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Objetivos do capítulo
Apresentar os principais tipos de TECNOLOGIA GERAL DE
SOLDAGEM A ARCO
processos de soldagem a arco elétrico;
• Eletrodos
Apresentar os principais tipos de
• Proteção do arco
eletrodos; • O fluxo
Apresentar os principais tipos de • Fontes de energia de soldagem a arco
revestimento.
MIG/MAG
• Vantagens e desvantagens
• Equipamentos
• Fonte de soldagem
• Gases de proteção
TIG
• Definições do processo
• Tipos de eletrodo para o processo
TIG
• Equipamentos de soldagem
• Parâmetros operacionais
6.1.1 Eletrodos
Os eletrodos utilizados em processos de soldagem a arco elétrico podem ser classificados como
consumíveis e não consumíveis. Os eletrodos consumíveis são os responsáveis por fornecer o mate-
rial de adição na poça de fusão em soldagem a arco.
Os eletrodos geralmente são encontrados comercialmente em duas formas principais, que são as
varetas, ou simplesmente eletrodos, e o arame.
As varetas de solda possuem, geralmente, um
comprimento de aproximadamente 450 mm. O
maior problema de usar eletrodos consumíveis
em forma de vareta está nas operações de sol-
dagem em grande escala, pois o eletrodo deve
ser trocado periodicamente, em um intervalo de
tempo relativamente curto, reduzindo o tempo
de duração do arco elétrico e, consequentemen-
te, aumentando o tempo de produção.
Eletrodo
E XX (X) Y Z
Refere-se à posição de soldagem
(1 = todas as posição, 2 = horizontal e
plana, 3 = plana, 4 = plana, sobrecabeça,
horizontal, vertical descendente)
Os eletrodos revestidos, quando saem de fábrica, possuem um código impresso em seu cor-
po, determinando suas aplicações.
Os eletrodos considerados como não consumíveis são fabricados com tungstênio, que pos-
suem alto ponto de fusão em relação ao aço e, portanto, não se fundem facilmente.
Mesmo sendo considerado não consumível, esse eletrodo é gradualmente desgastado, por
conta da vaporização.
6.1.3 O fluxo
O fluxo é um material utilizado em processos de soldagem, com a finalidade de prevenir a for-
mação de óxidos e outros contaminantes indesejáveis na poça de fusão, ou dissolvê-los para me-
lhor facilitar sua remoção. Durante o processo de soldagem por arco elétrico, o fluxo se funde,
formando uma poça líquida, protegendo o metal de solda que está sendo fundido.
A escória gerada pelo fluxo endurece na superfície do cordão de solda após o resfriamento,
sendo removida por escovação ou leves batidas com um pequeno martelo.
Geralmente, o fluxo possui várias funções adicionais, como:
• Proporcionar uma atmosfera para proteger a poça de fusão.
• Estabilizar o arco.
• Reduzir os respingos.
A forma de aplicação do fluxo varia para cada processo, sendo que as técnicas de liberação do
fluxo podem incluir:
• Despejo de fluxo granular sobre a operação de soldagem.
• Utilização de vareta de solda revestida com o material de fluxo.
• Utilização de eletrodos tubulares, nos quais o fluxo está contido no interior e é liberado à me-
dida que o consumo do eletrodo acontece.
CURIOSIDADE:
No final da década de 1950, em plena guerra fria, a antiga União Soviética, atual
Rússia, desenvolveu um novo tipo de solda a arco elétrico, denominada eletroes-
cória, que acelerou os processos de soldagem de seus submarinos.
Eletrodo consumível
Direção da soldagem
Escória
Metal de
solda fundido
Metal de solda
solidificado Metal
base
A vareta, que é o metal a ser depositado na poça de fusão, deve ser compatível com o metal
base da junta a ser soldada, geralmente com composição muito próxima.
Os revestimentos costumam ser de celulose em pó, que pode ser misturada com carbone-
tos, óxidos e outros ingredientes, e, em seguida, são unidos por um aglomerante de silicato.
Também são incluídos pós-metálicos com a finalidade de aumentar o metal de adição e adi-
cionar elementos de liga, melhorando, assim, as características mecânicas da junta soldada.
O revestimento é fundido por conta do calor do processo, formando uma atmosfera prote-
tora e uma escória, com a finalidade de proteger o cordão de solda (GROOVER, 2016).
A operação de soldagem a arco elétrico com eletrodos revestidos é, geralmente, realizada
de forma manual e é muito utilizada em construções estruturais de pontes metálicas, bem
como em tubulações e construção de máquinas de grande porte, ou em manutenção de má-
quinas e equipamentos industriais.
A) B)
6.3 MIG/MAG
Nos processos de soldagem com gás de proteção, ou GMAW (Gas Metal Arc Welding), mais co-
nhecidos como MIG (Metal Inert Gas) e MAG (Metal Active Gas), um arco elétrico é aberto entre uma
peça e um eletrodo consumível em forma de arame.
O arco funde o eletrodo arame de forma contínua, alimentando a poça de fusão, que passa a ser
protegida da atmosfera por meio de um fluxo de um ou mais gases, que podem ser ativos ou inertes.
Os diâmetros dos eletrodos arames podem variar de 0,8 mm a 6,5 mm, dependendo da chapa
a ser soldada e a taxa de deposição desejada, sendo o arame alimentado, de forma contínua e
automática, na poça de fusão, por uma pistola de soldagem, conforme podemos ver na Fig. 5.
Direção da soldagem
Bocal
Gás de proteção
Metal de solda
fundido
Metal de solda
solidificado Metal base
6.3.2 Equipamentos
Os equipamentos utilizados no processo MIG e MAG são os mesmos, uma vez que é apenas o
tipo de gás que diferencia os processos. Esses equipamentos podem ser usados de forma manual,
mais fáceis de serem instalados, ou automáticos.
A Fig. 6 mostra um equipamento para soldagem MIG, com a tocha.
Figura 7. Tocha para solda MIG. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 2018.
Geralmente, os sistemas de refrigeração são adicionados nas tochas, para facilitar as operações
de soldagem, sendo que, nas operações mais severas, nas quais são utilizadas correntes mais al-
tas, é possível usar uma tocha mais robusta
A alimentação do eletrodo arame se dá por um motor, e sua principal função é puxar o arame
do carretel, para alimentar o arco de soldagem. Esse sistema é capaz de controlar a velocidade de
aplicação do arame, durante o processo, adequando a quantidade de metal de adição, conforme
a aplicação desejada, por meio de um sinal que é enviado pelo acionamento do gatilho da tocha.
A soldagem automática, é utilizada quando a peça, geralmente de grande porte, pode ser trans-
portada de maneira fácil e segura até o local de soldagem, ou quando o processo a ser executado
justifica dispositivos especiais de fixação, como no caso de peças seriadas.
6.4 TIG
A soldagem a arco elétrico com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa é um processo
que utiliza um eletrodo não consumível, conhecido pela sigla TIG (Tungsten Inert Gas), e pode
ser realizado com ou sem metal de adição.
Direção da soldagem
Bocal do gás
Gás de proteção
Metal de solda
Metal de solda fundido
solidificado
Metal base
CURIOSIDADE:
O processo de soldagem TIG foi introduzido na indústria aeronáutica militar nos
E.U.A, na década de 1930, com a finalidade de soldar o alumínio e suas ligas.
Figura 9. Eletrodos para o processo TIG. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 2018.
PARÂMETRO VALOR
Proposta de Atividade
Agora é hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu neste capítulo! Faça uma com-
paração entre os principais processos de soldagem, escrevendo um resumo, destacando as
principais ideias abordadas ao longo do capítulo.
Recapitulando
Nesse capítulo, mostramos os principais processos de soldagem a arco elétrico são o
SMAW, o MIG/MAG e o TIG. Os processos de soldagem de peças metálicas utilizam equipa-
mentos específicos, como geradores e transformadores, para a fabricação de peças seriadas
na indústria em geral, ou em construções estruturais de grande porte.
Falamos bastante sobre os eletrodos, utilizados no processo de soldagem podem ser con-
sumíveis e não consumíveis, com ou sem revestimento, e são normalizados por associações
como a AWS.
Foi explicado sobre os códigos dos eletrodos utilizados pelo processo SMAW, que determi-
nam suas aplicações e os eletrodos não consumíveis de tungstênio do processo TIG.
Já os eletrodos arame, utilizados no processo de solda MIG, são fabricados pelo processo
de trefilação e utilizados nos processos de soldagem na fabricação de bicicletas, por exemplo.
Os revestimentos dos eletrodos podem conter materiais para melhorar o processo e as ca-
racterísticas físicas das peças soldadas. Falamos, também, que os parâmetros de regulagem
das máquinas dependem dos processos, dos tipos de corrente utilizadas, dos eletrodos e das
taxas de deposição.
E, para finalizar, não utilizamos o processo MIG em campo aberto, pois o vento afasta o gás
de proteção e os cilindros de gás são difíceis de serem transportados
Ficamos por aqui.
Bons estudos!