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2019

FUNDAÇÃO RADIER

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA


Instituto Politécnico
27/9/2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
Instituto Politécnico

Amanda Teixeira da Silva

Izabela Rocha Pimenta

Samuel Costa Martins

Thais Viana Perdigão

Fundação Radier

BELO HORIZONTE
2019

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Sumário

1. RADIER 3
1.1. PROCESSOS EXECUTIVOS 3
1.1.1. MATERIAS 4
1.1.2. EQUIPAMENTOS 4
1.1.3. CONCRETO ARMADO 4
1.1.4. CONCRETO PROTENDIDO 5
1.2. CARACTERÍSTICAS 6
1.3. CUSTO 7
1.4. CURIOSIDADE 8
REFERÊNCIAS 9

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1. RADIER

1.1. PROCESSOS EXECUTIVOS

Na construção civil a fundação tem a finalidade de transmitir as cargas da edificação


para as camadas resistentes do solo sendo uma das etapas mais complexas do projeto,
exigindo muito estudo e planejamento. Existem diversos tipos de fundações que são
programadas de acordo com a carga que irão receber e o tipo de solo, a escolha deve
ter relação com toda a caraterística da superestrutura. (MILITITSKY,2015)

A execução da fundação tipo radier varia de acordo com a técnica utilizada, concreto
armado ou protendido. Alguns passos iniciais seguem o mesmo padrão para os dois,
como por exemplo a primeira etapa que é o nivelamento e compactação do solo, que
pode ser feita manual ou mecanicamente, seguido da abertura para o sistema de
esgoto, instalações elétricas e hidráulicas. Para que a armação não seja colocada
diretamente em contato com o solo é preciso fazer o que se chama de base, que é uma
camada feita com brita 1 que varia de 6 a 8cm e que serve também para auxiliar e
assegurar o nivelamento feito anteriormente e então por cima dessa base com brita é
colocada uma lona que atua como impermeabilizante. Após isso é feita a colocação de
fôrmas devidamente travadas para evitar o vazamento no momento da concretagem,
que normalmente é feita de acordo com a altura final do radier para facilitar o processo.
(SCHIMDTKE, et al., 2017)

Fonte: Pra construir, 2018.

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1.1.1. MATERIAS

A fundação do tipo radier pode ser feita de duas formas, utilizado o concreto armado ou
o concreto protendido. Nos dois casos são utilizados basicamente os mesmos materiais,
como: concreto, aço, fôrmas (metálica ou de madeira) e escoramento (tudo dentro das
normas técnicas vigentes e de acordo com o projeto). (DEPARTAMENTO DE
ESTRADAS E RODAGENS, 2006). A diferença é que no segundo, além dos materiais
citados anteriormente, utiliza-se também cabos de aço tracionados e ancorados que
segundo a NBR 6118 (2014), auxiliam na redução do aparecimento de rachaduras e/ou
fissuras, aumentando então a resistência dessa fundação.

1.1.2. EQUIPAMENTOS

Os equipamentos podem variar de acordo com necessidades de cada caso, como


prazos, tipo de fundação e dimensões que estas terão. Entretanto, os equipamentos
básicos utilizados são: retroescavadeiras, betoneiras, guindaste, caminhão basculante,
ferramentas como pás, enxadas, bombas, picaretas, bancadas de carpintaria e armação.
(DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGENS, 2006)

1.1.3. CONCRETO ARMADO

Logo após realizado os passos descritos na execução temos a armadura do concreto de


acordo com o especificado no projeto. É comum o uso de espaçadores para manter o
cobrimento da tela e posicionamento, bomba para a concretagem, mestras para o
nivelamento final e sarrafeamento no estágio de acabamento. O processo de cura ocorre
por um período de cerca de 72 horas observando para que a água lançada não o
prejudique. (SCHIMDTKE, et al., 2017)

Fonte: Pra construir, 2019.


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1.1.4. CONCRETO PROTENDIDO

Outra forma de realizar a fundação tipo radier é com o concreto protendido, que nada
mais é do que um concreto com forças internas induzidas através de cordoalhas de aço
que são esticadas. De acordo com Cauduro (2003), o protendido segue os mesmos
passos da execução, entretanto, a protensão pode ocorrer de duas maneiras diferentes:
Concreto protendido pós-tracionado: é a maneira mais executada in loco, pois consiste
em tracionar o cabo de aço depois que o concreto atinge aproximadamente 75% de sua
resistência.
Concreto protendido pré-tracionado: como próprio nome sugere, a protensão ocorre
antes da concretagem, maneira utilizada em indústrias de pré-fabricado protendido.
Após colocação das fôrmas são colocados os cabos de aço de protensão (cordoalhas) –
normalmente não aderentes – pois permite que mova livre no concreto para transferir a
força de protensão. Essas cordoalhas são distribuídas de acordo com dimensionamento
do projeto estrutural e também com auxílio de espaçadores para que não encoste na
lona. Um passo importante a ser tomado antes da concretagem no caso do concreto
protendido é a inspeção da posição dos cabos, passagens de instalação hidráulica,
elétrica e esgoto, como também verificação das travas das fôrmas, pois o lançamento do
concreto deve ser realizado da melhor maneira para não deslocar nenhum componente.
A cura é feita num período de 7 dias e então com auxílio do macaco é realizado a
protensão dos cabos que após esticados são cortados. (SCHIMDTKE, et al., 2017)

Fonte: Pra construir, 2019.

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1.2. CARACTERÍSTICAS

As fundações podem ser classificadas em dois tipos, sendo superficiais (diretas ou


rasas) ou profundas, pelo critério de profundidade do solo resistente. O radier é
classificado como um elemento de fundação superficial que recebe a carga de todos os
pilares da obra (radier geral) ou apenas uma parte destes pilares (radier parcial),
caracterizado como uma laje contínua que distribui a carga de forma uniforme para a
superfície onde foi implantado (LOPES; VELLOSO, 2011).

Segundo Hélio Alves de Azeredo (1997), o radier se torna a melhor alternativa a ser
empregada quando o terreno onde se pretende construir apresenta baixa resistência e a
profundidade da camada resistente torne inviável o uso de estacas. Para Dirceu de
Alencar Velloso, o uso do método radier deve ser adotado quando os pilares apresentam
cargas elevadas e baixas tensões de trabalhos, inviabilizando o uso de sapatas, quando
se objetiva uniformizar os recalques, e quando a área total das sapatas tiver uma
proporção muito grande comparada à área total da construção.

Por se tratar de uma laje contínua sob o solo, o radier dispensa processos fundamentais
de outras fundações como por exemplo a escavação, fazendo com que não seja
necessário o uso de mão de obra e equipamentos específicos para essa etapa,
minimizando desta forma, custos e tempo de execução. (SCHIMDTKE, et al., 2017)

O radier possui classificação quanto à forma ou sistema estrutural e sua rigidez relativa,
sendo estes: (LOPES; VELLOSO, 2011).

A) Radier liso;
Sua principal característica é a facilidade de execução fazendo que com esse tipo
seja o mais utilizado em construções simples, como casas populares.

B) Radier com pedestais;


Chamado também de radier com cogumelos, melhora a resistência devido a
espessura dos pilares ser maior.

C) Radier nervurado;
Agrega maior rigidez a flexão se comparado aos outros.

D) Radier em caixão;
Além da rigidez, tem a vantagem de que pode ser executado em vários pisos.

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Fonte: “Fundações” 1ed, 2011.

1.3. CUSTO

A fundação radier se destaca entre os outros tipos devido seu menor custo além da
rapidez na execução. Quando um pré-dimensionamento de sapatas, atendendo o solo, é
capaz de suportar as cargas aplicadas ou quando a área total da fundação for superior a
metade da área de toda construção, em que inevitavelmente se distribui as cargas ao
solo, o radier é a fundação apropriada. (CINTRA, 2010)

Há diversos aspectos que viabilizam a concepção dos projetos, tendo como base o
radier e suas várias classes. Cauduro (2000) deixa claro que ao analisar a relação custo
x benefício correlacionado ao tempo de execução, pode-se observar a superioridade do
radier e suas vertentes perante as fundações tradicionais, além disso, é importante
verificar que o menor volume de mão de obra empregada e o comparativo de custos,
influenciam nas escolhas de acordo com a situação projetual. (NAZARIO; SILVA;
BERTEQUINI, 2018)

A TABELA 1 (Composições de Preços) tem como base a medição de preços de insumos


da CAIXA, sendo empregados o valor dos insumos individuais, seu custo
total e a quantidade necessária, considerando que se baseia na previsão de ocorrências
de atividades futuras e que a quantidade de recursos pode variar em relação à
quantidade inicial estipulada. Foram relatados apenas os principais e mais importantes
materiais na construção da fundação. Itens como impermeabilizantes, mão de
obra, eletrodutos ou dutos de esgoto não foram levados em consideração. (BANDEIRA,
2015) 
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Tabela 1 - PLANILHA ORÇAMENTÁRIA DA FUNDAÇÃO EM RADIER
Item DESCRIÇÃO DAS ETAPAS - RADIER Unid Quant Preço Unit Preço total
1 FUNDAÇÃO - - - -
ALVENARIA DE EMBASAMENTO DE TIJOLO FURADO, C/ ARGAMASSA
1.1 m³ 0,44 R$ 196,85 R$ 86,61
MISTA C/ CAL HIDRATADA
ARGAMASSA MISTA C/ CAL HIDRATADA m³ 0,44 196,85 86,614 1.2
1.2 m² 42 R$ 8,80 R$ 369,60
APILOAMENTO DE PISO OU FUNDO DE VALAS C/MAÇO DE 30 A 60 kg
1.3 ATERRO C/COMPACTAÇÃO MANUAL S/CONTROLE, MAT. C/AQUISIÇÃO m³ 8,4 R$ 31,77 R$ 266,87
1.4 ARMADURA DE AÇO CA 50/60 kg 260,3 R$ 6,09 R$ 1.585,17
1.5 FORMA DE TÁBUAS DE 1" DE 3ª. P/FUNDAÇÕES UTIL. 5 XADQUIRIDO m² 4,23 R$ 29,14 R$ 123,26
1.6 CONCRETO P/VIBR., FCK 13,5 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO m³ 2,09 R$ 211,62 R$ 442,29
1.7 CONCRETO P/VIBR., FCK 20 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO m³ 3,77 R$ 29,51 R$ 111,25
1.8 LANÇAMENTO E APLICAÇÃO DE CONCRETO S/ ELEVAÇÃO m³ 5,88 R$ 47,07 R$ 276,77
1.9 LONA PLÁSTICA PRETA, P/SERVIÇOS EM COBERTAS m² 48,29 R$ 3,66 R$ 176,74
TOTAL R$ 3.438,56
Fonte: VETOR-Revista de Ciências Exatas e Engenharias, 2015

1.4. CURIOSIDADE

Qualquer processo dentro da Engenharia Civil deve seguir parâmetros de segurança e


execução que neste caso são regidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) através das NBR’s. No caso de fundações, a NBR responsável pelas
diretrizes é a 6122 – Projeto e execução de fundações, onde é possível encontrar todos
os critérios exigidos para projeto e execução da melhor maneira possível de qualquer
tipo de fundação.

As normas são publicadas e à medida que forem surgindo novas tecnologias e novos
jeitos de execução elas são alteradas e reeditadas. Atualmente a última edição da NBR
6122 é de 2010 e engloba estruturas como edifícios, residências viadutos, pontes e etc.
(TÉCNICAS, 2010).

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REFERÊ NCIAS

[1] AZEREDO, Hélio Alves de. “O Edifício até sua cobertura”. 2 ed. Blucher. São
Paulo, 1997.

[2] BANDEIRA, Rafaely Fonseca et al. Análise comparativa de custos entre as


fundações do tipo radier e sapata corrida utilizadas em obras de padrão
popular. VETOR-Revista de Ciências Exatas e Engenharias, 2015.

[3] CAUDURO, Eugenio. "Manual para a Boa Execução de Estruturas


Protendidas Usando Cordoalhas de Aço Engraxadas e Plastificadas." Guide to
Good Implementation of pre-stressed concrete structures using steel ropes
greased and plasticized. 2nd ed. São Paulo: Belgo Mineira. (In
portuguese) (2003).

[4] CINTRA, JOSÉ CARLOS A. “Fundações por estaca: projeto geotécnico. São
Paulo: Oficina de Textos, 2010.

[5] FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS: Blocos, sapatas, radier. Revista Conexão


Eletrônica – Três Lagoas, MS - Volume 14 – Número 1 – Ano 2017.

[6] LOPES, Francisco de Rezende; VELLOSO, Dirceu Alencar. “Fundações”. 1


ed. Oficina de Textos. São Paulo, 2011.

[7] MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo Cesar; SCHNAID, Fernando. “Patologia


das fundações”. Oficina de textos. São Paulo, 2015.

[8] NAZARIO, Gabriel Fernando; SILVA, Vitor Crescencio da; BERTEQUINI,


Aline Botini Tavares. “ANÁLISE TEÓRICA SOBRE A FUNDAÇÃO TIPO
RADIER”. São Paulo, 2018.

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[9] SCHIMDTKE, W.F., COSTA, T.N., ARAÚJO, A.R., ALMEIDA RIBEIRO, É. T.,
ALMEIDA, F. C., & OLIVO, J. S. (2017). FUNDAÇÕES DO TIPO RADIER.
REVISTA CONEXÃO ELETRÔNICA, 1801-1807.

[10] TÉCNICAS, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

[11] TÉCNICAS, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORAS. NBR 6122: Projeto e


execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010.

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