de Soldagem
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A tabela 4.1, a seguir, indica as descontinuidades mais usuais que podem ser encontradas, em
função do processo de soldagem utilizado.
10 – PROCESSOS DE CORTE
O corte é uma operação que antecede a soldagem. Um processo de corte é o que separa ou
remove metais.
10.1 – OXICORTE
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Processos de Soldagem
(Fe2O3 – FeO – Fe3O4), tendo porto de fusão menor que o do metal, fundem-se e escoam. Com o
escoamento dos óxidos, boa quantidade do metal é oxidado e o processo continua.
O maçarico de corte associa a ação de um jato de oxigênio com uma chama oxicombustível de
aquecimento. Esse jato de oxigênio de elevada pureza e de alta velocidade, provoca a reação de
combustão, e a abertura de um rasgo na peça pela movimentação conveniente do maçarico
(sangria de corte).
Este processo não é aplicado a aços que contém elementos de liga que produzam óxidos
refratários.
10.1.1 – EQUIPAMENTOS
Uma estação de trabalho deve ter no mínimo os seguintes equipamentos para execução do
processo:
Deformação – o aquecimento localizado da peça sem que a mesma tenha liberdade total para
expandir-se, da origem a tensões e deformações. Como regra geral, para aumentar a
liberação de expansão, o corte deve iniciar-se e prosseguir o máximo possível sempre pelo
lado mais próximo à bordas das peças que apresenta menor rigidez, ver exemplo na Figura
4.27.
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Processos de Soldagem
Modificações químicas e metalúrgicas – a região de corte é submetida a altas temperaturas
em um meio químico bastante oxidante. Constatamos aí um enriquecimento de carbono como
resultado da oxidação preferencial do ferro.
A seleção de gases combustíveis que deve ser considerada para escolher o combustível de
preaquecimento é baseada em inúmeras considerações, tais como disponibilidade do gás, custo e
tranquilidade de manuseio com respeito à segurança.
Acetileno
Metil acetileno – propadieno;
Gás natural;
Propano;
Propileno;
Gasolina.
Cada um desses gases tem característica inerentes que devem ser consideradas para a aplicação
do processo.
Acetileno
É largamente usado como um gás combustível para oxi-corte e também para soldagem. Suas
principais vantagens: são disponíveis, chama de temperatura alta e familiaridade dos usuários
com as características da chama.
Uma outra vantagem de operação é que o tempo de preaquecimento é uma pequena fração do
tempo total de corte, o que é importante quando se faz pequenos cortes.
Este gás é muito similar em suas características ao acetileno, porém requer cerca de dois
volumes de oxigênio para um volume de combustível para uma chama neutra de preaquecimento,
enquanto que o acetileno necessita de apenas um volume de oxigênio. Assim, o custo do oxigênio
será maior quando o gás metil acetileno-propadieno é usado em lugar do acetileno. Para ser
competitivo, o custo deste gás deverá ser menor que o do acetileno.
O gás MPS tem uma vantagem sobre o acetileno para corte debaixo da água em grandes
profundidades.
Gás natural
A composição do gás natural depende da sua fonte. Seu principal componente é o metano.
Quando o metano queima com oxigênio, a reação química é:
Um volume de metano requer dois volumes de oxigênio para uma combustão completa. A
temperatura da chama com gás natural é menor que a da chama com acetileno. Ela também é
mais difusa e menos intensa.
Devido à temperatura da chama ser mais baixa, o que resulta em baixa eficiência de aquecimento,
grandes quantidades de gás natural e oxigênio são requeridas para produzir a mesma taxa de
aquecimento obtida com oxiacetileno. Geralmente, são necessários maiores tempos de
preaquecimento com gás natural que com acetileno.
Para competir com o acetileno, o custo e disponibilidade de gás natural e de oxigênio, o alto
consumo de gás e o tempo longo de preaquecimento devem ser considerados.
Propano
O propano é usado regularmente para corte devido à sua disponibilidade e ao seu poder calorífico
ser muito maior que o do gás natural. Para uma combustão apropriada durante o corte, o propano
requer 4 a 4,5 vezes seu volume em oxigênio de preaquecimento. Este requisito é parcialmente
compensado pelo seu alto poder calorífico. Ele é estocado em forma líquida e é facilmente
transportável para o serviço.
Propileno
Este gás compete com o MPS para quase todos os serviços em que se usa gás combustível. É
similar ao propano em muitos aspectos, mas tem uma chama de temperatura maior. Um volume
63
Processos de Soldagem
de propileno requer cerca de 2,6 volumes de oxigênio para se obter uma chama neutra. O bico de
corte é similar ao utilizado para o MPS.
Gasolina
A gasolina é usada como combustível utilizando-se maçarico de corte e bico de projeto específico
para este fim. A chama é altamente oxidante e, portanto, apropriada apenas para utilização em
cortes. A chama de alta temperatura permite cortar aço com espessura de até 360 mm. A gasolina
é armazenada num recipiente pressurizado no estado líquido, porém vaporiza no bico do maçarico
antes de entrar em combustão.
É um processo de corte a arco em que os metais a serem cortados são fundidos pelo calor de um
arco entre o eletrodo e a peça. Um jato de ar comprimido remove o metal fundido. Normalmente é
um processo manual usado em todas as posições, mas pode ser também operado
automaticamente.
O processo pode ser usado em aços e alguns metais não ferrosos. É comumente usado para
goivagem de soldas, para reparos de defeitos de soldas e reparo de fundidos. O processo requer
uma habilidade de cortes relativamente alta.
Na goivagem de soldas é necessário proceder a uma limpeza posterior, para remoção do carbono
depositado. Normalmente, a limpeza por esmerilhamento é satisfatória. A Figura 4.29 mostra as
principais características do corte com eletrodo de carvão.
O corte a plasma usa o calor de um arco de plasma (aproximadamente 14.000ºC) para cortar
qualquer metal ferroso ou não-ferroso.
É um processo de corte que separa metais pela fusão de uma área localizada sob um arco
constrito e a remoção do material fundido com um jato (de alta velocidade) de gás ionizado quente
saindo de um orifício. Pode ser usado em corte manual com um maçarico portátil ou em corte
mecanizado utilizando-se máquinas extremamente precisas, com dispositivos de traçagem
especiais. É usado para corte de aços e metais não ferrosos numa faixa de espessura de fina a
média. É indicado no corte de peças que contém elementos de ligas que produzem óxidos
refratários, por exemplo, aços inoxidáveis e alumínios. O processo requer um menor grau de
habilidade do operador, em relação ao requerido para o oxicorte, com exceção do equipamento
para corte manual, que é muito mais complexo.
O processo de corte a plasma usa um arco constrito atirado entre um eletrodo resfriado a água e a
peça. O orifício que restringe o arco também é refrigerado a água. A corrente utilizada é a corrente
contínua, eletrodo negativo.
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