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Campus de Toledo
Centro de Engenharias e Ciências Exatas
Curso de Engenharia Química
Disciplina de Química Analítica (parte prática)
Prof. Dra. Ana Paula Sone
Equilíbrio Químico
Toledo – PR
2022
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Campus de Toledo
Centro de Engenharias e Ciências Exatas
Curso de Engenharia Química
Disciplina de Química Analítica (parte prática)
Prof. Dra. Ana Paula Sone
1. Introdução
Uma reação química parte do princípio de consumir determinada quantidade
de compostos a fim de produzir outra determinada quantidade, onde o que foi
consumido inicialmente se denota como reagentes, e aquilo que foi produzido
como produtos. Entretanto, também é certo que produtos podem se tornar
reagentes, sendo que a reação pode ocorrer no sentido inverso. Nesse sentido,
é válido o entendimento do funcionamento das reações químicas, buscando
compreender como ocorre a estabilização dela, determinando e admitindo os
fatores envolvidos no equilíbrio químico.
O estudo do equilíbrio de uma reação parte do princípio de Le Chatelier, o
qual denota que um sistema que tem seu equilíbrio perturbado tende a ajustar-
se de modo a remover a perturbação, reestabelecendo o equilíbrio [2]. Dessa
forma, o princípio em questão funciona como uma regra qualitativa para prever
possíveis alterações em um sistema em equilíbrio. Neste âmbito, o equilíbrio
químico é a situação em uma reação onde as concentrações de reagentes e
produtos se encontram constantes, denotando a mesma velocidade da reação
no sentido direto e inverso.
No âmbito químico do equilíbrio, é válido ressaltar que a reação continua
ocorrendo mesmo quando o equilíbrio é alcançado, porém, tem-se que a
proporção entre as quantidades de reagentes e produtos é mantida constante ao
longo do tempo. Dessa forma, o equilíbrio químico permite identificar o sentido
de uma reação, ou seja, se esta favorece a formação de produtos ou reagentes.
Nesse sentido, tem-se a aplicação de outros fatores que podem interferir no
equilíbrio químico, como a temperatura, concentração das substâncias
participantes da reação e a pressão.
As concentrações das substâncias presentes nas reações denotam a
existência de uma constante de equilíbrio, onde quaisquer que sejam as
concentrações iniciais dos reagentes e dos produtos, atingido o equilíbrio
químico, numa dada temperatura é constante a razão entre o produto das
concentrações dos produtos da reação e o produto das concentrações dos
reagentes, cada concentração elevada a uma potência igual ao coeficiente
estequiométrico que lhe corresponde [3].
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2. Discussões
A fim de aprofundar-se no conceito de equilíbrio químico, o contexto é
abordado em tópicos, utilizando de Figuras e reações de exemplo que
corroboram para maior compreensão do tema em questão.
Fonte: https://planejativo.s3.us-east-
2.amazonaws.com/uploads/novas/44214b11d6f051dcff0d9bb286e90b88.jpg
[𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑
𝐾𝑐 =
[𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏
Como um exemplo de aplicação do cálculo de constante de equilíbrio, tem-
se o cálculo demonstrado abaixo para a seguinte reação: 𝑵𝟐 + 𝟑𝑯𝟐 ↔ 𝟐𝑵𝑯𝟑 , em
que tem-se [𝑁2 ] = 0,25 𝑚𝑜𝑙/𝐿, [𝐻2 ] = 0,35 𝑚𝑜𝑙/𝐿 e [𝑁𝐻3 ] = 0,30 𝑚𝑜𝑙/𝐿
(concentrações no equilíbrio, e ainda se sabe que todos os compostos
envolvidos estão no estado gasoso. Logo, tem-se que:
0,302
𝐾𝑐 = = 8,40
0,353 𝑥 0,251
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3. Conclusão
A evolução da tecnologia exige cada vez mais o estudo das reações
químicas, que parte da compreensão do equilíbrio destas, onde é de extrema
importância conhecer as formas de manipular o equilíbrio, bem como os fatores
envolvidos, para controlar o consumo e a geração dos compostos envolvidos, a
fim de otimizar processos ou ainda minimizá-los. Nesse sentido, os fatores
envolvidos descritos, como concentração, temperatura e pressão são
responsáveis pelo deslocamento de equilíbrio das reações denotadas como
reversíveis, infringindo diretamente no sentido da direção. Desta forma, as
constantes de equilíbrio, utilizadas para predizer o sentido da reação, também
são alteradas de acordo com estes fatores. Logo, o equilíbrio dinâmico envolve
a estabilidade das concentrações de reagentes e produtos envolvidos e a
igualdade das velocidades da reação direta e indireta, mas não denota o fim da
reação.
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4. Referências
[1] ATKINS, P.; JONES, L.; Princípios de Química, questionando a vida
moderna e o meio ambiente; 5ª Ed, Bookman Companhia Ed., 2011
[2] CANZIAN, Renato; MAXIMIANO, Flavio Antonio. Princípio de Le Chatelier o
que tem sido apresentado em livros didáticos. Química Nova na Escola, v. 32,
n. 2, p. 107-119, 2010.
[3] PILLA, Luiz. Físico-química I: termodinâmica química e equilíbrio
químico. Editora da UFRGS, 2006, página 399-403.
[4] SONE, Ana Paula. MANUAL DE PRÁTICAS LABORATORIAIS DA
DISCIPLINA DE QUÍMICA ANALÍTICA. Toledo, 2022.
[5] VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. Tradução de Antonio Gimeno. 5
ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.