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QUÍMICA 11º ANO

REAÇÕES QUÍMICAS E CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS:


Qualquer reação química envolve a rutura de ligações químicas entre os átomos reagentes e a formação de novas
ligações químicas entre os átomos que constituem os produtos da reação. Os coeficientes estequiométricos (algarismos
colocados antes de cada substância na equação química) dão informação em relação à proporção entre a quantidade de
cada substância que participa na reação química. Ou seja, a estequiometria de uma reação dá uma perspetiva teórica
(ideal) relativa à quantidade de produtos de reação obtidos comparativamente à quantidade de reagentes usados.
Para resolver problemas de cálculos estequiométricos deve-se:
- Converter em quantidade química os dados fornecidos no enunciado.
- Estabelecer a proporção em moles entre as substâncias pretendidas e efetuar os cálculos respetivos.
- Exprimir o resultado na grandeza pretendida.
REAGENTES COM IMPUREZAS
Os reagentes usados numa reação podem conter quantidades significativas de impurezas inertes, e apenas a quantidade
pura do reagente é que é gasta na reação química. Para se efetuarem os cálculos estequiométricos é necessário
determinar em primeiro lugar a massa de reagente puro, através da seguinte expressão:
massa de reagente puro
Grau de pureza= ×100
massa total da amostra
REAGENTE LIMITANTE:
É o reagente consumido totalmente, uma vez que se encontra em menor quantidade nas proporções estequiométricas.
quantidade de reagente
Para determinar o reagente limitante comparam-se as razões dos reagentes ( ).
coeficiente estequiométrico
A menor fração corresponde ao reagente limitante. A quantidade de reagente em excesso (por reagir) determina-se por:
nexcesso=ninicial-nreagiu.

REAÇÕES COMPLETAS/INCOMPLETAS:
Nas reações completas verifica-se o esgotamento de pelo menos um dos reagentes, enquanto nas reações incompletas tal
não se verifica e por isso o rendimento é inferior a 100%.
 RENDIMENTO DE UMA REAÇÃO:
Valorobtido
η= ×100
Valor previsto
A não ocorrência de um rendimento de 100% pode ser atribuída a vários fatores:
 Perdas físicas (evaporação);
 Perdas químicas (existência de reações secundárias em simultâneo, nas quais se formam produtos de reação
indesejáveis);
 Erros sistemáticos e acidentais (os que decorrem de defeitos de equipamento, falta de cuidado do operador).

QUÍMICA VERDE
A química verde surge da necessidade de prevenir/reduzir a poluição causada pelos processos químicos que usem e
gerem maior ou menor quantidade de materiais, nomeadamente tóxicos e/ou inflamáveis.
ECONOMIA ATÓMICA PERCENTUAL: corresponde à razão entre a massa dos átomos dos reagentes incorporados no produto
da reação desejado (m) e a massa total dos átomos dos reagentes (m´), expressa em percentagem. Pode ser calculada
através da seguinte expressão:
m
EA= × 100

REAÇÕES REVERSÍVEIS E EQUILÍBRIO QUÍMICO


Em algumas reações químicas os produtos de reação reagem entre si, regenerando desta forma os reagentes. Estas
reações dizem-se reversíveis. Nas reações reversíveis coexistem as reações direta e inversa, e o resultado final é uma
mistura de reagentes e produtos da reação.
Ex.: N2(g) + 3H2(g) ⇌ 2NH3(g)
Atinge-se o equilíbrio químico quando as reações direta e inversa se processam com igual velocidade, e por isso diz-se
que o equilíbrio químico é dinâmico.
Assim, num sistema em equilíbrio:
• As reações direta e inversa continuam a ocorrer com igual velocidade;
• As concentrações das substâncias presentes mantêm-se constantes;
• Não há mudanças observáveis nas propriedades do sistema (cor, pressão, temperatura, …)
CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO QUÍMICO
 Um equilíbrio diz-se homogéneo quando os constituintes do sistema se
encontram todos na mesma fase e diz-se heterogéneo quando os
constituintes do sistema se encontram em fases diferentes.
 É atingido o estado de equilíbrio, no instante t e pois a partir desse instante as
concentrações do reagente A e do produto de reação B não variam.
Cato Guldberg e Peter Waage, nos finais do século XIX, estabeleceram uma lei, a
Lei do Equilíbrio Químico, ou Lei da Ação das Massas, também conhecida como
Lei de Guldberg e Waage, que diz: “Num sistema em equilíbrio químico é
constante a razão entre o produto das concentrações dos produtos de reação e o produto das concentrações dos
reagentes, elevadas aos respetivos coeficientes estequiométricos.”
Generalizando para a reação reversível aA(g) + bB(g ) ⇌ cC(g) + dD(g), em que a, b, c e d são os coeficientes
estequiométricos das espécies químicas A, B, C e D, a constante de equilíbrio, para uma dada temperatura, será
calculada pela expressão
[ C ]ce × [ D ] de
K c= a b
[ A ] e × [ B ]e
 O valor da constante de equilíbrio depende da natureza da reação e da temperatura.
 Para a mesma temperatura, a constante de equilíbrio de uma dada reação é sempre a mesma. Se a temperatura variar
Kc varia.
A extensão da reação direta é o grau de transformação dos reagentes em produtos de reação, atingido o equilíbrio.
Verifica-se que:
 Se Kc >>1 a extensão da reação direta é muito superior à extensão da reação inversa, significando que no equilíbrio
há muito maior quantidade de produtos de reação que de reagentes.
 Se Kc<<1 a extensão da reação inversa é muito superior à extensão da reação direta, significando que no equilíbrio
há muito maior quantidade de reagentes que de produtos de reação.
QUOCIENTE DE REAÇÃO (Qc):
Um modo de saber se um sistema está ou não em equilíbrio consiste em comparar a constante de equilíbrio, K c, com o
quociente da reação, Qc, sabendo deste modo em que sentido vai evoluir.
O quociente da reação é então uma expressão que tem a mesma forma que a constante de equilíbrio, na qual as
concentrações não são necessariamente as concentrações de equilíbrio.
 Se Kc = Qc , o sistema está em equilíbrio.
 Se Kc ≠ Qc , o sistema não está em equilíbrio.
 Se Qc<Kc , a quantidade de reagentes neste estado é superior à quantidade de reagentes no estado de equilíbrio o
que implica que a reação se continue a dar no sentido da formação dos produtos espontaneamente, sendo
privilegiada a reação direta até atingir o equilíbrio, quando Kc = Qc.
 Se Qc>Kc, a quantidade de produtos de reação neste estado é superior à quantidade de produtos de reação no
estado de equilíbrio o que implica que a reação se dê espontaneamente no sentido da formação de reagentes,
sendo privilegiada a reação inversa até atingir o equilíbrio, quando Kc = Qc.
Nota: o carácter dinâmico do equilíbrio torna-o sensível a qualquer alteração das condições do equilíbrio.
Qualquer alteração produzida num sistema em equilíbrio obriga-o a evoluir no sentido de atingir um novo estado de
equilíbrio.
Le Châtelier concluiu que os fatores que podiam alterar uma situação de equilíbrio eram: a variação da concentração de
algum dos reagentes ou produtos, a variação da pressão (ou o volume) em sistemas de componentes gasosos e a
variação da temperatura.
PRINCÍPIO DE LE CHÂTELIER: se a um sistema em equilíbrio for introduzida uma perturbação, o sistema vai reagir evoluindo
no sentido de contrariar essa perturbação, até ser atingido novo estado de equilíbrio.
EFEITO DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO
 Se for adicionado reagente, aumentando a respetiva concentração, o sistema evolui no sentido direto, aumentando a
concentração dos produtos.
 Se for adicionado produto, aumentando a respetiva concentração, o sistema evolui no sentido inverso, aumentando a
concentração dos reagentes.
 Se for retirado reagente, diminuindo a respetiva concentração, o sistema evolui no sentido inverso, diminuindo a
concentração dos produtos.
 Se for retirado produto, diminuindo a respetiva concentração, o sistema evolui no sentido direto, diminuindo a
concentração dos reagentes.
EFEITO DA VARIAÇÃO DE PRESSÃO/VOLUME EM SISTEMAS COM COMPONENTES GASOSOS
 Se a pressão total aumenta (ou o volume diminui), o sistema vai evoluir no sentido de fazer diminuir a pressão
(aumentar o volume), ou seja, vai evoluir no sentido da formação do menor número de moléculas gasosas.
 Se a pressão total diminui (ou o volume aumenta), o sistema vai evoluir no sentido de fazer aumentar a pressão
(diminuir o volume), ou seja, vai evoluir no sentido da formação do maior número de moléculas gasosas.
NOTA: Quando o número de moléculas dos reagentes gasosos é igual ao número de moléculas dos produtos gasosos, a
variação de pressão (por alteração de volume) não tem influência no estado de equilíbrio.
EFEITO DA VARIAÇÃO DA TEMPERATURA
Este efeito é patente em reações endotérmicas e exotérmicas não o sendo em reações atérmicas.
Num sistema em equilíbrio, a uma reação direta endotérmica corresponde uma reação inversa exotérmica e vice-versa.
Segundo Le Châtelier, o aumento da temperatura favorece as reações endotérmicas e a diminuição da temperatura
favorece as reações exotérmicas.
 Quando se aumenta a temperatura de um sistema em equilíbrio, aumentando a energia, o sistema vai evoluir no
sentido de consumir essa energia, ou seja, de baixar a temperatura, e por isso, o sistema vai evoluir no sentido da
reação endotérmica.
 Quando se baixa a temperatura de um sistema em equilíbrio, diminuindo a energia, o sistema vai evoluir no sentido
de aumentar essa energia, isto é, de aumentar a temperatura, ou seja, o sistema vai evoluir no sentido da reação
exotérmica.
Nota:
 Sempre que, por variação de temperatura, o sistema evolui no sentido direto então Kc aumenta;
 Sempre que, por variação de temperatura, o sistema evolui no sentido inverso então Kc diminui.

ADIÇÃO DE CATALISADORES
 Um catalisador é uma substância que altera, com a mesma intensidade, as velocidades da reação direta e inversa,
não afetando, nem o equilíbrio nem o rendimento da reação, obtendo-se o mesmo rendimento, mas em menos tempo.
 A adição de catalisadores ao sistema reacional não afeta o equilíbrio, apenas contribui para que ele seja atingido em
menos tempo.

O EQUILÍBRIO QUÍMICO E A PRODUÇÃO DE AMONÍACO


A reação de síntese do amoníaco, em sistema fechado, é uma reação de equilíbrio em fase gasosa, exotérmica no sentido
direto.
 Como o número de moles de reagentes é superior ao número de moles de produto, uma pressão elevada faz
deslocar o equilíbrio no sentido direto, o sentido da formação de menor número de moléculas, aumentando o
rendimento.
 Aumentando a concentração de N2, o reagente mais barato, aumenta o rendimento da reação.
 Na indústria, dado que os reatores químicos para altas pressões são muito caros, utiliza-se, na prática, uma pressão
na ordem das 350atm.
 Dado que a síntese do amoníaco é uma reação exotérmica, esta é favorecida para temperaturas baixas. No entanto,
a baixas temperaturas a velocidade de reação é muito baixa, o que prejudica o tempo de produção, fator muito
importante na indústria.
 É preciso, então, achar um compromisso entre a necessidade de baixar a temperatura para aumentar o rendimento e
o de alterar a temperatura para que a reação se processe rapidamente, o que é encontrado para a temperatura de
450° C, sendo, no entanto, necessário recorrer a um catalisador para aumentar a velocidade da reação até se atingir o
equilíbrio químico.
NOTA: mesmo a 350atm e a 450° C, e na presença de um catalisador, uma mistura de ferro com óxido de potássio e de
alumínio, o rendimento do processo é de apenas 30%.
Ácidos e Bases – Evolução do conceito
Arrhenius associou as propriedades ácidas à presença do ião H +, ou H3O+, em solução e as propriedades básicas à
presença do ião OH−, propondo os seguintes conceitos:
 Ácido é toda a substância que em solução aquosa produz iões H+.
 Base é toda a substância que, contendo grupos OH−, em solução aquosa liberta iões OH−.

TEORIA PROTÓNICA DE BRÖNSTED-LOWRY:


ÁCIDO: é toda a espécie que cede um ião H+ (protão).
BASE: é toda a espécie que recebe um ião H+ (protão).
NOTA: espécies que em certas situações se comportam como ácidos e noutras como bases designam-se por espécies
anfotéricas ou anfipróticas.
PARES ÁCIDO-BASE CONJUGADOS:
Quando um ácido cede um protão transforma-se numa base, designada de base conjugada desse ácido. Quando uma
base aceita um protão transforma-se num ácido, designado de ácido conjugado dessa base.
Um par ácido-base conjugado é constituído por duas espécies químicas que diferem num protão.

AUTOIONIZAÇÃO DA ÁGUA
Qualquer amostra de água, no estado líquido, contém sempre iões hidrónio (ou oxónio, H 3O+), e iões hidróxido, OH−,
provenientes da auto ionização da água, ou auto protólise da água, descrita através da seguinte equação química: H 2O()
+ H2O() ⇌ OH−() + H3O+()

A constante de equilíbrio correspondente a esta reação toma o nome de produto iónico da água é:
K W =¿ ¿
de tal modo que a 25° C Kw = 1,00×10−14
É uma reação de equilíbrio que é pouco extensa no sentido direto, pois a constante de equilíbrio tem um valor muito
pequeno, o que implica que estes iões estejam presentes em pequena quantidade.
 Como qualquer constante de equilíbrio, o produto iónico da água varia com a temperatura, aumentando com o
aumento de temperatura. Em qualquer solução aquosa verifica-se sempre que:
K W =¿ ¿
 Se ¿ ¿ então a solução é ácida.
 Se ¿ ¿ então a solução é neutra.
 Se ¿ ¿ então a solução é básica ou alcalina.

DISSOCIAÇÃO: é a separação dos iões do soluto iónico por ação das moléculas polares do solvente.
Estes iões ficam envolvidos por moléculas do solvente e a essa união entre os iões do soluto e as moléculas polares do
solvente dá-se o nome de solvatação.
IONIZAÇÃO: consiste na formação dos iões do soluto a partir das respetivas moléculas polares por ação de um solvente
polar. Estes iões formados também ficam solvatados.
GRAU DE IONIZAÇÃO E GRAU DE DISSOCIAÇÃO (α):
Corresponde ao quociente entre o número de moléculas (ou moles) ionizadas e o número de moléculas (ou moles)
ni
dissolvidas, tal que: α =
nd
Nota: para ácidos de concentração semelhante, quanto maior for a percentagem de ionização mais forte é o ácido.

Constante de acidez (Ka) e constante de Basicidade (Kb)


Para os casos dos ácidos fracos e bases fracas, em que as reações com a água são incompletas, uma vez que possuem
um baixo grau de ionização, aplicam-se os conceitos subjacentes aos princípios do equilíbrio químico.
Como qualquer constante de equilíbrio, K a (constante de acidez) e Kb (constante de basicidade) só dependem da natureza
do ácido ou da base e, obviamente, da temperatura, não variando com a diluição da solução.
Quanto maior for Ka, mais extensa é a reação, no sentido direto, e mais forte é o ácido.
Quanto maior for Kb, mais extensa é a reação, no sentido direto, e mais forte é a base.

CONCENTRAÇÃO HIDROGENIÓNICA E pH:


pH=−log ¿ ¿ ⇒ ¿ ¿
CONCENTRAÇÃO HIDROXILIÓNICA E pOH:
pOH =−log ¿ ¿ ⇒ ¿ ¿
Relação entre pH e pOH:
pH + pOH = pKw ; a 25° C esta expressão será: pH + pOH = 14
ÁCIDOS FORTES: sofrem ionização completa: HC, HNO3, HCO4, HBr, HI, H2SO4 (apenas a primeira ionização).
BASES FORTES: sofrem dissociação completa: NaOH, KOH, LiOH, Ba(OH)2
Relação entre Ka e Kb de um par ácido-base conjugado: Ka × Kb = KW.
NOTA:
 Quanto mais forte for o ácido, maior é o valor de Ka e mais extensa é a ionização do ácido.
 Quanto mais forte for a base, maior é o valor de Kb e mais extensa é a ionização da base.

COMPORTAMENTO ÁCIDO-BASE DAS SOLUÇÕES AQUOSAS DE SAIS:


A natureza dos iões que resultam da dissociação dos sais em água determina as características da solução do sal.
1º caso: Solução aquosa de NaNO3, a solução resultante é neutra.
2º caso: Solução aquosa de NH4C, a solução resultante é ácida.
3º caso: Solução aquosa de NaCN, a solução resultante é básica.

VOLUMETRIA ÁCIDO-BASE
TITULAÇÃO: permite determinar a concentração ou título de uma solução através da reação completa com
outra solução de concentração conhecida.
Nota:
 A titulação realiza-se pela adição de uma solução contida numa bureta, o titulante, a uma solução
contida num matraz, o titulado, até que se atinja o ponto de equivalência.
 Numa titulação ácido-base determina-se a concentração de um ácido fazendo-o reagir com uma base
de concentração conhecida, ou a concentração de uma base fazendo-a reagir com um ácido de
concentração conhecida.
PONTO DE EQUIVALÊNCIA: é o instante da titulação em que o titulado reagiu completamente com o titulante.
O ponto de equivalência atinge-se quando as quantidades de ácido e de base estão nas proporções estequiométricas da
reação, as quais são mostradas pela equação química.
NOTA:
 Quando se está a adicionar o titulante ao titulado, o pH da solução está a sofrer alteração e, perto do ponto de
equivalência sofre uma variação brusca, o que permite a deteção com recurso a um indicador ácido-base apropriado.
 Quando o indicador ácido-base muda de cor diz-se que foi atingido o ponto final da titulação (ponto termo).
 Se o indicador for o adequado, o ponto final da titulação estará muito próximo do ponto de equivalência.
 Para conhecer o indicador mais adequado para uma dada titulação ácido-base é necessário conhecer o ponto de
equivalência, o que é conseguido através de uma curva de titulação, um gráfico que traduz a variação do pH da
solução titulada em função do volume de solução titulante.
INDICADORES ÁCIDO-BASE
Os indicadores ácido-base, também conhecidos como indicadores de pH, são ácidos fracos, ou bases fracas,
normalmente de natureza orgânica (como extratos de pigmentos de plantas) cuja cor da forma ácida é diferente da cor da
forma básica conjugada, ou seja:
NOTA:
 Por adição a uma solução ácida, pelo princípio de Le Châtelier, aumentamos a concentração de iões H 3O+ em solução
e, consequentemente, o equilíbrio é deslocado no sentido de consumir parcialmente essa espécie, ou seja, o equilíbrio
é deslocado no sentido da reação inversa, favorecendo o aparecimento da cor A.
 Através da adição a uma solução básica, a concentração dos iões H 3O+ vai diminuir e o equilíbrio é deslocado no
sentido de aumentar parcialmente a concentração dessa espécie, ou seja, o equilíbrio vai deslocar-se no sentido direto,
favorecendo o aparecimento da cor B.
 Ao intervalo de pH no qual coexistem as cores A e B, ou seja, as cores das formas ácida e básica, dá-se o nome de
zona de viragem do indicador.
CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DO INDICADOR MAIS ADEQUADO:
 A zona de viragem do indicador deve estar contida na zona de variação brusca do pH.
 A zona de viragem do indicador deve conter o valor do pH no ponto de equivalência.
 A zona de viragem do indicador deve ser o mais estreita possível.

ACIDEZ DA ÁGUA DA CHUVA


A água pura é neutra, mas a água da chuva é ácida. Mesmo em zonas não poluídas, o dióxido de carbono existente na
atmosfera, é o responsável pela acidez da água. A água da chuva apresenta, assim, um pH de cerca de 5,6 dependendo o
respetivo valor do dióxido de carbono dissolvido. O CO 2, quando se dissolve em água pura, possui a capacidade de
aumentar a [H3O+] o que explica a acidez da água da chuva.
A presença de algumas espécies químicas na água, ou em soluções aquosas, pode fazer variar a [H 3O+], ou a [OH−], o que
pode modificar o caráter químico da solução.

COMO SE FORMAM AS CHUVAS ÁCIDAS?


Para explicar o processo de formação das chuvas ácidas
temos de explicar primeiro o que são os óxidos acídicos. Os
óxidos acídicos são compostos de oxigénio e de um não-metal
e que, apesar de não possuírem hidrogénio na sua
constituição, reagem com a água, fazendo aumentar a
concentração dos iões H3O+em solução. São exemplos o
dióxido de carbono, CO2, o dióxido de enxofre, SO2 e vários
óxidos de azoto NOx.

OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
OXIDAÇÃO: é o processo que ocorre com perda de eletrões (semirreação de oxidação).
REDUÇÃO: é o processo que ocorre com ganho de eletrões (semirreação de redução).
AGENTE REDUTOR OU ESPÉCIE OXIDADA: é a espécie química que se sofre oxidação (pois possibilita a redução de outrem).
AGENTE OXIDANTE OU ESPÉCIE REDUZIDA: é a espécie química que sofre redução (pois possibilita a oxidação de outrem).
NÚMERO DE OXIDAÇÃO de uma espécie química: é o número de eletrões que esse átomo perde ou ganha na ligação iónica
ou que perderia ou ganharia se, na ligação covalente, os eletrões da ligação fossem transferidos para o átomo mais
eletronegativo.
REGRAS PARA A DETERMINAÇÃO DE NÚMEROS DE OXIDAÇÃO (n.o.)
1ª: O número de oxidação de um átomo de um elemento no estado livre ou numa substância elementar é zero.
2ª: O número de oxidação de um ião monoatómico é igual à respetiva carga elétrica. Nos iões poliatómicos, mas
constituídos apenas por uma única espécie de átomos, o número de oxidação é dado como o quociente entre a carga do
ião e o número de átomos que o constituem.
3ª: A soma dos números de oxidação dos átomos numa molécula é zero.
4ª: A soma dos números de oxidação dos átomos que constituem um ião poliatómico é igual à carga do ião.
5ª: Os átomos dos metais alcalinos (grupo 1), quando combinados com átomos de outros elementos químicos, em
substâncias compostas, apresentam sempre o n.o. igual a +1.
6ª: O hidrogénio, quando combinado com outros elementos, apresenta sempre o n.o. igual a +1,exceto nos hidretos em
que apresenta o n.o. igual a -1.
7ª: Os átomos dos metais alcalino-terrosos (grupo 2), quando combinados com átomos de outros elementos químicos, em
substâncias compostas, apresentam sempre o n.o. igual a +2.
8ª: O oxigénio apresenta sempre o n.o. igual a -2, exceto nos peróxidos, em que este é igual a -1, e no fluoreto de
oxigénio, OF2, em que é igual a +2.
9ª: O flúor apresenta sempre o n.o. igual a -1, quando combinado com outros elementos.
Nota:
 Uma espécie oxida-se quando aumenta o seu número de oxidação e reduz-se quando diminui o seu número de
oxidação.
 Uma reação designa-se redox quando decorre com variação dos números de oxidação de alguns átomos que nela
intervêm.
REAÇÕES DE DISMUTAÇÃO OU DE AUTO-OXIDAÇÃO-REDUÇÃO: são reações em que um elemento é simultaneamente oxidado e
reduzido. Ex.: 3CO2-(g)  2CO3-(g) + C-(g)
PARES CONJUGADOS DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO:
Nas reações redox, uma espécie que cede um ou mais eletrões (redutor) dá origem a outra espécie (oxidante) capaz de
aceitar esses eletrões regenerando a primeira. Estas espécies constituem um par de oxidação-redução conjugado.
Ex.: Zn(s)  Zn2+(aq) + 2e- O par conjugado redox é: Zn2+/ Zn
NOTA:
 Nas reações redox, quanto mais forte é o oxidante mais fraco é o seu redutor conjugado e quanto mais forte é o redutor
mais fraco é o seu oxidante conjugado.
 O poder redutor traduz a tendência para a oxidação e o poder oxidante traduz a tendência para a redução.

PREVISÃO DA OCORRÊNCIA DAS REAÇÕES REDOX


Uma série eletroquímica pode ser usada para prever a possibilidade de ocorrência de uma determinada reação redox.

MINERALIZAÇÃO E DESMINERALIZAÇÃO DA ÁGUA


A água é o solvente de grande número de substâncias, sólidas, como os sais, líquidas, como o etanol e outros líquidos
polares e gasosas, como o amoníaco, o oxigénio ou o dióxido de carbono.
A solubilidade de uma substância em água depende do tipo de unidades estruturais dessa substância, o que condiciona a
interação soluto – solvente. Não existem solventes universais e é usual afirmar a regra de ouro da solubilidade:
semelhante dissolve semelhante.
Assim, substâncias iónicas e covalentes polares dissolvem-se bem em água e substâncias covalentes apolares dissolvem-
se mal em água.
Ao atravessar solos de diversos tipos, ou em contacto com eles, a água vai dissolver alguns dos seus constituintes,
primariamente sais, mas também alguns compostos moleculares, como a sílica, SiO 2, processo que se designa por
mineralização
SOLUÇÃO SATURADA
Por adição sucessiva de soluto a um dado volume de solvente chega-se a dada altura á situação de não se conseguir
dissolver mais soluto e à solução assim obtida chamamos solução saturada.
SOLUBILIDADE DE UMA SUBSTÂNCIA (S): é à quantidade máxima de soluto que é possível dissolver num determinado solvente
até perfazer 1dm3 de solução saturada, ou seja, é a concentração máxima de soluto numa solução a uma dada
temperatura. A respetiva unidade é moldm-3.
NOTA: todos os sais são compostos iónicos, mas isso não quer dizer que se dissolvam todos bem na água (dissociação
seguida de solvatação).
A solubilidade dos sais varia com a temperatura. Assim:
 Quando a dissolução é um fenómeno endotérmico, a solubilidade aumenta com o aumento da temperatura;
 Quando a dissolução é um fenómeno exotérmico, a solubilidade diminui com o aumento da temperatura.
SOLUBILIDADE DE GASES EM ÁGUA
A pressão não influencia a solubilidade dos sais mas influencia a solubilidade dos gases. Esta solubilidade é também
influenciada pela temperatura. De um modo geral o aumento da pressão faz aumentar a solubilidade dos gases e a
diminuição da temperatura também faz aumentar a solubilidade dos gases.

EQUILÍBRIO EM SOLUÇÕES SATURADAS DE SAIS POUCO SOLÚVEIS


Se se proceder à dissolução de fluoreto de cálcio em pó, CaF 2, num certo volume de água nota-se que apenas uma
pequena massa deste sal se dissolve, ficando a solução rapidamente saturada, constatado através da deposição de sólido
no fundo do recipiente utilizado. A temperaturas diferentes a solubilidade varia mas não deixa de se verificar a saturação
da solução para uma massa (e consequentemente uma quantidade) muito pequena de sal dissolvido.
Logo, tem de existir uma situação de equilíbrio entre o CaF2 sólido e os iões Ca2+ e F- em solução aquosa, à temperatura
da experiência, tal que:
CaF2(s) ⇌ Ca2+ (aq) + 2F- (aq)
Este equilíbrio de solubilidade é um equilíbrio heterogéneo, dado que tem componentes em diferentes estados físicos, isto
é, em fases distintas.
Mas a natureza do equilíbrio, deste ou doutro qualquer, é dinâmica, i.e., ocorre uma troca constante de iões entre a rede
cristalina do sólido em contacto com a sua solução saturada, o que leva a que o número de iões que transitam para a
solução é igual ao número de iões que se organizam na rede cristalina do sal. Logo a concentração do sal sólido na
solução saturada é constante.
Então a constante de produto de solubilidade ou simplesmente produto de solubilidade Ks, é dado por:
K s =¿ ¿

RELAÇÃO ENTRE SOLUBILIDADE E PRODUTO DE SOLUBILIDADE


Para o mesmo equilíbrio: Ks= S×(2S)2 = 4S3.
FORMAÇÃO DE PRECIPITADOS
Uma das aplicações mais importantes do produto de solubilidade consiste na determinação da formação, ou não, de um
precipitado de um sal pouco solúvel a partir da adição de soluções de sais muito solúveis. Assim, ocorrerá a formação de
um precipitado sempre que as concentrações dos iões do sal em solução levem à saturação da solução nesse sal, ou seja,
sempre que o quociente da reação correspondente ao equilíbrio desse sal for maior que o respetivo produto de
solubilidade
Em geral pode dizer-se:
 Se Qs<Ks não há formação de precipitado
 Se Qs=Ks atinge-se a saturação
 Se Qs>Ks há formação de precipitado

PRECIPITAÇÃO SELETIVA DE SIAS POR ADIÇÃO DE UM PRECIPITANTE


Os diferentes produtos de solubilidade dos compostos iónicos podem ser utilizados em análise química para a separação
de iões.
Precipitará, em primeiro lugar, o ião presente na solução inicial, que necessitar de menor quantidade de ião precipitante
(adicionado) para atingir o valor do respetivo Ks.
FATORES QUE AFETAM A SOLUBILIDADE DOS SAIS:
 TEMPERATURA:
 Se a solubilização for um processo endotérmico, um aumento de temperatura leva a um aumento da solubilidade do
sal e consequentemente a um aumento do produto de solubilidade.
 Se a solubilização for exotérmico, um aumento da temperatura leva a uma diminuição da solubilidade do sal e
consequentemente a uma diminuição do produto de solubilidade.

 EFEITO DO IÃO COMUM: Também, de acordo com o princípio de Le Chatelier, um aumento da concentração de qualquer
dos iões em solução leva o equilíbrio a deslocar-se no sentido inverso, causando uma diminuição na solubilidade do sal
em causa.
 EFEITO DA ADIÇÃO DE ÁCIDOS: Quando, o anião do sal pouco solúvel, é uma base, esse sal pode ser solubilizado através
da adição de um ácido forte. Pelo princípio de Le Chatelier, o equilíbrio de solubilidade desloca-se no sentido direto
aumentando a solubilidade.

 EFEITO DA FORMAÇÃO DE IÕES COMPLEXOS: A formação de iões complexos à custa de iões do sal pouco solúvel vai fazer
diminuir a concentração desses iões. Pelo princípio de Le Chatelier, o equilíbrio desloca-se no sentido direto,
aumentando a solubilidade do sal.

DUREZA DA ÁGUA: ORIGEM E CONSEQUÊNCIAS A NÍVEL INDUSTRIAL E DOMÉSTICO


A dureza de uma água é a característica dessa água que está relacionada com a presença de iões Ca 2+ e Mg2+. Se a
concentração de sais de cálcio e magnésio, que contêm, portanto, os iões Ca 2+ e Mg2+, é elevada a água diz-se dura. Se a
concentração for baixa a água diz-se macia ou mole.
A dureza permanente é devida à presença de sulfatos, cloretos ou outros sais de cálcio e magnésio que não sofram
decomposição por aquecimento.
A dureza de uma água exprime-se na unidade de mg de CaCO 3 por L, ou seja, contabiliza-se a dureza que é provocada
por vários sais numa água como se ela resultasse somente da presença de CaCO3.

INCONVENIENTES DAS ÁGUAS DURAS


Numa água dura não ocorre formação de espuma e há impedimento da ação detergente das soluções de sabão devido à
formação de compostos indesejáveis com o sabão, a escuma, que se deposita nos recipientes onde se faz a lavagem, e
que é o precipitado do sal pouco solúvel formado devido à combinação dos catiões Ca 2+ e Mg2+ e os aniões provenientes
do sabão.
Esta escuma é insolúvel e pegajosa e agarra-se às fibras dos tecidos tornando a roupa áspera.
A água dura provoca também incrustações calcárias em variadíssimo equipamento, revestindo as superfícies dos sistemas
de aquecimento dificultando as transferências de energia para a água lá colocada, a qual não é suficientemente rápida,
resultando num sobreaquecimento das partes metálicas do mesmo, provocando deterioração e eventualmente aumentar o
risco de explosão.

REDUÇÃO DA DUREZA DA ÁGUA


A redução da dureza da água, amaciamento, é levada a cabo por três processos: precipitação, complexação e troca
iónica.
 Na redução da dureza por precipitação é feita a adição de substâncias, que vão formar sais pouco solúveis de cálcio e
magnésio, como o carbonato de sódio e o hidróxido de cálcio, para a água de consumo público, ou os fosfatos, no caso
dos detergentes e nas ETARs.
 Na redução da dureza por complexação são utilizadas substâncias de efeito quelante (efeito de “garra”, “pinça”) que
originam complexos estáveis com os iões Ca2+ e Mg2+, quelatos, mantendo-os em solução, pelo que é impedida a sua
reação com o sabão e os detergentes, prevenindo também as incrustações e os depósitos calcários. São os chamados
produtos anticalcário, utilizados nas máquinas de lavar.
 Na redução da dureza por troca iónica são utilizadas resinas que possuem iões Na + na sua estrutura, os quais são
trocados por iões Ca2+ e Mg2+ existentes na água, sendo a regeneração da mesma conseguida por uma solução
concentrada de NaC, a qual vai repondo os iões Na + na resina, removendo os iões Ca2+ e Mg2+para a solução
regenerante.

DESMINERALIZAÇÃO DA ÁGUA DO MAR


A água do mar contém uma elevada quantidade de iões Na+ e C–, entre outros, em menor quantidade, sendo a sua
salinidade média constante.
A escassez de água doce potável que se verifica no mundo, torna a dessalinização da água do mar uma tarefa importante.
Os dois processos mais importantes são a destilação e a osmose inversa.
 A DESTILAÇÃO é o processo mais antigo, e também o mais utilizado, para dessalinizar água, sendo esta vaporizada por
aquecimento a 110ºC e condensada por arrefecimento. Pode recorrer-se à energia solar para levar a cabo a destilação
da água do mar mas, apesar de ter custos muito inferiores quando comparados com aqueles em que são utilizados
recursos não renováveis, é um processo muito lento e necessita de muito espaço para a colocação das unidades de
obtenção.
 Na OSMOSE INVERSA as moléculas do solvente, por ação de uma pressão forçada, vão passar de uma solução de maior
concentração para uma de menor concentração, provocando a diminuição da concentração dos sais, que ficam retidos
na membrana, obtendo-se assim água dessalinizada, água doce, a qual tem de ser posteriormente sujeita a tratamento
para adequação aos VMR estabelecidos.

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