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LUAN VIEIRA
MARABÁ - PA
2022
LUAN VIEIRA
MARABÁ - PA
2022
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The Ministry of Agriculture, Livestock and Supply (MAPA), defines milk, with no
other specification, as a product derived from complete and uninterrupted
milking, which has good hygiene practices, the cows to be milked must be in
good health. health, have excellent food management and be at rest. In this way,
we understand that many foods are subject to fraud, but milk is one of the most
commonly frauded, hence the need to develop this research project in the dairy
industry located in the municipality of São Domingos do Araguaia PA. This work
will present the main frauds that alter the quality of milk, and that can cause
damage to the health of the consumer, the research was carried out with
samples collected directly from the tank truck on the reception platform of the
milk processing industry, and carried out several analyzes physical-chemical
tests in the laboratory, and the results showed a good quality of the milk, making
it suitable for receiving and processing.
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................14
2. OBJETIVOS ..............................................................................................15
2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 15
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 15
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................16
3.1 CADEIA PRODUTIVA DO LEITE NO BRASIL ........................................... 18
3.2 RECEBIMENTO DO LEITE NA INDÚSTRIA .............................................. 18
3.3 CARACTERÍSTICAS DO LEITE CRU .......................................................... 19
3.4 PRINCIPAIS FRAUDES NO LEITE .............................................................. 20
3.5 ANALISES FÍSICO-QUÍMICA DE RECEPÇÃO DE LEITE CRU ............ 20
3.6 ANALISES FÍSICO-QUÍMICA DE PROPRIEDADE E COMPOSIÇÃO DO
LEITE ................................................................................................................. 21
3.6.1 Temperatura........................................................................... ............ 21
3.6.2 pH ..................................................................................................... 22
3.6.3 Acidez ............................................................................................... 22
3.6.4 Alizarol .............................................................................................. 23
3.6.5 Crioscopia ......................................................................................... 23
3.6.6 Densidade ......................................................................................... 24
3.6.7 Gordura ............................................................................................. 24
3.6.8 Extrato Seco Total (EST) e Extrato Seco Desengordurado (ESD) ............. 25
3.7 PESQUISA DE FRAUDES ................................................................25
3.7.1 Reconstituintes de Densidade .......................................................... 25
3.7.2 Neutralizantes de Acidez .................................................................. 26
3.7.3 Conservantes ................................................................................... 25
3.7.4 Elementos Anormais ........................................................................ 26
3.7.5 Resíduos de Medicamentos Veterinários ....................................... 26
3.7.6 Antibióticos ....................................................................................... 27
3.8 TRATAMENTO TÉRMICO DO LEITE ................................................................ 28
3.8.1 Avaliação da eficiência do tratamento térmico ................................. 31
4. METODOLOGIA .......................................................................................32
4.1 Analises Físico-químicas do Leite ......................................................... 32
4.1.2 Temperatura ...................................................................................... 32
4.1.3 pH ...................................................................................................... 33
4.1.4 Acidez ................................................................................................ 34
4.1.5 Alizarol ............................................................................................... 35
4.1.6 Crioscopia .......................................................................................... 36
4.1.7 Densidade .......................................................................................... 38
4.1.8 Gordura .............................................................................................. 40
4.1.9 Extrato Seco Total (EST) e Extrato Seco Desengordurado (ESD) ..... 42
4.2 Reconstituintes de Densidade ............................................................... 43
4.2.1 Analises de Cloretos por Argentometria ............................................. 43
4.2.2 Amido................................................................................................. 45
4.2.3 Sacarose ............................................................................................ 46
4.3 Neutralizantes de Acidez ....................................................................... 46
4.3.1 Método do Ácido Rosólico .................................................................. 46
4.3.2 Método da Fenolftaleína ..................................................................... 47
4.4 Conservantes ........................................................................................ 48
4.4.1 Peróxido de Hidrogênio - Método Óxido de Vanádio .......................... 48
4.4.2 Peróxido de Hidrogênio - Método Guaiacol ........................................ 49
4.4.3 Pesquisa de Formaldeido ................................................................... 50
4.4.4 Pesquisa de Cloro e Hipoclorito ......................................................... 51
4.5 Pesquisa de Elementos Anormais ........................................................ 52
4.5.1 Sangue............................................................................................. 52
4.5.2 Urina ................................................................................................ 53
4.6 Antibiótico ........................................................................................... 54
4.7 Pesquisas de Fosfatase e Peroxidase ................................................ 55
4.7.1 Fosfatase alcalina ............................................................................ 55
4.7.2 Peroxidasse ..................................................................................... 57
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................59
6. CONCLUSÃO ...........................................................................................63
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................64
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1. INTRODUÇÃO
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), define o leite,
não havendo outra especificação, como um produto oriundo da ordenha completa e
ininterrupta, que tenha boas práticas de higiene, as vacas a serem ordenhadas
devem se encontrar em bom estado de saúde, ter excelente manejo alimentar e
estar em repouso (BRASIL, 2011, 2017 e AMORIM, 2017). O leite é um alimento
que possui características físico-químicas bem definidas e é composto por gordura,
proteínas, água, carboidratos, vitaminas e minerais (RIBEIRO JUNIOR et al., 2013;
BELOTI, 2015).
É considerado um alimento de alto valor biológico, tem grande
aproveitamento na alimentação e nutrição humana em todas as fases de vida dos
indivíduos (AMANCIO et al., 2015). A obtenção de leite de boa qualidade depende
de vários fatores como: o estado sanitário do rebanho, as propriedades genéticas
dos animais, a higiene do local, a qualidade da água utilizada na propriedade, as
condições de exploração, o clima, as instalações, a alimentação, a mão-de-obra, a
sanidade do rebanho, a situação de estresse do animal e as políticas comerciais
(GRACINDO e PEREIRA, 2009; AMARAL et al., 2003).
A prática de adulteração no leite é comum em parte dos estabelecimentos
industriais envolvidos com a produção, beneficiamento e/ou envase do leite,
podendo as fraudes ser caracterizadas em dois tipos, sanitária - prolongar a validade
do produto (adicionando substâncias que irão auxiliar na diminuição da microbiota
presente e/ou inibir o seu crescimento), encobrir algum defeito ou má qualidade do
leite cru ou ainda depois de beneficiado; econômica - adição de substâncias que
aumentam o volume de leite, como por exemplo água para aumentar o lucro.
A adição destas substâncias quase sempre é feita de forma estratégica, de
forma a dificultar sua detecção, com intuito de tentar reconstituir o leite de maneira
artificial (FURTADO 2010), podendo tais substâncias causar mal à saúde do
consumidor. No Brasil, a Instrução normativa nº 76 e 77 de 26 de novembro de
2018, estabelece os requisitos de qualidade do leite cru bovino, sendo eles,
requisitos microbiológicos, físico-químicos, e de resíduos químicos (BRASIL, 2011).
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2. OBJETIVOS
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O leite foi e ainda continua sendo objeto de fraude, tanto a nível brasileiro
como mundial, seja pela simples adição de água ou pela incorporação de
conservadores, reconstituintes, alcalinos, antibióticos, entre outras. Além de
prejudicar o consumidor economicamente, por fornecer um produto de má
qualidade, as consequências geram também a perda da qualidade do alimento,
o que o torna impróprio para o consumo, estando automaticamente fora dos
padrões, além de propiciar riscos à saúde do consumidor, por conter substâncias
prejudiciais incorporadas. “A diferenças de qualidade correspondem a diferenças
de quantidade de algum ingrediente ou atributo desejado” (ABBOTT, 1955 apud
MARSHALL, 2003, p. 28).
As condições físico-químicas e microbiológicas do leite envolvem
diversos parâmetros que devem ser analisadas e verificadas em laboratório para
a determinação de sua qualidade, além da detecção de possíveis fraudes.
Assim, a obtenção/produção de leite e seus derivados com qualidade e
segurança, dependem cada vez mais de um processo de produção controlados
em todas as etapas (LIMA et al., 2006).
Como todo produto perecível, o leite precisa de uma atenção especial
durante a sua produção, transporte, beneficiamento, comercialização e
consumo, pois poderá estar sujeito a algum tipo de alteração, muitas vezes
devido a alguma adulteração de forma intencional. No entanto, é importante
salientar que por ser um alimento complexo, pode estar sujeito a diversas
modificações e/ou variações de seus componentes de forma natural ao longo da
sua validade (FURTADO 2010).
A qualidade de um alimento pode ser avaliada, basicamente, sob três
aspectos: físico-químicos, microbiológicos e sensoriais. Esses três aspectos
devem ser considerados em todas as etapas do processo produtivo, ou seja,
desde a obtenção da matéria-prima até o produto na mesa do consumidor, pois,
desta forma, torna-se possível assegurar tanto a satisfação do cliente, como a
segurança do alimento fornecido. Dessa forma, o fator que mais interfere na
qualidade desse alimento é a adição de alguma substância estranha ou
fraudulenta (WANDERLEY et al., 2012).
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Fonte: IBGE
sensoriais, o leite deve ter o aspecto líquido opaco, cor branca ou levemente
amarelada, odor e sabor característicos (BRASIL, 2006).
Vários são os componentes do leite, sendo o que se apresenta em maior
proporção, a água, os demais são formados principalmente por gordura,
proteínas e carboidratos, todos sintetizados na glândula mamária. Existem
também pequenas quantidades de substâncias minerais, substâncias
hidrossolúveis transferidas diretamente do plasma sanguíneo, proteínas
especificas do sangue e traços de enzimas (TRONCO 2013).
3.6.1 Temperatura
A conservação do leite cru está diretamente ligada ao binômio
tempo/temperatura. Os cuidados desde o momento da ordenha até o
processamento determinam o grau de contaminação final do produto. Quanto
mais alta for a temperatura na qual o leite permanece, menor é seu tempo de
conservação (TRONCO, 2003).
Conforme Brasil (2002), no momento do recebimento na indústria
beneficiadora, a temperatura do leite cru deve ser 7ºC admitindo-se,
excepcionalmente, o recebimento até 9°C. A temperatura do leite ideal durante o
transporte seria aquela que permaneça abaixo dos 5ºC, pois resfriamentos
marginais acima do padrão estipulado promovem uma alteração quantitativa e
qualitativa na microbiota do leite.
3.6.2 pH
A determinação do pH permite a avaliação do potencial hidrogeniônico no
meio. O valor do pH do leite estima o seu estado de frescor, que conforme o
tempo passa tende a se tornar mais ácido. A acidificação depende ainda do
comportamento de seus componentes em presença de água. O leite com pH
entre de 6,2 a 6,8 está em condições de resistir aos processos de
industrialização, mantendo a faixa de pH necessária para assegurar a qualidade
do produto pelo período determinado de vida de prateleira (CASTRO, 2009).
3.6.3 Acidez
O valor do pH é inversamente proporcional ao valor da acidez titulável,
isto é, quanto menor o pH, maior a acidez titulável e vice-versa. A acidez
aumenta no caso de contaminação por microrganismos e diminui no caso de
leite fraudado com água (diluição).
A acidez do leite pode ser influenciada por vários fatores como, por
exemplo, alimentação do animal, fator racial, estágio da lactação, temperatura
ambiental, condições de estresse do animal, estação do ano, mastite e a saúde
geral da vaca, frequência e técnica de ordenha, entre outras. Estes fatores
exercem um maior ou menor efeito sobre a composição do leite. Por isto, é
necessário bastante critério no julgamento da qualidade de um leite,
simplesmente baseado neste ensaio. A instrução normativa nº 76, de 26 de
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3.6.4 Alizarol
Trata-se de um teste qualitativo da acidez do leite e consiste num teste
simples e rápido que pode ser realizado tanto pelo produtor quanto no momento
em que o leite chega à plataforma de recepção no laticínio. O procedimento
também serve para avaliar a resistência do leite ao tratamento térmico,
indicando se o mesmo pode ou não ser pasteurizado (CASTANHEIRA, 2012,
p.35).
De acordo com instrução normativa nº 76, de 26 de novembro de 2018, o
leite cru refrigerado deve apresentar no mínimo estabilidade ao alizarol 72 ºGL.
O resultado positivo no teste do alizarol pode estar relacionado a um
desequilíbrio salino do leite, influenciado por diversos fatores como mastite,
estágio da lactação, mudança brusca na alimentação, individualidade da vaca,
raça, estação do ano ou baixa qualidade da alimentação (BRITO, 2005).
3.6.5 Crioscopia
Na análise qualitativa do leite, o índice crioscópico, tem por finalidade a
detecção de fraudes por adição de água. O ponto crioscópico é definido como a
temperatura em que o leite passa do estado líquido para o estado sólido
(TRONCO, 2013). De acordo com instrução normativa nº 76, de 26 de novembro
de 2018, para que o leite cru refrigerado seja considerado normal o índice
crioscópio é de -0,530 ºH a - 0,555 °H.
Pequenas quantidades de água adicionadas fazem o ponto de
congelamento elevar-se, ou seja, aproximar-se do ponto de congelamento da
água, que é igual a (0°C), Ponto de congelamento acima de -0,530ºH sugere
alguma adição de água, enquanto que leite com ponto de congelamento acima
de -0,525ºH é considerado adulterado. Já a diminuição do ponto de
congelamento abaixo de -0,555ºH indica adulterações por adição de
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3.6.6 Densidade
Como a densidade (ρ) é o peso específico do leite, determinado por dois
grupos de substâncias: de um lado a concentração de elementos em solução e
suspensão, e de outro a porcentagem de gordura. A água apresenta densidade
de 1g/mL, a gordura possui a densidade abaixo desse valor, e a densidade dos
sólidos não-gordurosos apresentam valores superiores. Dessa forma, determinar
a densidade do leite vai depender do balanço desses componentes (FONSECA;
SANTOS, 2000). De acordo com Tronco (2013). A legislação brasileira define
como densidade aceitável para o leite cru refrigerado, os valores compreendidos
entre 1,028 a 1,034 g.mL-1 a uma temperatura de 15°C (BRASIL, 2011).
Segundo Tronco (2013), valores fora do intervalo permitido pela
legislação podem ser derivados de ações fraudulentas. Densidades maiores são
indicativas de desnate prévio do leite, enquanto que densidades menores pode
ser indício de adição de água.
3.6.7 Gordura
Em virtude de sua importância para a produção de derivados e de seu
alto valor comercial, a determinação precisa do percentual de gordura no leite é
primordial para a indústria de laticínios (CASTANHEIRA, 2012, p.60). Esta
análise tem por finalidade verificar o teor de gordura do leite, nesse método
analítico a amostra é tratada com ácido sulfúrico e álcool isoamílico para
promover a separação e quantificação da gordura.
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3.7.3 Conservantes
O objetivo e avaliar a presença de substâncias adicionadas,
fraudulentamente, ao leite, a fim de conservar suas propriedades físico-químicas
e microbiológicas do leite inibindo o desenvolvimento de microrganismos
contaminantes, esse tipo de fraude mascara deficiências da higiene nas etapas
de ordenha, acondicionamento e transporte.
3.7.6 Antibiótico
A Instrução normativa nº 77, de 26 de novembro de 2018 determina a
ausência de resíduos de antibióticos e de outros agentes inibidores do
crescimento microbiano (CANA BRAVA et al., 2002). As tabelas com os grupos
de antibióticos, BETALACTÂMICOS (Penicilinas) e BETALACTÂMICOS
(Cefalosporinas), TETRACICLINAS e SULFAMIDAS com seus limites de
detecção – ppb (µg/L) do teste rápido TRISENSOR.
4. METODOLOGIA
Esta pesquisa caracteriza-se de natureza teórico e prática, no qual foi
realizada todo estudo e mapeamento de processos de um fluxo de produção, em
uma indústria de laticínios no município de São Domingos do Araguaia PA, afim
de entender e compreender os padrões de qualidade da matéria prima e produto
final, dando ênfase as possíveis fraudes com ou sem intenção que são passiveis
de ocorrer no leite in natura recebido na plataforma de recepção, e admitido ao
processo de produção somente se estiver de acordo com os padrões de
qualidades estipulados pelo MAPA – Ministério de Agricultura Pecuária e
Abastecimento, toda metodologia analítica assim como os parâmetros de
qualidade estão enquadradas dentro das legislações pertinentes.
Para fins de demonstração e apresentação desse trabalho, foram
coletadas amostras diretamente do caminhão tanque na plataforma de recepção
da indústria de beneficiamento de leite, e realizada diversas analises físico-
químicas em laboratório, ressaltando que todos os resultados positivos foram
derivados de amostras alteradas intencionalmente, e são de cunho
demonstrativo para fins a esse projeto. O resultado das análises físico-químicas
das amostras que foram coletadas estão conforme o padrão de qualidade. Essa
pesquisa de campo também estar fundamentada em estudos bibliográficos de
diversas fontes, como, periódicos, artigo científicos, monografias, dissertações e
teses, além de livros de tecnologia e engenharia aos quais abordam o tema em
discussão, abaixo temos todas as análises físico-químicas realizadas, assim
como todos os procedimentos analíticos usados nesse projeto.
Resultado
Leitura visual no termômetro.
4.1.3 pH
Figura 5- pH do leite
Autor (2022)
4.1.4 Acidez
A acidez do leite é medida pelo método da acidez titulável, cujo
fundamento consiste na titulação ácido-base de determinado volume de leite por
uma solução alcalina de concentração conhecida em questão hidróxido de sódio,
utilizando como indicador, a fenolftaleína. Apesar do resultado da acidez titulável
ser expresso em % em g ácido lático, não é somente a presença dele que
determina a acidez, outros componentes do leite também interferem nesta
característica como, por exemplo, citratos, fosfatos e proteínas.
Material e reagentes e padrões e utilizados:
Erlenmeyer de 125 ml ou vidraria similar;
Pipeta volumétrica de 10 ml;
Pipeta graduada de 1 ml;
Bureta de 10 ml;
Proveta de 20 ml;
Solução de hidróxido de sódio (NaOH) a 0,1 N;
Solução alcoólica de fenolftaleína (C20H14O4) a 1 % (m/v);
Padrão de coloração;
Dissolver 0,12 g de rosanilina (fucsina C.I. 42510) p.a. Em 50 ml de álcool etílico
(C2H5OH) p.a, contendo 0,5 ml de ácido acético (CH3COOH) p.a, completar o
volume para 100 ml com álcool etílico p.a, em seguida adicionar 0,3 ml dessa
solução a 20 ml de amostra diluída com 40 ml de água, homogeneizar a solução
e adotar a coloração como referência para o término da titulação.
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Procedimento
Transferir 10 ml da amostra para um erlenmeyer de 125 ml e diluir com 20 ml de
água destilada livre de gás carbônico, adicionar 1 ml de solução alcoólica de
fenolftaleína a 1% e titular com solução de hidróxido de sódio 0,1 N até a
primeira coloração rosa forte persistente por aproximadamente 30 segundos.
Resultado
O cálculo da acidez é obtido através da equação:
Acidez titulável, % de ácido lático (m/v) = V x f x 0,09 x N x 100
v
Onde:
V = volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 N gasto na titulação, em ml;
v = volume da amostra, em ml;
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio 0,1 N;
0,09 = fator de conversão do ácido lático;
N = normalidade de solução de hidróxido de sódio 0,1 N;
O resultado da acidez titulável é expresso g ácido láctico/100 ml, com uma casa
decimal.
Figura 6- Acidez do leite
4.1.5 Alizarol
O alizarol é uma mistura de álcool e alizarina, dessa maneira o álcool tem
a função de desidratar o leite, simulando os efeitos que o aquecimento provoca
nas proteínas do leite durante o tratamento térmico, ou seja, avalia a
estabilidade das micelas de caseína. Já a alizarina, que é um indicador de pH,
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4.1.6 Crioscopia
4.1.7 Densidade
Pode-se fazer a correção para 15ºC acrescentando à leitura 0,0002 para cada
grau acima de 15ºC ou subtraindo 0,0002 para cada grau abaixo.
Resultado
Cálculos – Determinação de Densidade a 15°C em Leite Fluído
D = leitura + correção do termolactodensímetro ± correção da temperatura para
15°C O resultado para a determinação da densidade a 15°C em leite fluído deve
ser expresso com quatro casas decimais, em g/ml, o valor padrão para
densidade do leite e de 1,028 a 1,034 g/ml.
4.1.8 Gordura
4.2.2 Amido
O Amido e usado para correção da densidade e a crioscopia do leite em
encobrir fraude por aguagem. A amilopectina é constituída por aproximadamente
1400 resíduos de α-glicose ligados por pontes glicosidicas α-1,4, ocorrendo
também ligações α-1,6, que dão a ela uma estrutura ramificada. O aquecimento
da amostra promove a abertura da cadeia helicoidal da molécula de amido e
ocorre então a formação de um composto azul de adsorção do iodo (solução de
iodo/iodeto de potássio - lugol), com o desenvolvimento da coloração
característica após resfriamento.
Material e reagentes utilizados:
Bico de Bunsen ou banho-maria;
Pipeta graduada de 10 ml;
Tubo de ensaio;
Conta-gotas;
Pinça para tubo de ensaio;
Estante para tubos de ensaio;
Solução de Lugol (I3K).
Procedimento
Transferir 10 ml de leite para tubo de ensaio. Aquecer até ebulição em banho-
maria, e deixar por 5 minutos, logo após esfriar em água corrente e adicionar 2
gotas de solução de Lugol, em seguida observar a coloração produzida.
Resultado
Positivo – presença de amido: coloração azul
Negativo – ausência de amido: coloração laranja da solução de lugol.
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4.2.3 Sacarose
Procedimento
Transferir 11 ml da amostra para erlenmeyer de 125 ml, adicionar 5 gotas de
solução alcoólica de fenolftaleína a 1% (m/v), então titular com solução de
hidróxido de sódio 0,1 N ou 0,1 mol/L até coloração rósea persistente, após
reacidificar com 1 ml de solução de ácido sulfúrico 0,025 N, e então aquecer até
ebulição, e esfriar rapidamente em banho de gelo, em seguida adicionar 2 ml de
solução alcoólica de fenolftaleína a 1%.
Resultado
Positivo: coloração rósea indica neutralização com carbonato de sódio ou com
bicarbonato de sódio.
Negativo: coloração inalterada.
4.4 Conservantes
4.4.1 Peróxido de Hidrogênio - Método Óxido de Vanádio
O óxido de vanádio em meio ácido reage com o peróxido de hidrogênio,
formando o ácido ortope-roxivanádico, de coloração Rósea ou vermelha.
Material e reagentes utilizados:
Pipeta graduada de 10 ml;
Conta-gotas;
Tubo de ensaio de 20 ml;
Estantes para tubos de ensaio;
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Procedimento
Transferir 10 ml da amostra para tubo de ensaio, e aquecer em banho-maria até
35ºC, adicionar 2 ml da solução hidroalcoólica de guaiacol a 1 % e 2 ml de leite
cru, agitar.
Resultado
Positivo: desenvolvimento de coloração salmão.
Negativo: coloração inalterada
4.5.1 Sangue
Fundamenta-se na separação das hemácias por centrifugação.
Material utilizados:
Centrífuga regulada para 1200 - 1500 rpm;
Tubo para centrífuga;
Pipeta graduada de 10 ml.
Procedimento
Colocar 10 ml de leite “in natura” em tubo de ensaio e centrifugar a 1200 - 1500
RPM por 5 minutos.
Resultado
Em presença de sangue, forma-se um depósito avermelhado no fundo do tubo.
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4.5.2 Urina
A metodologia e pelos reagentes R1, R2, R3. Dentro dos laboratórios de
qualidade dos laticínios, um dos métodos mais simples que pode ser implantado
é o do vermelho fenol, baseado na quebra da ureia pela urease, liberando
amônia e causando alteração no pH, o que provoca mudança de coloração do
indicador de pH vermelho fenol. O tempo de reação é de 2 minutos e a
coloração rosa indica ureia acima de 60 mg/ml. Porém, dependendo da
qualidade dos reagentes utilizados, essa metodologia pode induzir o analista ao
erro.
Material e reagentes utilizados:
Tubo de ensaio
Instante para tubo de ensaio
Frasco conta gota
Pipeta de 5 ml
Reagente U1
Reagente U2
Reagente U3.
Procedimento
Em tubo de ensaio pipetar 5 ml de leite, com auxílio de um conta gota, adicionar
3 ml de U3, com auxílio de um conta gota, adicionar e 1 ml de U2, com auxílio de
um conta gota, adicionar 1 ml de U3, em seguida tampe o tudo e agite, em
seguida observe a coloração formada.
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Resultado
Positivo: coloração rosa\violácea
Negativo: coloração inalterada
4.6 Antibiótico
A detecção desses pode ser feita através do uso de “kits” específicos
utilizados para esse fim, como teste rápido TRISENSOR que detecta resíduos
baseados em receptores no formato de tira reativa ou “ dipstick “ para detecção
rápida e simultânea de resíduos de antibióticos dos grupos Beta lactâmicos,
tetraciclinas, sulfamidas, os resultados são visualizados em três linhas de
captura, especifico para cada tipo de antibiótico.
Tendo como base a linha de controle, toda linha de teste com a cor mais clara
ou sem formação de nenhuma coloração rósea/avermelhada indica resultado
positivo para o grupo de antibióticos correspondentes. Segue a abaixo
Material e reagentes utilizados:
Kit de teste rápido TRISENSOR;
Pipetador automático 200 µl e ponteira;
Banho térmico combinado com um dispenser de tiras.
Procedimento
Adicionar 200µl de leite no microtubo e misturar até obter uma amostra
homogênea, então incubar por 3 minutos a 40ºC, submergir a tira reativa no
microtubo, continuar incubando durante 3 minutos a 40ºC, então visualize as
linhas coloridas que surgem na fita reagente.
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Resultado
Leitura visual do resultado do teste mediante a verificação da tabela dos grupos
de antibióticos.
Figura 25- Analise de antibióticos
4.7.2 Peroxidasse
A pesquisa da enzima é feita através da adição de peróxido de hidrogênio
e guaiacol à amostra de leite. A peroxidase, ao hidrolisar o peróxido de
hidrogênio, libera oxigênio, o qual transformará o guaiacol da sua leucobase
para a forma corada, como podemos observar na reação química abaixo:
Adição de leite
peroxidase
2H2O2 + Guaiacol 2H2O + Guaiacol
Incolor (Salmão)
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os parâmetros analisados foram sensoriais e físico-químicos para
determinação da composição do leite e pesquisa de possíveis fraudes, a
analises sensorial demostrou uma boa qualidade do leite, seguindo da analise
de pH e acidez que são responsáveis pelas boas condições de resistência aos
processos de industrialização e controle do desenvolvimento dos
microrganismos mesofílicos os resultados foram satisfatórias, atendendo as
regulamentações com valores médios de 6,7 para pH e 0,15 acidez em ácido
lático (g/100 ml). As análises de crioscopia e densidade do leite, apresentaram
ótimos resultados, indicando assim que o leite não sofreu adulteração por adição
de água, apresentando valores médios de -0,545ºH e 1,030 g/ml a 15ºC. O teor
de gordura e proteína foram de 3,0% e 3,9% o que atende as exigências legais
para produção de derivados do leite, prosseguindo com EST e ESD os
resultados foram de 11,6% e 8,6% se enquadrando perfeitamente dentro dos
padrões de qualidade. A análise de estabilidade térmica do leite pelo método do
alizarol, comprovou que o leite é resistente ao tratamento térmico permitindo
uma pasteurização eficiente. Já em relação a temperatura, estava em 5,6ºC que
também estar dentro dos parâmetros.
(Amostra)
Sensorial Conforme Conforme
pH 6,7 6,2-6,8
6. CONCLUSÃO
Esse trabalho mostrou os parâmetros de qualidade padrão da matéria
prima, e também as principais adulterações e fraudes no leite, que levam a
perdas econômicas e danos à saúde das pessoas que consumiram o produto
adulterado, além dos principais métodos de detecção utilizados para verificar
possíveis fraudes e adulterações ocorridas no leite. Pois diante do aumento das
descobertas de fraude no leite é importante que os estabelecimentos de
laticínios cumpram com sua obrigação de controlar rigorosamente a qualidade
da matéria-prima recebida diariamente na sua indústria, nos termos da
legislação em vigor, por meio de métodos e análises como as apresentadas.
Além disso, e recomendado a adoção de boas práticas agropecuárias
associadas ao resfriamento adequado do leite para reduzir a contaminação
durante a obtenção do leite e mantê-la até a recepção pela indústria. As
informações obtidas da avaliação dos parâmetros na propriedade, indústria e
laboratórios são fundamentais para o direcionamento das ações nos rebanhos
para melhoria da qualidade da matéria prima e adequação à legislação. Então,
conclui-se que há uma necessidade de realizar a investigação de toda cadeia
produtiva do leite, para que possa garantir ao consumidor um alimento seguro e
de qualidade.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, P.H.F.; PEREIRA, D.B.C.; OLIVEIRA, L.L. & COSTA JÚNIOR, L.C.G.
Físico-química do leite. Métodos analíticos. Juiz de Fora: Gráfica Oficina de
Impressão, 1997. WEBB, B. & JOHNSON, A.H.