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ELETRODOS REVESTIDOS

eBook de iniciação a soldagem pelo


processo eletrodo revestido
1. Introdução ao Processo
O processo de soldagem à Eletrodo Revestido, também conhecido como SMAW (Shielded Metal Arc Welding), é o
mais utilizado dos processos de soldagem ao arco elétrico.
Esse processo teve inicio no principio do século XX, com a utilização de arames nus para cercas, ligados à rede
elétrica. O resultado deste processo era pobre, com problemas de instabilidade de arco, péssima qualidade do
cordão de solda e de baixas propriedades mecânicas. Com o tempo observou-se que arames enferrujados e cobertos
com cal proporcionavam melhor estabilidade de arco, enquanto que quando cobertos por asbestos (material
cerâmico refratário) proporcionava a proteção do depósito contra contaminações, e quando coberto por algodão
conseguia-se maior profundidade de penetração.
Estas observações proporcionaram a criação do revestimento celulósico. Desde esses estágios iniciais, o
desenvolvimento tem sido contínuo, podendo-se destacar o desenvolvimento de eletrodos rutílicos na década de 30,
do revestimento básico na década de 40 e da adição de pó de ferro na década de 50.
O processo de eletrodo revestido é tido como um dos mais importantes processos de soldagem manual, devido a
sua versatilidade de aplicações, flexibilidade e baixo custo inicial. Este tipo de equipamento é utilizado desde
pequenos trabalhos caseiros até em utilização industrial, na construção de complexas estruturas metálicas. De um
modo geral, é utilizado para soldar chapas de 3 mm a 40 mm.
Podemos elencar como principais vantagens do eletrodo revestido seu baixo investimento inicial, flexibilidade do
processo, variedade de materiais, soldagem em todas as posições e portabilidade. E suas principais desvantagens
são: baixo rendimento, habilidade do soldador, cuidados especiais no tratamento e manuseio dos eletrodos
revestidos, grande volume de gases e fumos gerados durante a soldagem, baixa produtividade com constantes
paradas para limpeza e remoção da escória.
Um eletrodo revestido é constituído de uma alma metálica (arame) revestida por um material cerâmico, que será
discutido mais afundo no decorrer deste material.
2. Equipamento
O equipamento utilizado para soldagem com eletrodo revestido possui uma das configurações mais básicas entre
os equipamentos de solda, sendo este um dos principais diferenciais do processo.
O equipamento é compost por:

Fonte de energia;
2- Alicate para a fixação do eletrodo (Tenaz);
3- Cabos de interligação;
4- Pinça para ligação do terminal terra.

Figura 1- Esquema de composição de um equipamento


de soldagem à Eletrodo Revestido.
3. Fontes de Energia
As fontes de energia podem ser de quatro tipos: Gerador, Transformador, Retificador e Inversor.
Energia de soldagem [E], também conhecido como aporte térmico ou “heat input” [H], é a quantidade de energia
fornecida a um material em uma determinada área.
Eletrodos revestidos podem ser soldados tanto em C.C. (corrente contínua) como em C.A. (Corrente alternada),
porém devem ser soldados somente em fontes com corrente de trabalho constante; a baixa variação na corrente irá
proporcionar uma melhor penetração ao cordão de solda e reduzir as variações de soldagem que podem ser
causadas por oscilações do soldador.
Os quatro tipos básicos de máquinas de soldagem possuem suas principais características e vantagens.
As máquinas com Gerador podem soldar tanto C.C. quanto C.A., são muito versáteis na soldagem de uma variedade
de metais de qualquer espessura. Ela permite uma operação portátil e possibilita de maneira eficiente à utilização
de uma grande variedade de tipos de eletrodos revestidos.
O Transformador de soldagem tem um baixo custo de aquisição, bem como o mais baixo custo de operação e
manutenção, solda somente em C.A. (Corrente Alternada), isso significa que existe uma mudança de polaridade
quando os valores de corrente ficam próximos de zero, assim diminuindo a estabilidade do arco elétrico, esse fator
gera algumas limitações em sua aplicação, nem todo tipo de eletrodo e espessura de chapa pode ser utilizado.
A máquina de solda Retificadora fornece corrente contínua (C.C), com isso é possível aproveitar melhor o calor no
polo positivo. Possui um projeto simples e combina as vantagens de um transformador de soldagem e de um
conjunto de soldagem C.C.
Nas máquinas de solda Inversoras, utiliza-se o inversor de frequência, que atualmente é a tecnologia mais moderna
e eficiente na área de soldagem. Seus principais benefícios são: economia de energia e redução do tamanho do
transformador da máquina de soldagem. Assim, seu bloco interno é basicamente constituído de IGBTs.
As máquinas de soldagem empregadas para Eletrodo Revestido são quase invariavelmente do tipo C.C. já que elas
servem melhor ao propósito de manter a estabilidade do arco elétrico.
4 Fontes Lincoln Electric
Abaixo as fontes inversoras Lincoln Electric campeãs em vendas, utilizadas por profissionais de todo o Brasil.
ARCWELD 130I-S
Características
• Máquina de solda inversora de fácil manuseio, leve e portátil: Permite a utilização em lugares de difícil acesso.
• Construção robusta.
• Proteção térmica: proteção contra superaquecimento.
• Uso em Geradores: Permite a ligação em geradores de energia.
• Pronto para o uso: Conjunto de cabos incluso.

Alimentação
• 220V/Monofásico/50 - 60Hz

Processos
• Eletrodo Revestido

Ideal para serralheiros, hobbys e pequenos reparos. Clique aqui e conheça mais

ARCWELD 200I-S
Características
• Máquina de solda inversora de fácil manuseio, leve e portátil.: Permite a utilização em lugares de difícil acesso.
• Configuração fácil: Ajuste fácil e rápido dos parâmetros de soldagem.
• Tecnologia Inversora.
• Uso em Geradores: Permite a ligação em geradores de energia.
• Pronto para o uso: Conjunto de cabos incluso.

Alimentação
220V/Monofásico/50 - 60Hz

Processos
Eletrodo Revestido

Ideal para serralheiros, hobbys e pequenos reparos. Clique aqui e conheça mais
4 Fontes Lincoln Electric
Abaixo as fontes inversoras Lincoln Electric campeãs em vendas, utilizadas por profissionais de todo o Brasil.
INVERTEC 150S
Características
• Máquina de solda inversora de frequência para soldagem dos processos Eletrodo Revestido e TIG DC.
• Arco estável – A tecnologia exclusiva Lincoln Electric garante ótimo desempenho de soldagem e controle de arco
elétrico.
• Hot start- Possui controle embutido que aumenta a tensão para facilitar abertura de arco, principalmente em
eletrodo do tipo celulósico.
• Lift TIG – Evita contaminação por tungstênio sem utilizar alta frequência.

Alimentação
220V/Monofásico/50 - 60Hz

Processos
Eletrodo Revestido e TIG
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INVERTEC V275S
Características
• Máquina de solda inversora com corrente até 275 amperes, para soldagem dos processos Eletrodo Revestido e TIG.
• Construção robusta para uso industrial e em campo.
• Ignição de arco em TIG por Lift-Arc.
• Partida quente (Hot start) ajustável para auxílio na abertura de arco com eletrodo revestido.
• Ajuste de força de arco.

Alimentação
220-380-440-575V/Mono-Trifásico/50 - 60Hz

Processos
Eletrodo Revestido, TIG
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5. Princípios de funcionamento
No processo de Eletrodo revestido, um arco elétrico
é estabelecido entre uma peça eletricamente
aterrada e o eletrodo fixado em uma garra Direção da soldagem
(Alicate), unida por uma cabo flexível à fonte de Núcleo do eletrodo
energia. Revestimento Atmosfera protegida

O soldador posiciona manualmente o eletrodo no Arco Escória Fundida


alicate e posiciona a ponta do eletrodo à junta a ser Metal Fundido Escória Solidificada
soldada, tocando levemente a ponta do eletrodo e
Metal de Base Metal Solidificado
erguendo-o, para abrir e estabilizar o arco elétrico.
O calor gerado pelo arco elétrico naquela área
funde o metal base, a alma do eletrodo e as
substâncias químicas contidas no revestimento.

A soldagem se inicia quando um arco elétrico é estabelecido entre a peça e a ponta do eletrodo. O calor do arco
funde a ponta do eletrodo, formando finos glóbulos metálicos que são transferidos por forças elétricas e
magnéticas para a poça de fusão na superfície da peça. Juntamente com estes glóbulos são transferidos os
materiais constituintes do revestimento que contêm ingredientes de proteção do arco, ingredientes que
promovem o refino do metal, ingredientes que promovem as propriedades mecânicas desejadas pela junta e
ingredientes que formam a escória, que possui como principal função proteger a poça de fusão contra oxidação e
controlar a taxa de resfriamento.
6. Parâmetros de soldagem
6.1 CORRENTE DE SOLDAGEM
Controla as propriedades operatórias do processo, o aspecto do cordão e as propriedades da junta soldada.
Controla a magnitude e a distribuição da energia térmica disponível no arco elétrico.
O arco elétrico criado durante a soldagem consiste na passagem de corrente elétrica através de uma atmosfera
ionizada, várias variáveis são influenciadas pelo arco elétrico, como por exemplo; tensão de circuito, variação no
comprimento do arco, corrente utilizada e forma de abrir o arco.
A intensidade da corrente é o parâmetro determinante na taxa de deposição, para dadas condições fixas de
soldagem e também é o mais importante efeito controlador da penetração do cordão de solda.

A intensidade de corrente possui um efeito inversamente proporcional à velocidade de resfriamento, esta


característica limita a produtividade do processo, uma vez que a velocidade de resfriamento não pode nem ser
muito lenta nem muito rápida. Outra limitação é que uma corrente elevada pode aquecer excessivamente o
revestimento e causar sua degradação.

O tipo de corrente e a sua polaridade afetam a forma e as dimensões da poça de fusão, a estabilidade do arco e o
modo de transferência de metal de adição (Figura 4). Em corrente contínua (CC), a soldagem manual com
polaridade inversa (eletrodo no pólo positivo da fonte e peça base no negativo) produz uma maior penetração
enquanto que, com polaridade direta (eletrodo no pólo negativo e peça base no pólo positivo), a penetração é
menor e o consumo do eletrodo é maior resultando assim num melhor acabamento do cordão de solda.
Em corrente alternada (CA), a penetração e o consumo do eletrodo tendem a ser intermediários, mas há uma
maior dificuldade na manutenção e/ou estabilidade do arco. Por outro lado, a soldagem com CA apresenta menos
problemas de sopro magnético, sendo melhor para a soldagem com eletrodos de diâmetro e correntes maiores. É
importante lembrar que nem todo eletrodo pode ser utilizado em diferentes tipos de corrente e polaridade,
sendo seu uso especificado em normas AWS..
O controle de penetração no metal base é realizado através da intensidade, da polaridade (direta ou inversa) e
do tipo (CC ou CA) de corrente de soldagem, como apresentado anteriormente.
A tensão no processo de soldagem a Eletrodo Revestido varia em função do comprimento do arco, causando
influência no aspecto da largura do cordão de solda. Sendo que quanto maior o comprimento do arco maior
será a largura do cordão de solda e menor a penetração.
Por esses motivos os valores de correntes especificados devem ser obedecidos.

6.2 VELOCIDADE DE AVANÇO


Parâmetro de difícil controle, considerado impreciso devido à dependência da habilidade e perícia do soldador.
A altura e a largura do cordão variam inversamente proporcionais a velocidade de avanço.
6.3 OSCILAÇÃO DO ELETRODO
Dependendo da posição de soldagem e do tipo de eletrodo, uma oscilação é necessária, destinada a permitir o
controle da poça de fusão, no sentido de restringir o movimento da escória, evitando inclusões.

6.4 ÂNGULO DO ELETRODO EM RELAÇÃO A PEÇA


Possui a função de equalizar o fluxo térmico entre as partes soldadas, controlar o banho na poça de fusão, o
formato do cordão de solda e a molhabilidade do líquido nas bordas do chanfro.
Este é o primeiro eBook da série de Livros Digitais de Processos da Lincoln Electric do
Brasil. Para informações precisas, por favor entre em contato conosco através do nosso
site www.lincolnelectric.com.br ou do nosso telefone do SAC (011) 2431-4737.

A Lincoln Electric possui 120 anos de experiência em soldagem focada em pesquisas e


estudos, que antevê as necessidades do cliente para oferecer a melhor solução.

NOSSA EQUIPE ENTENDE DE SOLDA, oferecemos ao mercado: tecnologia, referência de


mercado, redução de custo, produtividade, sustentabilidade e eliminação de defeitos.
Possuímos uma linha completa de consumíveis e equipamentos de soldagem, testados e
aprovados em vários países, atendendo as mais diversas aplicações e processos de
soldagem.

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