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MY
conhecer técnicas de análise qualitativa aplicada em compostos inorgâni-
CY
cos; determinar propriedades e características de diferentes metais e seus
CMY
respectivos íons; descobrir as tecnologias e os avanços observados em
K
diferentes amostras na análise química de espécies iônicas; reconhecer
aplicações em diferentes campos das técnicas e métodos de análise de
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Química analítica qualitativa / Fábio de Pádua Ferreira. – São Paulo: Cengage – 2020.
Bibliografia.
ISBN 9788522129607
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Janguiê Diniz
Autoria
Prefácio..................................................................................................................................................8
Química analítica qualitativa é uma rica obra que apresenta, além de conceitos-
chave já muito conhecidos na área, o conteúdo parcialmente descrito a seguir em suas
quatro unidades.
Você está na unidade bases teóricas da análise qualitativa. Conheça aqui os princípios
e fundamentos teóricos da química analítica qualitativa, verificando quais as etapas
envolvidas em uma análise química, a instrumentação comumente utilizada e os cuidados
necessários para uma análise rigorosa. Aprenda conceitos-chave, como: técnicas
clássicas e instrumentais, equilíbrio químico, teoria ácido base, reações de precipitação,
complexação e óxido redução. Conheça plataformas de análise modernas e procedimentos
para preparar soluções utilizadas em análises químicas.
Bons estudos!
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A química analítica pode ser abordada pelo uso de métodos qualitativos e quantitativos.
Os métodos qualitativos são geralmente usados na determinação das espécies na amostra,
já os métodos quantitativos podem ser usados para medir as concentrações de analitos alvo.
Atualmente, diversos instrumentos e procedimentos têm sido desenvolvidos para realizar análises
químicas e biológicas. Knaack (2012) enfatiza que a caracterização de um método analítico
requer uma série de etapas, em todas é necessário tomar cuidado para garantir um controle
de qualidade. Os materiais usados devem ter qualidade analítica com purezas conhecidas, as
balanças analíticas devem estar calibradas e as diluições devem ser realizadas com equipamentos
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FIQUE DE OLHO
As técnicas empregadas em análises químicas podem ser divididas em clássicas e
instrumentais. Uma grande variedade de equipamentos tem sido desenvolvida para realizar
análises cada vez mais rápidas e em plataformas simples. Coltro et al. (2007) enfatiza que
a miniaturização de sistemas de análise química tem atraído o interesse de investidores e
pesquisadores.
Análises qualitativas podem envolver uma sequência de etapas, que em casos específicos
algumas destas etapas podem ser postergadas. Segundo Harris (2012), o processo analítico
geralmente começa com um questionamento que pode ser respondido por meio de análises
químicas e biológicas. Em seguida, devem ser definidos os métodos e procedimentos adotados
para realizar as medições, em muitos casos, essa escolha não é tão simples. Segundo Skoog et al.
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(2006),um dos principais critérios a ser considerado na seleção do método analítico é o nível de
exatidão requerido. Além disso, deve ser considerado o fator econômico, o número de amostras
a serem analisadas e a complexidade dos analitos presentes na amostra.Uma etapa fundamental
em qualquer análise química é adquirir uma amostra representativa para medir, sendo o processo
chamado de amostragem. A amostragem foi definida por Skoog et al. (2006) como o processo
de coletar uma pequena massa de um material cuja composição represente o todo do material
que está sendo amostrado. A amostragem deve ser representativa, pois a confiabilidade dos
resultados depende significativamente do sucesso na etapa de amostragem. A figura apresenta
um fluxograma contendo as etapas envolvidas em uma análise qualitativa.
Uma análise química confiável requer reagentes e soluções com concentração e purezas
conhecidas. De acordo com Skoog et al., (2006, p. 19), os reagentes que apresentam o padrão
primário são aqueles que apresentam elevada pureza, sendo os mais indicados para realizar
análises. É preciso ser bastante cuidadoso com reagentes que serão utilizados nas análises. Os
autores sugerem algumas práticas no preparo de soluções e na prevenção de contaminação
acidental dos reagentes e soluções, entre elas estão:
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• Selecionar
• Economizar
• Cuidado
• Evitar
Segurar a tampa dos frascos de reagentes com a mão, evitar colocar a tampa sobre a bancada.
• Atenção
• Lembre-se
• Preferências
Caso seja inevitável utilizar espátulas e colheres, preferir materiais feitos de porcelana.
• Limpeza e organização
Quanto ao uso de vidraria como béqueres e frascos na análise química, estes devem ser
completamente lavados antes de ser utilizados. Skoog et al. (2006) sugere o uso de uma solução
detergente que deve ser enxaguada com água corrente e posteriormente lavada com pequenas
porções de água deionizada. Um recipiente de vidro limpo de forma apropriada será recoberto,
em casos de gordura na vidraria. Skoog et al. (2006) indica o uso de solventes orgânicos como
acetona e benzeno.
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Segundo Skoog et al. (2006), a unidade da concentração molar é a molaridade (M) que tem
as dimensões mol L-1. As concentrações molares apresentam uma notação simbólica que é
frequentemente usada para simplificar sua expressão em equações e escrita. O uso de colchetes
em torno de uma espécie indica que estamos nos referindo à concentração molar dessa espécie.
Desta forma, [Na+] pode ser lido como a concentração molar de íons sódio.
Muitos cientistas utilizam a composição percentual, no entanto, Skoog et al. (2006) enfatiza
que essa prática pode ser ambígua, pois a composição porcentual de uma solução pode ser
expressa de várias maneiras, como percentual em massa e percentual em volume.Desses, o
método mais comum de expressar o percentual é em massa, que pode ser observado na equação
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a seguir.
CinicialVinicial = CfinalVfinal
Segundo Atkins e Jones (2006), uma prática comum nos laboratórios de análise é preparar
uma solução em sua forma concentrada, denominada solução estoque, e, quando necessário,
proceder com sua diluição até obter a concentração desejada.
De acordo com Baccanet al. (1988), quando certas substâncias são postas a reagir, a reação
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ocorre até atingir um ponto onde as concentrações dos reagentes e produtos permanecem
constantes, e a velocidade de formação dos produtos é a mesma velocidade de formação dos
reagentes. Quando isso acontece, dizemos que uma reação está no estado de equilíbrio.
Segundo Harvey (2000), por convenção, as espécies à esquerda das setas são chamadas
de reagentes e as do lado direito das setas são chamadas de produtos. A reação química em
equilíbrio envolvendo os solutos A, B, C e D e os respectivos coeficientes estequiométricos a, b, c
e d pode ser observados a seguir.
Para esta dada reação, a expressão da constante de equilíbrio pode ser observada na equação.
Skoog et al. (2006) menciona que se uma ou mais das espécies participantes na equação
anterior for um sólido ou líquido puro, ou até mesmo um solvente presente em excesso, o termo
referente a essa espécie não aparece na expressão da constante de equilíbrio.Soluções aquosas
apresentam pequenas concentrações de íons hidrônio e hidróxido em decorrência da reação de
dissociação da água. A formação destes íons pode ser observada nas reações a seguir.
De acordo com Skoog et al. (2006),a constante de equilíbrio dessa reação é denominada
produto iônico da água, com abreviação Kw. Como a concentração da água em soluções aquosas
diluídas é consideravelmente maior que as concentrações dos íons hidrônio e hidróxido, seu valor
pode ser considerado constante. O produto iônico da água pode ser visto na próxima equação.
Harris (2012) descreve que o valor de Kw varia com a temperatura e a 25ºC seu valor é de
aproximadamente 1,00 x 1014.
Kw = [H3O+] [OH-]= 1,00 x 1014 De acordo com Harris (2012), o pH aproximado de uma
solução aquosa pode ser obtido pelo logaritmo negativo da concentração de íons H3O+, enquanto
que o Poh obtido pelo logaritmo negativo da concentração de íons OH-, ilustrados nas equações
a seguir. Se o pH de uma solução é 7, isso implica que a concentração de H3O+ é de 1 x 107 M. A
soma do pH e pOH é igual a 14.
De acordo com Harvey (2000), uma definição útil de ácidos e bases é aquela introduzida
independentemente por Johannes Brønstede Thomas Lowry em 1923. Na definição de Brønsted-
Lowry, ácidos são doadores de prótons e bases são aceitadores de prótons. Definir uma base
como um aceitador de prótons significa que um ácido deve estar disponível para fornecer o
próton.
Segundo Atkins e Jones (2006), uma substância só pode agir como ácido na presença de uma
base que possa aceitar os prótons ácidos, desta forma, um ácido não cede seus prótons se não
houver uma base para recebê-los.
Por exemplo, o HBr é um ácido de Brønsted-Lowry. Em solução aquosa, cada molécula de HBr
transfere rapidamente um íon H+ para uma molécula de H2O que nessa reação funciona como
base. De acordo com Atkins e Jones (2006), esse processo pode ser tratado como uma reação de
transferência de próton e, neste caso, dizemos que a molécula de HBr ficou desprotonada após a
reação, conforme observado a seguir.
Uma base de Brønsted-Lowry apresenta um par de elétrons livres, em que os prótons podem
se ligar. Um exemplo de base segundo essa teoria é a molécula de NH3, quando uma molécula de
NH3 está em solução aquosa, o par de elétrons livres no átomo de nitrogênio aceita um próton
de água, como demonstra a reação a seguir.
Ka xKb = Kw
Segundo Atkins e Jones (2006), pela teoria de Brønsted-Lowry a força de um ácido depende
da sua capacidade em doar prótons ao solvente, desta forma, um ácido forte está completamente
desprotonado em solução, enquanto que um ácido fraco está parcialmente desprotonado em
solução. A força de um ácido pode depender do solvente, em alguns solventes o ácido pode ser
fraco, já em outros solventes o ácido pode ser considerado moderado ou até mesmo forte.
De acordo com Skoog et al. (2006), quando um ácido fraco ou uma base fraca se dissolve
em água, ocorre uma dissociação parcial, como ocorre com o ácido acético no exemplo a seguir.
De forma análoga, bases fracas aceitam apenas parcialmente prótons do solvente e são
caracterizadas por uma constante de dissociação de base (Kb). A constante de dissociação de
base da amônia pode ser observada na equação a seguir.
Harvey (2000) enfatiza que ácidos que possuem apenas um único próton ácido e uma
constante de dissociação acida são denominados ácidos monopróticos, como o ácido acético
e nitroso.Ácidos que podem doar mais de um próton são chamados ácidos polipróticos, como
por exemplo: o ácido sulfúrico e fosfórico. Os ácidos polipróticos são descritos por uma série de
etapas de dissociação ácida, cada uma caracterizada por sua própria constante de dissociação
ácida (Harvey, 2000).
Segundo Skoog (2006), para calcular o pH de soluções tampão, muitos cientistas empregam a
equação de Henderson-Hasselbalch, que pode ser observada na equação a seguir. De acordo com
Harris (2012) a equação de Henderson-Hasselbalch possibilita determinar o pH de uma solução
tampão desde que conheçamos a proporção das concentrações de conjugado ácido e base, bem
como o pKa para o ácido.
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Skoog et al. (2006) enfatizam que uma solução tampão de qualquer pH desejado pode ser
preparada pela combinação de quantidades adequadas de um par ácido-base conjugado. As
proporções para a preparação de soluções tampão estão disponíveis em manuais de laboratório
e publicações de referência.
5. REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO
Baccan et al. (1988, p. 70) enfatizam que a formação de precipitados a partir de íons em
solução são operações comuns no laboratório de análise qualitativa e quantitativa. Reações de
precipitação podem ser usadas na identificação e separação de íons, sendo de fundamental
importância considerar os equilíbrios heterogênios estabelecidos entre sólidos iônicos e íons em
solução. De acordo com Harris (2008), uma reação de precipitação ocorre quando duas ou mais
espécies solúveis se combinam para formar um produto insolúvel, que chamamos de precipitado.
Al3+(aq) + 3 OH-(aq)⇌Al(OH)3(s)
A tabela a seguir apresenta os valores das constantes de produtos de solubilidade para alguns
sais inorgânicos segundo Harvey (2000).
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De acordo com Skoog et al. (2006), a maioria dos íons metálicos reage com doadores de pares
de elétrons para formar compostos de coordenaçãoou complexos. Entre os ligantes inorgânicos
mais comuns estão a água, a amônia e os íons haleto. O número de ligações covalentes que o
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cátion tende a formar é seu número de coordenação e os valores mais comuns para os números
de coordenação são 2, 4 e 6. Os complexos de coordenação podem ser eletricamente positivos,
neutros ou negativos.
Uma reação de complexação envolvendo o íon metálico Cd2+ e o ligante NH3 pode ser
observada na reação a seguir.
De acordo com Skoog et al. (2006), podemos escrever também o equilíbrio como a soma
das etapas individuais. Estas têm as constantes de formação globais designadas pelo símbolo βi,
que descrevem a adição de i ligantes ao íon metálico livre (Harvey, 2000). A equação seguinte
descreve a obtenção de β4.
β4 = K1x K2 x K3 x K4
FIQUE DE OLHO
Os compostos complexantes podem ser importantes ferramentas para desenvolver
fármacos com liberação controlada. Viswanathan et al. (2017) descreve a utilização de
complexos solúveis no desenvolvimento de medicamentos via oral,enfatizando que estes
complexos auxiliam na liberação de diferentes fármacos em condições específicas.
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Segundo Almeida et al. (2012), uma característica muito comum a alguns compostos de
coordenação é que eles são capazes de absorver radiação eletromagnética, resultando em
compostos coloridos. Por exemplo, os compostos de Cu2+ apresentam comumente colorações
azuis ou verdes e, em geral, a cor de um composto de coordenação é influenciada pelo metal, seu
estado de oxidação e dos ligantes que o coordenam.
Essa reação pode ser dividida em duas semi-reações que especificam qual espécie ganha
elétrons e qual os perde.
Segundo Skoog et al. (2006),as reações de óxido redução podem ocorrer de duas formas,
que são fisicamente muito diferentes. Em uma delas, a reação ocorre quando se coloca a espécie
oxidante e redutora em contato direto em um recipiente apropriado. Na segunda forma, a reação
é realizada em uma célula eletroquímica na qual os reagentes não estão em contato direto uns
com os outros.
condutores chamados eletrodos, cada um deles imerso em uma solução eletrolítica. Em grande
maioria das células eletroquímicas, as soluções devem ser mantidas separadas visando evitar a
reação direta entre os reagentes. Em uma célula eletrolítica, a redução sempre ocorre no cátodo
e a oxidação ocorre no ânodo (Skoog et al., 2006).
Altos valores positivos de Eo indicam maior tendência em receber elétrons, indicando que a
espécie é um forte agente oxidante. Valores baixos e negativos de Eº indicam baixa tendência em
receber elétrons, indicando que a espécie pode ser um bom agente redutor.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
GÖRÖG, S. The importance and the challenges of impurity profiling in modern pharma-
ceutical analysis. Trends in analytical chemistry, v. 25, n. 8, p. 755-757, 2006.
KATAOKA, H. New trends in sample preparation for clinical and pharmaceutical analysis.
Trends in analytical chemistry, v. 22, n. 4, p. 232-244, 2003.
YOO, E. H.; LEE, S. Y. Glucose biosensors: an overview of use in clinical practice. Sensors,
v. 10, n. 5, p. 4558-4576, 2010.
UNIDADE 2
Técnicas experimentais da análise
qualitativa inorgânica
Introdução
Olá,
Bons estudos!
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Segundo Ribeiro et al. (2012) os contaminantes inorgânicos têm ganhado visibilidade cada
vez maior nos dias atuais, principalmente devido as recentes publicações descrevendo o impacto
ambiental proveniente da contaminação por estas substâncias. Estes compostos podem ocorrer
naturalmente ou podem ter fontes antropogênicas. A mudança dos padrões dos metais pesados
e compostos nitrogenados nos corpos hídricos tem impactos significativos na saúde humana e
na biota aquática (RIBEIRO et al., 2012). A figura 1 apresenta uma pesquisadora recolhendo uma
amostra de água para uma posterior análise
#PraCegoVer: Scapin et al. (2002) descreve que a presença de alguns metais e outras
substancias inorgânicas no solo tem despertado grande preocupação da comunidade cientifica
com relação à influência dessas espécies na vida animal e vegetal. As análises qualitativas da água
e do solo podem fornecer informações de grande impacto para confirmar e monitorar a presença
de metais e eletrólitos em testes rápidos e confiáveis. A figura 1 apresenta uma pesquisadora
recolhendo uma amostra de água para avaliar a presença de contaminantes inorgânicos.
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Calefi (2010) enfatiza que, de forma geral, a parte teórica das análises qualitativas inclui
conhecimentos de equilíbrio químico, envolvendo reações ácido-base, complexação, precipitação
e óxido-redução. Já a parte experimental faz uso de diferentes estratégias para separar e isolar
cátions e ânions, baseado nas características químicas destas espécies.
• a macroanálise;
• a microanálise;
• a semimicroanálise;
• a ultramicroanálise.
De acordo com Vogel (1981), para análises de rotina por estudantes, a escolha da técnica
se situa entre semimicro e macroanálise. Entre as vantagens de adotar as técnicas semimicro,
segundo Vogel (1981), estão:
2 APARELHAGEM E OPERAÇÕES EM
SEMIMICROANÁLISE
Segundo Svehla (1996), a semimicroanálise não difere muito da macroanálise. Na análise
semimicro são tratados volumes da ordem de 1 ml, desta forma a escala do aparelho é reduzida.
Manipular pequenos volumes pode ser mais simples do que trabalhar com grandes volumes e
quantidades. As várias operações ocupam menos tempo e o consumo de produtos químicos e
vidraria é reduzido substancialmente, esses dois fatores em específico são de grande importância
quando o tempo e o dinheiro são limitados. Cuidado especial deve ser direcionado para que o
aparelho e a bancada de trabalho estejam apropriadamente limpos.
FIQUE DE OLHO
As técnicas semimicro apresentam muitas vantagens, como redução de consumo de
reagentes, economia de tempo e no orçamento. Segundo Dias et al. (2016), processos de
semimicroanálise combinam vantagens dos métodos macro e micro e evitam desvantagens
de ambos. Além disso, a produção reduzida de resíduos representa um menor impacto
ambiental.
De acordo com Vogel, pequenos tubos de ensaio de pirex podem ser usados em reações
que não requisitem ebulição. Quando um precipitado deve ser separado por centrifugação,
comumente é empregado um tubo de ensaio com fundo afunilado, conhecido como tubo de
centrífuga, vários tamanhos estão disponíveis. Em casos de soluções que não se misturam
facilmente, podem ser utilizados bastões de agitação. A figura 2 a seguir apresenta diferentes
modelos de tubos de ensaios empregados na semimicroanálise qualitativa.
Svehla (1996, p. 24) descreve que antes do uso, os conta-gotas devem ser calibrados, ou
seja, o volume da gota entregue deve ser conhecido. Este procedimento pode ser realizado
introduzindo um pouco de água destilada no conta-gotas limpo, mergulhando a extremidade
capilar em um pouco de água destilada em um copo e comprimindo e soltando o bulbo de
borracha. Posteriormente, segurar o conta-gotas verticalmente sobre um cilindro de medição
limpo e seco de 5 ml e pressione suavemente o bulbo de borracha e contar o número de gotas
atingir a marca de 2 ml. É recomendado repetir a calibração até obter dois resultados que não
diferem em mais de 2 gotas. Em seguida deve ser calculado o volume de uma única gota.
Em muitos casos, é necessário aquecer soluções após serem misturadas. Conforme Svehla
(1996), o aquecimento de soluções em tubos de ensaio deve ser realizado com cuidado,
considerando que pode haver perda de solução por meio do aquecimento abrupto da solução.
Além disso, os respingos de soluções quentes ou perigosas podem, frequentemente, levar a
queimaduras graves. Observações semelhantes se aplicam aos tubos de ensaio semimicro. É
sugerido não colocar o tubo diretamente sobre a chama, mas sim em proximidade, retirando-se
da chama periodicamente e agitando suavemente. A boca do tubo de ensaio deve ser apontada
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Pereira (2010) enfatiza que as soluções em cápsulas podem ser aquecidas diretamente sobre
a chama com tela de amianto ou em chapas de aquecimento.
Isto não é satisfatório para soluções contidas em tubos de ensaio por causa da tendência em
formar bolhas de vapor no fundo e expelir a solução à medida que o volume se expande.
Baccan (1988) descreve que, em casos de reações que requerem um aquecimento mais
brando e prolongado, deve-se realizar o procedimento em banho-maria, que pode ser preparado
em um béquer de 250 mL de capacidade.
Segundo Vogel (1981), ao utilizar uma centrifuga manual devem ser colocados pelo menos
2 tubos de ensaio, com peso e tamanhos aproximados. Se a amostra apresentar apenas
um tubo de ensaio, deve ser preparado um tubo de balanceamento, que deve apresentar
características semelhantes ao tubo contendo a amostra. Os tubos devem ser colocados em
posição diametralmente oposta na centrifuga. Para remover o sobrenadante líquido, pode ser
utilizado o conta-gotas capilar. O tubo deve ser mantido em ângulo inclinado e o líquido liberado
gradativamente e lentamente, tomando cuidado para que a ponta do conta-gotas toque o
precipitado. A solução presente no conta-gotas deve ser límpida.
Svehla (1996) enfatiza que é essencial lavar todos os precipitados para remover a pequena
quantidade de solução presente no precipitado. Se este procedimento não for realizado, o
precipitado poderá ser contaminado por íons presentes no sobrenadante. É sugerido lavar o
precipitado pelo menos duas vezes. O líquido de lavagem deve ser um solvente que não dissolve o
precipitado, mas dilui a quantidade de licor mãe que o adere. O líquido de lavagem é, geralmente,
água, mas pode ser água contendo uma pequena quantidade do precipitante (efeito de íon
comum) ou uma solução diluída de um eletrólito (como um sal de amônio). A lavagem pode
ser feita utilizando uma pisseta (Figura 5a), que é um instrumento utilizado para lavagens de
materiais e utensílios do laboratório. O precipitado pode ser transferido pelo uso de pequenas
espátulas (Figura 5b). Esta operação é geralmente difícil, no entanto, são muito poucos casos em
microanálises que têm a necessidade de transferir precipitados (SVEHLA, 1996).
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Baccan (1988) enfatiza que, durante o teste de acidez do meio, nunca se deve mergulhar
o papel indicador na solução a ser testada, pois o indicador pode contaminar a solução. Em
casos em que existe pouca solução, indica-se mergulhar uma barra de vidro na solução, retirá-la
cuidadosamente e colocar no papel indicador, tendo cuidado para não encostar a barra de vidro
nas paredes internas do tubo, visto que pode existir algum ácido ou base livre, que pode resultar
em um resultado incorreto do pH da solução. A figura a seguir demonstra a forma apropriada de
medir o pH de uma solução.
Tornou-se habitual falar de reações de toque, mais corretamente, análise de toque, quando
em um teste químico pelo método úmido, pelo menos um reagente, geralmente o material que
está sendo detectado ou identificado, é usado na forma de gota de uma solução.
FIQUE DE OLHO
O tipo mais comum de análise de toque consiste em reunir gotas da amostra e a solução
reagente em substratos porosos, como papel de filtro, placas pontuais e outros. Outra versão
emprega um dos reagentes na forma sólida, um pouco do material em estudo é manchado
com uma gota de uma solução de reagente adequada ou uma gota da solução de teste é
colocada em contato com um reagente sólido.
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Os principais principios das análises de toque incluem usar reações com elevadas reatividade
e sensibilidade, sempre buscando aumentar a sensibilidade e a confiabilidade (FEIGL; ANGER,
2012).
Svehla (1996) descreve que a remoção e adição de gotas de soluções de teste e reagentes é
mais simples usando tubos de vidro com cerca de 20 cm de comprimento e 3 mm de diâmetro
externo. As gotas destes tubos têm um volume aproximado de 0,05 ml. O conta-gotas capilar
também pode ser empregado. Micropipetas em polietileno com elástico também são adequados.
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Conforme Vogel (1981), a digestão de amostras sólidas com ácido ou solvente pode ser
realizada em pequenos cadinhos aquecidos em uma placa de metal, ou em um banho de ar. As
análises de toque podem ser realizadas de várias maneiras, como em placa de toque, em um
microcadinho, tubos de ensaio, tubo de centrifugação ou em papel de filtro. As reações gasosas
são realizadas em aparelhos especiais. As placas spot comerciais são feitas de porcelana ou
plástico esmaltado e, geralmente, contêm de 6 a 12 depressões de tamanho igual, que contêm
0,5 a 1 ml de líquido.
Segundo Alexeev (1982), a grande maioria das reações por via seca são realizadas a altas
temperaturas. Entre as reações via seca se destacam o teste de chama, reações de formação de
pérolas coradas de bórax e o método da trituração. Pereira (2010) também menciona que podem
ser usadas como reações via seca a fusão alcalina e ácida.
Um exemplo clássico de método para análise via seca é o teste da chama. Baccan (1988)
descreve que o teste da chama se baseia no fato de que, quando é fornecida quantidade de
energia suficiente ao átomo de um determinado elemento químico, os elétrons na camada de
valência absorvem essa energia passando para um nível de energia superior, produzindo um
estado excitado. Ao retornar ao estado inicial, o elétron emite uma quantidade de energia na
forma de radiação, cujo comprimento de onda é característico do elemento e da mudança do
nível eletrônico de energia. Desta forma, a cor emitida por uma substância no teste de chama é
utilizada para identificar o elemento em análise. A figura abaixo apresenta a demonstração de um
teste de chama.
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De acordo com Vogel (1981), sais de certos metais são volatilizados em uma chama de Bunsen
e conferem cores características à chama. Os cloretos estão entre os compostos mais voláteis e
são preparados in situ, misturando o composto com um pouco de ácido clorídrico concentrado
antes de realizar os testes. O teste de chama é realizado utilizando um fio fino de platina limpo,
com cerca de 5 cm de comprimento e 0,03-0,05 mm de diâmetro. O fio é mergulhado em ácido
clorídrico concentrado e, posteriormente, é adicionada a substância investigada em pequenas
quantidades. A amostra pode ser introduzida nas zonas redutora, oxidante e de fusão da chama.
Substâncias menos voláteis por exemplo, são aquecidas na zona de fusão. As cores transmitidas à
chama por sais de metais diferentes podem ser observadas na tabela a seguir.
Figura 10 - Reações de precipitação de íons Cu2+, Fe2+ e Fe3+ em solução contendo NaOH(aq)
Fonte: Mia Garrett, Shutterstock, 2020.
Segundo Svehla (1996), ao estudar as reações dos íons, é importante proceder com o uso
adequado de técnicas experimentais, como pesagem, preparo de soluções, filtração, centrifugação
e separação de precipitado, entre outros. As reações podem ser estudadas tanto em escala macro
quanto semimicro.
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FIQUE DE OLHO
O estudo qualitativo de espécies inorgânicas requer conhecimento sobre segurança e
cuidados no laboratório, uso de boas práticas experimentais e atenção quando manusear
reagentes tóxicos. Debacher et al. (2008) enfatiza que o trabalho em laboratório deve ser
responsável, evitando atitudes que possam acarretar acidentes e possíveis danos para si e
para os demais, sendo importante adotar sempre uma atitude cuidadosa e metódica.
A tabela a seguir apresenta uma breve descrição das principais técnicas instrumentais de
análise, incluindo suas vantagens e desvantagens.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
DJINGOVA, R.; KULEFF, I. Instrumental techniques for trace analysis. In: Trace metals in
the Environment. v. 4, p. 137-185. Kidlington: Elsevier, 2000.
FEIGL, F.; ANGER, V. Spot tests in inorganic analysis. 6 ed. Amsterdam: Elsevier, 2012.
PHILP, M.; FU, S. A review of chemical ‘spot’tests: A presumptive illicit drug identification
technique. Drug testing and analysis, v. 10, n. 1, p. 95-108, 2018.
SVEHLA, G. Vogel’s qualitative inorganic analysis. 7 ed. New York: Longman scientific &
technical, 1996.
VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5 ed. São Paulo: Mestre jou, 1981.
UNIDADE 3
Reações dos cátions
Introdução
Olá,
Você está na unidade Reações dos cátions. Conheça aqui os princípios teóricos da
análise qualitativa aplicada na identificação de cátions metálicos, verificando diferentes
estratégias para separar e isolar cátions de acordo com as características químicas e
tratamento com diferentes reagentes.
Bons estudos!
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De acordo com Atkins e Jones (2006) o nome dos ânions monoatômicos é formado pela
adição do sufixo -eto à primeira parte do nome, procedido pela palavra íon, como exemplificado
a seguir.
F- → íon fluoreto
Atkins e Jones (2006) enfatizam que íons poliatômicos que incluem os oxoânions, caso exista
apenas um oxoânion de um elemento, seu nome é formado pela adição do sufixo -ato à raiz do
nome do elemento. Em casos de elementos que podem formar dois tipos de oxoânions, com
diferentes números de átomos de oxigênio é necessário distingui-los. Nesses casos o composto
com maior número de átomos de oxigênio recebe o sufixo -ato, enquanto que o composto com
menos átomos de oxigênio recebe o sufixo -ito. Exemplos podem ser observados a seguir.
De acordo com Pereira (2010) as análises funcional e sistemática de uma solução devem
ser iniciadas por ensaios preliminares, posteriormente ensaios para identificar ânions e cátions
presentes. A identificação pode ser feita pelo uso de reagentes específicos, como ácidos, gás
sulfídrico, amônia e outros, que devem promover a formação de precipitados que serão analisados
posteriormente. A classificação dos ânions envolve a identificação por produtos voláteis obtidos
por tratamento com ácidos e os que dependem de reações em solução. Os ânions podem ser
agrupados quanto ao seu caráter oxidante, redutor e indiferente.
59
De acordo com Oliveira et al. (2006) os métodos utilizados para a detecção de ânions não
são sistemáticos como para os cátions, e que não há um esquema satisfatório que permita a
separação dos ânions comuns em grupos.
Segundo Svehla (1996) para fins de análise qualitativa sistemática, os cátions são classificados
em cinco grupos com base em seu comportamento em relação a alguns reagentes. Pelo uso
sistemático desses chamados reagentes de grupo, podemos decidir sobre a presença ou ausência
de grupos de cátions e também podemos separá-los para um exame mais aprofundado. Os
reagentes do grupo usados para a classificação dos cátions mais comuns são ácido clorídrico,
sulfeto de hidrogênio, sulfeto de amônio e carbonato de amônio. A classificação é baseada em se
um cátion reage com esses reagentes pela formação de precipitados ou não. Portanto, pode-se
dizer que a classificação dos cátions mais comuns se baseia nas diferenças de solubilidade de seus
cloretos, sulfuretos e carbonatos.
A classificação dos cátions em grupos analíticos pode ser observada na Tabela a seguir. Note
que os reagentes descritos são específicos para estes grupos, desta forma cátions de diferentes
grupos não reagem com reagentes diferentes do seu grupo característico.
Segundo Oliveira et al. (2006) a prata pode ser obtida em sua forma metálica na natureza,
embora seja mais frequente encontrá-la combinada com enxofre, arsênio e antimônio. A prata é
utilizada em jóias, objetos e moedas. O AgNO3 é o sal mais comum e amplamente utilizado em
preparações farmacológicas devido suas propriedades antissépticas e cáusticas. O mercúrio é
utilizado para construção de instrumentos de medição de temperatura e para produção de ligas
metálicas, com aplicação em odontologia. Os sais de mercúrio como o HgCl2 têm sido empregados
com sucesso na produção de inseticidas e na preparação de líquidos para preservação da madeira.
O chumbo e seus compostos são empregados em baterias e em ligas metálicas, sais de chumbo
são utilizados para fabricação de tintas. O acetato de chumbo é um reagente amplamente
empregado em análises químicas e também apresenta aplicações farmacológicas.
Oliveira et al. (2006) sugere que o uso do ácido clorídrico garante a precipitação dos cátions do
grupo e não introduz cátions como o Na+, K+, que podem ser investigados em etapas posteriores,
além disso o ácido clorídrico mantém uma acidez na solução. As equações iônicas da precipitação
dos cloretos insolúveis do grupo 1 os respectivos Kps podem ser observadas a seguir.
61
Os cloretos, nitratos e sulfatos dos cátions do subgrupo de cobre são bastante solúveis em
água. Os sulfuretos, hidróxidos e carbonatos são insolúveis.
Alguns dos cátions do subgrupo cobre, como o Hg2+, Cu2+ e Cd2+tendem a formar complexos
com amônia e íons cianeto.
62
O subgrupo arsênio consiste nos íons As3+, As5+, Sb3+, Sb5+, Sn2+, Sn3+ e Sn4+, estas
espécies apresentam caráter anfotérico, ou seja, seus óxidos formam sais com ácidos e bases.
Segundo Pereira (2010) a característica comum mais notável destes elementos é a sua
afinidade por sulfetos. Isto é demonstrado não apenas por sua precipitação conjunta como um
grupo, mas também pela ocorrência na natureza de muitos minerais na forma de sulfetos, como
a galena (PbS), calcosita (CuS) e outros.
Para solução aquosa saturada de H2S, a reação global e sua respectiva constante de equilíbrio
podem ser observadas a seguir. Pode se observar pela constante de equilíbrio que a concentração
de íons S2-depende do pH da solução, soluções de ácido fortes a concentração de íon sulfeto é
baixa, já em soluções básicas a concentração de íon sulfeto é alta.
Segundo Oliveira et al. (2006) é importante ter um controle cuidadoso da concentração dos
íons sulfeto, visto que vários cátions do grupo 3 se precipitam com sulfetos a partir de soluções
altamente concentradas, enquanto que cátions do grupo 2 precipitam mesmo em concentrações
baixas do reagente.
63
De acordo com Pereira (2010), os cloretos produzidos por cátions do grupo 2 são substâncias
predominantemente moleculares. Seus sulfetos são ácidos e se dissolvem em bases fortes. Em vez
de formarem íons com carga positiva, especialmente nos seus estados de oxidação mais elevados,
eles formam complexos com íons óxido, hidróxido, sulfeto e haleto. Oliveira et al. (2006) enfatiza
que nitratos, cloretos e sulfatos dos cátions do grupo 2 são bastante solúveis em água.
Segundo Pereira (2010) os sulfetos do subgrupo do cobre são insolúveis em uma solução de
hidróxido de potássio, enquanto os sulfetos do subgrupo do arsênio são solúveis. Esta diferença
de comportamento pode ser usada para separar os cátions do grupo do cobre dos cátions do
grupo do arsênio.
64
FIQUE DE OLHO
Os metais do grupo 3 apresentam grande importância biológica, participando de reações
e sendo componentes chave de uma grande variedade de processos bioquímicos. Segundo
Porto et al. (2012) o ferro é um elemento fundamental para um grande número de funções
celulares, sendo a mais importante o transporte de oxigênio. Cruz e Soares (2011) enfatizam
que o zinco participa como constituinte integral de proteínas ou cofator enzimático em mais
de 300 reações químicas que envolvem a síntese e degradação de macromoléculas.
distinta. Os metais deste grupo não se precipitam quando utilizados os reagentes dos grupos I
e II. O alumínio e cromo se precipitam na forma de hidróxidos devido à hidrólise de sulfetos em
solução aquosa, os outros metais do grupo precipitam como sulfetos. O grupo 3 é normalmente
subdivido em grupo do ferro, que inclui Fe, Fe, Al e Cr e o grupo do zinco, com Ni, Cb, Mg e Zn
(VOGEL, 1981).
Pereira (2010) enfatiza que os cátions do grupo 3 formam uma grande variedade de
complexos estáveis, sendo a química de coordenação amplamente utilizada para a identificação
desses cátions.
De acordo com Oliveira et al. (2006) o subgrupo do ferro forma hidróxidos em solução de
amônia na presença de excesso de cloreto de amônio. Fazem parte deste grupo os cátions Fe2+,
Fe3+, Cr3+e Al3+. As principais reações deste subgrupo podem ser observadas na tabela a seguir:
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Pereira (2010) descreve que os hidróxidos de alumínio, cromo e zinco são anfóteros e, dessa
forma, solúveis em NaOH. Ao contrário, os hidróxidos de ferro, cobalto, níquel e manganês
não são anfóteros, portanto insolúveis em NaOH. Baseado nesta diferença de comportamento
pode ser realizada a separação dos cátions do grupo do ferro dos cátions do grupo do zinco. Os
precipitados do grupo 3 são solúveis numa mistura de HNO3 e HCl. Este tratamento dissolve os
hidróxidos e sulfetos e promove a oxidação do ferro (II) a ferro (III).
Svehla (1996) enfatiza que os cátions do quarto grupo não reagem com ácido clorídrico,
sulfeto de hidrogênio nem sulfeto de amônio, mas reagem com carbonato de amônio na presença
de quantidades moderadas de amônia ou íons amônio, formando precipitados brancos. O teste
deve ser realizado em soluções neutras ou alcalinas. Na ausência de amônia ou íons amônio, o
magnésio também será precipitado. Os precipitados brancos formados com o reagente do grupo
são: carbonato de bário, carbonato de estrôncio e carbonato de cálcio. As reações podem ser
observadas a seguir.
68
Segundo Vogel (1981) os três metais alcalino-terrosos se decompõem na água a taxas diferentes,
formando hidróxidos e gás hidrogênio. Seus hidróxidos são bases fortes, embora com diferentes
solubilidades: o hidróxido de bário é o mais solúvel, enquanto o hidróxido de cálcio é o menos
solúvel entre eles. Cloretos e nitratos alcalino-terrosos são muito solúveis, os carbonatos, sulfatos,
fosfatos e oxalatos são insolúveis. Os sulfuretos podem ser preparados apenas no estado seco,
todos eles hidrolisam na água, formando sulfetos e hidróxidos de hidrogênio. A menos que o ânion
seja colorido, os sais formam soluções incolores. Como os íons alcalino-terrosos se comportam de
maneira muito semelhante em soluções aquosas, é muito difícil distingui-los e, principalmente,
separá-los. Existem, no entanto, diferenças nas solubilidades de alguns de seus sais em meios não
aquosos, como por exemplo, 100 g de etanol anidro dissolvem 12,5 g de cloreto de cálcio, 0,91 g de
cloreto de estrôncio e apenas 0,012 g de cloreto de bário, considerando todos os sais anidros. Se
utilizar 100 g de uma mistura 1 + 1 de éter dietílico e etanol anidro é possível dissolver mais de 40 g
de nitrato de cálcio anidro, as solubilidades do estrôncio anidro e dos nitratos de bário nessa solução
são desprezíveis. Essas diferenças podem ser utilizadas para separações.
Treadwell e Hall (1916) descrevem que durante a análise sistemática do grupo 4, o cálcio,
estrôncio e bário são sempre obtidos na forma de carbonatos insolúveis, seja por precipitação
com carbonato de amônio a partir de uma solução bastante diluída na presença de cloreto de
amônio, ou por fusão dos sulfatos com carbonato de sódio. Vários métodos excelentes têm sido
propostos para a análise do grupo alcalino-terroso, no entanto, as reações características do
bário, estrôncio e cálcio são tão semelhantes que é provável que ocorrer dificuldades em qualquer
esquema sempre que uma amostra conter pequena quantidade de um desses elementos e
grande quantidade de outro. Portanto, um precipitado causado pela presença de muito estrôncio
pode ser confundido com um produzido por um pouco de bário.
FIQUE DE OLHO
O sódio e o potássio são micronutrientes que desempenham importantes funções
biológicas, participando ativamente do equilíbrio osmótico e eletrolítico do sangue.
Segundo Sarno (2008), são várias as evidências que relacionam o consumo excessivo de sal
ao desenvolvimento de doenças crônicas, e o consumo de sódio no Brasil excede largamente
a recomendação máxima para esse nutriente em todas as macrorregiões brasileiras e em
todas as classes de renda.
Os metais potássio e sódio são os mais reativos de todos os elementos positivos comuns. Eles
oxidam muito rapidamente quando expostos ao ar e decompõem a água a temperaturas comuns,
o hidrogênio da água é reduzido à condição gasosa e o metal é oxidado ao hidróxido alcalino em
equilíbrio com cátions alcalinos e ânions hidroxila. Devido à extensão da ionização, os hidróxidos
alcalinos formam bases muito fortes. Os hidróxidos sólidos são os mais estáveis de todos os
hidróxidos, em solução alcalina encontram-se totalmente ionizados. Eles não se decompõem em
óxido e água, mesmo quando derretidos. Os óxidos puros são difíceis de preparar, o aquecimento
cauteloso dos metais no ar resulta na formação de considerável peróxido e óxido (TREADWELL;
HALL, 1916).
• De acordo com Svehla (1996), não há reagente específico comum para os cátions do
grupo 5.
• Os cátions do quinto grupo não reagem com ácido clorídrico, sulfeto de hidrogênio, sulfe-
to de amônio com carbonato de amônio.
• Reações específicas ou testes de chama podem ser usados para sua identificação.
Alguns autores consideram o magnésio com cátion do grupo 5. Mesmo o magnésio exibindo
reações semelhantes às dos cátions no quarto grupo, o carbonato de magnésio, na presença de
sais de amônio, é solúvel e, portanto, durante o curso da análise sistemática, quando quantidades
consideráveis de sais de amônio estão se acumulando na solução, o magnésio não precipita com
os cátions do quarto grupo.
Treadwell e Hall (1916) descrevem que o amônio está presente no grupo dos metais alcalinos
porque a solubilidade dos sais de amônio é semelhante à dos sais de potássio. O radical amônio
difere dos metais alcalinos por ser capaz de oxidar, sendo o produto usual da oxidação o gás
nitrogênio. O hidróxido de amônio é uma base mais fraca que os outros hidróxidos, e seus sais
são voláteis ou são decompostos ao serem aquecidos. Os sais de potássio, sódio e amônio são
incolores na maior parte e prontamente solúveis em água. Destes sais, os carbonatos, os fosfatos
terciários e secundários, os cianetos e os boratos reagem alcalinos em solução aquosa. Os sais
dos álcalis são parcialmente voláteis e conferem às cores características da chama não luminosa.
71
Segundo Svehla (1996, p. 158), o potássio é um metal macio, branco prateado. O potássio
derrete a 63,5 °C, permanecendo inalterado no ar seco, mas é rapidamente oxidado no ar úmido,
ficando coberto por uma película azul. O metal decompõe a água violentamente, desenvolvendo
hidrogênio e queimando com uma chama violeta.
álcalis fortes também dissolvem o precipitado. O precipitado é ligeiramente solúvel em água, mas
bastante insolúvel em etanol a 50%. A precipitação é acelerada pela agitação vigorosa da solução,
arranhando as laterais do vaso com uma haste de vidro e adicionando álcool. Os sais de amônio
produzem um precipitado semelhante e devem estar ausentes. O precipitado KCIO4 é levemente
solúvel em água e praticamente insolúvel em álcool absoluto. A solução alcoólica não deve ser
aquecida, pois pode resultar em uma explosão perigosa, esta reação não é afetada pela presença
de sais de amônio.
De acordo com Vogel (1981), o sódio é um metal branco prateado, funde a 97,5ºC. Oxida
rapidamente no ar úmido, devendo ser armazenado em condições adequadas. O metal
também reage violentamente com água. Soluções de ácido cloroplatínico, ácido tartárico ou
hexanitritocobaltato de sódio (III) não precipitam na presença de sais de sódio. Para as reações
com esse cátion são utilizados como reagentes uma solução de acetato de uranilo e magnésio e
uma solução de acetato de uranilo e zinco, as reações podem ser observadas a seguir.
Svehla (1996) cita que os íons amônio apresentam características semelhantes às dos
íons de metais alcalinos. Por eletrólise é possível preparar amálgama de amônio, que possui
propriedades semelhantes às amálgamas de sódio ou potássio. Os sais de amônio são geralmente
compostos solúveis em água, formando soluções incolores, a menos que o ânion seja colorido.
No aquecimento, todos os sais de amônio se decompõem em amônia e no ácido apropriado. A
menos que o ácido não seja volátil, os sais de amônio podem ser quantitativamente removidos
das misturas secas por aquecimento. As reações dos íons de amônio são em geral semelhantes às
do potássio, porque os tamanhos dos dois íons são quase idênticos.
Treadwell e Hall (1916) descrevem que o íon amônio pode ser encontrado em pequenas
quantidades no ar, na forma de cloreto de amônio, e nas fissuras dos vulcões ativos. Derivados de
amônio são formados pela decomposição de muitas substâncias orgânicas que contêm nitrogênio
como albumina e ureia. Pode ser obtido pela destilação seca de substâncias nitrogenadas
presentes em chifre, cabelo e outras. Embora o amônio em si seja conhecido apenas na forma de
amálgama, seu comportamento é muito semelhante ao dos metais alcalinos, em primeiro lugar
porque a eletrólise dos sais de amônio causa a liberação do cátion NH4+ ao mesmo tempo em
que o ânion correspondente é liberado. Além disso, os sais de amônio são isomorfos em relação
aos sais de potássio.
Dentre as várias reações para detectar o íon amônio disponíveis, podem ser utilizados
como reagentes o hidróxido de sódio, o reagente nessler e hexanitrocobaltato de sódio (III).
Segundo Alexeév (1982) álcalis cáusticos como NaOH e KOH, quando aquecidos em soluções de
73
sais amoniacais libertam amoníaco. O gás que se liberta pode ser reconhecido pelo seu cheiro
característico, também podem ser utilizados outros meios além do cheiro, como o uso de papel
de fenolftaleína.
Svehla (1996) cita que todos os sais de amônio são volatilizados ou decompostos quando
aquecidos. Em alguns casos, em que o ácido é volátil, os vapores se recombinam no resfriamento
promovendo a sublimação do sal, como o cloreto de amônio.
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• identificar e discutir as principais reações envolvendo cátions dos grupos i, ii, iii, iv e
v;
CRUZ, J. B. F.; SOARES, H. F. Uma revisão sobre o zinco. Ensaios e Ciência. Ciências
biológicas, agrárias e da saúde, v. 15, n. 1, p. 207-222, 2011.
SVEHLA, G. Vogel’s qualitative inorganic analysis. 7 ed. Longman scientific & technical,
New York, 1996.
TREADWELL, F. P.; HALL, S. B. W. T. Analytical Chemistry. 4 ed. John Wiley and Sons Inc.,
v.1, New York, 1916.
Você está na unidade Reações dos Ânions. Conheça aqui diferentes formas de classificação
dos ânions e as principais reações utilizadas para identificar estas espécies, incluindo
reagentes e procedimentos adotados, além de novas tecnologias utilizadas para detectar
estes íons em diferentes amostras.
Bons estudos!
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Vogel (1981) sugere um esquema satisfatório para classificação de ânions de acordo com os
processos empregados, estes processos estão divididos em:
Segundo Baccan (1988) quanto maior for o número de cátions e ânions presentes na amostra,
maior será a probabilidade da existência de pares de íons que formarão sais insolúveis e será menos
provável de que o sólido seja solúvel em água ou até mesmo em ácidos. Alexéev (1982) descreve
que ao contrário dos cátions, a maior parte dos casos os ânions não perturbam mutuamente a
sua identificação. Desta forma, é relativamente raro necessitar recorrer a reações de separação,
a análise de ânions geralmente é feita pelo método fracionado, com isto, os reagentes gerais não
servem para separar os grupos, mas para colocá-los em evidência. Se for verificada a ausência de
um grupo, as reações de identificação dos ânions que fazem parte deste grupo seriam inúteis.
em solução. A classe A é subdividida em (1) gases evoluídos com ácido clorídrico diluído ou ácido
sulfúrico diluído e (2) gases ou vapores desenvolvidos com ácido sulfúrico concentrado. A classe
B é subdividida em (1) reações de precipitação e (2) oxidação e redução na solução. A tabela
apresenta os ânions da classe A e da classe B respectivamente.
De acordo com Pereira (2010), quando a amostra sólida não é totalmente solúvel em água,
ou quando se faz necessário eliminar alguns íons metálicos que podem interferir nos ensaios,
pode-se utilizar uma solução de Na2CO3 até a ebulição. Com este tratamento, os ânions contidos
na amostra devem apresentar em solução na forma dos respectivos sais de sódio enquanto que
os cátions interferentes como Mg2+, Ba2+, Ca2+ e os cátions dos grupos II e III precipitam sob a
forma de carbonato ou hidróxido e são assim eliminados da solução.
Segundo Pereira (2010) a amostra sólida pode ser testada com água fria e quente, verificando
se ocorre sua dissolução. Se o sólido se dissolve completamente, é preparada uma solução
estoque dissolvendo certa quantidade da amostra em porção de água, e esta solução pode ser
usada nos testes preliminares e específicos dos ânions.
82
É importante ter cuidado ao realizar testes com ácido sulfúrico, principalmente devido
a liberação de gases tóxicos como SO2 e NO2. Os fosfatos não reagem com ácido sulfúrico
concentrado.
83
Baccan (1988) enfatiza que algumas reações para identificação de ânions podem ser realizadas
diretamente na amostra original, sendo classificados como provas diretas. Podem ser testados
diretamente na amostra original ânions como CO2-, F-, BO3-, S2- e CH3COO-. É importante
tomar cuidado, pois alguns cátions podem interferir nas reações de identificação dos ânions,
por exemplo, a reação de identificação dos íons nitrato que envolve o uso de soluções de ácido
sulfúrico e sulfato de ferro II. Neste caso, se amostra conter íons Ba2+ vai ocorrer a precipitação
de BaSO4 que pode atrapalhar a reação de identificação do nitrato. Por essa razão, para atender
as condições mais apropriadas para identificar ânions é sugerido que estas espécies estejam na
forma de sais de sódio ou potássio, visto que estes cátions não interferem nas reações adotadas
em testes de ânions.
3.1 Carbonatos
Segundo Vogel (1981), os carbonatos normais, com exceção dos carbonatos de metais
alcalinos e de amônio, são considerados insolúveis em água. Os hidrogenocarbonatos de cálcio,
estrôncio, bário, magnésio e ferro existem em solução aquosa, sendo formados pela ação do
excesso de ácido carbônico sobre os carbonatos normais e decompostos por ebulição de suas
soluções. Os hidrogenocarbonatos dos metais alcalinos são solúveis em água, porém são menos
solúveis que os carbonatos normais correspondentes. A reação a seguir apresenta a decomposição
dos carbonatos por meio da ebulição.
Os hidrogenocarbonatos dos metais alcalinos são solúveis em água, porém são menos solúveis
que seus carbonatos correspondentes. Na presença de ácido clorídrico diluído, o carbonato se
decompõe com efervescência liberando dióxido de carbono.
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O gás carbônico pode ser identificado por suas propriedades de turvar barita ou a água de
cal. O íon carbonato também reage na presença de cloreto de bário ou de cálcio formando um
precipitado branco de carbonato de bário ou cálcio. Uma solução de nitrato de prata forma um
precipitado branco de carbonato de prata. As reações de formação de carbonato de cálcio e
carbonato de prata podem ser observadas a seguir:
3.2 Sulfitos
Svehla (1996) cita que apenas os sulfitos dos metais alcalinos e de amônio são solúveis
em água, os sulfitos dos outros metais são moderadamente solúveis ou insolúveis. Os sulfitos
de hidrogênio dos metais alcalinos são solúveis em água, os sulfitos de hidrogênio dos metais
alcalino-terrosos são encontrados apenas em solução aquosa. Os sulfitos sofrem decomposição
na presença de ácido clorídrico diluído, o processo é favorecido pelo aquecimento e produz
dióxido de enxofre:
O gás dióxido de enxofre pode ser identificado pelo seu odor sufocante de enxofre em
combustão, ou pela reação em um papel filtro umedecido com solução acidificada de dicromato
de potássio, em que se observa uma coloração verde devido à formação de íons cromo (III). Outro
método para identificar o gás é utilizar um papel de filtro umedecido com solução de iodato de
potássio e amido no vapor, quando é observável uma cor azul, devido à formação de iodo. As
reações podem ser observadas a seguir:
Ao reagir sulfitos com uma solução de nitrato de prata, inicialmente nenhuma alteração
visível pode ser observada devido à formação de íons sulfito-argentato. Se for adicionado mais
reagente, observa-se a formação de um precipitado branco e cristalino de sulfito de prata. O
precipitado se dissolve se forem adicionados íons sulfito em excesso. Ao ferver a solução do sal
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3.3 Nitritos
De acordo com Vogel (1981), o nitrito de prata é pouco solúvel em água, já os outros
nitritos são solúveis em água. A reação dos íons nitrito com ácido clorídrico diluído requer a
adição cautelosa de ácido ao nitrito sólido a frio, produzindo uma solução azul-pálida transitória,
principalmente devido à presença de ácido nitroso livre, também se observa a liberação de
vapores de cor marrom, referente ao dióxido de nitrogênio que é produzido pela combinação do
óxido nítrico com o oxigênio do ar. Os resultados são semelhantes aos encontrados em soluções
aquosas, as reações podem ser observadas a seguir:
Os íons nitrato não formam precipitados com solução de cloreto de bário, em contrapartida,
utilizando uma solução de nitrato de prata e altas concentrações de nitrito é possível observar a
formação de um precipitado branco de nitrato de prata. O cloreto de amônio também reage com
o íon nitrito, sendo observada a formação de gás nitrogênio.
Svehla (1996) enfatiza que os íons que conferem coloração com ferro II como iodetos e
brometos devem estar ausentes do meio reacional.
3.4 Fosfatos
O íon fosfato é derivado do ácido ortofosfórico, ácido que apresenta força intermediária.
Como triácido pode formar pelo menos três séries de sais, nomeadamente fosfatos neutros,
hidrogenofosfatos e dihidrogenofosfatos. Dentre os fosfatos, são hidrossolúveis os derivados de
metais alcalino-terrosos, amônia e dihidrogenofosfatos de metais alcalino-terrosos, os outros sais
são geralmente pouco solúveis em água, mas se dissolvem em meio ácido. Os fosfatos de metais
alcalinos têm reação fortemente alcalina em soluções aquosas, o íon fosfato é incolor (ALEXEEV
1982).
As primeiras reações estudadas com fosfato utilizam cloreto de bário e nitrato de prata. De
acordo com Alexeev (1982), nas reações com BaCl2 observa-se a formação de um precipitado
branco de BaHPO4 solúvel em ácidos com exceção ao ácido sulfúrico,caso a reação ocorrer
em meio alcalino observa-se a formação de Ba3PO4. A reação com nitrato de prata resulta na
formação de um precipitado amarelo de Ag3PO4, solúvel em HNO3 e NH4OH. No caso do íon
AsO4-3, que se assemelha muito com o íon PO43-, a reação com Ag+ resulta em um precipitado
cor chocolate de Ag3AsO4
FIQUE DE OLHO
A análise de fosfato desempenha um importante papel em várias áreas das ciências.
Segundo Sjöberg (1976), em arqueologia, é possível avaliar a ocupação do solo e atividades
humanas passadas monitorando quantidade de fósforo no solo de áreas ocupadas. O fósforo
acumulado nos depósitos arqueológicos tende a permanecer constante ao longo do tempo
e pode ser mensurável através de análise química.
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A reação de análise de toque comumente realizada para identificar fosfatos utiliza o reagente
molibdeico, que consiste em uma solução de molibdato de amônio em HNO3, que resulta na
formação de cristais amarelos característicos de fosfomolibdato de amônio. A reação pode ser
observada a seguir:
Alexéev (1982) enfatiza que a sensibilidade desta reação pode ser aumentada pela adição de
nitrato de amônio, pelo efeito do íon comum provocado pelo NH4+, que reduz a solubilidade do
precipitado.
3.5 Hipocloritos
Segundo Svehla(1996), os sais hipocloritos são solúveis em água, sua hidrólise provoca reação
alcalina, liberando íons hidroxila para a solução. Na solução, os hipocloritos se decompõem
lentamente em temperaturas baixas, mas rapidamente em maiorestemperaturas formando íons
clorato e cloreto, por isso devem ser preparadas na hora que forem ser realizados os experimentos.
Segundo Vogel (1981), entre os reagentes usados para determinar este ânion, pode ser citado
o ácido clorídrico diluído, em que a solução torna-se amarela, sendo observada efervescência
devido evolução do gás cloro:
Vogel (1981) descreve que o gás pode ser identificado por três formas: pela sua coloração
verde amarelada e odor irritante, pelo branqueamento do papel tornassol úmido e por sua ação
sobre o papel de goma de amido-iodeto de potássio, tornando-o azul-escuro.
3.6 Sulfatos
Segundo Alexéev (1982) o íon sulfato é derivado do ácido sulfúrico, e entre os sais de ácido
sulfúrico, os de bário, estrôncio e chumbo são pouco solúveis em água. O sal de cálcio é um pouco
mais solúvel, os outros sulfatos são hidrossolúveis. O nitrato de prata não forma precipitado em
soluções diluídas de sulfatos, pois o sulfato de prata é bastante solúvel, no entanto, em soluções
concentradas de sulfatos pode ser observada a formação de um precipitado branco, referente ao
sulfato de prata. A reação com cloreto de bário resulta na formação de um precipitado branco
de sulfato de bário, por ser um sal pouco solúvel derivado de um ácido forte, o sulfato de bário
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4.1 Cianetos
De acordo com Vogel (1981) apenas cianetos de metais alcalinos e alcalino-terrosos são
solúveis em água, as soluções de cianetos são geralmente alcalinas devido a hidrólise descrita a
seguir:
Vogel (1981) enfatiza que o cianeto de mercúrio também é solúvel em água, mas é praticamente
um não-eletrólito, desta forma, não apresenta as reações iônicas dos cianetos. Muitos cianetos
metálicos podem ser dissolvidos em soluções de cianeto de potássio. É importante lembrar que
os cianetos são extremamente tóxicos e venenosos. O ácido cianídrico é volátil e particularmente
perigoso, durante os experimentos deve ser dada uma atenção especial, pois os cianetos devem
ser aquecidos ou manipulados na capela ou em locais apropriados.
De acordo com Svehla (1996), o ácido cianídrico produzido pela adição de ácido clorídrico
diluído sofre volatização a frio. Um método mais satisfatório para identificar o ácido cianídrico é
convertê-lo em tiocianato de amônio permitindo que o vapor entre em contato com um pouco de
polissulfeto de amônio em papel de filtro. O papel pode ser convenientemente colocado sobre o
tubo de ensaio ou prato em que a substância está sendo tratada com o ácido diluído, ao adicionar
uma gota de solução de cloreto de ferro (III) e uma gota de ácido clorídrico diluído ao papel de
filtro, é obtida a coloração vermelha característica, devido ao complexo de tiocianato de ferro (III).
O cianeto de mercúrio (II) nãoé decomposto por ácidos diluídos, a reação de produção de ácido
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Segundo Vogel (1981), quando em contato com uma solução de nitrato de prata, o cianeto
forma um precipitado branco de cianeto de prata. O cianeto de prata é solúvel em uma solução
de amônia e em solução contendo tiossulfato de sódio, além disso, o cianeto de prata torna-se
solúvel em excesso de solução de cianeto formando o íon complexo dicianoargentato I, como
apresentado na reação abaixo:
De acordo com Vogel (1981), uma reação bem conhecida dos íons cianeto é a reação com
ácido sulfúrico concentrado, essa reação deve ser realizada por meio do aquecimento de
pequenas porções do sal e adição do ácido sulfúrico. A reação produz monóxido de carbono
que pode ser inflamado e sua queima produz uma chama azul. Os cianetos simples e complexos
podem ser decompostos por esse tratamento:
Um teste também utilizado para detectar os íons cianeto é o teste com reagente azul da
Prússia. Svehla (1996) descreve que este teste deve ser realizado com sutileza, a solução do cianeto
se torna fortemente alcalina com adição de uma solução de hidróxido de sódio, posteriormente
são adicionados alguns mililitros de uma solução recém-preparada de sulfato de ferro II, então a
mistura é submetida ao aquecimento, formando os íons hexacianoferrato II. Após a acidificação
com ácido clorídrico, que neste caso é utilizada para neutralizar qualquer álcali livre que possa
estar presente, é obtida uma solução clara, que produz um precipitado de azul da Prússia sobre a
adição de uma pequena solução de cloreto de ferro. Se apenas um pouco de cianeto for usado ou
estiver presente na solução a ser testada, uma solução verde será obtida primeiro. As respectivas
reações podem ser observadas a seguir:
Teste de tiocianato de ferro III é outro excelente teste para cianetos e depende da combinação
direta de cianetos alcalinos com enxofre, como: polissulfetos de álcalis ou de amônio. A solução
de polissulfeto é adicionada à solução de cianeto de potássio em um prato de porcelana e o
conteúdo deve ser evaporado até a secar em banho-maria dentro da capela. O resíduo contém
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tiocianatos alcalinos e de amônio juntamente com qualquer polissulfureto residual, este último
é destruído pela adição de algumas gotas de ácido clorídrico. Uma ou duas gotas de solução de
cloreto de ferro III são então adicionadas, uma coloração vermelho-sangue, devido ao complexo
de tiocianato de ferro II, é produzida imediatamente, essa reação é comumente utilizada na
forma de análise de toque para detectar íon cianeto. O procedimento consiste em agitar uma
gota da solução de teste com uma gota de sulfeto de amônio em um vidro de relógio e aquecer
até formar uma borda de enxofre em torno do líquido. Posteriormente devem ser adicionadas
de 1 a 2 gotas de ácido clorídrico diluído, após esfriar devem ser adicionadas entre 1 a 2 gotas
de solução de cloreto de ferro III, desta forma uma coloração vermelha é obtida (Svehla, 1996).
4.2 Fluoretos
De acordo com Vogel (1981), os fluoretos de metais alcalinos comuns e de prata, mercúrio,
níquel e alumínio são solúveis em água, os de chumbo, cobre, ferro III, bário e lítio são ligeiramente
solúveis e os demais alcalino-terrosos são insolúveis em água. A principal reação dos fluoretos é
com ácido sulfúrico concentrado que produz fluoreto de hidrogênio, gás incolor e corrosivo, que
forma fumaça em ar úmido e o tubo de ensaio adquire aparência oleosa como resultado da ação
corrosiva do vapor sobre a sílica do vidro. As reações podem ser observadas a seguir:
Uma reação utilizada para detectar os íons de fluoreto consiste em utilizar uma solução de
cloreto de cálcio, a reação resulta na formação de um precipitado branco de fluoreto de cálcio
pouco solúvel em ácido acético e ligeiramente solúvel em ácido clorídrico diluído.
Segundo Vogel (1981) pode também ser utilizada uma solução de cloreto de ferro III que
forma um precipitado branco cristalino de hexafluoreferrato III de sódio.
FIQUE DE OLHO
As técnicas cromatográficas podem ser utilizadas para analisar uma ampla variedade de
compostos, vantagens como rapidez, elevadas sensibilidades e resolução tornam a técnica
de grande utilidade para as ciências farmacêuticas. Nováková et al. (2006) enfatiza as
vantagens de utilizar a cromatografia líquida de alta performance em análises farmacêuticas,
entre elas estão a redução do tempo de análise e consumo de solventes.
Na cromatografia de troca iônica a retenção é baseada na atração entre íons solutos e locais
carregados ligados à fase estacionária. Nos trocadores de ânions, grupos carregados positivamente
na fase estacionária atraem ânions de soluto. Os trocadores de cátions contêm locais com carga
covalente e carga negativa que atraem cátions de soluto, as resinas são partículas amorfas de
material orgânico (Harris, 2012).
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Segundo Harris (2012), quando um paciente gravemente doente é levado para a sala
de emergência, e o médico precisa de informações químicas do sangue rapidamente para
proceder com um diagnóstico, os eletrodos íon-seletivos são comumente o método de escolha
para determinar íons sódio, potássio, cloretos e o pH. Harris (2012) enfatiza que a maioria dos
eletrodos íons-seletivos se enquadra em uma das seguintes classes:
• eletrodos à base de líquido usando uma membrana polimérica hidrofóbica saturada com
um trocador de íons líquidos hidrofóbicos;
• eletrodos compostos com um eletrodo seletivo de analito fechado por uma membrana
que separa o analito de outras espécies ou que gera analito em uma reação química.
Novos eletrodos íon-seletivos têm sido desenvolvidos para realizar análises cada vez mais
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
PAULL, B.; BARRON, L. Using ion chromatography to monitor haloacetic acids in drinking
water: a review of current technologies. Journalofchromatography A, v. 1046, n. 1-2, p.
1-9, 2004.
SVEHLA, G. Vogel’s qualitative inorganic analysis. 7 ed. Longman scientific & technical,
New York, 1996.
Bons estudos!