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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ)

Instituto de Química
Introdução ao Laboratório de Química Geral
2021.2

Relatório 7:
Experimento - Equilíbrio Químico

Turma 3
Professor: Maurício Cruz

Alunos:

Ana Gabriela Rodrigues Adão Soares (202020551811)


Antonio Lucas Ancelmo Macedo (202020552311)
Ariane Viana Bezerra (202020552411)
Luana Ferreira dos Santos (202020555211)
Mylena Berriel de Andrade dos Anjos (202020551211)

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Sumário

1. Introdução……………………………………………………………….………..…. 2
2. Objetivos……………...………………………………………………….………….. 5
3. Materiais …..………….………………………………………………….…………. 5
4. Resultados e Discussão…………………………………………………..…………. 5
5. Conclusão………………………………………………….……………..…………. 9
6. Referências……………………………………………………………….………… 10

1. Introdução

Um sistema em equilíbrio é aquele em que a velocidade de formação dos produtos


(reação direta) é a mesma que a velocidade de formação dos reagentes (reação inversa), e
tende a permanecer assim até que o sistema seja perturbado, modificando a temperatura,
pressão ou concentração dos produtos ou reagentes. Essa combinação de moléculas para a
formação dos produtos na reação direta e a recombinação das mesmas para formação dos
reagentes na reação inversa é chamada de reação reversível, representado pela dupla seta na
reação abaixo, em que as letras maiúsculas representam os elementos químicos e as
minúsculas significam os coeficientes estequiométricos:

aA + bB ⇄ cC + dD

Todos os equilíbrios químicos são equilíbrios dinâmicos, ou seja, são equilíbrios


ativos e reagem a mudanças de temperatura, pressão e concentração.
Graficamente, o equilíbrio pode ser visto a partir daquele ponto em que a
concentração dos reagentes e dos produtos se igualam, ou seja, a reação continua ocorrendo
mas os reagentes e produtos estão sendo consumidos e restaurados ao mesmo tempo. O
gráfico abaixo corresponde a concentração em relação ao tempo. Pode-se perceber que, no
início da reação, há uma grande quantidade de reagentes e nenhuma de produtos, porque a
reação ainda não começou. Com o passar do tempo, essa quantidade vai diminuindo e a
quantidade dos produtos aumenta. Em um determinado valor de t (tempo), as concentrações
dos reagentes e produtos permanecem a mesma, constantes em relação ao eixo y.

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Por outro lado, o gráfico correspondente à velocidade x tempo mostra que a conversão
de reagentes a produtos começa com uma velocidade alta e vai decrescendo com o passar do
tempo. Em contrapartida, a velocidade dos produtos no momento inicial é zero e vai
aumentando no decorrer do tempo. Dessa forma, em algum momento t da reação, as
velocidades vão se igualar, mostrando que a reação entrou em equilíbrio.

Em 1864, o matemático Cato Guldberg e o químico Peter Waage descobriram a


relação que definiria a composição de uma mistura em equilíbrio químico. Eles fizeram
vários experimentos utilizando essa relação e perceberam que, independente da composição
inicial, o valor da quantidade era aproximadamente o mesmo para todos os experimentos
realizados. Isso mostra que o valor de K (constante de equilíbrio) é característico para uma
mistura e só pode se alterar com a variação da temperatura. Essa relação é dada por:

[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠]
𝐾= [𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠]

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Se K>1, significa que os produtos são favorecidos nessa reação. De outra maneira, se
K<1, então os reagentes são favorecidos.
A constante de equilíbrio também pode se relacionar com a concentração dos
reagentes e produtos, como na expressão abaixo, em que as concentrações dos produtos estão
no numerador e a concentração dos reagentes estão no denominador e, além disso, cada valor
de concentração está elevado ao seu coeficiente estequiométrico:

𝑐 𝑑
[𝐶] . [𝐷]
𝐾𝑐 = 𝑎 𝑏
[𝐴] . [𝐵]

Finalmente, a constante de equilíbrio pode ser escrita em função da pressão parcial, e


é utilizada quando pelo menos uma das substâncias envolvidas no equilíbrio está no estado
gasoso, onde p significa a pressão parcial de cada participante da reação, como mostra a
equação a seguir:
𝑐 𝑑
(𝑝𝐶) . (𝑝𝐷)
𝐾𝑝 = 𝑎 𝑏
(𝑝𝐴) . (𝑝𝐵)

Além disso, também pode-se encontrar o grau de equilíbrio (α) de uma reação, que
corresponde ao rendimento e indica a porcentagem (em mols) de uma substância até que ela
atinja o equilíbrio.
(𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑢)
α = (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙)
Equilíbrio envolvendo substâncias no mesmo estado físico é chamado de equilíbrio
homogêneo. No entanto, o equilíbrio em que as substâncias estão em estados físicos
diferentes é chamado de equilíbrio heterogêneo. Em algumas reações, o solvente pode
aparecer como reagente ou produto. Porém, quando a solução é muito diluída no solvente,
este pode ser desconsiderado e ser considerado uma solução pura, porque a sua variação de
concentração é insignificante e pode ser ignorada ao escrever a equação de equilíbrio. Da
mesma maneira, sólidos não entram na expressão porque sua concentração em quantidade de
matéria permanece a mesma. Desse modo, só participam da expressão substâncias no estado
físico aquoso ou gasoso, pois esses estados sofrem variação.
Com os estudos de Guldberg e Waage pode-se compreender que independentemente
da composição inicial de uma mistura de reação, a composição tende a se ajustar até que as
atividades levem ao valor característico de K daquela reação, em uma dada temperatura. Isso

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significa que, se houver distúrbios no sistema, o mesmo irá se ajustar para compensar essa
perturbação e não alterar o valor de K para aquela mistura. Esse fenômeno é chamado de
deslocamento de equilíbrio. Se a perturbação do equilíbrio for o aumento de temperatura, o
sistema deverá consumir esse calor extra, ou seja, vai deslocar para o lado da reação que for
endotérmico. Alternativamente, o mesmo ocorre quando a temperatura é diminuída e, por
isso, o sistema irá deslocar para o lado exotérmico, em vista de compensar o calor retirado.
Outrossim, o raciocínio é o mesmo para aumento de concentração do produto ou reagente. Se
aumentar a concentração do reagente, o deslocamento tenderá a formar mais produtos a fim
de compensar o reagente em excesso. O mesmo ocorre para excesso de produto, em que o
deslocamento será para produzir mais reagentes. Por outro lado, se retirar produtos ou
reagentes, o deslocamento será para produzir mais dessa substância deficiente em quantidade.
Também a pressão pode alterar o equilíbrio. Quando a pressão aumenta, o equilíbrio será
restabelecido deslocando para o lado de menor volume. Quando a pressão diminui, o
deslocamento será para o lado da reação de maior volume.

2. Objetivos

O objetivo dessa prática é mostrar como as perturbações podem alterar o equilíbrio e,


em alguns casos, pode ser observado macroscópicamente.

3. Materiais

Erlenmeyer de 250 mL ou frasco de vidro com rolha de borracha para vedar, pipeta
graduada de 5 mL, pinça metálica, banho de gelo e banho maria, tubos de ensaio.

Reagentes: Fio ou pedaço de folha de cobre metálico, ácido nítrico concentrado, solução de
cloreto férrico, solução de tiocianato de amônio, solução de cloreto de amônio, solução de
ácido fosfórico, solução de ácido acético 1,0 mol/L, solução de ácido clorídrico 1,0 mol/L,
alaranjado de metila, solução de cloreto de sódio, solução de acetato de sódio, solução de
amônia 1,0 mol/L, solução de hidróxido de sódio 1,0 mol/L, fenolftaleína e solução de cloreto
de amônio.

4. Resultados e Discussão

a) Estudando o equilíbrio da reação:

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Cu(s) + 4HNO3 ⇋ Cu(NO3)2 + 2NO2 + 2H2O
[A reação acima, é uma reação de oxirredução. Onde o Cu(s) possui seu nox
=0 e se oxida passando para Cu2+ . Já o nitrogênio no ácido nítrico tem seu
nox =5 e se reduz para nox= 4 no 2NO2]

Coloque cerca de 1 cm de fio de cobre ou um pequeno pedaço de folha de


cobre metálico dentro do Erlenmeyer (ou frasco de vidro). Na capela, usando a pipeta
graduada, adicione 1,5 ml de ácido nítrico concentrado e tampe imediatamente o
Erlenmeyer com uma rolha de borracha.
Após adicionar as gotas de HNO3 que possui a cor incolor, ao entrar em
contato com o fio ou pedaço de cobre ocorreu a formação de um gás que mudou a
coloração para amarelo, e do cobre saiu uma coloração esverdeada. Assim deixando o
erlenmeyer com uma coloração amarelada e um pouco de esverdeado no fundo.
Foi mantido o Erlenmeyer tampado em temperatura ambiente por alguns
minutos até que não seja observado uma variação aparente da coloração do gás
formado.
Após a reação atingir o equilíbrio, com o auxílio de uma pinça metálica, mergulhe o
Erlenmeyer no banho de gelo e a coloração do gás ficou mais clara.
Retire o erlenmeyer do banho de gelo e reserve-o sobre a bancada por alguns
minutos para ele igualar com a temperatura ambiente novamente.
Por último, usando a pinça metálica, mergulhe o Erlenmeyer no banho maria (água
em ebulição). O gás dentro do erlenmeyer ficou com uma coloração alaranjada bem
forte.
A variação da temperatura modifica o valor numérico da constante de
equilíbrio. Qualitativamente, entretanto, a influência da temperatura sobre a posição
de um equilíbrio químico pode ser prevista com a ajuda do Princípio de Le Chatelier.
Pelo princípio de Le Chatelier, um aumento da temperatura (energia térmica entregue
ao sistema) deve induzir um deslocamento do equilíbrio no sentido a ter a energia
fornecida parcialmente consumida, ou seja, favorecendo o aumento da concentração
da espécie química NO2(g). O aumento na temperatura favorece a formação dos
produtos. Naturalmente, a diminuição da temperatura favorece a formação dos
reagentes.

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b) Estudando o equilíbrio da reação:

FeCl3 + 3NH4SCN ⇋ Fe(SCN)3 + 3NH4Cl

Em cincos tubos de ensaio, adicionamos 5,0 ml da solução vermelha obtida a


partir da mistura de 1,0 ml de solução de cloreto férrico com 5,0 de solução de
tiocianato de amônio. Reserve a solução contida no tubo 1 como referência. Aos
demais tubos de ensaio, adicionamos aos poucos as soluções descritas conforme a
tabela 1 abaixo:
Tabela 1
Tubo 2 Gotas da solução de NH4SCN

Tubo 3 Gotas da solução de FeCl3

Tubo 4 Gotas da solução de NH4Cl

Tubo 5 Gotas da solução de H3PO4

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No tubo 1 a sua coloração fica semelhante a sangue, com um vermelho bem
intenso.

Tudo 2 com o 1 como referência: adicionando mais reagente ficou com a coloração
mais escura (deslocamento para os produtos).

Tubo 3 com o 1 como referência: adicionando mais reagentes coloração ficou mais
escura (deslocamento para os produtos)

Tubo 4 com o 1 como referência: adicionando mais produto (NH4Cl), sua coloração
ficou mais clara, indicando um deslocamento para os reagentes.

Tubo 5 com o 1 como referência: ocorreu uma alteração na coloração se tornando


menos concentrado. Como o H3PO4 deixou a solução mais clara, significa que a
reação se deslocou para o sentido dos reagentes, ou seja, o H3PO4 só pode ter reagido
com o FeCl3 ou NH4SCN.

c) Variação da coloração dos indicadores alaranjado de metila e fenolftaleína em


função do pH:

Em 8 tubos de ensaio, realizamos as misturas das seguintes soluções descritas


no tabela 2 e homogeneizando-as. As misturadas dos tubos 1, 3, 5 e 7 serão usadas
como referência.

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Tabela 2
Tubo 1 3,0 ml de CH3COOH + 3 gotas de alaranjado de metila

Tubo 2 1,5 ml da solução do Tubo 1 + 3 a 5 gotas de solução de NaCl

Tubo 3 3,0 ml HCl + 3 gotas de alaranjado de metila

Tubo 4 1,5 ml da solução do Tubo 3 + 3 a 5 gotas de solução de CH3COONa

Tubo 5 3,0 ml de NH3 + 3 gotas de fenolftaleína

Tubo 6 1,5 ml de solução do Tubo 5 + 3 a 5 gotas de solução NH4Cl

Tubo 7 3,0 ml de NaOH + 3 gotas de fenolftaleína

Tubo 8 1,5 ml da solução do Tubo 7 + 3 a 5 gotas de solução de NaCl

Tubo 2 com o 1 de referência: Após ser adicionado 5 gotas de cloreto de sódio


notou-se uma mudança na coloração indo de laranja avermelhado para um laranja
fosco (mais vermelho).
CH3COOH + NaCl = CH3COONa + HCl
a reação teve um aumento no seu pH, com a formação de HCl

Tubo 4 com o 3 de referência: Foi adicionado 5 gotas de acetato de sódio e


verificou-se a mudança de coloração indo de laranja claro (transparente) para
vermelho.
HCl + CH3COONa = CH3COOH + NaCl
A reação deixou o meio menos ácido, e o indicador ácido-base passou da coloração
vermelho para a coloração amarela

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Tubo 6 com o 5 de referência: Logo após adicionar 5 gotas de cloreto de amônia
notou-se que houve mudança de coloração indo de um violeta claro para um violeta
escuro.
NH3 + NH4Cl = 2NH3 + HCl
A solução se encontra em meio básico, a coloração violeta do indicador demonstra
isso. Contudo, ao reagir com o reagente NH4Cl aumenta o Pka, ou seja, deixa ainda
mais básico o meio

Tubo 8 com o 7 de referência: Tendo adicionado 5 gotas de cloreto de sódio foi


notado uma mudança na coloração indo de uma violeta médio para um rosa muito
claro (quase incolor).
NaOH + NaCl = Na2O + HCl
A solução se encontrava no meio básico, a reação entre os dois reagentes produziu
um óxido básico de um metal forte e um ácido forte deixando a solução quase neutra.
Por isso, o indicador quase não gerou uma coloração

OBS: Durante a realização do experimento o frasco que continha a fenolftaleína


estava vazando gotas e houve alteração nos últimos tubos (7 e 8).
Sabendo que diversos fatores podem comprometer o equilíbrio químico, nessa
parte do experimento com os resultados e observações, as concentrações de ácidos ou
bases influenciaram na coloração das soluções. No tubo 2, contendo o ácido acético,
foi adicionado o cloreto de sódio um sal de caráter neutro, resultando em quase
nenhuma mudança na coloração, visto que, seu PH continua o mesmo. No tubo 4,
contendo o ácido clorídrico, foi adicionado o acetato de sódio um sal básico, tendo
como resultado a mudança na coloração de laranja quase amarelo para vermelho,
marcando assim a mudança no PH da mistura. No tubo 6, contendo o hidróxido de
amônia uma base fraca, foi colocado o cloreto de amônia um sal ácido e houve
mudança na coloração de violeta claro para violeta mais escuro, sendo assim,
marcando a mudança no PH também (ficando mais ácido). No tubo 8, contendo
hidróxido de sódio uma base, foi adicionado cloreto de sódio um sal neutro e
obteve-se mudança na coloração mas não no PH. A mudança na coloração foi devido
ao erro no experimento, o correto seria manter o violeta escuro.

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5. Conclusão

Levando em consideração todos os experimentos realizados, foi possível observar de


forma clara vários tipos de perturbações no equilíbrio e como elas afetam as soluções
macroscópicamente.
No experimento da letra A, observamos variação da temperatura como fator de
deslocamento do equilíbrio.
Já no da letra B, a concentração de reagentes e produtos como fator.
E, no da letra C, as concentrações de ácidos ou bases, que modificaram muitas vezes a
coloração das soluções, ou seja, alteraram o pH.

6. Referências

● Apostila de Laboratório fornecida pelo professor.


● VOGEL, A. Química Analítica Qualitativa. 5° ed. Mestre Jou
● ATKINS, P.W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna
e o meio ambiente. 7.ed. Porto Alegre: Bookman, 2018.
● Skoog, D. A., West, D. M., Holler, Holler, F. J. Fundamentos de Química Analítica,
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.
● https://www.ufjf.br/quimica/files/2015/06/2018-QUI126-AULA-8-%C3%81CIDOS-
E-BASES-pH-E-INDICADORES.pdf

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