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SOLDAGEM AO ARCO ELÉTRICO

ELETRODO REVESTIDO
SOLDAGEM
– Processo
Eletrodo
Revestido
APLICAÇÃO
DOS
PROCESSOS
DE
SOLDAGEM
SOLDAGEM – Processo Eletrodo Revestido
Soldagem: Processo de união de materiais usado para obter a coalescência localizada
de materiais, produzida por aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem a
utilização de pressão e/ou material de adição. (AWS – Associação Americana de Soldagem)

Histórico da Soldagem ao Arco Elétrico.

1865 - Um inglês chamado Wilde uniu com sucesso duas pequenas peças de ferro
passando uma corrente elétrica através de ambas as peças e produzindo uma solda por
fusão.

1885 – Na Inglaterra, Nikolas Bernardos e Stanislav Olszewsky registraram a primeira


patente de um processo de soldagem, baseado em um arco elétrico estabelecido entre
um eletrodo de carvão e a peça a ser soldada, fundindo os metais à medida que o arco era
manualmente passado sobre a junta a ser soldada.

1890 - N.G. Slavianoff (Rússia) e Charles Coffin (EUA) desenvolveram,


independentemente, a soldagem com eletrodo metálico nu.

1904 – 1907 - Oscar Kjellberg, um engenheiro sueco, patenteou o processo de soldagem a


arco com eletrodo revestido.
SOLDAGEM – Processo Eletrodo Revestido
Arco Elétrico ou Arco Voltaico
Fenômeno caracterizado pela passagem de uma corrente elétrica através de um
gás, transformando energia elétrica em calor.

Os elétrons livres que formam a corrente elétrica percorrem o espaço de ar entre a


peça e o eletrodo a uma velocidade tal que acontece um choque violento entre os
elétrons e os íons. Este choque ioniza o ar, facilitando a passagem de corrente
elétrica e produz assim, o arco elétrico.

A matéria é constituída de pequenas partículas denominadas átomos.


Os átomos são formados pelo Núcleo (prótons e neutrons) e pela parte periférica (elétrons)
SOLDAGEM – Processo Eletrodo Revestido
IMPORTÂNCIA DA SOLDAGEM
• é o meio mais barato, importante e
versátil de união entre os materiais após
os anos 30, quando utilizava-se rebites.

• caracteriza-se pelo fato de unir todos os


metais comerciais, de ser aplicado em
qualquer local, por propiciar flexibilidade
de projeto, reduzir custos de produção e
fabricação e pela facilidade em ser
utilizado em recuperação e manutenção
de manufaturados.

• O campo de aplicação de soldagem é


praticamente irrestrito. Sua aplicação
pode variar desde a viabilização de uma
cadeira com armação metálica , até as
naves espaciais mais sofisticadas, que
seriam inviáveis sem o conhecimento da
soldagem.
FONTES DE ENERGIA PARA SOLDAGEM: Conceitos básicos.
Corrente Elétrica: Denominamos de corrente elétrica
os movimentos ordenados de cargas elétricas através
de um corpo.

Tipos de corrente elétrica

Corrente contínua ( CC / VCC / = ) : Quando a


corrente elétrica segue sempre na mesma direção e
sentido chama-se corrente contínua.
a) o borne negativo sempre será negativo;
b) o borne positivo sempre será positivo.

Corrente alternada (CA / VCA / ~): A corrente que


passa através de um corpo sofrendo inversão de
sentido em intervalos regulares de tempo. Cada borne,
ora será negativo, ora será positivo
FONTES DE ENERGIA PARA SOLDAGEM: Conceitos básicos.
Intensidade de Corrente Elétrica: é a quantidade cargas que passam pela seção
transversal de um condutor em um intervalo de tempo. É dada pela unidade
Ampère e representada pela letra A.

Sentido, real, de circulação da corrente elétrica


A corrente elétrica sempre circula do pólo negativo ( - ) para o pólo positivo ( +)

Tensão Elétrica é a força que movimenta as cargas através de um corpo e que


tem como unidade o volt, que é representado pela letra V.

Efeito da tensão elétrica na soldagem

A tensão faz com que a corrente elétrica


prossiga circulando, mesmo depois que o
eletrodo é afastado da peça fazendo com que
o arco elétrico se mantenha.
Nas soldagens, a corrente elétrica pode ser obtida por meio de:

CC / CA CA CC

Estas fontes devem apresentar algumas características, como:

1. Transformar energia da rede que é de alta tensão e baixa intensidade de


corrente em energia de soldagem caracterizada por baixa tensão e alta
intensidade de corrente;
2. Oferecer uma corrente de soldagem estável;
3. Possibilitar a regulagem da tensão e da corrente;
4. Permitir a fusão de todos os diâmetros de eletrodos compatíveis com o
equipamento usado.

OBS.: A maioria das soldagens ao arco é feita com corrente contínua porque gera
um arco estável.
Polaridade de soldagem
Em corrente continua, temos:
1. Polaridade Direta ou negativa na qual a peça é o pólo positivo e o eletrodo é o
pólo negativo
2. Polaridade Indireta ou positiva quando a peça é o pólo negativo e o eletrodo é o
pólo positivo.

A escolha da polaridade se dá em função do tipo de revestimento do eletrodo.


Eletrodo Revestido
Os eletrodos classificam-se por um
sistema combinado de números e
letras, que permite identificar e
selecionar o tipo de eletrodo
recomendado, conforme o trabalho a
ser realizado.
Deve atender ao seguinte:
a) tipo de corrente que se dispõe.
b) posição da peça a soldar.
c) natureza do metal e resistência que
deve possuir.
Esta classificação utiliza um sistema,
composto por uma letra maiúscula
colocada como prefixo, seguida de
quatro dígitos .

O número 60 significa 60.000 libras por polegada


quadrada, o que eqüivale a 42,2 kg por milímetro
Pag 59: Posições de Soldagem quadrado.
Parâmetros de soldagem
A Tabela mostra
os parâmetros
de soldagem
recomendados
para a
soldagem com
eletrodos
revestidos para
aços carbono e
suas
respectivas
taxas de
deposição e
eficiências de
deposição.
Funções dos Revestimento
Funções elétrica
Tornar o ar entre o eletrodo e a peça
melhor condutor, facilitando a passagem da
corrente elétrica, o que permitirá
estabelecer e manter o arco estável
(ionização).

Função metalúrgica
Formar uma cortina gasosa para envolver o
arco e o metal em fusão, impedindo a ação
prejudicial do ar (oxigênio e nitrogênio), e
também adicionar elementos de liga e
desoxidantes para diminuir as impurezas.

Função física
Guiar as gotas de metal em direção à peça
de fusão, facilitando a soldagem nas
diversas posições, e atrasar o resfriamento
do cordão através da formação da escória
proporcionando melhores propriedades
mecânicas à solda.
Intensidade de tensão
Cálculo de intensidade (Ampére) normal de um eletrodo

Para calcular a intensidade normal de um eletrodo, toma-se como base 35


ampères por milímetro de espessura do núcleo (alma).

Exemplo:
Para um eletrodo de 4mm de diâmetro
a intensidade normal será:

I = 4mm x 35 ampères/ mm
I = 140 ampères
Preparação para Soldagem
Quanto à peça:
A peça a ser soldada deve ser limpa de óxidos, gordura, tinta ou qualquer tipo de
impureza.

Quanto à máquina:
Deve ser a máquina regulada corretamente em função do diâmetro do eletrodo e da
espessura do material a ser soldado.

Quanto ao eletrodo:
Seleciona-se o eletrodo de acordo com o material a ser soldado.

Quanto ao local de soldagem:


O local de soldagem deve antender à segurança.
SOLDAGEM
Para realizar uma boa soldagem, ponderamos os seguintes fatores:
•Preparação para a soldagem; Início do cordão;
•Reinício do cordão; Término do cordão.
Movimentos com o Eletrodo

Movimento ziguezague (longitudinal)


Este movimento é utilizado em posição plana para
manter a cratera quente e possibilitar uma boa
penetração.

Movimento circular
Sua aplicação é freqüente em ângulos interiores, porém
não para enchimentos ou camadas superiores.

Movimento semicircular
É recomendável, esse movimento em juntas chanfradas
e enchimento de peças.

Movimento ziguezague (transversal)


Este movimento é utilizado principalmente para efetuar
cordões largos.

Movimento entrelaçado
O movimento entrelaçado é usado geralmente em
cordões de acabamento.
Características de uma boa solda
Função da escória
Função da escória como agente fluxante –

(1) fornecer proteção adicional contra os contaminantes atmosféricos,

(2) agir como purificadora e absorver impurezas que são levadas à


superfície e ficam aprisionadas pela escória,

(3) reduzir a velocidade de resfriamento do metal fundido para


permitir o escape de gases.

(4) controlar o contorno, a uniformidade e a aparência geral do


cordão de solda. Isso é particularmente importante nas juntas em
ângulo.
Características da posição de soldagem –

É a adição de certos ingredientes no revestimento,


principalmente compostos de titânio, que tornam
possível a soldagem fora de posição (posições
vertical e sobrecabeça).

As características da escória — principalmente


a tensão superficial e a temperatura de solidificação —
determinam fortemente a capacidade de um eletrodo ser
empregado na soldagem fora de posição.
Composição e função dos constituintes do
revestimento dos eletrodos
Seleção de fontes de energia
O emprego de uma fonte CA, CC ou CC/CA depende do tipo de
soldagem a ser realizada e dos eletrodos utilizados. Os seguintes fatores
devem ser considerados:

seleção do eletrodo - Enquanto a maioria dos eletrodos é designada para ser


utilizada com CC ou CA, alguns só funcionarão apropriadamente com CC.

espessura do metal de base -Chapas finas são soldadas mais facilmente com CC
porque é mais fácil abrir e manter o arco a níveis baixos de corrente.

distância à peça - se a distância da peça à fonte for grande, CA é a melhor escolha,


visto que a queda de tensão pelos cabos é menor que CC.

posição de soldagem - como CC pode ser operada a correntes de soldagem mais


baixas, é mais adequado para a soldagem nas posições sobrecabeça e vertical que a
soldagem com CA.

sopro magnético - quando se solda com CC, campos magnéticos são originados
através da solda. Em soldas que apresentam variações na espessura e formas
irregulares esses campos magnéticos podem afetar o arco tornando-o fora de
controle em termos de direção. Essa condição é especialmente incômoda quando se
soldam cantos. CA raramente causa esse problema por causa do campo magnético
com rápida reversão produzido.
Custos - Taxas de deposição de
eletrodos

Tabela V - Eficiência de deposição de eletrodos


revestidos para aços carbono
Pág. 53 : Tipos de juntas
SEGURANÇA NA SOLDAGEM
São considerados perigosos os raios, a luminosidade, as
altas temperaturas e os respingos lançados durante a
soldagem.

Dos raios emitidos durante a soldagem os mais nocivos


são:
Raio ultravioleta
O raio do tipo ultravioleta provoca queimaduras graves,
com destruição das células e, com isso, a destruição
prematura da pele, ataque severo ao globo ocular,
podendo resultar em conjuntivite catarral e úlcera da
córnea.
Raio infravermelho
É o raio infravermelho responsável por danos como
queimaduras de 1º e 2º graus, cataratas (doença dos
olhos que escurece a visão), freqüentes dores de cabeça
e vista cansada.

Observação
Os raios infravermelhos e ultravioletas são invisíveis.
SEGURANÇA NA SOLDAGEM
SEGURANÇA NA SOLDAGEM
SEGURANÇA NA SOLDAGEM

Deve-se, dentro do possível,


restringir o circuito de soldagem à
peça em operação.
SEGURANÇA NA SOLDAGEM
Importante
Todos os processos de soldagem
podem produzir emanações prejudiciais.

Utilize sempre o EPI - (equipamento de


proteção individual) adequado.

Procure soldar em ambientes com


ventilação adequada.

Evite o contato com parte elétrica em


operação.

Evite o contato do fluxo com a pele e


visão.

Use de Lentes Filtrantes em


conformidade adequada à amperagem.

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