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RESUMO
Com sistemas construtivos artesanais e caracterizados pelo alto índice de desperdício de
insumos e mão de obra, retrabalhos, baixa produtividade e muita geração de resíduos sólidos,
o setor da construção civil apresenta alguns resultados negativos, como por exemplo,
prejuízo e atrasos na execução das obras. Os sistemas construtivos alternativos são uma das
opções para resolver essa questão, padronizando os materiais, apresentando melhor
aproveitamento de mão de obra, como também do tempo de execução. Com as inovações
nas áreas da construção civil o sistema construtivo Light Steel Frame (LSF) vem se
destacando no mercado por se mostrar rápido e eficiente, porém ainda é pouco usado no
Brasil. Este artigo fala sobre os tipos de materiais e montagens que esse sistema construtivo
possui, gerando poucos resíduos sólidos e com ótimo custo benefício.
Palavras-chave: Light Steel Frame; Perfis Padronizados; Sistema Construtivo Alternativo;
Geração de Resíduos Sólidos.
ABSTRACT
With handcrafted building systems and characterized by the high index of waste of raw
materials and labor, rework, low productivity and awful generation of solid waste matter,
the construction industry shows some negative results, such as, damage and delays in the
execution of Works. Alternative building systems are one of the options to resolve this issue,
standardizing materials, presenting better use of labor, as well as the execution time. With
the innovations in the areas of civil the constructive Light Steel Framework (LSF) system
has been standing out in the Market for being fast and efficient, however little is still used in
Brazil. This article talks about types of materials and mountings which this constructive
system has, generating little solid waste and with great value for money.
Keywords: Light Steel Frame; Standard Profiles; Alternative Construction System;
Generation of Solid Waste.
Desde a década de 90, o Light Steel Framing (LSF) vem ganhando espaço e confiança
entre os profissionais no Brasil. Esse sistema construtivo, tem como principal característica
o uso de perfis de aço galvanizado formados a frio para montagem de painéis estruturais e
não estruturais, colunas, vigas e demais elementos de ligação. Por ser um sistema construtivo
industrializado, a geração de resíduos sólidos é mínima e sua execução é rápida.
Os perfis são produzidos por perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com
zinco ou liga alumínio-zinco pelo processo contínuo de imersão a quente ou por
eletrodeposição. As massas mínimas de revestimento são apresentadas na Tabela 01. A
espessura da chapa varia entre 0,80 até 3,0 mm, conforme a ABNT NBR-15253:2014. As
seções mais comuns nas edificações em Light Steel Framing são as com formato em “C” ou
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“U” enrijecido (Ue) para montantes e vigas, e em “U” simples, que é usado como guia na
base e no topo dos painéis (BRASILIT, 2014).
Tabela 01 – Tipo de revestimento dos perfis.
Tabela 02 – Designações dos perfis de aço formados a frio para uso em Light Steel Framing e
suas respectivas aplicações.
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2. DESENVOLVIMENTO
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Figura 03 – Detalhe esquematico de fixação em sapata corrida.
Fonte: Brasilit (2014).
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2.2 Métodos construtivos
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Figura 06 – Montagem de estrutura pelo método dos paineis.
Fonte: Steel Framing Alliance (2007).
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2.3 Painéis
Santiago, Freitas e Crasto (2012) definem painéis como estruturais e alto-portantes
ou não estruturais. Os painéis estruturais tem a função de suportar as cargas da edificação,
tanto interno como externos, e os painéis não estruturais são apenas para divisórias internas
ou fechamento externo.
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2.3.2 Painéis não estruturais
Os painéis não estruturais têm a função de fechamento externo e divisória interna nas
edificações. Esses painéis suportam apenas o peso próprio dos componentes que os
constituem e não exercem nenhuma função no que confere ao carregamento da estrutura.
Para execução das divisórias internas é usual nas edificações adotar o sistema de gesso
acartonado, também conhecido como drywall, onde as seções dos perfis de montantes e guias
possuem menores espessuras e dimensões. Para se executar fechamentos externos, é
recomendável utilizar os mesmos perfis usados nos painéis estruturais, pois esses painéis
tem de suportar o peso dos componentes de fechamento e revestimentos da edificação.
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). A Figura 10 apresenta o desenho esquemático
de painel não estrutural com abertura.
2.4 Lajes
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montantes, porém, a altura da alma das vigas é determinada em função da modulação da
estrutura e o vão entre os apoios. A Figura 11 apresenta o desenho esquemático do piso.
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b) Laje seca: de acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), a laje seca consiste no
uso de placas rígidas aparafusadas às vigas de piso, e servem como contrapiso, podendo
desempenhar a função de diafragma horizontal, desde que as placas sejam estruturais. O tipo
e espessura da placa estão relacionados com a deformação imposta sobre a mesma, e
fundamentalmente com o tipo de revestimento a ser adotado, esse tipo de placa é mais
conhecido como painel wall. A Figura 13 apresenta desenho esquemático para montagem de
laje seca.
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Figura 14 – Esquema de travamento horizontal do painel por bloqueadores.
Fonte: Brasilit (2014).
• Fita de aço galvanizado: a fita é usada junto com o bloqueador, fixada perpendicularmente
às mesas inferiores das vigas de piso. A Figura 15 apresenta o travamento com bloqueador
e fita de aço galvanizado.
2.6 Coberturas
Há diversas opções de cobertura para o sistema Light Steel Framing, porém a solução
mais comum para residências são as coberturas estruturadas por treliças que são capazes de
cobrir grandes vãos sem precisar de apoios intermediários.
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forro, formam um bom isolante térmico. No Brasil, país de clima tropical, os telhados
inclinados cobertos com telhas cerâmicas são normalmente mais eficientes no que diz
respeito ao conforto ambiental (CRASTO, 2005).
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Figura 17 – Cobertura inclinada em steel framing.
Fonte: Santiago, Freitas e Castro (2012).
A conexão dos caibros com a cumeeira pode ser por meio de cantoneiras de espessura
igual ou maior que a dos caibros (Waite, 2000), ou através de peças de suporte, como é
apresentado na Figura 17 (CONSULSTEEL, 2002).
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Figura 17 – Telhado típico estruturado com caibros.
Fonte: Santiago, Freitas e Castro (2012).
As vigas e caibros são fixadas nos painéis pelos enrijecedores de alma e pelas
cantoneiras que são aparafusadas às guias superiores dos painéis (EHAJJ; BIELAT, 2000).
Se necessário, escoras também são utilizadas para transferir as cargas aos painéis
portantes internos e são conectadas aos caibros e às vigas de teto, além de auxiliar a reduzir
o vão e as dimensões dos caibros (WAITE, 2000).
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2.7.1 Painéis OSB (Oriented Standard Board)
O painel de OSB, exemplificado na Figura 18, auxilia no contraventamento das
paredes, pois é instalado diretamente na estrutura e sobre ele deve ter um revestimento de
uma manta fixada por grampos, para não deixar com que a umidade penetre, porém se for
utilizado revestimento com argamassa, precisa ser fixado uma tela sobre a manta para
melhorar a aderência do revestimento (TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2008).
São comercializados nas dimensões 1,22 m x 2,44 m e com espessuras de 9, 12, 15 e
18 mm As juntas devem ser previstas e ter um espaçamento de 3 mm incluindo todo o seu
perímetro. As juntas verticais devem estar sempre sobre os montantes e aparafusadas, e
quando as paredes tiverem dimensões superiores a 24 m devem ser previstas as juntas de
movimentação (CRASTO, 2005).
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Figura 19 – Instalação de placa cimentícia.
Fonte: Loturco (2003).
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Figura 20 – Fechamento interno com placas de gesso acartonado.
Fonte: Dry Maxx (2014).
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Figura 21 – Aplicação de lã de vidro.
Fonte: Placo Center (2014).
3. CONCLUSÃO
Apesar do mercado no Brasil ainda estar defasado se comparado com países mais
desenvolvidos, a presente pesquisa demonstrou que o setor da construção civil tem mostrado
novas tecnologias que representam algumas mudanças nos sistemas construtivos. Ainda é
possível perceber fatores restritivos para a modernização de alguns sistemas devido à
predominância de mão de obra desqualificada e pouco conhecimento das novas tecnologias.
Existe a necessidade de se fazer com que as empresas de grande porte da cadeia produtiva
tenham acesso à inovação e tenham capacidade de ser inovadoras, tudo isso baseado em
normas técnicas. De forma geral, identifica-se que o sistema construtivo LSF apresenta
grandes vantagens técnicas e construtivas, como a padronização dos materiais, a diminuição
de peso da estrutura, a velocidade na construção, versatilidade e facilidade de manutenção.
Como resultado deste estudo, é possível perceber que o sistema construtivo LSF é
uma alternativa para o desenvolvimento tecnológico da construção civil e uma promessa
para a industrialização do setor, porém, deve-se sempre ter a preocupação de construir com
qualidade, sem desperdício e com preocupação ambiental.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_______. ABNT NBR 6355:2012 - Perfis estruturais de aço formados a frio — Padronização. Rio de
Janeiro, 2012
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painéis estruturais reticulados em edificações — Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2014.
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North American Steel Framing aliance (NASFA), 2000.
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