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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO PIAUÍ

CAMPUS TERESINA – CENTRAL, DIRETORIA DE ENSINO


DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, LETRAS E CIÊNCIAS
DISCIPLINA DE FISICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL

EQUÍLIBRIO DE SOLUBILIDADE

LUIS HENRIQUE DA COSTA MANO


TÂNIA MARA OLIVEIRA DOS REIS

TERESINA, 2019
RESUMO

O princípio de Le Chântelier sustenta que, para um sistema em equilíbrio, mudanças


externas, como pressão e temperatura, provocam uma reação de maneira a
restabelecer um novo estado de equilíbrio. Neste experimento, foi analisado a relação
da temperatura sobre o produto de solubilidade da dissolução aquosa de bórax, ao
mesmo tempo determinando a energia livre de Gibbs, a entalpia e as alterações de
entropia com base na lei do equilíbrio de Van’t Hoff. Os resultados mostraram que o
comportamento do produto de solubilidade do bórax em diferentes temperaturas
assume condições endotérmica e não espontâneas para os intervalos de temperatura
estudados.

Palavras chave: equilíbrio; bórax; entropia.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 5

3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 8

3.1 Geral................................................................................................................. 8

3.2 Específico ........................................................................................................ 8

4 METODOLOGIA ............................................................................................... 9

4.1 Materiais .......................................................................................................... 9

4.2 Reagentes........................................................................................................ 9

4.3 Procedimentos ................................................................................................ 9

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 10

6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 13

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 14

ANEXO ........................................................................................................... 15
4

1 INTRODUÇÃO

O equilíbrio é um estado no qual não há mudanças observáveis com o passar


do tempo; no equilíbrio, as concentrações de reagentes e produtos em uma reação
química permanecem constantes (CHANG,2008).
A termodinâmica química é usada para prever se os reagentes de uma mistura
tem tendência espontânea para se transformar em produtos, para prever a
composição da mistura reacional no equilíbrio e para prever como a composição no
equilíbrio será modificada ao se alterarem as condições do sistema (ATIKNS, 2001).
Essas condições são de fundamental importância em conhecer fatores que
estão presentes em determinado equilíbrio químico. Como, por exemplo, o objetivo de
muitos processos industriais é obter um rendimento ótimo no período mais curto de
tempo e, se possível, sob condições moderadas para reduzir o custo. Portanto, é
necessário estudar alguns desses fatores, como: a presença de catalisadores,
temperatura (CHANG,2008).
No equilíbrio químico há uma regra prática para entender esse comportamento.
É o chamado princípio de Le Chatelier, que diz: “Quando um sistema no equilíbrio é
sujeito a uma perturbação, a composição do sistema se ajusta de modo a minimizar o
efeito da perturbação (ATINKS, 2001).
Em relação aos fatores sabendo-se que catalizador é uma substancia que pode
acelerar a velocidade de uma reação sem a mesma ser consumida; para uma mistura
de reação que não esteja em equilíbrio um catalizador aumentará ambas as
velocidades, direta e inversa, de modo que a reação acabará atingindo o equilíbrio
mais cedo, mas o mesmo estado de equilíbrio será atingido no final ainda que nenhum
catalizador esteja presente. A presença de um catalizador não altera a constante de
equilíbrio de uma reação. Para a temperatura, a constante de equilíbrio varia quando
seu valor é alterado. Para composição no equilíbrio de uma reação exotérmica ela se
deslocará no sentido dos reagentes e para uma reação endotérmica se deslocará no
sentido dos produtos. Para o efeito da pressão, lembrando do Princípio de Le
Chatelier, a perturbação aplicada ao sistema é um aumento de pressão, o equilíbrio
de deslocará para o lado que produz menos moléculas, para o inverso ocorrerá a
diminuição de pressão (CHANG E ATINKS).
5

O valor de uma constante de equilíbrio é uma boa intenção indicação qualitativa


da viabilidade de uma reação, seja o sistema real ou não. Uma constante de equilíbrio
expressa a composição de uma mistura em equilíbrio como uma razão de produtos
de atividades (ATINKS, 2001).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Borax Decahidratado é a forma refinada do borato de sódio natural. Disponível


em pó ou granulado, o borax decahidratado é uma importante fonte multifuncional de
B2O3, particularmente para processos em que a presença simultânea de sódio é
benéfica. O bórax dissolvido em água forma o seguinte equilíbrio que pode ser
expresso:

𝑁𝑁𝑁𝑁2 𝐵𝐵4 𝑂𝑂7 . 10𝐻𝐻2 𝑂𝑂 ⇆ 2𝑁𝑁𝑁𝑁2+ + 𝐵𝐵4 𝑂𝑂72− + 10𝐻𝐻2 𝑂𝑂 Eq. 1

Por ser um sal que dissolve facilmente em água, pode-se predizer a sua
solubilidade e controlar a formação de precipitado, aplicando os princípios de
dissolução de uma substancia e a constante de equilíbrio (Eq. 2). Portanto, no caso
do bórax, a constante de equilíbrio entre o sólido e seus íons dissolvidos em água é
chamada de produto de solubilidade (SINTON, 1987). Dessa forma, a equação que
expressa o produto de solubilidade do bórax pode ser escrita conforme a Equação 3.

[𝑁𝑁𝑁𝑁2+ ]2 [𝐵𝐵4 𝑂𝑂2−


7 ]
𝐾𝐾 = Eq. 2 𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝 = [𝑁𝑁𝑁𝑁2+ ]2 [𝐵𝐵4 𝑂𝑂72− ] Eq. 3
[𝑁𝑁𝑁𝑁2 𝐵𝐵4 𝑂𝑂7 . 10𝐻𝐻2 𝑂𝑂]

Como 𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝 prediz a probabilidade de formação de um precipitado através do


quociente de solubilidade 𝑄𝑄𝑝𝑝𝑝𝑝 , logo, considerando a existência de um equilíbrio
perfeito dos íons bórax em solução, para 𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝 e 𝑄𝑄𝑝𝑝𝑝𝑝 iguais a 1, tem-se:

𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝
= 1 = 𝐾𝐾 Eq. 4
𝑄𝑄𝑝𝑝𝑝𝑝
6

O princípio de Le Chântelier afirma que para um sistema em equilíbrio,


mudanças externas acompanhadas de mudanças no estado do sistema irá agir para
reduzir a magnitude da mudança inicial, sendo as mudanças aqui referidas podem
estar em concentração, pressão ou temperatura (THOMSEN, 2000).
Ou seja, mudanças externas como pressão e temperatura perturbará a
condição a de equilíbrio, afetando diretamente a sua constante, que informará, no
caso dos sais dissolvidos em água, a formação ou não de precitados. Dessa forma, a
dependência de temperatura e pressão para um sistema pode ser prevista
quantitativamente pelas equações para a mudança na Energia livre de Gibbs
(SINTON, 1987). Tomando-se uma das equações fundamentais da termodinâmica
que relacionada 𝑇𝑇 , 𝑈𝑈 e 𝑆𝑆 com a energia de Gibbs, isto é, 𝑑𝑑𝑑𝑑 = −𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 + 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 a pressão
constante, tem-se:

𝑑𝑑𝑑𝑑
= −𝑆𝑆 Eq. 5
𝑑𝑑𝑑𝑑

Atribuindo uma restrição de equilíbrio dentro de uma transformação finita para


as variáveis 𝐺𝐺 e 𝑆𝑆:

𝑑𝑑(∆𝐺𝐺)
= −∆𝑆𝑆 Eq. 6
𝑑𝑑𝑑𝑑

Aplicando a primeira lei da termodinâmica, 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝑑𝑑𝑑𝑑 + 𝑑𝑑𝑑𝑑 , e substituindo a


expressão pelo trabalho, 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 obtém-se a Equação 7. Com a segunda lei da
termodinâmica entra em jogo a adição da variável entropia 𝑆𝑆, que para um processo

reverssível é definida como 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝑑𝑑𝑑𝑑�𝑇𝑇 . Logo a Equação 5 pode ser reescrita,

originando a Equação 8 (CASTELLAN, 1986).

𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝑑𝑑𝑑𝑑 + 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 Eq. 7

𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 + 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 Eq. 8

Outras variáveis termodinâmicas, como a energia livre, são definidas em


termos das variáveis nesta equação. A energia livre de Gibbs é uma variável do estado
7

termodinâmico com as unidades de energia, definidas como 𝐺𝐺 = 𝑈𝑈 + 𝑃𝑃𝑃𝑃 − 𝑇𝑇𝑇𝑇. A


forma alternativa é escrita ∆𝐺𝐺 = ∆𝑈𝑈 + 𝑃𝑃 ∆𝑉𝑉 − ∆𝑇𝑇𝑇𝑇.
Dentro dos princípios de equilíbrio e espontaneidade, a maior parte das reações
químicas e transformações de fase estão sujeitas às condições de temperatura (𝑇𝑇 ) e
pressão (𝑃𝑃 ) constantes. Logo, a energia livre de Gibbs indicará se a transformação
poderá ocorrer, conforme as seguintes possibilidades: ∆𝐺𝐺 < 0, para processos
espontâneos; ∆𝐺𝐺 > 0, para procesos não espontâneos; e ∆𝐺𝐺 = 0, para
transformações em equilíbrio. (CASTELLAN, 1986).
A lei do equilíbrio de Boff é um caso especial desse princípio. Jacobus Henricus
van Hoff (1852-1911) propôs em sua lei de equilíbrio que quando a temperatura de
um sistema é aumentada, a reação vai na direção que absorve o calor. Esta é
claramente uma aplicação do princípio de LeChâtelier (SINTON, 1987). Relacionado

a Equação 6 com 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝑑𝑑𝑑𝑑�𝑇𝑇 a pressão constante, tem-se:

𝑑𝑑(ln 𝑘𝑘) ∆𝐻𝐻


=− Eq. 9
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑅𝑅𝑇𝑇 2

𝑇𝑇
∆𝐻𝐻 𝑜𝑜
� 𝑑𝑑(𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑘𝑘) = − � 𝑑𝑑𝑑𝑑 Eq. 10
𝑇𝑇0
𝑅𝑅𝑇𝑇 2

∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 1 1 ∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 ∆𝐻𝐻 𝑜𝑜


ln 𝐾𝐾 = − � − �=− + Eq. 11
𝑅𝑅 𝑇𝑇 𝑇𝑇 𝑅𝑅𝑅𝑅 𝑅𝑅𝑇𝑇0

Em 𝑇𝑇 igual a 0 K a variação de entropia ∆𝑆𝑆 𝑜𝑜 é igual a zero. Logo para calcular

a constante a partir de medidas calorimétricas, relaciona-se ∆𝑆𝑆 𝑜𝑜 = 𝑄𝑄�𝑇𝑇 com a


0

Equação 10, obtendo:

∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 𝑇𝑇0 ∆𝑆𝑆 𝑜𝑜


ln 𝐾𝐾 = − +
𝑅𝑅𝑅𝑅 𝑅𝑅𝑇𝑇0

∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 1 ∆𝑆𝑆 𝑜𝑜
ln 𝐾𝐾 = − � �+ Eq. 12
𝑅𝑅 𝑇𝑇 𝑅𝑅
8

Portando, sabendo-se que a temperatura influencia diretamente no


deslocamento do equilíbrio de íons em solução, predizendo a formação de precipitado,
no caso do bórax, ao relacionar as Equações 3 e 4 com a Equação 12, obtém-se uma
forma de analisar suas propriedades termodinâmicas, isto é, ∆𝐻𝐻, ∆𝐺𝐺 e ∆𝑆𝑆, em
função da temperatura.

[𝑁𝑁𝑁𝑁2+ ]2 [𝐵𝐵4 𝑂𝑂72− ] ∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 1 ∆𝑆𝑆 𝑜𝑜


ln � �=− � �+ Eq. 13
𝑄𝑄𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑅𝑅 𝑇𝑇 𝑅𝑅

3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Aprender sobre os equilíbrios de solubilidade e solubilidade para ver como as


constantes de equilíbrio mudam com a temperatura.

3.2 Específico

 Determinar a constante de solubilidade do bórax em função de diferentes


temperaturas;

 Determinar a energia livre padrão, a entalpia e as alterações de entropia na


dissolução aquosa de bórax.
9

4 METODOLOGIA

4.1 Materiais 4.2 Reagentes

 Bureta de 50 mL;  Água destilada;


 Pipeta de 5 mL;  Solução padronizada de HCl 0,5
 Erlenmeyres de 125 e 250 mL; mol/L;
 Béqueres;  Bórax;
 Bastão de vidro;  Verde bromocresol.
 Suporte universal;
 Termômetro;
 Balança analítica.

4.3 Procedimentos

A primeira parte do experimento foi a preparação de uma solução padronizada


de HCl 0,5 mol/L. Logo após, foi pesado aproximadamente 10 g de bórax e dissolvidos
com 75 mL de água destilada em um béquer. Após a dissolução, a solução de bórax
foi levada para um banho a frio a 8°C, deixando a solução saturar para alcançar o
equilíbrio entre as fases sólidas e dissolvidas.
Alcançado a temperatura de 8°C, foi deixado os cristais assentarem e
registrado a temperatura exata da solução. Depois com a pipeta volumétrica foi
retirado 5 mL da solução saturada de bórax para um erlenmeyer de 250 mL, já
conteúdo 50 mL de água, certificando-se de retirar apenas o líquido claro da superfície
da solução, e se temperatura é a mesma.
Em seguida, no erlenmeyer foi adicionado três gotas de verde de bromo cresol,
onde a solução apresentou a coloração azul. Seguiu-se a titulação da solução de
bórax diluída com uma solução padronizada de HCl 0,5 mol/L. O procedimento foi
repetido para mais duas amostras. Também foi repetido para as temperaturas de 40,
60 e 65 °C.
10

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O borato de sódio (bórax, Na2B4O.10H2O) em baixas concentrações na água


se dissocia completamente. Portanto, no experimento, foi coletado uma amostra da
solução saturada de bórax em equilibrio, visto que esta solução libera 𝑂𝑂𝑂𝑂 − (Equação
2) que foi titulado com o ácido forte para determinar as concentrações do bórax.

𝑁𝑁𝑁𝑁2 𝐵𝐵4 𝑂𝑂7 . 10𝐻𝐻2 𝑂𝑂 ⇆ 2𝑁𝑁𝑁𝑁2+ + 𝐵𝐵4 𝑂𝑂72− + 10𝐻𝐻2 𝑂𝑂 Eq. 14

𝐵𝐵4 𝑂𝑂72− + 7𝐻𝐻2 𝑂𝑂 ⇆ 4𝐻𝐻3 𝐵𝐵𝐵𝐵3 + 2𝑂𝑂𝑂𝑂 − Eq. 15

Do equilíbrio mostrado na equação 1 é possível escrever a equação do produto


de solubilidade:

𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝 = [𝑁𝑁𝑁𝑁+ ]2 [𝐵𝐵4 𝑂𝑂2−


7 ] Eq. 16

No experimento, a constante do produto de solubilidade foi calculada com base


nas concentrações dos íons de sódio e íons de borato determinados na titulação. A
titulação da solução de bórax com uma concentração conhecida de HCl (aq) forneceu
as concentrações necessárias para calcular o 𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝 seguindo as proporções
estequiométricas das equações balanceadas (Eq. 1 e 2). Foi titulada a solução
saturada de bórax com HCl 0,1 mol/L, cujo volume gasto (Tabela 4) foi utilizado para
determinar as concentrações de sódio e bórax e, por fim, calcular o produto de
solubilidade 𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝 .

Tabela 2 – Resultados da titulação da solução saturada de bórax com HCl 0,1 mol/L

Volume gasto de HCl nas titulações


Temperatura (K)
Titulação 1 Titulação 2 Titulação 3

281,15 2,90 2,70 2,80


313,15 5,00 5,30 5,60
333,15 6,90 6,40 6,40
338,15 11,80 11,80 11,90
11

A natureza básica do íon tetraborato dissolvido permite que sua concentração


seja determinada atravéz da titulação com um ácido forte. Dessa forma, pela
equações 1 e 2 pode ser estabelecida a seguinte relação:

[𝑂𝑂𝑂𝑂 − ] = [𝐵𝐵4 𝑂𝑂72− ] = 2[𝑁𝑁𝑁𝑁+ ] Eq. 17

Através da relação mostrada na equação 5, as concentrações de sódio e do


tetraborato foram calculadas. Os valores das concentrações nas quatro temperaturas
estão dispostas na Tabela 2.

Tabela 2 – Concentrações calculadas com base no volume de HCl 0,1 mol/L gasto nas
titulações
Concentração de 𝑶𝑶𝑶𝑶 − (mol/L)
T (K) Média Desvio padrão
Titulação 1 Titulação 2 Titulação 3

281,15 0,0278 0,0259 0,0269 0,0269 0,00096

313,15 0,0481 0,0509 0,0538 0,0509 0,00288

333,15 0,0663 0,0615 0,0615 0,0632 0,00277

338,15 0,1135 0,1135 0,1144 0,1138 0,00055

Tabela 3 – Valores de K calculados com base nas concentrações de sódio e íon borato
𝑻𝑻 (𝑲𝑲) [𝑵𝑵𝑵𝑵+ ] [𝑩𝑩𝟒𝟒 𝑶𝑶𝟕𝟕𝟐𝟐− ] 𝑲𝑲𝒑𝒑𝒑𝒑 𝑲𝑲
281,15 0,0269 0,0134 9,77 × 10−6 9,77 × 10−6
313,15 0,0509 0,0254 6,62 × 10−5 6,62 × 10−5
333,15 0,0631 0,0315 1,26 × 10−4 1,26 × 10−4
338,15 0,1138 0,0569 7,37 × 10−4 7,37 × 10−4

Pelos valores do 𝐾𝐾𝑝𝑝𝑝𝑝 pode-se afirmar que a temperatura possui grande


influência na solubilidade. Percebe-se que ao longo do intervalo com a variação
crescente de temperatura a constante de solubilidade aumenta, favorecendo o
rendimento dos produtos.
A constante de equilíbrio 𝐾𝐾 foi determinada em diferentes temperaturas. Ao
aplicar a equação de Van't Hoff para a dependência da constante de equilíbrio 𝐾𝐾 na
12

temperatura foi possível determinar a variação de entalpia para o equilibrio de


solubilidade.

∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 1 ∆𝑆𝑆 𝑜𝑜
ln 𝐾𝐾 = − � � + Eq. 18
𝑅𝑅 𝑇𝑇 𝑅𝑅

Tabela 4 – Valores de ln K e 1/T


X Y
Experimento 𝑻𝑻 (𝑲𝑲) 𝑲𝑲
𝟏𝟏� (𝑲𝑲 −𝟏𝟏 ) 𝐥𝐥𝐥𝐥 𝑲𝑲
𝑻𝑻
1 281,15 9,77 × 10−6 3,55 × 10−3 -11,53
2 313,15 6,62 × 10−5 3,19 × 10−3 -9,62
3 333,15 1,26 × 10 −4
3,00 × 10 −3 -8,97
4 338,15 7,37 × 10 −4
2,95 × 10 −3 -7,21

Ao plotar o gráfico do inverso da temperatura pelo ln 𝐾𝐾 obteve-se um


comportamento não muito linear, sendo que a análise dos mínimos quadrados dos
dados leva a um coeficiente de correlação de 0,81. O comportamento linear para os
intervalos de temperatura utilizado apresenta o ∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 aproximadamente constante
para temperaturas acima de 313,15 K (40°C). Mas vale ressaltar que os valores dos
calores de reação obtidos por esse método não são usualmente tão precisos como
aqueles obtidos por métodos calorimétricos (CASTELLAN, 1986). Logo, para
minimizar a discrepância no comportamento linear (Figura 1a) necessitaria que o
experimento fosse repetido no mínimo três vezes para cada temperatura.

4 ln K 4 ln K
Correçao linear
Logaritimo natural deK

Logaritimo natural deK

2 2

0 0

-2 -2
3,0x10-3 3,3x10-3 3,6x10-3 3,0x10-3 3,3x10-3 3,6x10-3
-1
1/Temperaura (K )-1 1/Temperaura (K )
(a) (b)
Figura 1 – Gráfico do ln K vs inverso da temperatura (a); gráfico do ln K vs inverso da
temperatura com correção linear (b).
13

Tabela 2 – Valores de ΔG° e ΔH° com bases nos valores ln K e 1/T


Valores de slope e intercept
T(K) ∆𝑮𝑮 𝒐𝒐
∆𝑯𝑯 𝒐𝒐 𝒌𝒌𝒌𝒌 ∆𝑺𝑺 𝒐𝒐 𝑱𝑱
− ∆𝑯𝑯 𝒐𝒐 � � ∆𝑺𝑺 𝒐𝒐 � �
𝑹𝑹 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝑹𝑹 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎. 𝑲𝑲

281,15 2,70 × 104


313,15 2,50 × 104
‒6126,29 +50,93 21,08 175,25
333,15 2,48 × 104
338,15 2,02 × 104

Com base na relação linear aproximada, constatou-se um comportamento


endotérmico da dependência da constante sobre temperatura (∆𝐻𝐻 𝑜𝑜 > 0). O processo
também assume condições não espontâneas, isto é ∆𝐺𝐺𝑜𝑜 > 0 (vide Tabela 7), visto
que o equilíbrio, quando a temperatura de um sistema é aumentada, a reação vai na
direção que absorve o calor. A absorção de calor, que é uma mudança externa que
afeta a condição a de equilíbrio, irá caracterizar, portanto, o processo como não
espontâneo.

6 CONCLUSÃO

Conclui-se no experimento que a dependência da constante de equilíbrio sobre


a temperatura assume comportamentos tais que é possível determinar propriedades
termodinâmicas, como a entropia e o calor da reação. Também foi possível concluir
que a constante de equilíbrio para bórax assume condições endotérmicas para
diferentes intervalos de temperatura. Isso fica evidente pelo aumento da constante 𝐾𝐾
com a variação de temperatura, favorecendo condições não espontâneas.
Embora o coeficiente de correlação linear fosse de 0,81, foi possível observar
um comportamento linear aproximado da função ln 𝐾𝐾 (Equação 18). Isso não foi um
empecilho na análise do gráfico, uma vez que ficou evidente o comportamento linear
previsto pela literatura para esse tipo de processo.
14

REFERÊNCIAS

ATKINS, P. Físico-química: fundamentos. Rio de Janeiro: LTC, 2001.


CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1986.

CHANG, Raymond. Físico-química: para as ciências químicas e biológicas. São


Paulo: McGraw-Will, 2008.

SINTON, S. W. Complexation Chemistry of Sodium Borate with Poly(viny1 alcohol)


and Small Diols. A 11B NMR Study. Macromolecules, v. 20, n. 10, p. 2430–2441,
1987.

THOMSEN, V. B. E. LeChâtelier ’ s Principle in the Sciences. Journal of Chemical


Education, v. 77, n. 2, p. 173–176, 2000.
15

ANEXO

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