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1. Introdução
Existe ainda hoje uma enorme necessidade de investimentos na habitação de interesse social por
parte do governo e das empresas privadas, seja na área de execução da habitação ou na área de
pesquisa de soluções eficientes. Sendo assim, há a necessidade de investimentos para
desenvolver projetos econômicos, racionais, produzidos em escala e com tempo execução
reduzidos.
Como discorre JARDIM (2004), as construções em aço leve, estruturados em perfis de aço
galvanizado formados a frio, devem ser projetadas para suportar as cargas da edificação e
trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados, de forma a garantir a modulação
da construção.Trata-se de um sistema construtivo aberto, permitindo a utilização de diversos
materiais; muito flexível, pois não apresenta restrições aos projetos; racionalizado, fator que
aperfeiçoa o gerenciamento de perdas e utilização de recursos e custos, permitindo total controle
dos gastos já na fase de projeto; além de reciclável e durável.
Segundo SALES (2001), as construções desse tipo dependem do bom desempenho obtido na
associação entre os sistemas estruturais e o de fechamentos, já que todas as outras etapas
complementares de uma construção devem se basear e se adaptar à estrutura e aos
fechamentos. Assim, a eficiência dos subsistemas de instalações depende diretamente da
escolha do tipo de fechamento, que podem ser painéis pré-fabricados, placas, alvenarias
vinculadas ou não às estruturas.
Os que melhores se encaixam ao sistema Light Steel Framing usado para Habitação de Interesse
Social é a placa de OSB e o Gesso Acartonado. As placas de OSB agregam rigidez à estrutura e
acrescentam propriedades termo-acústicas às vedações, por isso é ideal para o fechamento
externo da residência, enquanto que o Gesso Acartonado, por questões econômicas, se torna ideal
também para o fechamento interno da residência, visto que ele não resiste às intempéries.
(DALTRO, 2009).
O Light Steel Framing (LSF) é um sistema construtivo de concepção racional, que tem como
principal característica uma estrutura constituída por perfis formados a frio de aço galvanizado,
Suporte
utilizados para a composição de painéis estruturais e não estruturais.
FREITAS (2006) define o sistema LSF como sendo um processo pelo qual compõe-se um
esqueleto estrutural em aço formado por diversos elementos individuais ligados entre si,
passando estes a dar forma à edificação e a resistir às cargas que a solicitam.
Para que o sistema cumpra com as funções para o qual foi projetado e construído
(racionalização,durabilidade, conforto e economia) é necessário que os subsistemas estejam
corretamente relacionados e que os materiais utilizados sejam adequados. Desta forma, a escolha
das tubulações é um dos itens importantes a serem considerados para que a velocidade da
construção e a racionalização do sistema não sejam prejudicados.
Suporte
As instalações hidráulicas para água fria ou quente, no sistema de construção light steel framing,
podem ser executadas com tubulações de mesmos materiais empregados em edificações
comuns de alvenaria convencional. Apresentando o mesmo desempenho e mesmas
considerações para projeto,comumente é utilizado nas tubulações de água fria ou quente, o PVC
(policloreto de Vinila), o CPVC(policloreto de vinila cloratado), o PEX (polietileno reticulado), o
cobre, o PPR (polipropilenocopolímetro random), entre outros. (Revista Téchne)
O sistema estrutural em LSF por ser extremamente leve apresenta como solução em fundações o
tipo radier. O radier é um tipo de fundação rasa que funciona como uma laje contínua de concreto
armado em toda a área da construção e transmite as cargas da estrutura da casa (pilares ou
paredes) para o terreno. Desta forma, as instalações sanitárias devem de ser executadas antes da
concretagem do radier, conforme Figura 2.
O PVC é um dos plásticos mais versáteis existentes e por este motivo, é um dos materiais mais
utilizados e estudados. Dentre as principais características do PVC destacam-se, o
comportamento anti-chama, isolamento térmico e acústico, resistência química e ao
intemperismo, facilidade de instalação, excelente acabamento e estética e baixa necessidade de
manutenção.
Além disso, é um material versátil, leve, durável, sustentável, econômico e rígido, sendo uma boa
opção na aplicação de instalações c, pois é totalmente seguro no contato com a água de
consumo humano (água potável) ou esgoto, proporciona elevada produtividade na instalação e
estanqueidade,evitando perdas de água e contaminação do lençol freático no caso de uso em
esgotos.
As instalações feitas com PVC têm baixo custo de aquisição e instalação, e posterior
manutenção,além de uma vida útil maior. No entanto, requer que os projetos estejam alinhados e
com os pontos definidos, para que as tubulações e conexões sejam instaladas sem dificuldades.
A mão-de-obra empregada para execução de instalações hidráulicas com PVC deve ser
qualificada. O profissional deve possuir certificado de curso de encanador e instalador de
tubulações. É comum esse profissional não trabalhar sozinho, contando com um ajudante, que
não necessita de qualificação.Outro fator importante é a normalização técnica. As instalações
hidráulicas multifamiliares executadas com este material devem seguir a NBR 5626 – Instalação
Predial de Água Fria. (BRANDÃO, 2010).
Tem-se como as principais aplicações do CPVC, tubos e conexões utilizados para condução
principalmente de água quente e fluidos industriais. O CPVC é um material bastante utilizado em
sistemas de combate a incêndio, assim como os comumente utilizados na alimentação de
sprinklers , pois possui boa resistência à temperatura e é quimicamente inerte, o que é importante
especialmente com relação à corrosão galvânica. (NUNES ET AL , 2006).
Além disto, essas tubulações dispensam isolamento térmico, pois têm a menor perda de calor
entre os materiais utilizados em instalações prediais de água quente, mantendo a temperatura da
água por muito mais tempo, devido a sua baixíssima condutividade térmica (Catálogo Predial
Aquaterm Tigre, 2010).
Dentre as instalações de água quente é a que apresenta menor custo em todas as soluções, tanto
no a toda compra, quanto na instalação propriamente dita e na manutenção. Quanto ao transporte
e manuseio,devem ser tomadas algumas precauções para evitar qualquer tipo de dano ou
deformação. No transporte, os tubos devem ser apoiados em toda sua extensão e deve-se evitar
curvá-los, arrastá-los, batê-los ou lançá-los sobre o solo. Para a estocagem, os locais devem ter
fácil acesso e ser à sombra, livre de ação direta ou de exposição contínua ao sol. (BRANDÂO,
2010).
4.3 COBRE
O cobre é um material muito utilizado em países europeus devido a sua grande durabilidade.
Apesar do custo inicial um pouco mais elevado em relação aos demais materiais, é um material
que dispensa a manutenção. Fato que agrega muito valor as edificações que possuem esse tipo
de tubulação.
Este tipo de tubulação também apresenta as seguintes vantagens: possui elevada resistência a
altas temperaturas e pressões, não permite a formação de incrustações, não produz gazes tóxicas
em casos de incêndios e possui propriedade anti-bactericida. Esta última propriedade é um dos
fatores que permitiram sua larga utilização internacionalmente, pois, ao contrário das tubulações
de plástico e de ferro, o cobre é capaz de diminuir consideravelmente a proliferação de bactérias
carregadas pela água que percorre os tubos.
Além disso, o cobre apresenta segundo BRANDÃO (2010), grande flexibilidade, pois este tipo de
tubo é totalmente modelável, permitindo uniões, dobras, ajuste a qualquer contorno ou ângulo e
fácil instalação; e durabilidade, uma vez que o cobre não sofre corrosão com a água ou o ar;
apresenta facilidade de transporte, por ser leve e corrosão quase nula, já que é resistente a
qualquer tipo de produto químico.
Devido a essas características o cobre é largamente utilizado para instalações hidráulicas de água
quente, pois suporta altas temperaturas e de grande durabilidade.
Para os sistemas Light Steel Framing e o Drywall, é preciso tomar alguns cuidados especiais na
instalação deste tipo de tubulação, pois o contato entre o aço dos montantes e o cobre das
Suporte
tubulações pode ocasionar uma corrosão galvânica. Este problema é evitado utilizando-se de
espaçadores plásticos, que evitam o contato entre os dois metais.
O PEX possui o diferencial da flexibilidade, os tubos são facilmente dobráveis, acarretando uma
considerável redução do número de conexões conforme Figura 3, do tempo de execução, do custo
de mão-de-obra na instalação e do desperdício de material. Característica esta muito interessante
quando se trata da racionalização construtiva. Além disso, tem uma excelente resistência a
corrosão química(tanto para soluções básicas como ácidas) e eletroquímica, pois não é bom
condutor de corrente elétrica.
Como não necessita de muitos acessórios e os tubos são bem leves, a execução do sistema se
torna rápida e fácil; e por apresentar uma baixa condutividade térmica, há pouca dissipação de
calor e o sistema se mantém isolado. Tem a capacidade de absorver oscilações sem apresentar
ruptura, pois ficam soltos dentro de shafts ; possuir isolamento elétrico, devido a sua composição
química; poder ser utilizado em instalações de água de consumo, já que foi aprovado com relação
a higiene. Há ainda facilidade de remoção e manutenção do material, quando a instalação está
protegida por shafts ou forros de gesso. (Catálogo Tigre, 2010).
O sistema chamado “Ponto a Ponto” é a tecnologia mais moderna de instalação hidráulica predial.
Ao eliminar as conexões, o sistema ganha facilidade e rapidez na instalação permitindo a entrega
da obra em prazos mais curtos. (Catálogo Astra,2010). A acomodação dos tubos na lajeSuporteou a
passagem destes pelas lajes, através de passantes e por dentro de carenagens ou forros, torna
desnecessário o corte de paredes, diminuindo o entulho na obra e evitando o enfraquecimento
estrutural das paredes.
O PEX pode ser utilizado eficientemente tanto para instalações hidráulicas de água quente quanto
para água fria. Para a água quente, não provoca corrosão devido a liga metálica, já que o PEX é de
polietileno e suas conexões são em metal.
Os fornecedores garantem que as instalações feitas com PEX são bem simples, porém muitas
equipes de encanadores e seus ajudantes têm dificuldades em executá-las. O ideal é que a
mesma tenha alguma experiência com este material, ou receba um treinamento reforçado e
prático.
O PEX, por ser pouco difundido, não está disponível em qualquer local, sendo a sua aquisição
diretamente através de fornecedor especializado. É possível comprar os materiais isoladamente
ou em forma de kits, que são conjuntos de peças unidos e testados em fábrica, próprios para um
determinado ambiente. Estes têm o objetivo de dinamizar e melhorar a qualidade da produção,
contudo, têm também como conseqüência o aumento do custo com materiais. (BRANDAO,2010).
Dessa forma, o PEX perde competitividade com relação ao seu custo.
O polipropileno (PPR) é uma resina que tem como principal componente o petróleo. É um produto
que possui maior resistência a alta temperatura (inclusive a picos) e a alta pressão e maior
durabilidade.(Catálogo Super Green, 2010). Este material surgiu a partir da necessidade de acabar
com problemas de vazamentos, corrosões e perdas de calor que ocorriam nas tubulações
convencionais.
Suporte
Figura 4 – Sistema de conexão (termofusão). Fonte: Catálogo Predial Amanco, 2010.
A flexibilidade também é uma importante característica do sistema, pois esta tubulação permite
que sejam feitas curvas longas de até oito vezes o diâmetro do tubo, sem prejuízo nas juntas, com
o uso de um soprador térmico, que é um gerador industrial de ar quente, ou desvios com raios de
curvatura menores. Característica esta que permite a realização de instalações prediais de água
quente ou fria nas mais variadas formas, possibilitando a execução de qualquer projeto hidráulico.
Estas significantes qualidades, somadas a outras destacadas vantagens do material, tais como
ausência de corrosão no decorrer de sua longa vida útil mesmo em condições extremas, ausência
de toxicidade e ótimo isolamento térmico, determinaram um desenvolvimento muito rápido deste
tipo de sistema para a condução de água quente e fria num grande número de países europeus.
(Catálogo Predial Amanco, 2010.)
No entanto, o PPR perde competitividade ao ser comparado com o CPVC pra instalações de água
quente.
5.Aspectos e Projetos
Os locais de passagem das tubulações sejam claros e detalhados no projeto, embora o sistema
permita que as tubulações se posicionem em qualquer direção entre os montantes. Isso evitaria
que o proprietário do imóvel perfurasse a tubulação na tentativa de fazer furos na parede, evitando
acidentes.A execução das instalações é feita após a montagem de toda a estrutura em light steel
frame.
A passagem das tubulações através dos montantes e vigas é permitida por meio de furos,
executados de acordo com a norma existente (NBR 15253:2005), devidamente considerados no
dimensionamento estrutural. Portanto, os perfis metálicos que formam os painéis estruturais,
devem vir da fábrica devidamente serrado e já contendo os furos determinados no projeto, de
modo que, no canteiro de obra, ocorra apenas a montagem dos painéis, caracterizando o sistema
industrializado. (Revista Téchne).
Os orifícios dos montantes furados devem ser protegidos com um protetor, que pode ser uma
peças plásticas conforme Figura 5 ou espumas. Os protetores evitam transmissão de vibrações e
evitam durante a execução, que ocorram cortes nos conduítes ou tubulações, em virtude ao atrito
provocado com a borda dos furos.
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Figura 5 – Protetor plástico de montantes
6. Conclusão
O PVC é unânime como melhor escolha para as instalações sanitárias para as fundações tipo
radier, largamente aplicadas em habitações de interesse social, estruturadas em LSF. O PVC é uma
escolha segura para instalações de água fria, mas perde em flexibilidade do sistema em
comparação ao PEX.
7. Referências Bibliográficas
ABRÃO, Rafael de Moura. Sistemas estruturados em aço para habitação de interesse social – light
steel framing. 2008. 73 p. TG (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá, 2008.
DALTRO, A. T.; MATIELLO, G.; SENRA, R. F. Fechamento vertical para habitação em Light Steel
Framing. In: ENCONTRO TECNOLÓGICO DA ENGENHARIA CIVIL E ARQUITETURA
FREITAS, Arlene Maria S.; CRASTO, Renata Cristina M. Steel Framing: Arquitetura (Série Manual de
Construção em Aço). Rio de Janeiro: IBS/CBCA, 2006.
JARDIM, Guilherme Torres da C.; CAMPOS, Alessandro de Souza. “Light Steel Framing”: Uma
aposta do setor siderúrgico no desenvolvimento tecnológico da construção civil. Artigo técnico
apresentado em palestra da CBCA. São Paulo, 2005.
REVISTA TECHNE, “Sistema predial de água fria e quente em polietileno reticulado(PEX)”. Revista
Techne – Artigos, São Paulo. ed. 44
REVISTA TECHNE, “Hidráulica Simples”. Revista Techne – Artigos, São Paulo. ed. 50
Suporte
SALES, Urânia Costa; SOUZA, Henor Artur de; NEVES, Francisco de Assis das. Mapeamento de
problemas na construção industrializada em aço. Rem, Rev. Esc. Minas., Ouro Preto, v. 54, n.
4,2001.
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