Você está na página 1de 26

[ FÍSICO-QUÍMICA E

CORROSÃO]
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

PROFESSOR: JOSUÉ DE OLIVEIRA

1
Apostila de físico-química

1) ESTEQUIOMETRIA

É o cálculo das quantidades de reagentes e/ou produtos das reações químicas em


mols, em massa, em volume, número de átomos e moléculas, realizado como
consequência da Lei de Lavoisier (a conservação das massas), a Lei de Proust (a
proporção das massas que reagem permanecem sempre constante), e também da Lei
de Gay-Lussac (combinações dos volumes gasosos) executado, em geral, com auxílio
das equações químicas correlatas.

A palavra estequiometria é de origem grega e significa medida de uma substância.

Estéquio: do grego Stoikheion (elemento ou substância)

Metria: do grego metron (medida)

A estequiometria é de extrema importância no cotidiano, principalmente nas indústrias


ou laboratórios, pois objetiva calcular teoricamente a quantidade de reagentes a ser
usada em uma reação, prevendo a quantidade de produtos que será obtida em
condições preestabelecidas.

Revisão das Leis

1- Lei de Lavoisier – Quando uma reação química ocorre em um ambiente fechado,


a massa total antes da transformação é igual à massa total após a transformação.

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”

Exemplo: 2H2(g) + O2(g) 2H2O(l) 4g:32g:36g

2- Lei de Proust – “Uma determinada substância pura, qualquer que seja sua
origem, contem sempre os mesmos elementos combinados na mesma proporção em
massa”.

Exemplo: 2H2(g) + O2(g) 2H2O(l) 2:1:2

3- Lei de Gay-Lussac – “Quando medidos nas mesmas condições de temperatura e


pressão (CNTP), os volumes dos reagentes e produtos gasosos, formam uma
proporção constante, de números inteiros e pequenos”.

Lembrando que: 1 mol = 6,02 x 1023 – Volume molar de um gás nas CNTP = 22,7L

Conduta de Resolução

Na estequiometria, os cálculos serão estabelecidos em função da lei de Lavoisier,


Proust e Gay-Lussac (quando medidos nas mesmas condições de pressão e
temperatura, os volumes dos reagentes e dos produtos gasosos formam uma
proporção constante, de números inteiros e pequenos), neste caso para reações
envolvendo gases e desde que estejam todos nas mesmas condições de pressão e
temperatura (CNTP).

1
Apostila de físico-química

Em seguida, devemos tomar os coeficientes da reação devidamente balanceados, e, a


partir deles, estabelecer a proporção em mols dos elementos ou substâncias da
reação.

REGRA GERAL

I. Escrever a reação química


II. Acertar os coeficientes de todos os elementos da reação
III. Estabelecer uma regra de três

Como exemplo podemos citar a reação de combustão do álcool etílico:

C2H6O + O2-> CO2 + H2O

Balanceando a equação, ficamos com:

Estabelecida a proporção em mols, podemos fazer inúmeros cálculos, envolvendo os


reagentes e/ou produtos dessa reação, combinando as relações de várias maneiras:

Observe que a única variável que muda de valor é a massa. Pois, esta depende da
substância analisada. As demais variáveis apresentam valores constantes, levando-se
em conta os coeficientes da reação.

Observação

-Uma equação química só estará corretamente escrita após o acerto dos coeficientes,
sendo que, após o acerto, ela apresenta significado quantitativo.

-Relacionar os coeficientes com mols. Teremos assim uma proporção inicial em mols;

-Estabelecer entre o dado e a pergunta do problema uma regra de três. Esta regra de
três deve obedecer aos coeficientes da equação química e poderá ser estabelecida, a
partir da proporção em mols, em função da massa, em volume, número de moléculas,
entre outros, conforme dados do problema.

2
Apostila de físico-química

Por exemplo:

Calcular o volume de CO2 produzido numa temperatura de 27°C e pressão de 1atm,


na reação de 16 g de oxigênio com monóxido de carbono.

Dado: constante universal dos gases - 0,082 atm L·mol–1 · K–1

- Quando são dadas as quantidades de dois reagentes

Quando o exercício fornece quantidades (massa, volume, mols, etc.) de dois


reagentes, devemos verificar se existe excesso de algum reagente. As quantidades de
substâncias que participam da reação química são sempre proporcionais aos
coeficientes da equação. Se a quantidade de reagente estiver fora da proporção
indicada pelos coeficientes da equação, reagirá somente a parte que se encontra de
acordo com a proporção; a parte que estiver a mais não reage e é considerada
excesso.

Observações:

1) É importante notar que as substâncias não reagem na proporção em que nós


queremos (ou em que nós misturamos), mas sim na proporção em que a
equação as obriga. Daí o cuidado de resolver problemas que dão as
quantidades de dois reagentes. Devemos sempre lembrar que é o reagente em
falta (limitante) quem “comanda” toda a reação, pois no instante que ele acaba,
a reação será sem dúvida interrompida.

Ex: Foram misturados 147g de ácido sulfúrico e 100g de hidróxido de sódio para
que reajam segundo a equação H2SO4 + 2 NaOH -> Na2SO4 + 2 H2O. Calcule a
massa do reagente que sobra em excesso após a reação.

H2SO42NaOH

98g -------- 2. 40g

147g -------- x

X=120g de NaOH isso é impossível pois o enunciado diz que temos apenas 100g
de NaOH.

Vamos agora inverter o cálculo:

H2SO42NaOH

3
Apostila de físico-química

98g -------- 2. 40g

x -------- 100g

x=122,5g de H2SO4

Agora é possível! Logo o reagente em excesso é o H2SO4 E o reagente limitante é


o NaOH.

- Quando os reagentes são substâncias impuras

Neste caso é importante calcularmos a massa referente à parte pura, supondo que as
impurezas não participam da reação.

Grau de pureza (p) é o quociente entre a massa da substância pura e a massa total da
amostra (substância impura).

P=m/mT

Onde: m= substância pura

mT=substância total

O valor de p multiplicado por 100 fornece a porcentagem de pureza.

Ex: Deseja-se obter 180L de dióxido de carbono, medidos nas condições normais,
pela calcinação de um calcário de 90% de pureza. Qual a massa de calcário
necessário?

CaCO3 ->CaO + CO2

1mol CaCO3 ----- 100g

1mol CO2 ---------- 22,4L

CaCO3 CO2

100g ---------- 22,4L

X -------------- 180L

X=803,57g de CaCO3

803,57g de CaCO3 ------------------ 90% de pureza

X ------------------------------------------100 %

X=892,8 g de calcário

4
Apostila de físico-química

- Quando o rendimento da reação não é total

Quando uma reação química não produz as quantidades de produto


esperadas, de acordo com a proporção da reação química, dizemos que o rendimento
não foi total.

Rendimento de uma reação é o quociente entre a quantidade (q) de produto


realmente obtida e a quantidade (q’) esperada, de acordo com a proporção da
equação química.

r=q/q’

O valor de r multiplicado por 100 fornece o rendimento porcentual.

Ex: Queimando-se 30g de carbono puro, com rendimento de 90%, qual a massa de
dióxido de carbono obtida?

C + O2 -> CO2

Se o rendimento porcentual é 90%, o rendimento propriamente dito será igual a


90/100= 0,90;

Temos:

C + O2 -> CO2

12g-------- 44 . 0,9

30g ---------x

X=99g de CO2

2) SOLUÇÕES

As misturas homogêneas são também denominadas de soluções, e o processo de misturar


duas substâncias para formar uma solução é chamado de dissolução.

Em uma solução, o componente que está em maior quantidade é chamado de solvente e o (s)
que está (ão) em menor quantidade é (são) chamado (s) de soluto (s). Suas propriedades
físicas não são independentes para cada componente como em uma mistura heterogênea, ou
seja, elas dependem do tipo de solução e da concentração da solução. A presença de uma
substância interfere em propriedades físicas da outra.

As soluções podem ser classificadas de acordo com seu estado físico em sólidas, líquidas e
gasosas. A Tabela1 mostra exemplos de soluções e seus estados físicos:

5
Apostila de físico-química

Tabela 1 – Exemplo de soluções


SOLVENTE SOLUTO SOLUÇÃO EXEMPLO
gás gás gasosa ar
líquido gás líquida água-oxigênio
líquido Líquido líquida água-metanol
líquido sólido líquida água-sal
sólido líquido sólida zinco-mercúrio
sólido gás sólida paládio-hidrogênio
sólido sólido sólida liga de zinco-cobre

As soluções também podem ser classificadas em eletrolíticas e não-eletrolíticas (ou


moleculares), em função da condução ou não de eletricidade.

Concentraremos nosso estudo nas soluções líquidas e gasosas, que são as mais comuns.

3) CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES

Uma solução é composta pelo soluto e pelo solvente, em função da quantidade com que os
componentes estão presentes. O que está presente em menor quantidade é o soluto. A
solução, em relação ao soluto, pode ser diluída ou concentrada. Essa classificação é relativa e
tem sido usada para dar uma indicação da concentração, isto é, uma solução é dita mais
diluída que outra quando o soluto está presente em menor quantidade nela do que na outra.
Do mesmo modo uma solução é considerada mais concentrada quando a sua massa de soluto
for maior do que a massa de soluto da outra solução.

Para determinar quantitativamente quanto de soluto está disperso no solvente, ou seja, para
calcular a concentração ou composição de uma solução, são utilizadas as unidades de
concentração. Essas unidades podem ser expressas de várias formas. A seguir, descreveremos
algumas unidades de concentração.

3.a) Concentração c omum (g/L)


É a unidade de concentração mais simples. É expressa pela letra C, e calculada da seguinte
maneira:

Onde m é a massa de soluto (g) e V é o volume da solução (L). A unidade é dada em gramas
por litro (g/L).

3.b) Concentração e m q u a n t i d a d e d e m a t é r i a ( M o l a r i d a d e - m o l / L )

Cientificamente, é mais usual esta concentração, que relaciona a quantidade de soluto


(mol) com o volume da solução, geralmente em litros. Sua unidade é mol/L:

6
Apostila de físico-química

Existe uma fórmula que relaciona concentração comum com concentração em


quantidade de matéria. Veja:

Substituindo n:

Temos:

Como:

Temos:

Cn = C/M1 ou C = Cn . M1
Podemos usar essa fórmula para transformar concentração em quantidade de matéria
em concentração comum, ou vice-versa.

Onde M1 é a massa molar do soluto.

3.c) Título (T)

Pode relacionar a massa de soluto com a massa da solução ou o volume do soluto


com o volume da solução.

T = m1/m e T = V1/V

O título em massa não tem unidade, pois é uma divisão de dois valores de massa
(massa do soluto pela massa da solução), e as unidades se “cancelam”. Como a
massa e o volume de soluto nunca poderão ser maiores que os da própria solução, o
valor do título nunca será maior que 1.

Multiplicando o título por 100, teremos a porcentagem em massa ou em volume de


soluto na solução (P):

P = 100. T

3.d) Densidade da solução (d)

Relaciona a massa e o volume da solução:

d = m/V

7
Apostila de físico-química

Geralmente, as unidades usadas são g/mL ou g/cm3.

Cuidado para não confundir densidade com concentração comum, pois as duas
relacionam massa com volume. Lembre-se de que na concentração comum se
relaciona a massa de soluto com o volume da solução e, na densidade, a massa de
solução com o volume da solução.

Obs: Podemos fazer também a relação entre concentração comum, densidade e título
para calcular a concentração de uma solução.

Unidade que nos permite expressar C = 1000.d.T

3.e) Fração Molar


A fração molar (X) de um componente “a” em solução é a razão do número de mols
deste componente pelo número total de mols de todos os componentes.

A soma das frações molares de todos os componentes de uma solução deve ser igual
a 1. Isto é: XA +XB+... = 1.

3.f) Partes por milhão (ppm) e Partes por bilhão (ppb)

Quando se utiliza soluções muito diluídas a quantidade de soluto dissolvido na solução


é extremamente pequena. Nesses casos, a concentração será calculada em partes
por milhão (ppm) ou partes por bilhão (ppb).

Partes por milhão (ppm) é definida como a quantidade, em parte de soluto,


presente em 1.000.000 (10⁶) partes da solução.

Partes por bilhão (ppb) é definida como a quantidade, em parte de soluto, presente
em 1.000.000.000 (10⁹) partes da solução.

8
Apostila de físico-química

Podemos ter as seguintes expressões para ppm

e ppb:

Obs: Podemos fazer também a relação entre concentração comum, densidade e título
para calcular a concentração de uma solução.

Unidade que nos permite expressar

C = 1000.d.T

4) DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES

No rótulo de determinado desinfetante concentrado aparecem os seguintes dizeres:


“MODO DE USAR: Por ser um sistema químico de alta concentração, deverá ser
diluído em água, na proporção de uma parte [do desinfetante] para 10 partes de
água.”
Isso quer dizer que se for usado na concentração em que é comercializado, esse
desinfetante pode danificar a superfície em que será usado. Por isso, ele deve ser
diluído.
O desinfetante é uma solução química, pois é uma mistura homogênea (apresenta-se
em uma única fase). Assim, quando pegamos uma porção dele e acrescentamos
água, que é o seu solvente, estamos realizando uma diluição de solução. Portanto,
podemos dizer que:
Diluição significa adicionar solvente a uma solução já existente, de modo que se
consiga obter uma solução de concentração menor do que a inicial, ou seja,
mais diluída.
Se a solução for colorida, é possível determinar apenas pela observação da cor se a
solução é mais diluída do que outra. Por exemplo, pela coloração nós conseguimos
distinguir facilmente se um café está mais concentrado ou mais diluído, pois quanto
maior a intensidade da cor, mais concentrado (menos diluído). Isso pode ser
visualizado abaixo: quanto mais à esquerda, mais diluída é a solução:

9
Apostila de físico-química

Quando realizamos uma diluição, a massa (m1) e a quantidade de matéria em mol (n1)
do soluto não mudam. Mas, visto que é acrescentado mais solvente, o volume (V2, V),
a massa (m2, m) e a quantidade em mol (n2, n) do solvente e da solução são alterados.

A concentração comum de uma solução é dada pela seguinte fórmula matemática:

Concentração comum = massa do soluto (em gramas)


volume da solução (em litros)

ou

C = m1
V

Desse modo, para a solução inicial e para a solução final (depois da diluição), temos:

Cinicial = __m1__ Cfinal = __m1__


Vinicial Vfinal
m1 = Cinicial .Vinicial m1 = Cfinal .Vfinal

Visto que a massa do soluto (m1) não mudou, podemos igualar as duas expressões,
chegando a uma fórmula que pode ser usada em várias questões envolvendo diluição
de soluções:

Ci . Vi = Cf .Vf

Veja um exemplo de como utilizar essa equação:

10
Apostila de físico-química

“Um químico quer preparar uma solução de ácido sulfúrico (H2SO4(aq)) que tenha
concentração de 98g/L para realizar um experimento. Mas ele possui apenas 4 litros
de solução desse ácido a 196 g/L. Levando em conta que ele usará 2 litros da solução
de ácido sulfúrico no experimento em questão, como ele deverá proceder para
preparar essa solução?”
Resolução:
A concentração inicial possui concentração maior (196 g/L) do que a solução de que o
químico precisa (98 g/L). Dessa forma, ele precisa pegar um determinado volume da
solução inicial e diluir até atingir a concentração desejada. Mas que volume seria
esse?
Para descobrir basta usar a expressão: Ci . Vi = Cf .Vf.
196 g/L . Vi = 98 g/L . 2 L
Vi = 196 g
196 g/L
Vi = 1 L
Portanto, é preciso pegar 1L da solução inicial e diluí-lo até completar dois litros,
obtendo-se, dessa forma, uma solução a 98 g/L.
Esse exemplo mostra algo que é muito comum em laboratórios de química, as
soluções compradas geralmente vêm em concentrações grandes e determinadas.
Assim, muitas vezes é preciso diluí-las para se chegar à concentração que se deseja.
Se precisarmos realizar o contrário, isto é, se quisermos obter uma solução de
concentração maior, então, basta evaporar parte do solvente, aquecendo a solução.
No caso da diluição, os químicos costumam fazer o seguinte:
1º) Calcula-se o volume necessário da solução inicial;
2º) Esse volume é coletado por sucção com uma pipeta, que é um instrumento
de precisão e com uma pera;
3º) Transfere-se esse volume da solução inicial para um balão volumétrico do
volume final que se deseja obter;
4º) Acrescenta-se água (diluição) até atingir o volume desejado.

Além da concentração comum, a relação usada também pode ser feita para outros
tipos de concentração, como em quantidade de matéria (mol/L), em título e em fração
molar:

Mi . vi = Mf . vf Ti . vi = Tf .vf xi . ni = xf .nf

11
Apostila de físico-química

4.b) Titulação
Método de análise volumétrica que consiste em determinar a concentração de ácido
ou de base através de um volume gasto de uma das soluções com molaridade
conhecida.
Este método é muito utilizado em laboratórios químicos e é utilizado as seguintes
vidrarias e reagentes:

- erlenmeyer (frasco de vidro usado para guardar soluções);


- bureta (tubo de vidro graduado em milímetros com torneira;
- indicador ácido-base (fenolftaleína, alaranjado de metila, etc).

Na bureta, coloca-se a solução de concentração conhecida, a qual é adicionada a uma


alíquota (porção) da solução com concentração a ser determinada. O momento em
que o indicador muda de cor chamamos de ponto de final ou ponto de equivalência.
Anota-se o volume gasto na bureta. Através deste volume podemos estabelecer as
quantidades, em mol, que reagiram entre si.

5) TERMOQUÍMICA

A fonte primária de energia do nosso planeta é o sol, que nos aquece, ilumina e
transfere energia, acumulando-a de várias formas, principalmente nos vegetais verdes,
através da reação de fotossíntese.

A energia solar, por exemplo, armazenada pela cana vai aparecer nas ligações
contidas nas ligações químicas entre átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio que
formam, por exemplo, a molécula de álcool (etanol).

Na reação violenta com o oxigênio (combustão), quebram-se as ligações das


moléculas do etanol e oxigênio, produzindo outras moléculas: água e dióxido de
carbono. Há também liberação de calor, que será transformado em movimento, no
motor e transferido para as rodas do carro. Essa é uma forma simples de obtermos
energia, no caso o calor liberado na combustão.

C2 H5OH + 3O2 2CO2 + 3H2O + calor

Termoquímica é a parte da química que estuda as quantidades de calor liberados ou


absorvidos, durante uma reação química.

12
Apostila de físico-química

5.a) Algumas medidas de calor (energia)

Não definimos energia, mas podemos conceituá-la como a capacidade de realizar


trabalho. Assim, há equivalência entre energia e trabalho e suas medidas.
Vejamos algumas medidas, em especial as relativas ao calor:

Unidade Térmica Britânica


Caloria (cal) Joule (J)
(BTU)
Quantidade de energia ou Quantidade de calor Trabalho realizado pela
calor necessário para necessária para elevar de força de 1 Newton (1N)
elevar a temperatura de 1g 1°F a temperatura de 1 que aplicada a um corpo,
de água em 1°C. libra (453,6) de água. desloca-o na sua direção
pela distância de 1m.
1000 cal = 1 Kcal 1 BTU = 252 cal 1 J = 0,239 cal
(quilocaloria) 1 cal = 4,184 J

5.b) O calor nas reações químicas


Veja a reação de formação da água através da equação química:

H2(g) + ½ O2(g) H2O(l)

Nesta equação só descrevemos o aspecto químico, entretanto podemos descrever a


formação da água, além dos aspectos químicos, também o calor envolvido na reação:

H2(g) + ½ O2(g) H2O(l) + 68,3 Kcal

Nesta equação nos mostra a liberação de calor (68,5 Kcal por mol de água formado).

Veremos outra reação de formação do monóxido de nitrogênio, a partir dos seus


elementos:
Esta reação não ocorre espontaneamente; há
N2(g) + O2(g)
necessidade de fornecermos energia ao sistema.

Fornecendo energia, temos:

N2(g) + O2(g) + 43 Kcal 2NO2(g)

Porém a convenção informa que a energia apareça no segundo membro da equação,


dessa forma temos:

N2(g) + O2(g) 2NO2(g) - 43 Kcal

13
Apostila de físico-química

5.c) Tipos de reações

* Reação Endotérmica

É aquela que absorve calor do meio externo. É necessário fornecer calor.


Ex: fotossíntese (6CO2 + 6H2O + calor -> C6H12O6 + 6O2).

* Reação Exotérmica

É aquela que libera calor para o ambiente.


Ex: Queima do gás de cozinha (C3H8 + 5O2 -> 3CO2 + 4H2O + calor).

Representação Gráfica

5.c) Entalpia (ΔH)

É o conteúdo global de calor ou somatório de todas as energias envolvidas em um


sistema.

Unidade: Kcal ou KJ (1Kcal ~ 4,18KJ)


A variação da energia de um sistema (ΔH) pode ser calculado pela diferença entre as
energias dos produtos e reagentes.

ΔH = Hprod – Hreag

*Reação endotérmica: Hprod >Hreag , ΔH > 0

*Reação exotérmica: Hprod <Hreag , ΔH < 0

Fatores que afetam a entalpia de uma reação

1 – Quantidade em mol de produtos e reagentes.


2 – Estado físico de produtos ou reagentes.

14
Apostila de físico-química

3 – Estado alotrópico de produtos ou reagentes. (alótropos = substância simples


diferentes, formadas pelo mesmo elemento químico).
4 – Temperatura. Altas temperaturas fornecem reações endotérmicas e vice-versa.

6) ELETROQUÍMICA
É o estudo das reações de oxirredução que produzem ou são produzidas pela corrente
elétrica, ou seja, é uma reação onde há transferência de elétrons (é). São exemplos de
reações de oxirredução: A combustão, a corrosão, a fotossíntese, o funcionamento
das pilhas e baterias, o metabolismo dos alimentos e etc.
Considere a reação:
Redução

2Na(s) + 1Cl2(g) 2NaCl(s)


Oxidação

NOX: É o número que mede a carga real ou aparente de uma espécie química.

 A espécie química que sofre OXIDAÇÃO é aquela que “perde” elétrons NOX
AUMENTA.
 A espécie química que sofre REDUÇÃO é aquela que “ganha” elétrons NOX
DIMINUI.

6.a) Células eletroquímicas

São dispositivos que permitem a interconversão de energia química em elétrica.

Existem dois tipos de células eletroquímicas:

 Células galvânicas (pilhas ou baterias)


Onde a energia química é convertida em energia elétrica.

 Células eletrolíticas
Onde a energia elétrica é convertida em energia química.

Exemplo de Célula galvânica (pilhas ou baterias)


Energia (pilha) espontâneo energia elétrica

Ex: Zn + CuSO4 ZnSO4 + Cu

Podemos simplificar:

Zn + CuSO4 ZnSO4 + Cu Resultando em: Zn0 + Cu2+ Zn2+ + Cu0

Podemos subdividir esta equação em duas etapas:

Zn0 Zn2+ + 2é – semirreação de oxidação

15
Apostila de físico-química

Cu2+ + 2é Cu0 – semirreação de redução

Se somarmos estas duas semirreações, voltaremos a equação original.


Zn0 + Cu2+ Zn2+ + Cu0

Os metais são elementos que tem alta tendência a doar elétrons, ou seja, possuem
alta eletropositividade, e formam cátions. São elementos que sofrem oxidação e
provocam a redução de outra espécie química envolvida numa reação.

Um metal é mais reativo que outro, quando sua tendência de doar elétrons, isto
é, sua eletropositividade e maior.

6.b) Deslocamento entre metais (Me)

O Me mais reativo desloca o cátion do Me menos reativo.

Ex: Na0 + Ag+Cl- Na+Cl- + Ag0

 Agente oxidante ou oxidante é a espécie química que sofre REDUÇÃO e provoca


OXIDAÇÃO de outra espécie química.

 Agente redutor ou redutor é a espécie química que sofre OXIDAÇÃO e provoca


REDUÇÃO de outra espécie química.
Podemos representar a equação acima na forma iônica:

Ex: Na0 + Ag+ Na+ + Ag0

O Me menos reativo não consegue deslocar espontaneamente um Me mais reativo.

Ex: Cu0 + ZnCl2 Não ocorre espontaneamente esta reação

Já o inverso...

Ex: Zn(s) + CuCl2(col) ZnCl2(s) + Cu0

A reação de transferência de elétrons é justamente o princípio de funcionamento


das pilhas e baterias.

Observe a Figura 1, que representa uma pilha:

16
Apostila de físico-química

Figura 1 – Pilha ou célula galvânica de zinco/cobre


Fonte: RUSSEL, 1994.

Do lado esquerdo, existe um eletrodo de zinco mergulhado em uma solução de sulfato de


zinco, e, do lado direito, existe um eletrodo de cobre mergulhado em uma solução de
sulfato de cobre II. Os elétrons são forçados a passar por um fio condutor que liga os dois
eletrodos, pois uma placa porosa (de cerâmica, vidro sinterizado ou outro material) é
introduzida, separando a solução que fornece os íons positivos e o eletrodo que fornece os
elétrons.
O que ocorre então? O eletrodo de zinco constitui o anodo, isto é, o pólo negativo, local onde
+2
se dá a oxidação. Então, o zinco metálico se oxida, formando cátions Zn que passam à
solução, e libera um fluxo de elétrons que atravessa o fio condutor e chega ao eletrodo de
cobre (este é o circuito externo da pilha). O eletrodo de cobre constitui o catodo, isto é, o
+2
pólo positivo, local onde se dá a redução. O catodo, que está em contato com os íons Cu
0
da solução, promove a redução desses íons, gerando um depósito de Cu sobre o eletrodo.

Veja, então, as reações que ocorrem na pilha:

Reação de redução Cu+2(aq) + 2e-1  Cu0(s)


Reação de oxidação Zn0(s)  Zn+2(aq) + 2e-1
Reação global Cu +2(aq) + Zn0(s)  Cu0(s) + Zn+2(aq)

Dessa maneira, com o passar do tempo, a barra de zinco irá diminuir até ser
completamente corroída, enquanto que a de cobre irá aumentar de tamanho. Outro
fenômeno que ocorre nesta pilha é a migração de ânions sulfato do compartimento catódico
para o anódico, através da parede porosa. Essa corrente iônica, também chamada de
circuito interno da pilha, é necessária para manter as duas soluções neutras, uma vez que
com o passar do tempo aumenta a quantidade de cargas positivas (Zn+2) no anodo e diminui
no catodo.

17
Apostila de físico-química

A passagem de elétrons pelo circuito externo gera corrente elétrica, eletricidade. Desse
modo, energia química foi transformada em energia elétrica, podendo ser utilizada para os
mais diversos fins, como acender uma lâmpada, fazer funcionar um motor, etc. As pilhas
comuns que encontramos no mercado e as baterias de automóveis são exemplos de células
galvânicas.

6.c) Representação da pilha

A notação química da pilha é feita por definição, pela representação:

Substância Cátion que se Cátion que sofre Substância


metálica que forma redução metálica que
sofre oxidação sofre redução

Ponte salina

Portanto, a notação química da pilha analisada será:

Zn0 Zn2+ Cu2+ Cu0

Ponte salina com KCl

A função da ponte salina é permitir a migração de íons de uma solução para outra, de
modo que o número de íons positivos (cátions) e íons negativos (ânions) na solução
de cada eletrodo permaneçam em equilíbrio.

Na pilha de Zn e Cu, com KCl(aq), na ponte salina, teremos:

1- Migração de ânions, Cl-, para a solução de zinco, por causa do aumento de


íons Zn2+(aq) em solução.
2- Migração de cátions, K+(aq), para o eletrodo de cobre, por causa da diminuição
de íons Cu2+ em solução

18
Apostila de físico-química

Com o uso da ponte salina, a pilha terá, desse modo, seu funcionamento prolongado
por mais tempo.

Denominaremos por convenção, o fio condutor por onde “caminham” os elétrons de


circuito externo.

No circuito externo. Os é partem do anodo em direção ao catodo.

Denominaremos de circuito interno, a ponte salina da pilha, por onde “caminham” os


íons K+(aq) e Cl-(aq).

No circuito interno, os ânions migram para o anodo e os cátions migram para o catodo.

6.d) Potencial-padrão de eletrodo

A tensão de uma pilha é dada pela diferença entre os potenciais


2
do catodo e do anodo. No
entanto, é impossível medir valores absolutos de potenciais elétricos, como também não
podemos medir valores absolutos de altitudes, energias potenciais, etc. Para contornar
esse problema, optou-se por escolher arbitrariamente um eletrodo-padrão, e atribuir a esse
padrão um determinado valor de potencial. O padrão escolhido, por acordo internacional,
foi o eletrodo padrão de hidrogênio, ao qual foi atribuído o potencial zero (Eº = 0V), em
condições-padrão [temperatura de 25ºC, pressão de H de 1atm e concentração de H+(aq)
de 1mol/L]. A partir daí foram determinados os potenciais-padrão dos demais eletrodos,
relativamente ao eletrodo-padrão de hidrogênio. Para isso, recomenda-se confeccionar uma
célula-padrão. A temperatura deve ser fixada a 25ºC, os eletrodos devem ser feitos com
metais puros e as soluções devem sempre possuir a concentração de 1mol/L. Caso um dos
componentes seja gasoso, a pressão do gás deve ser fixada em 1atm. O eletrodo de
hidrogênio deve ser disposto como o anodo da pilha, e o eletrodo em estudo deve ser o
catodo. Desse modo, o potencial é lido diretamente no voltímetro.
A Tabela 1 relaciona os valores de alguns potenciais-padrão de eletrodo.

19
Apostila de físico-química

Tabela 1 de Potencial Padrão de Eletrodo

20
Apostila de físico-química

Considere uma pilha zinco-cobre


O funcionamento desta pilha nos permite prever qual eletrodo sofrerá a corrosão e
qual o eletrodo sofrerá a redução.

Toda pilha possui um potencial, ou seja, produz uma voltagem e é medido na pilha.
• É dado por: ΔE= Emaior – Emenor
• Sendo Emaior e Emenor são os potenciais padrões de redução de cada semi-
equação.
Quando: ΔE > 0 - reação é espontânea.
ΔE < 0 – não é espontânea.
Quanto maior o ΔE (positivo), maior será a eficiência da pilha.

6.e) Cálculo da diferença de potencial da pilha (ΔEº)

A ddp de uma pilha no estado padrão pode ser medida por um voltímetro, ou pode ser
calculada pela expressão:
ΔEº= Eºred (catodo) – Eºred (anodo) ou
ΔEº= Eºred (maior) – Eºred (menor)

6.f) Definição da variação da ddp (ΔEº)

• ΔEº= 0 - sistema em equilíbrio


• ΔEº> 0 - reação espontânea
• ΔEº< 0 - reação não espontânea

A IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) recomenda escrever a


equação no sentido da redução e considera o Eº como sendo o potencial de redução:

• Exemplo: 2ē + Li+ Li0 Eº= -3,05 volts

7) A CORROSÃO DOS METAIS


O processo de corrosão dos metais pode ser classificado como uma oxidação do
metal por agentes naturais.
As corrosões causam modificações e modificam radicalmente a estrutura dos metais
Aproximadamente 20% do ferro produzido no mundo são para reparo das estruturas
“enferrujadas”.

21
Apostila de físico-química

A grande maioria dos metais se oxida na presença de ar, esse fenômeno pode ser
explicado pelo fato de esses metais possuírem menor potencial de redução do que o
oxigênio.

7.a) Mecanismo geral da corrosão


• O2 + 2H2O + 4ē + 4OH- Eº= +1,23 (maior)
• Cátion + elétrons Meº Eº< +1,23

Com exceção do ouro e da platina, todos os metais que encontramos em nosso


cotidiano sofrem corrosão com maior ou menor intensidade.

EºRed de Au= +1,50 V e EºRed de Pt= +1,32 V

Em vários metais, a corrosão não é tão intensa devido à formação de uma película
protetora.

7.b) Ferrugem: a corrosão do ferro


Para haver corrosão do ferro é necessário que haja umidade. Uma lâmina de ferro não
se oxida na ausência de oxigênio ou em ambientes secos.

A formação da ferrugem ocorre por meio das seguintes semirreações:

• Fe²⁺ + 2ē + Feº EºRed = -0,44 V

• ½O₂ + H₂O + 2ē 2OH⁻ EºRed= +1,23 V

Os valores dos potenciais permitem prever a oxidação do ferro e a redução do gás


oxigênio:

• Oxidação:
Feº Fe²⁺ + 2ē
• Redução:
½O₂ + H₂O + 2ē 2OH⁻
+
Feº + ½O₂ + H₂O Fe²⁺ + 2OH⁻

22
Apostila de físico-química

7.c) Evitando a corrosão do ferro


Anualmente, a ferrugem provoca perdas de bilhões de dólares no mundo inteiro. Isso
faz com que novas técnicas sejam desenvolvidas para evitar a corrosão do ferro.

Vamos analisar as principais.

7.d) Pinturas protetoras


A função da tinta protetora é impedir o contato entre o ferro e o ar. O zarcão (Pb₃O₄),
por exemplo, é uma substância muito utilizada em tintas protetoras.
Tintas modernas, a base de películas de polímeros, são mais eficientes que o zarcão.
Algumas dessas tintas chegam a proteger uma estrutura de ferro por vários anos, sem
necessidade de manutenção.

7.e) Aços especiais


O aço é uma liga entre ferro e carbono, com proporção variada. Pode ser misturado
com outros metais como: cromo, níquel, vanádio, tungstênio, ele é denominado de
AÇO INOXIDAVEL.

7.f) Galvanização
A galvanização consiste no recobrimento do metal a ser protegido com outro metal,
que promova o seu isolamento do contato com o ar atmosférico.
A galvanização do ferro é feita com zinco. A peça de ferro é mergulhada em zinco
fundido para que este seja recoberto com uma fina camada.
O zinco tem maior potencial de oxidação que o ferro, ao entrar em contato com o ar
úmido o zinco se oxida e forma o óxido de zinco. O óxido de zinco tem uma boa
aderência e baixa porosidade, pois isso esse óxido dificulta ainda mais o contato do
ferro com o ar atmosférico.
Uma placa recoberta de estanho constitui a popular lata de estanho. Como o estanho
é um metal que sofre oxidação muito lenta, é utilizado como proteção para o ferro.

Observe os potenciais de redução:

Fe²⁺ + 2ē + Feº EºRed= -0,44 V

Sn²⁺ + 2ē + Snº EºRed= -0,14 V

Latas usadas para guardar alimentos costumam apresentar uma camada protetora de
polímeros especiais, para evitar que o ácido cítrico dos elementos ataque o estanho.

7.g) A Proteção catódica


Uma forma eficiente de proteção contra a corrosão consiste em ligar placas de
magnésio, ou zinco, à placa de ferro. Observe seus potencias de redução:

• Mg²⁺ + 2ē + Mgº EºRed= -2,36 V


• Zn²⁺ + 2ē + Znº EºRed= -0,76 V
• Fe²⁺ + 2ē + Feº EºRed= -0,44 V

O zinco e o magnésio se oxidam mais facilmente que o ferro e são chamados de


eletrodos de sacrifícios

23
Apostila de físico-química

O mecanismo da proteção catódica é interessante: se um átomo de ferro se oxida a


Fe²⁺, imediatamente outro átomo de Mg ou Zn também irá se oxidar e enviar elétrons
para reduzir o íon Fe²⁺ novamente a Feº.

Observe então que o eletrodo de sacrifício terá de possuir menor potencial de redução
que o ferro.

Condutor elétrico

• Ferro eletrodo de sacrifício

EºRed = -0,44 V EºRed < -0,44 V

Por que as latas velhas enferrujam tão facilmente?

A camada de estanho não é um eletrodo de sacrifício,


o estanho apenas protege o ferro do contato com o ar.
Quando se rompe esta camada de estanho, o ferro
passa a se oxidar facilmente. Isso ocorre porque, na
verdade, o ferro passa a ser o eletrodo de sacrifício do
estanho.

Veja os potenciais padrões de redução abaixo:


Zn²⁺ + 2ē Znº EºRed= -0,76 V

Fe²⁺ + 2ē Feº EºRed= -0,44 V

Sn²⁺ + 2ē Snº EºRed= -0,14 V

24
Apostila de físico-química

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

CANTO, Tito. Físico-Química. Vol. II. São Paulo: Scipione, 2001.

FELTRE, Ricardo. Físico-Química. Vol. II. São Paulo: Moderna, 2001.

FONSECA, M. R. Completamente Química: físico-química. São Paulo: LTC, 2001.

SARDELLA, Antônio. MATEUS, Edgar. Curso de Química: físico-química. São Paulo:


Àtica, 1991.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

ATKINS, P. e JONES, L. Princípios de Química, questionando a vida moderna e o


meio ambiente. Porto Alegre: Artmed, 2001.

BRADY, J.E. e HUMISTON, G.E. Química Geral. 2ed, Rio de Janeiro: Livros Técnicos
e Científicos, 1986.

25

Você também pode gostar