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MANUTENÇÃO MECÂNICA

APLICADA
PROCESSOS DE
SOLDAGEM
Modalidade do Curso: Aperfeiçoamento
Carga horária: 40 h
Área ocupacional: Metalmecânica;

Objetivo do curso: Reconhecer competências e habilidades profissionais


referente aos processos de soldagem, sob aspecto de segurança e
operação.

Conteúdos à serem ministrados:


• Processo de soldagem Eletrodo Revestido SMAW;
• Processo de soldagem MIG GMAW;
• Processo de solda TIG GTAW;
• Processo Oxi-corte e Oxi-gas.
Planejamento/Plano de curso.
 Aula teórica contemplando os processos de soldagem

 Prática de soldagem Eletrodo Revestido


 Prática de soldagem Oxi-corte
 Prática de soldagem TIG e MIG
Preparar corpo de prova conforme passo a passo abaixo.

 Traçar as medidas conforme desenho;


 Corta as peças utilizando oxi-corte (Maçarico);
 Fazer o chanfro (bisel) nas extremidades das chapas;
 Traçar e corta Cobre-junta
 Realizar acabamento no corpo de prova, utilizando esmerilhadeira de 7
POL.
Preparar corpo de prova conforme passo a passo abaixo.
Figura 1: Corpo de prova

Figura 2: Cobre-junta

50
30

30
200

Obs.: Todas as medidas estão em milímetro


(mm).
Planejamento / prático
 Grupo 1
3 Colaboradores Praticando solda no processo eletrodo;
2 Colaboradores preparando material.

 Grupo 2
3 Colaboradores Praticando solda no processo MIG;
2 Colaboradores Preparando material.

 Grupo 3
2 colaboradores Praticando solda no processo TIG;
3 Colaboradores preparando material.
Para dar início, o que você entende por
soldagem?
REFLEXÃO

O desenvolvimento de processos e tecnologias avançadas


nos últimos anos, é de tal ordem que todo profissional que
não possuir uma mentalidade aberta, capaz de assimilar
novas ideias, será ultrapassado e incapacitado para
acompanhar o atual ritmo do progresso industrial. “ TATINI,
Ivanisa – SOLDAGEM - Senai - São Paulo – 1997 ”
Introdução – Soldagem

Existem varias definições de solda, segundo diferentes


normas.

A solda pode ser definida como uma união permanente de


peças metálicas, necessitando ou não de metal de adição
para se executar efetivamente a união.
NORMAS TÉCNICAS

A soldagem é um “processo especial” que requer


profissionais devidamente qualificados e certificados para
diferentes níveis da cadeia produtiva.

É facilmente possível identificar a sua presença em nossos


arredores, como em grandes estruturas (pontes, viadutos,
torres eólicas, plataforma de petróleo e aeroportos).
NORMAS TÉCNICAS

Desta forma, torna-se necessário o controle dos parâmetros


de soldagem, conhecidos como variáveis.

No Brasil as qualificações dos procedimentos de soldagem


são largamente realizadas tomando como base normas norte
americanas. AWS D1.1 para estruturas em de aço ao
carbono e o ASME Seção IX para componentes
pressurizados.
Considerações sobre a solda

o Na soldagem, os matérias das peças devem ser, se


possível iguais ou, no mínimo semelhante em termos de
composição.

o A união das peças é realizada através de um material de


adição, que contem características compatíveis com o
metal base, afim de obter uma união eficiente.
Solda a arco elétrico – Eletrodo revestido SMAW
A temperatura do arco elétrico atinge temperaturas de até
6000 °C. Seu calor intenso e concentrado, leva o material de
enchimento até o ponto de fusão e solda rapidamente as
peças.

O arco de soldagem é formado quando uma corrente elétrica


passa entre o eletrodo que pode corresponder ao polo
negativo e o metal de base que pode corresponder o polo
positivo.
Corrente elétrica é o fluxo ordenado de partículas portadoras de carga elétrica.
O comprimento do arco deve ser uma vez o diâmetro do
eletrodo para as operações de soldagem convencionais.

• O comprimento apropriado do
arco é percebido pelo próprio
som produzido.

• O comprimento adequado
proporciona uma penetração
uniforme.
Corrente de soldagem
A grosso modo a corrente de soldagem é um ponto importante
na operação, pois ela reflete diretamente no aspecto da solda.

É determinada basicamente pelo o tipo de material a ser


soldado, características específicas da operação como:

 Geometria;
 Dimensões da junta;
 Diâmetro;
 Classe do revestimento do eletrodo;
 Posição de soldagem.
Dependendo do material a dissipação do calor na zona de
solda pode ser bastante alta, necessitando assim de alta
corrente e muitas vezes de um preaquecimento da região a
ser soldada.
EX:

Aquecimento localizado por maçarico (chuveiro). Aquecimento localizado por resistência elétrica.
Vale ressaltar que uma corrente excessivamente alta, pode
ocasionar trincas a quente e produzir uma zona
termicamente afetada de dimensões significativas.

Como regra prática, tem-se 40A x Ø do eletrodo.

Zona termicamente afetada é a região da solda que não se fundiu


durante a soldagem, porém teve sua microestrutura e propriedades
alteradas pelo calor induzido pela soldagem
DADOS DO ELETRODO PARÂMETROS ELÉTRICOS

Diâmetro mm Secção mm² Tensão Corrente média Dens. Média de


(V) (A) corrente A/mm²
1,5 1,77 20 40 ± 10 23
2,0 3,14 22 65 ± 15 22
2,5 4,91 23 80 ± 30 17
3,25 8,30 24 130 ± 50 16
Velocidade de soldagem
A velocidade de soldagem é controlada diretamente pelo o
soldador.

Porém a velocidade de soldagem é determinada em função:


 Habilidade do soldador;
 Classe do eletrodo, diâmetro de sua alma;
 Da corrente de soldagem;
 Especificação do metal base.

Obs.: A velocidade de soldagem deve está em sincronia com a


corrente, penetração e a habilidade do soldador.
Penetração da solda

A penetração da solda é um parâmetro importante , pois


reflete diretamente na resistência mecânica estrutural da
junta. Essa penetração é influenciada por fatores como:

• Propriedades do fundente;
• Tipo de polaridade;
• Intensidade de corrente;
• Velocidade e tensão de soldagem.
Fonte de energia para soldagem

O processo de soldagem ao arco elétrico necessita de fontes


de energias, que forneçam valores de tensão e corrente
adequadas a sua formação.
As fontes devem apresentar algumas características, como:

o Transformar a energia da rede, por baixa tensão e alta


intensidade de corrente (inversoras, retificadoras ou
geradores);

o Permitir a fusão de todos diâmetro de eletrodo;

o Oferecer corrente elétrica estável;

o Regulagem da tensão e corrente.


Equipamentos
Polaridade

O tipo de corrente e a sua polaridade afetam a forma e as


dimensões da poça de fusão, a estabilidade do arco elétrico e
o modo de transferência do metal de adição.
 Corrente contínua - Polaridade inversa (CC+):

Obs.: Com essa configuração, alcança maiores penetrações.


 Corrente contínua - Polaridade direta (CC-).

Obs.: Com essa configuração produz-se uma maior taxa de


fusão do eletrodo, associada a uma menor profundidade de
penetração
Consumíveis
Os eletrodos para soldagem a arco elétrico, podem ser nus ou
revestidos.

Tais eletrodos são constituído por alma metálica, revestidos


por um composto de materiais orgânicos e minerais, de
dosagem bem definidas. O material da alma depende do
material a ser soldado.
Funções do revestimento
 Isolar a alma do eletrodo evitando aberturas de arcos
laterais, orientando o arco para locais de interesse;

 Fornecer gases para formação da atmosfera protetora,


contra a ação do hidrogênio da atmosfera;

 Facilitar a soldagem em diversas posições;

 Facilitar a abertura do arco, além de estabilizá-lo;


 Formar uma escória de material não metálico que protege
o cordão de solda da oxidação pela atmosfera normal,
enquanto a solda está resfriando;

 Proporciona o controle da taxa de resfriamento e contribui


no acabamento do cordão.
Tipos de revestimentos
Revestimento Rutílico - E 6013: contém geralmente rutilo com
pequena porcentagem de celulose e ferro-liga, tem vantagem
em soldagens de chapa finas que requer um bom
acabamento.
Revestimento Básico E-7018: Contem em seu
revestimento fluorita, carbonato de cálcio e ferro liga. É um
eletrodo muito empregado nas soldagem pelas seguintes
razão.

-Possui boas propriedades mecânicas;

-Dificilmente apresenta trincas a quente ou a frio;

-Apresenta facilidade de remoção de escoria.


Revestimento Básico E-7018:
Revestimento Celulósico E-6010: Contém no seu
revestimento materiais orgânicos combustíveis;(celulose, pó
de madeira, etc.).
Obs.: Utilizado em gasoduto e minero duto, por alcançar boa
penetração na soldagem descendente.
Manuseio, armazenagem e secagem de eletrodos

Para armazenar o eletrodo de forma correta, deve-se seguir as


instruções do fabricante, como temperatura e tempo de
secagem.

Por exemplo, a norma AWS recomenda a secagem de


eletrodos de baixo hidrogênio a 350C°, devendo ser mantido
em estufa em temperatura superior a 150 C°.
Armazenagem e secagem de eletrodos
Letra final Elementos

A Liga de Mo – molibdênio

B Liga de Cr – cromo e Mo – molibdênio

C Liga de Ni – níquel

Liga de Mn – manganês, Ni – níquel e Mo –


D
molibdênio
Geral - é uma liga definida como um acordo
G
fornecedor-cliente
Dois últimos algarismo Tipo de corrente Polaridade Revestimento
10 CC Inversa ( + ) Celulósico
11 CC ou CA Inversa ( + ) Celulósico
12 CC ou CA Direta ( - ) Rutílico
13 CC ou CA Inversa/Direta ( + / - ) Rutílico
14 CC ou CA Inversa/Direta ( + / - ) Rutílico
15 CC Inversa ( + ) Básico
16 CC ou CA Inversa ( + ) Básico
18 CC ou CA Inversa ( + ) Básico
20 CC ou CA Inversa/Direta ( + / - ) Ácido
24 CC ou CA Inversa/Direta ( + / - ) Rutílico
27 CC ou CA Inversa/Direta ( + / - ) Ácido
28 CC ou CA Inversa ( + ) Básico
Qualidade e características de uma boa soldagem

Uma boa soldagem deve proporcionar segurança e qualidade.

Para alcançar esses objetivos, é necessário que os cordões de


solda sejam efetuados com o máximo de habilidade do
soldador, boa regulagem da máquina e boa seleção de
eletrodo.
Características de uma boa solda
 Boa penetração: Obtém-se quando o material depositado
funde a raiz e estende-se por baixo da superfície das partes
soldadas.

 Fusão completa: Quando o metal base e o metal de adição


depositado formam uma massa homogênea.

 Ausência de trincas: Tem-se uma solda sem trincas, quando


no material depositado não existem trincas ou fissuras em
toda a sua extensão.
 Ausência de porosidade: Uma solda está livre de poros,
quando em sua estrutura interior não existem bolhas de gás,
nem formação de escoria;

 Boa aparência: uma boa aparência é caracterizada por um


cordão uniforme, sem apresentar fendas nem saliências.
Exercicíos :

Qual o revestimento do eletrodo E-6010

( )Rutílico;
( X )Celulósico;
( )Básico.
Na soldagem com eletrodo revestido, é necessário uma fonte
de energia elétrica, que providenciem valores de corrente
adequadas e cilindros de gases de proteção.

( )Verdadeiro;
( X )Falso.
Umas das funções do revestimento é formar uma escória de
material não metálico que protege o cordão de solda da
oxidação pela atmosfera normal, enquanto a solda está
resfriando;

( X )Verdadeiro;
( )Falso.
Soldagem a Arco elétrico com proteção gasosa TIG

Conhecido como processo (Tungsten Arc Welding (GTAW).


realiza a união de peças metálicas por meio da fusão dessas
por um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo, não
consumível, de tungstênio e a peça a unir.
Características especifica do processo:

• A proteção da poça de fusão e do arco elétrico contra a


contaminação da atmosfera é feita por um gás inerte,
particularmente o argônio e o hélio;

• O processo de soldagem pode ou não empregar metal de


adição e, quando usado, é feito diretamente na poça de
fusão;

• Preza pela qualidade e aparência da solda.


R
R
Equipamentos – Máquina de solda
Tocha de Soldagem TIG
Consumíveis – Soldagem TIG

Eletrodo de tungstênio
Gases – Argônio ou Hélio.
Metal de adição -Varetas
Classificação conforme norma AWS A 5.18 e A 5.28
Norma AWS A 5.18 e A 5.28

Exemplo: Vareta 70S3

 70 Resistência a tração do material 70.000lm/pol²;

S Indica que é um material sólido;

3 Indica a composição química.


Soldagem a Arco elétrico com proteção gasosa
MIG/MAG

O processo MIG/MAG foi desenvolvido com objetivo de alcançar,


níveis elevados de produtividades, mantendo a qualidade da
soldagem. Para isso foi necessário o auxílio da automatização no
processo, afim de fornecer meios de controle e garantir uma
uniformidade de resultados.
Soldagem a Arco elétrico com proteção gasosa MIG/MAG
(metal inert gas/metal active gas)

A sigla MIG/MAG indicam processos de soldagem por fusão,


que utilizam um calor de um arco elétrico formado entre um
eletrodo metálico consumível e a peça. O arco e a poça de
fusão são protegidos contra a contaminação pela atmosfera
por um gás ou uma mistura de gases.
Soldagem a Arco elétrico com proteção gasosa MIG/MAG

O processo MAG é empregado para materiais ferrosos,


empregando como gás de proteção o CO2 ou misturas ricas
desse gás.

MIG pode ser utilizado para a soldagem de materiais ferrosos


(aços inoxidáveis) e não ferrosos, como alumínio, cobre,
magnésio, níquel e suas ligas.
Soldagem a Arco elétrico com proteção gasosa MIG/MAG
Em relação à a soldagem SMAW, o processo MIG/MAG
apresenta as seguintes vantagens:

•Alta taxa de deposição;

•Alto fator de ocupação do soldador;

•Ausência de remoção de escória (limpeza facilitada);

•Facilidade de mecanização e automação.


Desvantagem

• Maior dificuldade na ajustagem dos parâmetros corretos para


se obterem determinadas características para o cordão de
solda;

• Maior custo e necessidade de manutenção dos equipamentos,


se comparados com o processo SMAW;
Equipamentos para Soldagem MIG/MAG
O equipamento usado no processo de soldagem com proteção a
gás pode ser:

- Semiautomático, no qual a alimentação do eletrodo é feira


automaticamente pela a máquina e as demais operações são
realizada pelo o soldador

- Automático, no qual após a regulagem feita pelo o


soldador, este não interfere mais no processo.
Equipamentos para Soldagem MIG/MAG
Equipamentos para Soldagem MIG/MAG
Tocha de soldagem MIG/MAG
Consumíveis Soldagem MIG/MAG

Arame eletrodo E70S6 Arame eletrodo E71T1 16 KG


Gás mistura / CO2 /Argônio
Gás mistura / CO2 /Argônio – Reduz e controla pressão
A classificação dos arames para a soldagem
Soldagem MIG
Soldagem MIG-MAG
Soldagem MIG-MAG
SOLDAGEM A OXI-GAS (OFW Oxi Fuel Gas Welding )

É um processo no qual a união da peça é conseguida pelo


aquecimento dessa até a fusão por uma chama.

A chama é produzida por meio da queima de um gás


combustível na presença de oxigênio.
SOLDAGEM A OXI-GAS (OFW)
SOLDAGEM A OXI-GAS (OFW)

Uma característica bastante importante desse processo é o


excelente controle do calor fornecido para a peça que está
sendo soldada, uma vez que o controle da fonte de calor e da
alimentação do metal de adição são independentes.
Equipamentos - soldagem a Oxi-Gás (OFW)
SOLDAGEM A OXI-GAS (OFW)

Tocha
SOLDAGEM A OXI-GAS (OFW)

O manômetro da direita (1) da


Figura 142 mostra a pressão
interna do cilindro.

Já o manômetro da esquerda
(2) mostra a pressão ou vazão
de saída de gás.
Consumíveis Soldagem a OXI-GAS (OFW)
Gás Acetileno Vareta
Gás oxigênio
SOLDAGEM A OXI-GAS (OFW)
A classificação dos arames para a soldagem
A classificação dos arames para a soldagem
Oxi-Corte

O oxi-corte é o processo de separação de metais utilizando-se


calor e uma violenta reação de oxidação com oxigênio puro.

Os equipamentos aplicados no oxi-corte consistem nos de


controle dos gases (reguladores de pressão) e os de mistura
(maçaricos e bicos de corte).
Oxi-Corte (maçarico)
Oxi-Corte
Oxi-Corte
A classificação dos arames para a soldagem

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