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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA


Cadeira:
Química Aplicada
Ano/ Semestre
Tema:
Equilíbrio Químico

Discentes:
Dionilde Da Celina Filipe Arijuana
Erica De Arsénio Braz Docente:
Fred Armando Chaúque Docente: Dr: Abelízio Mutondo
Gerson Abibo Irénio docente
Kelvin Nhaca

Songo, Outubro de 2023


CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA

Cadeira:

Química Aplicada

Ano/ Semestre

Tema:

Equilíbrio Químico

Discentes:

Dionilde Da Celina Filipe Arijuana

Erica De Arsénio Braz

Fred Armando Chaúque Docente:

Gerson Abibo Irénio Dr: Abelízio Mutondo

Kelvin Nhaca

Songo, Maio de 2023


ÍNDICE

1.Introdução .............................................................................................................................. 4
1.2. Objectivos ....................................................................................................................... 4
2. Equilíbrio Químico ................................................................................................................. 5
2.1 Conceito de reacções reversíveis e natureza dinâmica do equilíbrio químico ............... 5
2.2 Conceito de equilíbrio químico ....................................................................................... 5
2.3 Características do Equilíbrio químico .............................................................................. 6
2.4 Constante de Equilíbrio ................................................................................................... 6
2.5 Relação entre Kc e Kp........................................................................................................ 9
2.6. Grau de Equilíbrio........................................................................................................... 9
2.7. Deslocamento do Equilíbrio ......................................................................................... 10
2.8. Factores que afectam o equilíbrio ............................................................................... 11
2.9. Cálculos de Equilíbrio Químico ..................................................................................... 12
3. Conclusão ............................................................................................................................ 16
4. Bibliografia .......................................................................................................................... 17
1.Introdução

O equilíbrio químico é um conceito fundamental na química que descreve o estado de


uma reacção química na qual a taxa de formação de produtos é igual a taxa de formação
de reagentes, resultando em concentrações constantes de todos os componentes
envolvidos. Esse equilíbrio é caracterizado pela constante de equilíbrio, que expressa a
relação entre as concentrações dos produtos e reagentes.

Quando uma reacção atinge o equilíbrio, as propriedades macroscópicas, como a


concentração e a pressão, permanecem constantes, embora as moléculas estejam
continuamente se transformando. Compreender o equilíbrio químico é essencial para
prever o comportamento de reacções e optimizar processos químicos e industriais.

1.2. Objectivos

1.2.1 Objectivo geral

 Dominar o conceito de equilíbrio químico e suas aplicações.

1.2.2. Objectivos específicos

 Compreender o conceito de equilíbrio químico;


 Caracterizar o equilíbrio químico;

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2. Equilíbrio Químico

2.1 Conceito de reacções reversíveis e natureza dinâmica do equilíbrio químico

Reacção reversível é aquela que se processa simultaneamente nos dois sentidos. Ou


ainda, reacção reversível é a reacção na qual os reagentes se transformam nos produtos,
e estes, à medida que se formam, regeneram os reagentes iniciais.

Entre as moléculas (isto é, em nível microscópico) continua havendo reação, tanto no


sentido direito como no sentido inverso. Por isso dizemos que o equilíbrio é um
equilíbrio dinâmico.

2.2 Conceito de equilíbrio químico

Equilíbrio químico é o estado no qual as velocidades das reacções directas e inversa se


igualam. Ou seja, quando as velocidades da reacção directa e da reacção inversa forem
iguais e as concentrações dos reagentes e dos produtos não variarem com o tempo,
atinge- -se o equilíbrio químico.

É importante notar que toda reacção reversível chega necessariamente a um estado de


equilíbrio, embora isso possa demorar um tempo maior ou menor; desse modo, uma
reacção reversível nunca será completa.

Podemos expressar o equilíbrio químico graficamente utilizando as variáveis da


concentração (eixo y) em função do tempo (eixo x).

O equilíbrio é observado graficamente quando as linhas do gráfico se tornam


horizontais, tanto para velocidade quanto para a concentração.

Observamos que a concentração dos reagentes é máxima e diminui porque eles estão
sendo transformados em produtos. Já a concentração dos produtos parte do zero (porque

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no início da reacção só haviam reagentes) e vai crescendo a medida que estão sendo
criados.

2.2.1 Condições necessárias para que equilíbrio químico ocorra

Para ocorrer um equilíbrio químico é necessário que:

 A temperatura e a pressão sejam constantes;


 O sistema não tenha trocas com o ambiente (É necessário que o sistema seja
fechado);
 É necessário que a reacção seja reversível.

2.3 Características do Equilíbrio químico

 Velocidade da reacção directa é igual à velocidade da reacção inversa.


 O equilíbrio é dinâmico: ambas as reacções continuam ocorrendo, só que com
igual velocidade. O equilíbrio químico é mantido permanentemente pela
igualdade das velocidades das reacções químicas opostas (microscopicamente
tudo continua).
 As propriedades macroscópicas (cor, estado físico, volume, densidade)
permanecem constantes, ou seja, externamente não se percebe nenhuma
alteração no sistema, apesar de seu carácter dinâmico.
 As concentrações de todas as substâncias presentes no equilíbrio permanecem
constantes ao longo do tempo. Isto permite caracterizar o equilíbrio por meio de
um número, a constante de equilíbrio, que indica a relação das concentrações
entre reagentes e produtos.

2.4 Constante de Equilíbrio

A constante de equilíbrio em função das concentrações em mol/L é o produto das


concentrações dos produtos da reacção dividido pelo produto das concentrações dos
reagentes, todas elevadas a expoentes iguais aos seus coeficientes estequiométricos.

No equilíbrio químico, as taxas de reacção de um sentido de reacção e seu inverso


devem ser iguais.

Sendo assim, foi estabelecido que a constante de equilíbrio é obtida por:

Equilíbrio Químico Página 6


O valor de K varia conforme a temperatura.

2.4.1. Constante de equilíbrio em função da concentração (K c )

Dada a equação química:

onde a,b,c e d são os coeficientes estequiométricos das espécies A, B, C e D. A


constante de equilíbrio da reacção, a uma determinada temperatura, é

Onde K é constante de equilíbrio.

2.4.3. Lei de acção das massas

Essa fórmula foi formulada por dois químicos noruegueses Cato Guldberg e Peter
Waage, em 1864. Após observar os aspectos cinéticos das reacções reversíveis, eles
concluíram que:

“A constante de equilíbrio em função das concentrações em mol/L é o produto das


concentrações dos produtos da reacção dividido pelo produto das concentrações dos
reagentes, todas elevadas a expoentes iguais aos seus coeficientes na equação química
considerada”.

 Se a constante de equilíbrio for muito maior do que 1 ( , o equilíbrio se


deslocará para a direita, favorecendo a formação de produtos;

 Se a constante de equilíbrio for muito menor do que 1 ( , o equilíbrio se


deslocará para a esquerda, favorecendo a formação de reagentes;
 Se a constante de equilíbrio for igual a 1 ( , diz-se que a reacção atingiu o
equilíbrio.

Exemplo: Escreva a expressão de , para a seguinte reacção reversível no equilíbrio:

Equilíbrio Químico Página 7


Resolução:

2.4.4. Constante de equilíbrio em função das pressões parciais (K p )

É utilizada quando pelo menos um dos participantes da reacção está no estado gasoso e
as quantidades são expressas em termos de pressões parciais.

Dada a equação química:

Onde a,b,c e d são os coeficientes estequiométricos das espécies A, B, C e D. A


constante de equilíbrio da reacção, a uma determinada temperatura, é

Exemplo: Escreva a expressão de , para a seguinte reacção reversível no equilíbrio:

Resolução:

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2.5 Relação entre Kc e Kp

Sendo que:

 Kp - é a constante de equilíbrio em função das pressões parciais;


 Kc - é a constante de equilíbrio em função das concentrações;
 R - é a constante dos gases e utilizamos quando a pressão parcial é

expressa em atm;
 T - é a temperatura em Kelvin ( ;
 Δn - é a variação do número de moles (moles dos produtos - moles dos
reagentes) e apenas leva em consideração os coeficientes das substâncias no
estado gasoso.

2.6. Grau de Equilíbrio

O grau de equilíbrio (α) corresponde ao rendimento de uma reacção química por meio
da relação entre o reagente e a quantidade de moles desse reagente.

Assim, Grau de equilíbrio (α) é o quociente entre a quantidade de um reagente (em


moles) que realmente reagiu, até o equilíbrio, e a quantidade inicial de moles desse
reagente. Indica a percentagem em moles de uma substância até atingir o equilíbrio
químico.

N.B: Quanto maior for o grau de equilíbrio, maior a chance da reacção atingir o
equilíbrio.

Exemplo:

Dada a equação química: :

Supondo que a reação inicia com 100 moles de A. Se, ao chegarmos ao equilíbrio, ainda
houver 20 moles de A sem reagir, qual o grau de equilíbrio ele relação ao reagente A?

Resolução: Como no equilíbrio ainda há 20 moles de A, significa que a quantidade que


reagiu foi de 80 moles. Aplicando na fórmula de grau de equilíbrio, temos:

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Para o grau de equilíbrio, temos que:


Quanto maior o valor de α, maior é o caminho percorrido pela reacção até chegar o
equilíbrio.

2.7. Deslocamento do Equilíbrio

Deslocamento do equilíbrio é toda e qualquer alteração da velocidade da reacção directa


ou da reacção inversa, provocando modificações nas concentrações das substâncias e
levando o sistema a um novo estado de equilíbrio.

Quando a velocidade da reacção directa aumenta ( ), dizemos que o


equilíbrio está se deslocando para a direita; pelo contrário, quando aumenta a
velocidade da reacção inversa ( , dizemos que o equilíbrio está se
deslocando para a esquerda. Os dois acontecimentos são porém passageiros, pois o
sistema sempre caminhará para um novo equilíbrio.

Os factores externos que podem deslocar um equilíbrio químico são:

 Alteração das concentrações de um ou mais participantes do equilíbrio;


 Alteração da pressão total sobre o sistema;
 Alteração da temperatura do sistema.

2.7.1. Princípio de Le Chatelier

O químico francês Henry Louis Le Chatelier, em 1884, observando as alterações das


propriedades físicas e químicas de um equilíbrio químico fez a seguinte generalização:

“Quando um factor externo age sobre um sistema em equilíbrio, este se desloca, sempre
no sentido de minimizar a acção do factor aplicado.”

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2.8. Factores que afectam o equilíbrio

Influência da concentração

 Adicionar a concentração de um dos reagentes, a reacção é forçada a produzir


maiores quantidades dos produtos (deslocamento do equilíbrio para a direita);
 Diminuir a concentração de um dos reagentes, a reacção é forçada a produzir
maiores quantidades dos próprios reagentes (deslocamento do equilíbrio para a
esquerda);
 Adicionar a concentração de um dos produtos, a reacção é forçada a produzir
maiores quantidades de reagentes (deslocamento do equilíbrio para a esquerda);
 Diminuir a concentração de um do produtos, A reacção é forçada a produzir
maiores quantidades dos próprios produtos (deslocamento do equilíbrio para a
direita).

Ora, todas essas conclusões são expressas, de forma bem mais simples, pelo princípio
de Le Chatelier; em outras palavras:

 Adicionando qualquer participante, o equilíbrio se desloca no sentido de


consumi-lo (tendendo a minimizar o efeito da adição);
 Retirando qualquer participante, o equilíbrio se desloca no sentido de recolocá-
lo (tendendo a minimizar o efeito da retirada).

Toda a explicação dada para o Kc sobre adição ou retirada de um participante da reação


vale também para o Kp, passando-se a falar em aumento ou diminuição da pressão
parcial do participante da reacção.

Influência da pressão

 O aumento da pressão total desloca o equilíbrio no sentido de menor volume,


pois a redução no volume minimiza o efeito da pressão aplicada;
 A redução da pressão total desloca o equilíbrio no sentido de maior volume, pois
o aumento de volume minimiza a redução da pressão.

Influência da temperatura

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 O aumento da temperatura desloca o equilíbrio no sentido endotérmico (de
modo que a absorção de calor pela reacção venha a minimizar a elevação da
temperatura);
 A diminuição da temperatura desloca o equilíbrio no sentido exotérmico (de
modo que a liberação de calor pela reacção venha a minimizar a diminuição da
temperatura).

Exemplo:

Dada a equação química:

 Concentração: aumentando a quantidade de N2 na reacção, o equilíbrio se


desloca para direita, formando mais produto;
 Temperatura: aumentando a temperatura, o equilíbrio se desloca para esquerda,
favorecendo a reacção endotérmica (absorvendo energia) e formando mais
reagentes;
 Pressão: aumentando a pressão, o equilíbrio se desloca para direita, que tem
menor volume (número de moles).

Influência do catalisador

Quando adicionamos um catalisador ao sistema, essa substância aumentará a velocidade


das reacções direta e inversa, diminuindo então o tempo necessário para que o equilíbrio
químico seja atingido, mas não altera a concentração das substâncias.

2.9. Cálculos de Equilíbrio Químico

Cálculo da constante de equilíbrio Kc

Um equilíbrio envolvido na formação da chuva ácida está representado pela equação:

+ →2

Em um recipiente de 1 litro, foram misturados 6 mols de dióxido de enxofre e 5 mols de


oxigênio. Depois de algum tempo, o sistema atingiu o equilíbrio; o número de mols de

trióxido de enxofre medido foi 4. O valor aproximado da constante de equilíbrio é:

Resolução:

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1º passo: interpretar os dados da questão.

No inicio:

6 mols de 2

5 mols de

0 mols de 2

A proporção estequiométrica da reação é 2:1:2

Então, reagiram 4 mols de e 2 mols de para produzir 4 mols de .

2º passo: calcular as concentrações no equilíbrio.

O volume dado é de 1 L. Sendo assim, a concentração das substâncias continua com o


mesmo valor do número de mols, pois a concentração molar é:

Para : Para : Para :

3º passo: calcular a constante

Cálculo da constante de equilíbrio Kp

2. Numa dada temperatura, as pressões parciais de cada componente da reação:


+ 2 no equilíbrio valem, respectivamente, 0,8 atm, 2 atm e 1 atm.
Qual será o valor do Kp?

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Resolução:

1º passo: interpretar os dados da questão.

Pressão parcial de é 0,8 atm

Pressão parcial de é 2 atm

Pressão parcial de NO é 1 atm

2º passo: escrever a expressão de Kp para a reacção química.

3º passo: substituir os valores e calcular Kp.

Cálculo da relação entre Kc e Kp

3. No equilíbrio verifica-se que a 727 oC.


Qual o valor de Kp, nas mesmas condições físicas? (
).

1º passo: interpretar os dados da questão.

2º passo: transformar a temperatura em Kelvin para aplicar na fórmula.

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3º passo: calcular a variação do número de mols.

Na equação:

2 mols de são formados pela reacção entre 1 mol de e 3 mols de . Sendo


assim,

4º passo: aplicar os dados na fórmula e calcular Kp.

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3. Conclusão

Em conclusão, o equilíbrio químico é um conceito central na química que representa um


estado dinâmico em que uma reacção química alcança um ponto de estabilidade, comas
taxas de formação de produtos e reagentes iguais. A constante de equilíbrio desempenha
um papel fundamental na descrição desse estado e na previsão do comportamento de
reagentes. O estudo do equilíbrio químico é uma ferramenta valiosa par a químicos e
engenheiros, contribuindo para o desenvolvimento de novos materiais, medicamentos e
tecnologias, e é um pilar no avanço da ciência e da indústria química.

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4. Bibliografia

1. FELTRE, Ricardo: Química – ísico-química volume 2. . ed. ão aulo


Moderna, 2004.
2. https://www.todamateria.com.br/equilibrio-quimico/ Acessado em 21/10/2023,
às 15:22.
3. CHANG, Raymond. GOLDSBY, Kenneth A: Química. [S/l]: AMGH, 2013.

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