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UNIDADE I

Processos construtivos
tracidionais e industrializados

Parte 2

Prof. Esp. Marcondes Ayres Crocia


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

01
Construção civil como indústria
Panorama geral da construção
como setor industrial

Sistemas construtivos tradicionais e

02
industrializados
Metogologias construtivas usuais em
contraste com metodologias sistematizadas

03
Light Steel Frame e Wood Frame
Paineis como solução de
produtividade no canteiro de obras

04
Estruturas pré-fabricadas
Estruturas pré-fabricadas como solução
de produtividade no canteiro de obras

05
Sistemas construtivos leves
O uso de EPS e Drywall como
soluções construtivas ágeis e flexíveis
Construção civil como
indústria Sistemas tradicionais
Sobre o que iremos

Análise do meio da construção civil como Metodologias construtivas usuais, mas


conversar hoje

setor de produtividade a nível industrial atrasadas em relação ao panorama mundial

Sistemas
Sistemas construtivos industrializados
Categorização dos diversos sistemas Metodologias construtivas sistematizadas
construtivos disponíveis no mercado usuais e alternativas
brasileiro
Light Steel Frame
& Wood Frame

03
Light Steel Frame & Wood Frame 5

Anteriormente, estudamos a aplicação dos princípios de Lean Construction


para tornar uma metodologia construtiva em algo com produtividade industrial e,
literalmente, mais enxuto.
Nos itens que se seguem, iremos discutir a possibilidade de construirmos de
maneira mais industrializada utilizando metodologias alternativas aos “bons e
velhos” concreto armado e alvenaria cerâmica.
Neste item iremos discutir as metodologias LSF – Light Steel Frame e WF –
Wood Frame.
Light Steel Frame 6

O Steel Framing é uma metodologia industrializada de montagem de peças em


aço para se estruturar uma construção.
Uma vez que os componentes estruturais são produzidos em chapas de aço
finas, confere-se uma relativa leveza à estrutura, mantendo-se uma elevada
resistência mecânica ao conjunto.
Todo o material a ser utilizado é pré-dimensionado e é enviado pronto para a
obra ou em tamanho padrão para ser adequado in loco com um mínimo de
desperdício.
Light Steel Frame 7

Por ser um material estrutural flexível quanto à forma e de elevada resistência


aos diversos esforços internos, o LSF permite receber uma grande variedade de
acabamentos e revestimentos, o que dá grande liberdade criativa ao arquiteto e
capacidade resolutiva ao engenheiro.
Light Steel Frame 8

Geralmente a fundação dos


sistemas de Alvenaria Estrutural, LSF
e WF são do tipo radier. Utilizada
para promover uma distribuição
homogênea do carregamento sobre
o solo e evitando recalques pontuais
relevantes na estrutura.
Light Steel Frame 9

Geralmente a fundação dos sistemas de Alvenaria Estrutural, LSF e WF são do


tipo radier.
Light Steel Frame 10

A literatura subdivide os métodos básicos de execução de LSF em três tipos


principais:

Método tradicional ou Stick-Built

Caracterizado pelo menor nível de pré-fabricação. Nele os painéis e peças são


montados e adequados in loco, o que facilita o transporte e manuseio de peças no
canteiro de obras, e torna desnecessário o uso de maquinário pesado.
Light Steel Frame 11

A literatura subdivide os métodos básicos de execução de LSF em três tipos


principais:

Método de construção em painéis ou Panelized

Caracterizado pelo uso de painéis pré-fabricados que podem vir para a obra já
com revestimento e isolamento aplicados, ou não.
Nesse caso há um maior controle de qualidade e menor desperdício, uma vez
que os elementos são fabricados industrialmente e apenas montados in loco.
Light Steel Frame 12

A literatura subdivide os métodos básicos de execução de LSF em três tipos


principais:

Método modular

Caracterizado pelo maior nível de pré-fabricação. Nele toda a estrutura é


entregue em obra montada, sendo apenas alocada na fundação por meio do
suporte de maquinário pesado.
Light Steel Frame 13

Em ambos os casos, costuma-se


ligar a estrutura de LSF às
fundações por meio de parafusos e
solda.
Faz-se necessário um cuidado
especial com a limpeza dessas
ligações e com as conferências de
prumo e nivelamento.
Light Steel Frame 14
Light Steel Frame 15

Em relação aos fechamentos, pode-


se utilizar placas cimentícias, placas de
OSB (Oriented Strand Board) e até
mesmo placas de Drywall, desde que
seja feito tratamento para garantir
estanqueidade e impermeabilização.
Light Steel Frame 16

Na cobertura podem ser


empregadas estruturas de LSF
ou de madeira, ficando a
critério do construtor e do
cliente escolher o tipo de telha
ou chapa a ser utilizada.
Light Steel Frame 17

Vantagens e Desvantagens

• Não sofre perda de produtividade no período de chuvas

• Superestrutura leve e menor sobrecarga das fundações

• Os materiais empregados dificultam a propagação de incêndio

• Os materiais empregados são resistentes a pragas e corrosão

• Sistema construtivo sustentável (reciclagem e geração de RCD)

• Velocidade de execução e suas consequências positivas


Light Steel Frame 18

Vantagens e Desvantagens

• Falta de mão de obra especializada

• Limitações construtivas quanto ao peso dos acabamentos, equipamentos


instalados nas paredes e quanto ao número de pavimentos
• Custo elevado e volátil do aço

• Impossibilidade de remoção de paredes estruturais


Wood Frame 19

É a metodologia construtiva mais


comum nos EUA, segundo Molina e
Junior (2010).
Diferencia-se do LSF basicamente
por empregar madeira reflorestada
como elemento fundamental da
estrutura.
Wood Frame 20

Em relação ao LSF, o WF apresenta um custo inicial de construção mais


elevado devido ao fato de se utilizar perfis de madeira reflorestada, sendo
obrigado o uso desse tipo de madeira no Brasil e sendo a madeira de Pinus a mais
comum entre elas.
Em geral a metodologia construtiva do LSF é bastante semelhante à do WF,
diferenciando-se quanto a:

Fundação Cuidados
Ligações Normatização
mais usual especiais
Wood Frame 21

Por ser uma metodologia construtiva comum em países de clima temperado,


normalmente o WF é associado a uma fundação do tipo Basement Wall, a qual
permite um maior isolamento térmico da edificação.

Não descartamos a
possibilidade de uso
de radier ou sapatas.
Wood Frame 22

O uso de Basement Wall obriga


o construtor a ter uma série de
cuidados quanto ao efeito de
empuxo e à impermeabilização.
Nesse caso, podem ser
empregados diversos tipos de
estrutura na sua composição.
Wood Frame 23

Diferente do que acontece no LSF, no WF comumente se empregam


ligações mistas, isto é, feitas entre madeira e metal.

Desse modo, as ligações podem ser


feitas tanto por colagem, entalhe, encaixe
ou cavilhas (madeira-madeira), quanto por
pregos, parafusos e chapas metálicas
(madeira-metal).
Wood Frame 24

Com relação aos cuidados especiais citados anteriormente, ao se empregar


o WF, o construtor fica obrigado a aplicar tratamento antifúngico e proteções
contra pragas e infiltrações nos elementos estruturais e de fechamento.
Em estruturas puramente de madeira, deve-se prezar pelo uso de madeiras
rígidas e provenientes do cerne da matéria prima para elementos estruturais.
No caso de placas de fechamento e do WF pode-se utilizar madeiras de
alburno, por terem grande capacidade de absorver os tratamentos químicos
de proteção.
Wood Frame 25

Em relação à normatização, a ABNT NBR 7190 (1997) está relativamente


defasada, em processo de revisão e não contempla o Wood Frame em seu
escopo. Como complemento às lacunas da norma brasileira, pode-se utilizar,
além dela:
• Eurocode 5 (EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION, 2003)

• NBR 15575 (ABNT, 2013)

• SINAT 005 (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017)


Wood Frame 26

Vantagens e Desvantagens

• Não sofre perda de produtividade no período de chuvas

• Superestrutura leve e menor sobrecarga das fundações

• Os materiais empregados dificultam a propagação de incêndio

• Os materiais empregados são provenientes de reflorestamento

• Geração de RCD controlada ( assim como no LSF )

• Velocidade de execução e suas consequências positivas


Wood Frame 27

Vantagens e Desvantagens
• Falta de mão de obra especializada

• Limitações construtivas quanto ao tamanho dos elementos estruturais,


ao peso instalado nas paredes e quanto ao número de pavimentos

• Custo elevado das madeiras reflorestadas e de demolição de boa qualidade

• Impossibilidade de remoção de paredes estruturais

• Suscetibilidade a pragas e infestações


Estruturas Pré-fabricadas
& Pré- moldadas

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Pré-fabricados e Pré-moldados 29

Uma das opções mais palpáveis e usuais dentre as metodologias construtivas


racionalizadas é o concreto pré-moldado ou CPM.

Este se apresenta como uma


das formas industrializadas da
tradicional construção com
estruturas em concreto armado
e se destaca pela:
Controle
Agilidade Tecnológico
Pré-fabricados e Pré-moldados 30

Nesse item, iremos estudar as estruturas de CPM sob quatro óticas:

• CPM (concreto pré-moldado) e CPF (concreto pré-fabricado)


• Apresentar a metodologia executiva do CPM e suas nuances
• Apresentar como é feito o controle tecnológico e de qualidade
• Apresentar em que situações o CPM se adequa
Pré-fabricados e Pré-moldados 31

CPM (concreto pré-moldado) e CPF (concreto pré-fabricado)

CPM (concreto pré-moldado) e CPF (concreto pré-fabricado) basicamente


se diferenciam pelo local de fabricação e o controle tecnológico das peças.
A NBR 9062 (ABNT, 2017) conceitua CPF como aquele com maior grau de
controle e CPM com menor, sendo fabricado in loco, sem uma estrutura fabril
adequada a uma produção a nível industrial.
Na prática, é comum que CPF e CPM sejam chamados de pré-moldado,
uma vez os moldados in loco não são fabricados para comercialização.
Pré-fabricados e Pré-moldados 32

CPM (concreto pré-moldado) e CPF (concreto pré-fabricado)

Os tipos de concreto pré-


moldado são diferenciados
com base nos quesitos da
tabela a seguir:
Pré-fabricados e Pré-moldados 33

Metodologia executiva do Concreto Pré-moldado

A execução de elementos pré-moldados se dá de forma bem diferente


daquela feita no caso do concreto armado convencional.
Aqui faz-se um processo chamado Tilt-up, que consiste em alocar, erguer
as peças de CPM, posicioná-las e fixa-las.
Uma vez que as peças são içadas, o cálculo de dimensionamento das
mesmas deve considerar tal processo, além do carregamento solicitante da
estrutura final.
Pré-fabricados e Pré-moldados 34

Metodologia executiva do Concreto Pré-moldado

Afim de atender às solicitações decorrentes do içamento, as peças


contam com dispositivos auxiliares integrados ao concreto e sua armadura.
Pré-fabricados e Pré-moldados 35

Metodologia executiva do Concreto Pré-moldado

Afim de atender às solicitações decorrentes do içamento, as peças


contam com dispositivos auxiliares integrados ao concreto e sua armadura.
Pré-fabricados e Pré-moldados 36

Metodologia executiva do Concreto Pré-moldado

O método construtivo tilt-up


é feito da seguinte maneira:
Pré-fabricados e Pré-moldados 37

Controle tecnológico do Concreto Pré-moldado e Adequação do CPM à obra

Nesse momento, iremos levantar as seguintes discussões a serem


analisadas pela turma:
I. Que soluções em termos de fôrma, aditivos, tipos de concreto e
disposição de canteiro podemos aplicar para garantir maior controle de
qualidade e menor desperdício na fabricação de pré-moldados?
Pré-fabricados e Pré-moldados 38

Controle tecnológico do Concreto Pré-moldado e Adequação do CPM à obra

Nesse momento, iremos levantar as seguintes discussões a serem


analisadas pela turma:
II. A que tipo de obra/cliente uma estrutura pré-moldada mais se adequa?
Considere que a tributação sobre esse produto é mais alta que a
referente ao concreto convencional e aos insumos envolvidos na sua
execução, o que torna seu custo inicial mais alto.
Sistemas
construtivos leves

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Sistemas construtivos leves 40

Agora é com vocês!


Sistemas construtivos leves 41

Para finalizar o conteúdo de sistemas construtivos


tradicionais e industrializados, propõe-se uma atividade
avaliativa em duas etapas:
• 1ª Etapa: Apresentação em grupo
• 2ª Etapa: Roda de discussão com avaliação individual
Sistemas construtivos leves 42

• 1ª Etapa: Apresentação em grupo


Nessa etapa dividiremos os alunos em grupos para
apresentar a turma um dos três temas a seguir:
• Lajes Bubbledeck
• Painéis de Drywall (Construção à seco)
• Painéis de EPS Monolítico
Sistemas construtivos leves 43

• 1ª Etapa: Apresentação em grupo


A apresentação dos temas deve contemplar:
• Breve histórico a nível nacional e mundial
• Matérias-primas envolvidas
• Processo executivo da metodologia construtiva
• Fornecedores a nível regional e nacional (mínimo de 5)
• Referências bibliográficas
Sistemas construtivos leves 44

• 2ª Etapa: Roda de discussão com avaliação individual


Durante as apresentações, os alunos deverão elaborar
questionamento acerca do tema apresentado.
Cada aluno irá elaborar uma pergunta para ser feita durante a
roda de discussão. Da mesma forma, cada aluno irá responder a
uma única questão.
Sistemas construtivos leves 45

• 2ª Etapa: Roda de discussão com avaliação individual


Durante a etapa de roda de discussão, os alunos serão
sorteados para definir a ordem em que irão fazer as perguntas,
devendo o aluno que responder, fazer a próxima pergunta.
Não é permitido que o aluno direcione a pergunta ao aluno
que o fez a pergunta.
BIBLIOGRAFIA
• AZEREDO, H. P.: O edifício até a sua cobertura. São Paulo: Edgard
Blücher, 1997.
• BORGES, A. C.: Prática das pequenas construções. São Paulo:
Edgard Blücher, 2000.
• CICHINELLI, Gisele C. BIM. Construção Mercado: Negócios de
Incorporação e Construção, [s.l.], v. 127, 2012.
• OLIVEIRA, Otavio J. Curso Básico de Gestão da Qualidade. São
Paulo: Cengage Learning, 2014.
• PACHECO, P. M. S. Tecnologia das Construções I. 1ª Ed. Editora e
Distribuidora S.A.: Londrina, SP. 2018.
• PACHECO, P. M. S. Tecnologia das Construções II. 1ª Ed. Londrina,
SP: S.A., 2018.
• YAZIGI, W.: A Técnica de edificar. São Paulo: Pini, 2003.
Obrigado!
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