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PAREDE SANDUICHE EM ARGAMASSA ARMADA COM NÚCLEO

DE EPS

¹Julio Cesar Segolin do Nascimento


²Carlos Adriano Rufino da Silva

Resumo
As paredes sanduiche são uma tecnologia que permite se executar uma obra com
mais rapidez que uma obra convencional, com custo-benefício e qualidade. No Brasil este
tipo de edificação ainda é pouco explorado devido à escassez de informações e as
construtoras estarem habituadas a trabalhar com o método de construção convencional. O
referido trabalho tem como objetivo oferecer informações a respeito desta tecnologia,
mostrando a técnica construtiva em detalhes e o atendimento às normas de desempenho.

Palavras-chave: custo-benefício, qualidade de execução, EPS, argamassa armada, parede


sanduiche.

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¹Graduando em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Toledo (2018)
²Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Paulista Julio Mesquita Filho (2004) e docente no Centro
Universitário Toledo
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1. Introdução

As construções em paredes de argamassa armada com núcleo de poliestireno


expansível (EPS), consistem em um sistema construtivo que pode produzir elementos
estruturais mais leves, economia no consumo de materiais e resistência necessária para
suportar os esforços solicitantes da edificação. Este sistema é basicamente constituído
de painéis internos de EPS, armados com telas soldadas, dispostas nas duas faces da
parede com uma camada de argamassa armada, Medeiros (2017).
Bertini (2002), define: “Uma estrutura mista do tipo sanduíche é composta por
duas ou mais camadas de materiais diferentes, fazendo com que o conjunto ganhe em
termos estruturais”.
Medeiros (2017), comenta:
O sistema construtivo foi desenvolvido inicialmente na Europa,
mais precisamente na Itália, para atender exigências estruturais
e climáticas muito rigorosas, tais como terremotos e furacões. No
Brasil, o sistema chegou por volta de 1990, quando foi submetido
a análises do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
Paulo) onde foram obtidos resultados satisfatórios, entretanto
este sistema construtivo, até o presente momento, vem sendo
pouco utilizado no Brasil.

Gehbauter et al. (2002), define que a qualidade utilizada nos métodos de execução
e a intensidade com que se executa não evoluiram tanto quanto as teorias aplicadas às
estruturas, deixando de lado a qualidade de execução e não alcançando os objetivos dos
projetos, por isso as construtoras optam por utilizarem métodos convencionais, aos quais já
estão familiarizadas, sem buscar conhecer novas tecnologias que, talvez se encaixem
melhor em seus empreendimentos, tanto financeiro como qualitativo.
Medeiros (2017), comenta:
O sistema construtivo aqui destacado utiliza componentes
industrializados que geram inúmeros benefícios para melhorar a
qualidade e produtividade dentro da indústria da construção
civil. No Brasil o concreto armado ainda é o método estrutural
mais utilizado, uma vez que possui grande aceitação do
mercado e diversas qualidades que o permitem vencer grandes
vãos e alturas, com peças estruturais sendo moldadas de

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diversas formas, alienado ao seu processo de execução
largamente difundido. Entretanto, pontos como a grande
quantidade de mão-de-obra empregada, pequeno reaproveitamento
de materiais e grande quantidade de resíduos gerados são fatores
preocupantes.

De acordo com SEBRAE-MG (2005), de fato, alguns aspectos dificultam a


inserção de inovações tecnológicas no setor da construção civil brasileira, que está
dividido nos seguintes subsetores: edificações, construção pesada e montagem industrial.
De forma geral, o subsetor de edificações é o que apresenta maior atraso tecnológico,
onde há uma acomodação no uso de métodos tradicionais que geram altos índices de
desperdícios e queda na produção.
Segundo Costa et al. (2014), a competitividade entre as empresas para se obter
maiores lucros é grande, uma vez que as mesmas não dão tanta importância para os
gastos com desperdícios de materiais em obras, além de ser um setor atrasado em
relação aos setores industriais por estarem confortados em trabalhar estagnados, isso
gera uma dificuldade de gerir os processos.
Nesse trabalho, o foco do estudo é o painel simples composto por três camadas,
sendo duas camadas de argamassa armada (revestimento estrutural, em microconcreto,
associado com tela eletrosoldada), e uma placa central de EPS como vedação. A estrutura
do painel é representada na Figura 1.

Figura 1 – Painel sanduiche de argamassa armada com núcleo de EPS


Fonte: Temsustentavel, 2017.

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2. Histórico dos materiais utilizados

2.1. EPS
De acordo com Soares (2014), o EPS foi descoberto na Alemanha em 1949 pelos
químicos Fritz Stasny e Karl Bochholz. No Brasil é popularmente conhecido como
Isopor®, marca registrada da empresa Knauf Isopor Ltda.
De acordo com a norma DIN ISO 1043/78, esse material é um plástico celular
rígido, resultado da polimerização do estireno (derivado do petróleo) em água. Esta
transformação processa-se em três etapas: pré-expansão, armazenamento intermediário
e moldagem. A expansão do poliestireno expansível, com densidade aparente de 600 a
700 kg/m³, é efetuada numa primeira fase num pré-expansor através de aquecimento
por contato com vapor de água.

2.2. Telas soldadas


HANAI, (1992), comenta:
As telas soldadas surgiram no fim da primeira guerra mundial,
quando a construção civil estabeleceu o foco no
desenvolvimento de novos materiais. Apresentando novas
características e opções, as telas eletrosoldadas atendem às
necessidades de diversos tipos de projetos da construção civil,
sendo um dos materiais mais utilizados. No Brasil as telas
eletrosoldadas começaram a ser utilizadas no final da década de
50, onde sua introdução foi bastante difícil, devido à falta de
informações sobre o material e a resistência dos construtores em
promover mudanças nos seus processos construtivos.

Segundo Medeiros (2017), as malhas utilizadas no referido sistema construtivo


são produzidas com aço de alta resistência, com limite de resistência superior a
600MPa, com limite de escoamento, fyk > 600 MPa e limite de ruptura, ftk > 680
MPa. O aço utilizado pode ser do tipo comum, galvanizado a quente, zincado e
inoxidável, variando conforme a necessidade de aplicação e resistindo as agressões ao
longo do tempo, com malha variando de 50x50 a 150x150 mm e diâmetro das barras
variando de 3,4 a 10,0 mm.

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2.3. Argamassa armada
A argamassa armada surgiu na década de 1850, sendo chamada de fer-ciment pelo
seu idealizador Joseph-Louis Lambot, e foi patenteada na França, sendo considerada
como o precursor do atual concreto armado. Em 1922, a argamassa armada foi utilizada
na construção da primeira cúpula geodésica do mundo, na fábrica de Carl Zeiss, na
Alemanha. Esta estrutura foi a primeira estrutura em casca executada com concreto,
Medeiros, (2017).
Campos (1994) define: “A argamassa armada é um microconcreto armado,
resultante da associação de argamassa (cimento, areia e água), com uma armadura de
aço constituída por fios de pequeno diâmetro e pouco espaçada entre si (tela soldada)”.
MEDEIROS (2017), comenta:
A argamassa estrutural deve possuir resistência mecânica
suficiente para suportar os esforços atuantes, rigidez satisfatória
evitando deformações excessivas, estabilidade física, química e
dimensional para se manter acima dos limites mínimos durante a
vida útil de projeto, além de possuir elevada compacidade e
baixa permeabilidade para funcionar como uma barreira eficiente
à passagem de líquidos e gases no seu interior, que possam
prejudicar a proteção da armadura ou as próprias condições de
utilização do componente ou estrutura.

De acordo com Bertoldi (2007), para satisfazer às condições citadas, a argamassa


estrutural deve possuir relação cimento e areia entre 2,0 e 4,5, com a quantidade de
cimento Portland variando em função da granulometria dos agregados constituintes. A
relação água/cimento (A/C), pode variar de acordo com a resistência característica
necessária. A NBR – 11.173:1990, recomenda uma relação água/cimento máxima de
0,45. A argamassa estrutural possui o consumo de cimento entre 500 a 700 kg/m³, para
resistências a compressão variando entre 30 e 50 MPa e massa específica de 24 kN/m³.

3. Análises de desempenhos

A aplicação de algumas tecnologias recentemente introduzidas no setor da construção


civil tem gerado, por vezes, dúvidas sobre a qualidade das edificações. No entanto as
habitações devem proporcionar conforto e segurança a seus usuários, atendendo às suas

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necessidades ao longo do ciclo de vida das construções. No Brasil a preocupação com o
desempenho mínimo das edificações ganhou espaço e em anos recentes e foi expressa
através da NBR 15.575-1:2013, que estabeleceu requisitos mínimos de desempenho a
serem seguidos, como vida útil (VUP) e garantia para os principais sistemas que compõem
as edificações.
Segundo a NBR 15.575-2:2013, com o intuito de alcançar a vida útil de projeto (VUP)
para a estrutura e seus elementos, conforme NBR 15.575-1:2013, devem ser previstas e
realizadas manutenções preventivas sistemáticas e, sempre que necessário, manutenções
com caráter corretivo.

A NBR 15.575-2:2013 estabelece ensaios para o cumprimento do nível de


desempenho mínimo para os sistemas constituintes da estrutura, são eles: impactos de
corpo mole e impactos de corpo duro. Os elementos estruturais devem ser ensaiados nas
condições de solicitação a que se pretende submeter a edificação, garantindo assim seu
desempenho. Não foram obtidos resultados de ensaios para a verificação do sistema
construtivo.

Segundo a análise de desempenho térmico feito por Medeiros (2017) de uma parede
sanduiche possuindo as seguintes medidas: espessuras de 2 centímetros de argamassa em
cada face de uma placa de EPS de 6 centímetros, ou seja, uma seção transversal de 10
centímetros de espessura, foram obtidos dados satisfatórios que atendem a NBR
15.220:2003 que estabelece para vedações leves a transmitância inferior a 3,00 W/(m²K), a
capacidade térmica da região estudada superior a 45 KJ(m²K), para o atraso térmico maior
ou igual a 4,3 horas e fator solar inferior a 4%.
Para Bertini (2002), o sistema apresenta bom desempenho estrutural, trazendo mais
uma alternativa aos sistemas estruturais mais convencionais. O autor ressalta, entretanto,
que o momento de cálculo deve ser majorado em 24%, conforme obtido
experimentalmente para levarem em conta a movimentação entre as faces.

4. Método construtivo

Os painéis podem ser montados na obra “in loco” ou podem ser adquiridos já
montados pelos fabricantes (geralmente se obtém prontos quando o projeto é em larga
escala, como construção de moradias economicas, para facilitar sua execução).
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Medeiros (2017), comenta:
Dentre suas vantagens destacam-se a rapidez na execução,
redução de mão- de-obra, redução na quantidade de fôrmas e
redução ao máximo dos recalques diferenciais, este último sendo
bastante prejudicial para a metodologia construtiva aqui citada,
uma vez que a estrutura composta por paredes sanduíche é
monolítica e muito suscetível a recalques diferenciais.

A execução não necessita de mão-de-obra especializada, porém deve ser


respeitada a sequência de execução da mesma. Quando os painéis chegam à obra, logo
após a execução da fundação onde são deixados pontos de ancoragem na vertical com
esperas de 30 à 50 cm, são fixados nas âncoras e executados os travamentos com o
auxílio de réguas metálicas ou de madeiras. As paredes montadas devem estar em
perfeito alinhamento, com prumo correto e travadas de tal forma que a montagem da
laje e o posterior impacto da argamassa projetada sobre o painel e a concretagem das
lajes não provoquem desalinhamento, como ilustra a figura 2.

Figura 2 – Ancoragem dos painéis e travamentos


Fonte: Acervo próprio

Nos cantos de parede, vãos abertos (portas e janelas) e encontros das placas, são
utilizados reforços com telas, com um trespasse de pelo menos 30 cm para cada lado

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para se obter uma estrutura homogênea, sem lugares com cargas mais concentradas
que outros, como ilustrado nas figuras 3, 4 e 5.

Figura 3 – Canto de parede


Fonte: Acervo próprio

Figura 4 – Vão de porta


Fonte: Acervo próprio

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Figura 5 – Encontros dos painéis
Fonte: Acervo próprio

Esse reforço se faz necessário devido aos esforços solicitantes, onde nas
aberturas de vãos, nos cantos de paredes e nos encontros de painéis são maiores, como
se esses reforços fossem as vergas e contra-vergas que vemos na construção
convencional.
Logo após são feitas as intalações elétricas e hidrossanitárias embutidas na
própria parede, não necessitando de gastos com alvenaria de vedação feita em obras
convencionais. É utilizado um soprador de ar quente para a abertura de sulcos no EPS
ou pequenas facas para se fazer os cortes no mesmo, que geralmente são EPS à prova
de incêndios, sendo assim resistente ao calor, como ilustram as figuras 6 e 7.

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Figura 6 – Aberturas de sulcos
Fonte: Tecnopanel, 2014.

Figura 7 – esquemático das passagens elétricas e hidráulicas


Fonte: Aecweb, visitado em 2018.

Em seguida é projetado sobre a parede o chapisco para maior aderência da argamassa


e ajuda na proteção do aço exposto, como ilustrado na figura 8.

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Figura 8 – chapisco
Fonte: Acervo próprio

Logo após ocorre a aplicação da argamassa com a espessura correta especificada em


projeto manualmente ou por meio de equipamentos que promovem mais agilidade e
rapidez no processo, dando um acabamento final na parede, deixando-a bem lisa, sem
imperfeições que resulta numa economia do acabamento posterior, como ilustra a figura 9.

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Figura 9 – Parede acabada
Fonte: Acervo próprio

Na parte superior da parede é feito um cintamento em toda a edificação antes de se


executar a laje ou cobertura especificada em projeto, para distribuir melhor as cargas sobre
as paredes.

5. Critérios de dimensionamento

Medeiros (2017) defende que, embora a parede sanduiche seja uma construção bem
simples de se executar, deve se tomar alguns cuidados quanto à usabilidade da mesma. É
uma construção monolítica e a sua vida longa depende muito da conservação da mesma, ou
seja, as paredes sanduiches são a própria estrutura, são independentes de vigas e pilares de
sustentação. Toda a parede em si tem a responsabilidade e finalidade de transferir as cargas
até a fundação o que resulta numa construção que não pode ser facilmente modificada
como na construção convencional, sendo assim, não se pode remover partes da mesma,
abrir vãos e ter reformas que promovam grandes mudanças nas paredes.

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Não há nenhuma norma especifica para este tipo de construção, por este motivo não
é muito usado este tipo de tecnologia. Para fins de cálculo de dimensionamento da
estrutura será utilizada a teoria usual de concreto armado, dimensionado no Estado Limite
Último (ELU), seguindo as orientações da NBR 6.118:2014. O dimensionamento é
realizado considerando que o painel possui composição total entre as placas, ou seja, que
as duas placas trabalhem juntas para combater os esforços solicitantes.
Fonsêca (1994) defende que “a principal consideração a ser feita sobre o uso da
teoria do concreto armado no cálculo de painéis sanduíche diz respeito à
indeterminação do grau de composição entre as duas placas de concreto.”
A figura a seguir mostra os esforços no painel, considerando um modelo na
flexão composta normal, com pequena excentricidade e trabalhando a flexo-
compressão.

Figura 10: Esquema dos esforços no painel


Fonte: Medeiros, 2017.

Medeiros (2017), comenta: “A partir do esquema mostrado é possivel obter as


equações de equilibrio de forças normais, e de momento. Com essas equações
estabelecidas, se realiza o dimensionamento da flexo-compressão”.
De acordo com a NBR 6.118:2014, o indice de esbeltez é a medida relativa do
comprimento da barra em relação a sua seção transversal, uma barra é esbelta quando

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seu comprimento for grande em relação a sua seção transversal. Quanto menor for o
indice de esbeltez maior é a tensão suportada em relação a flambagem, flambagem é
portanto a tensão que muda o estado de equilíbrio da barra.
De certa forma, pode se notar que barras com esbeltez menores não sofrem o
fenômeno de flambagem, isto não é certo, para barras com índice muito baixo a falha por
compressão pode ocorrer antes da mudança de estado de equilíbrio da barra, ou seja, ela
pode vir a flambar pela falha de compressão e não pela falta de resistência da barra.
Em função do índice de esbeltez máximo, os pilares podem ser classificados como:
- Curto: se λ <35;
- Médio: se 35 < λ < 90;
- Medianamente esbelto: se 90 < λ <140;
- Esbelto: se 140 < λ < 200.
Segundo a NBR 6.118:2014, os pilares devem ter índice de esbeltez menor ou
igual a 200 (λ < 200). Para pilares com índice maior é feita a análise de 2ª ordem.
Os efeitos de 2ª ordem podem ser desprezados quando a base e o topo de cada
parede estiverem convenientemente fixados às lajes do edifício e o índice de esbeltez λi
for menor que 35.
A determinação dos efeitos locais de 2ª ordem pode ser feita pelo processo
simplificado. Este processo pode ser empregado no cálculo de pilares com λ < 90, com
seção constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo. O efeito
localizado de 2ª ordem, dado pela NBR 6.118:2014.

6. Vantagem das paredes sanduiche em relação ao método construtivo de


concreto armado com vedação de blocos de cerâmica

Essa tecnologia pouco conhecida no Brasil tem dois aspectos que são de suma
importância para um engenheiro ao dimensionar uma obra, a saber: os aspectos
econômico-financeiro e velocidade de execução de obra. Quando se executa uma obra,
observa-se que a velocidade de entrega, com qualidade e com baixo custo que é algo
fundamental para todo engenheiro, pois assim pode-se entregar grandes projetos com alta
qualidade em baixo preço, que atrai o consumidor final e assim o mercado gira em maiores
quantidades.
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Segundo Medeiros (2017), na pesquisa realizada foi feito um comparativo entre
uma obra mista (paredes sanduiche e concreto armado) e uma obra totalmente em concreto
armado e o produto final resultou numa economia de 9,17% mais barato a obra de paredes
sanduiche em relação à de concreto armado, sendo que 17,49% do valor desta obra foi em
concreto armado, ou seja, se a parcela de concreto armado fosse totalmente em paredes
sanduiche, a diferença de valores seria maior.
Analisando o tempo de execução de uma obra de paredes sanduiche e uma obra
convencional, tem-se uma grande economia. A necessidade de um número menor
operários também é um fator de economia tanto financeira como de tempo, pois com o
serviço mais otimizado a ociedade é menor entre os operários.
As vantagens térmicas e acústicas também são uma grande vantagem,
principalmente em nossa região que sofre com altas temperaturas no calor, pois a estrutura
proporciona, no verão, um ambiente fresco de tal modo que não necessita do uso de ar
condicionado (podendo variar de acordo com a espessura de parede dimensionada e
espessura da placa de EPS utilizada), e no inverno proporciona um ambiente aquecido e
protegido de baixas temperaturas externas, sendo assim, concebendo uma economia futura
de usos de energia elétrica para os usuários.

7. Conclusão

Ao final do desenvolvimento deste trabalho, espera-se que se tenha entendimento


dos assuntos abordados acerca da tecnologia analisada em questão, revendo estudos e
defendendo um conceito que pouco é conhecido no Brasil e em nossa comunidade que tem
muitas dúvidas acerca desta tecnologia.
Os estudos a respeito das características dos panéis sanduiche possibilitaram uma
visão ampla sobre o potencial deste método construtivo, que possui execução relativamente
simples, limpa e, que serviu de complemento para o aprendizado, uma vez que essa
metodologia construtiva é pouco conhecida.
Análise das Normas de Desempenho possibilitou um melhor entendimento e
comprovação da eficiência no desempenho da estrutura.
Apesar de suas limitações e falta de informações, de fato esse método de construção
tem maiores vantagens em relação às convencionais aos quais estamos familiarizados

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como a sua grande capacidade térmica e acústica, economia de tempo e de desperdícios de
materiais e qualidade de acabamento.
A comparação de custos mostrou que as paredes sanduiches são economicamente
viáveis, apresentando uma redução considerável, com isso é possível concluir que pelo
momento financeiro de recesso seria viável a utilização este tipo de tecnologia.
Com o consentimento das grandes empresas e pensando em avançar no processo
construtivo, esta estrutura se mostra uma grande solução para o problema de desperdícios
de materiais e má qualidade de execução de uma obra, e também se mostra uma solução
viável para o tempo de recesso financeiro em que se vive.

8. Referências Bibliograficas

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