Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Antenas, Propagação e
Linhas de Transmissão
NOTA DO AUTOR
Paulo Azevedo
2.1. Introdução 12
2.2. Tipos de linhas de transmissão 12
2.3. Características das linhas de transmissão 14
2.3.1. Introdução 14
2.3.2. Resistência eléctrica da linha 14
2.3.3. Impedância Característica da linha (Z0) 16
2.3.4. Atenuação 17
2.3.5. Factor de velocidade 20
2.4. Linhas de transmissão simétricas 20
2.5. Linhas de transmissão coaxiais 21
2.6. Comparação entre coaxial e fita 22
2.7. Ondas Progressivas 23
2.8. Ondas Estacionárias 25
2.9. Relação de Onda Estacionária 29
2.10. Linha de transmissão como circuito ressonante 29
2.11. Medição da onda estacionária (SWR) 32
2.12. Guia de Ondas 33
2.13. Fibra Óptica 37
2.14. Questionário de revisão 39
3.1. Introdução 40
3.2. Fundamentos de antenas 41
3.3. Radiação da antena 43
3.4. Polarização da antena 44
3.5. A antena dipolo 45
3.6. Diagrama de Radiação 46
3.7. A antena vertical de 1/4 49
3.8. Ganho e directividade 51
3.9. Arrays de antenas 53
3.9.1. Arrays Parasitas 53
3.9.2. Arrays alimentados 55
3.10. Antenas parabólicas 57
3.10.1. Antena de foco primário 58
3.11. Antenas offset 60
3.12. Antenas Cassegrain 61
3.13. Questionário de revisão - Antenas 63
Capítulo 4 - Propagação 65
4.1. Introdução 65
4.2. Onda terrestre 67
4.3. Onda espacial 67
4.4. Onda celeste 68
4.5. Propagação Ionosférica 68
4.5.1. Camadas da Ionosfera 69
4.5.2. Características da propagação Ionosférica 70
4.5.3. Propagação por saltos múltiplos 72
4.5.4. Fading 72
4.5.5. Variações Ionosféricas 73
4.6. Propagação VHF e UHF 75
4.6.1. Propagação em linha de vista 75
4.6.2. Propagação por difusão troposférica 77
4.6.3. Propagação por conduta troposférica 78
4.6.4. Fenómenos especiais de propagação 80
4.7. Comunicação via satélite 83
4.8. Questionário de revisão - PROPAGAÇÃO 85
5.1. GLOSSÁRIO 87
5.2. LINKS Internet 93
5.2.1. Antenas 93
5.2.2. Propagação 93
5.2.3. Linhas de transmissão 93
5.2.4. DIVERSOS 94
5.3. BIBLIOGRAFIA 94
Capítulo 1 - Introdução
Hoje em dia estamos rodeados por sinais de telecomuni-
cações, que como a própria palavra indica, nos permitem
comunicar à distância. Na sua forma genérica, para que se
estabeleça uma comunicação é necessário haver um emissor, um
receptor e um canal de comunicação. Este manual debruça-se
sobre o canal de comunicação e este capítulo introduz os
conceitos elementares que regem as telecomunicações.
As comunicações só são
possíveis porque os sinais que Fig. 1-1 – Circuito de telecomunicações
Sempre que num condutor circula corrente, existe um campo magnético (Fig. 1-2a) e
sempre que há diferença de potencial, existe
campo eléctrico (Fig. 1-2b). Estes conceitos já
são familiares da electrotecnia e da
electrónica, onde o campo magnético aparece
normalmente associado à bobine e o campo
eléctrico associado ao condensador. Fig. 1-2 - Campo eléctrico e campo magnético
A Fig. 1-5,
mostra um gerador
ligado a uma antena
que lança para o ar o
campo eléctrico E1, o
qual gera o campo
magnético H1 que por
Fig. 1-4 - Onda electromagnética
sua vez gera o campo
eléctrico seguinte (E2) e assim por diante.
A intensidade
de sinal (ou melhor
dito, a intensidade de
Fig. 1-5 - Onda electromagnética
campo) e, com ela, a
energia radiada, diminui à medida que nos afastamos da antena. Isto compreende-se com
facilidade, visto que a energia se vai "diluindo" à medida que a onda se vai propagando no
espaço. Assim, se a uma distância de por exemplo, de 20 km da antena, o valor eficaz da
intensidade de campo for de 100 mV/m, a 80 km será já de apenas 25 mV/m (a quarta
parte) e a 100 km reduzir-se-á a 20 mV/m (a quinta parte).
c 300
Então ou para cálculos mais simplificados ( m )
f f ( MHz )
2º Exemplo: A mesma onda de 10 GHz, ao penetrar num material isolante denominado alumina, passa a
propagar-se com uma velocidade três vezes menor. Como a frequência não se altera, qual o
novo comprimento de onda?
- a nova velocidade de propagação é 1/3 da velocidade da luz : v = 3x108 / 3 = 108 m/s
- então, o novo comprimento de onda do sinal, será = v / f = 108 / 10x109 = 0,01 m = 1 cm
O som, o calor, os Raios X, as ondas de rádio, etc, embora tenham efeitos muito
diferentes, são ondas electromagnéticas, que se propagam no espaço e que se distinguem
apenas pela sua frequência e consequentemente, pelo seu comprimento de onda.
Foram atribuídos nomes às bandas mais utilizadas nas telecomunicações e que vão
desde a banda de LF (30-300KHZ) até à banda de EHF (30-300GHz). As mais utilizadas em
rádio e televisão são as de VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency).
3 Hz - 100.000 Km
30 Hz - 10.000 Km
300 Hz - 1.000 Km
Ondas Sonoras
3 KHz - 100 Km
30 KHz - 10 Km
LF (Onda Longa de Rádio)
300 KHz - 1 Km 1 m
MF (Onda Média de Rádio)
3 MHz - 100 m
HF (Onda Curta de Radio)
30 MHz - 10 m 0,9 m Infravermelhos
VHF (Rádio FM e TV)
300 MHz - 1 m
UHF (TV) 0,8 m
3 GHz - 10 cm
SHF (Satélite)
30 GHz - 1 cm 0,7 m
EHF (Links) Vermelho
300 GHz - 1 mm
Laranja
0,6 m
3 THz - 100 m Ondas de Calor Amarelo
Verde
30 THz - 10 m 0,5 m
Cyan
Raios Infravermelhos Azul
300 THz - 1 m
Raios Luminosos 0,4 m Violeta
………. 0,1 m
Raios Ultravioletas
………. 100 Å 0,3 m
………. 10 Å
Ultravioletas
Raios X 0,2 m
………. 1 Å
………. 0,1 Å
0,1 m
………. 0,01 Å
Raios Cósmicos
………. 0,001 Å
2.1. Introdução
Pelo contrário, numa linha assimétrica ou não balanceada, os dois condutores são
desiguais e concêntricos. O condutor exterior (malha) está ao potencial da terra e serve de
blindagem, enquanto o condutor central (vivo) transporta a corrente de RF.
A Fig. 2-2 mostra a mais utilizada das linhas assimétricas: o cabo coaxial. Também
aqui o isolamento entre
condutores (dieléctrico) é
normalmente feito com
materiais do tipo plástico
(polietileno) mas existem
cabos coaxiais com isolamento Fig. 2-2 - Linha assimétrica
a ar.
A fita e o cabo coaxial, utilizam-se para transportar sinais cujas frequências vão desde
frequências muito baixas (poucos Hz) até um máximo
de cerca de 4GHz. Acima desta frequência, e por
razões que serão posteriormente explicadas, os sinais
sofrem grandes atenuações, mesmo para curtas
distâncias e deixam de ter interesse prático.
2.3.1. Introdução
Dá-se o nome de linha curta a uma linha cujo comprimento físico é inferior ao
comprimento de onda da corrente que a percorre; e dá-se o nome de linha longa a uma
linha mais comprida que esse comprimento de onda.
Suporemos, também, por princípio, que as linhas são uniformes quanto ao material,
dimensões, isolamento, etc., em toda a sua extensão.
Da mesma forma, os dois condutores Fig. 2-5 - Linha longa com corrente contínua
nunca estarão totalmente isolados um do
outro, porque como têm um dieléctrico entre eles, haverá sempre uma resistência de fugas.
Este caso não existe na prática, pois como anteriormente se disse, os condutores
possuem resistência e os isolamentos não são perfeitos.
Ora, uma linha real de comprimento infinito não será mais do que uma associação de
infinitos elementos como este, e tanto a corrente como a tensão diminuirão continuamente
ao longo dela, por efeito das resistências.
Deduz-se que:
R R R p R1
R1 s s
2 2 R p R1
R1 R1
pelo que, resolvendo em ordem a R1,
R1 R s R p
R1 5 ,6 1850000 3 ,2 K
Chama-se uma vez mais a tenção para o facto de que este valor de R1 só é correcto
para um linha de comprimento infinito e para corrente contínua.
Numa linha percorrida por uma corrente alterna haverá agora que ter em conta, não
só as resistências próprias dos condutores e do isolamento (RS e RP referidos no exemplo
anterior), mas também:
1 L
Z0 X L X C 2 fL
2 fC C
2.3.4. Atenuação
83 ,2 10 4 f
RRF
d em que d é o diâmetro do condutor (em mm)
Como exemplo, um fio de cobre de 2mm de diâmetro, e que tem uma resistência em
corrente contínua de apenas 5,6/Km, terá já uma resistência de 62,4 /Km a 225MHz e
pior ainda, de 124,8/Km a 900MHz.
U2
a 20 log (em dB)
U1
Exemplo:
a) Numa linha de 200m e com um sinal à frequência de 30MHz mediram-se 20V à entrada da linha e 10V ao
fim dos 200m. Qual foi a atenuação do cabo a esta frequência?
b) Na mesma linha mas com um sinal à frequência de 300MHz mediram-se 20V à entrada da linha e 1V ao fim
dos 200m. Qual foi a atenuação do cabo a esta frequência?
Respostas:
a) A 30 MHz a atenuação em 200 m de cabo foi de:
20 log 0 ,5 20 0 ,3 6 dB
10
a 20 log
20
Então a atenuação em 100m de cabo será de: 3 dB por 100 m
Uma segunda causa para a atenuação são as correntes de fuga nos isolantes. Quanto
maior for a espessura do isolante entre os dois condutores, mais pequenas serão as
correntes de fuga e consequentemente as perdas. O melhor isolante é o ar, mas como este
não tem consistência, somos obrigados a substituí-lo total ou parcialmente por isolantes
sólidos a fim de manter constante o afastamento entre os condutores. Uma linha provida de
uma boa espessura e de bom isolante terá menores perdas, mas a sua construção será cara.
Esta é mais uma das razões que faz com que haja altas atenuações às frequências
mais elevadas e que torna os cabos coaxiais impraticáveis a partir dos 4GHz.
Repare que num cabo coaxial a velocidade de propagação dos sinais é cerca de 30%
menor que no ar.
276 d
Z0 log
k r
Problema: Numa linha balanceada, os dois condutores estão separados por ar, a distância entre eles é
de 1,22 cm e o seu diâmetro é de 0,2 cm. Qual é o valor da impedância característica da linha?
A Fig. 2-12A mostra uma linha de transmissão do tipo coaxial, que actualmente é das
mais utilizadas. É uma linha não balanceada
(assimétrica) porque tem uma blindagem que está
ao potencial da terra e por um condutor central. O
condutor central transporta o sinal de RF e a
blindagem evita que a energia seja radiada para
fora ou que as interferências exteriores sejam
induzidas no condutor central.
Uma linha de transmissão coaxial tem uma impedância característica específica, tal
como tem uma linha balanceada.
138 D
Z0 log sendo
k d
Z0 - Impedância característica ()
D - diâmetro interior da blindagem
d - diâmetro exterior do condutor
k - constante dieléctrica dependente do material isolante
(por exemplo K = 1 para o ar, K = 2,3 para o polietileno maciço ou K=1,5 para o polietileno celular)
Na maioria das aplicações correntes usam-se cabos coaxiais com D entre 7 e 10mm e
d entre 0,8 e 1,5mm.
A linha balanceada tem menor atenuação que o cabo coaxial mas esta vantagem é
anulada por muitas desvantagens de instalação.
Quando se instala uma linha não balanceada deve evitar-se que ela fique exposta à
O cabo coaxial, por seu lado tem um condutor exterior que está ao potencial da terra e
que portanto forma uma blindagem, pelo que pode ser montado indiscriminadamente e sem
grandes preocupações. Não há qualquer problema em que o cabo coaxial seja fixado a
outros condutores ou a condutas metálicas.
Embora a humidade possa afectar o cabo coaxial se conseguir penetrar para dentro
dele, a verdade é que isso é muito difícil, se forem tomadas as precauções necessárias e a
humidade ou o pó que tanto afectam a linha não balanceada não têm qualquer efeito no
exterior cabo coaxial.
Em conclusão, as únicas vantagens da fita sobre o cabo coaxial são a menor atenuação
às baixas frequências e o seu menor preço. Contudo, com a utilização de frequências cada
vez mais altas nos modernos equipamentos e com a melhoria dos cabos coaxiais em preço e
características de atenuação, a fita praticamente desapareceu das utilizações domésticas ou
industriais actuais.
Os valores de impedância actualmente mais utilizados nos cabos coaxiais são 75 para
televisão e emissoras de FM e 50 para sistemas de rádio amador e comunicações.
Existe indutância porque sempre que flui corrente num condutor um campo magnético
é produzido à volta.
Dado que existe uma diferença de potencial entre os dois condutores da linha de
transmissão devido ao desfasamento de 180º, existe também um campo eléctrico entre os
condutores.
Se um gerador de RF for ligado a uma linha infinitamente comprida, uma onda directa
de energia RF começa no gerador e viajará, ao longo da linha.
Diz-se então que numa linha infinita, as ondas são progressivas (progridem ao longo
da linha).
Uma vez que a tensão (V) e a corrente (I) são constantes em todos os pontos, então,
Contudo, quando uma linha de transmissão é terminada com uma impedância de valor
diferente de Z0, então apenas alguma (mas não toda) da potência aplicada é absorvida pela
carga. A restante potência é reflectida.
Quando a linha de transmissão está mal terminada, a potência que não é absorvida
pela carga é reflectida de volta para o gerador. A quantidade desta potência reflectida é
directamente proporcional à quantidade de desadaptação da carga. Por exemplo, se a linha
for terminada por um curto-circuito ou por um circuito aberto, nenhuma potência é dissipada
na terminação e é toda reflectida de volta para o gerador.
Quando se aplica potência a uma linha de transmissão, aparece uma tensão e uma
corrente na linha e os seus valores dependem da impedância característica da linha (Z0) e da
potência aplicada. As ondas de corrente e de tensão viajam para a carga (Z0) e se Z0 = ZL a
carga absorve toda a potência e nenhuma é reflectida. Neste caso, as únicas ondas
presentes na linha são as ondas progressivas de tensão e corrente que viajam do gerador
para a carga.
Repare que neste caso, a onda incidente e a onda reflectida de corrente, são iguais
mas em oposição de fase pois caminham em sentido inverso. Estas duas ondas, viajando em
sentidos diferentes irão somar-se ou subtrair-se alternadamente devido às suas diferenças
de fase relativas e formar assim o que se chama de onda estacionária, porque se fosse
possível observar a resultante das duas ondas essa resultante pareceria estar fixa.
A Fig. 2-17 mostra a forma das ondas estacionárias de corrente e de tensão para o
mesmo caso de uma linha em aberto.
A reflexão que ocorre no circuito aberto afecta tanto a tensão como a corrente. A
tensão reflectida começa então a viajar de regresso para o gerador, sem alteração de fase
(porque a tensão é a mesma e tem ao mesmo sinal) mas a corrente é reflectida com uma
inversão de fase de 180º (porque o sentido da corrente reflectida é o inverso da corrente
incidente).
Aí, a tensão é permanentemente zero como mostrado na Fig. 2-17 porque as ondas
incidente e reflectida estão desfasadas de 180º. Isto ocorre porque a onda reflectida tem
que viajar uma distância de ¼ + ¼ ou seja ½ a mais do que a onda incidente. Como
½ corresponde a uma alteração de fase de 180º, as duas ondas cancelam-se e neste
ponto a tensão é zero.
A Fig. 2-17 mostra ainda que a ½ da carga há um mínimo de corrente (zero neste
caso) e um máximo de tensão. Isto acontece porque as ondas incidente e reflectida de
tensão estão agora em fase (a tensão viajou ½ + ½ = ou seja 360º). Neste mesmo
ponto, as ondas incidente e reflectida de corrente cancelam-se porque há uma inversão de
fase adicional de 180º na onda reflectida.
A Fig. 2-18 mostra as ondas estacionárias que se formam numa linha de transmissão
mas agora em curto-circuito. Aqui a corrente na carga é máxima e a tensão é obviamente
zero porque a carga é um curto-circuito.
Assim, as ondas estacionárias numa linha em curto circuito são exactamente opostas
das ondas estacionárias numa linha em aberto.
Isto mostra que é a carga (e a sua desadaptação em relação a Z0) que realmente
determina a forma das ondas estacionárias.
SWR = Vmáx/Vmin ou
SWR = Imáx/Imin
Por exemplo, a SWR será igual a 1 quando a ZL=Z0 isto é, quando a carga é
exactamente igual à impedância característica da linha e será igual a (infinito) quando a
carga for um circuito aberto ou um curto-circuito.
Se a linha de transmissão for terminada por uma carga puramente resistiva (RL), a
relação de onda estacionária pode ser calculada pela seguinte fórmula, em que:
Z0 RL
SWR ou SWR
RL Z0
A relação de onda estacionária é sempre igual ou maior do que a unidade pelo que se
deverá usar a fórmula que conduza a SWR>1. (Repare que independentemente de RL ser
metade ou ser o dobro de Z0, a relação entre a tensão máxima e a tensão mínima será
sempre 2:1 e portanto o grau de desadaptação será o mesmo em ambos os casos).
Quanto maior for a SWR, maior será a desadaptação entre a linha e a carga.
Também, nas linhas de transmissão reais a perda de potência aumenta com o aumento da
SWR. Consequentemente, um baixo valor de SWR é sempre desejado, excepto quando a
linha é usada em aplicações muito especiais, nomeadamente se for usada como circuito
sintonizado ou ressonante.
Uma linha de transmissão que seja terminada por uma carga com valor igual ao da
impedância característica da linha, tem um SWR = 1 e é chamada de linha não sintonizada
ou não ressonante. É não ressonante porque apresenta sempre o mesmo valor da
Pelo contrário, uma linha de transmissão com SWR > 1 apresenta uma impedância
variável na carga que depende da frequência de trabalho. Por isso, uma linha com SWR > 1
é chamada de linha de transmissão sintonizada ou ressonante.
c 3 10 8
1m
f 300 10 6
Consequentemente, 1/4 a 300 MHz é equivalente a 25 cm.
Para ter a certeza que compreendeu este importante conceito, repare na Fig. 2-19B.
Aqui estão os mesmos 25cm de comprimento da linha de transmissão. Contudo, uma vez
que a frequência de entrada duplicou para 600MHz a linha agora comporta-se como uma
linha de ½ em relação a esta frequência e terá portanto um diferente padrão de onda
estacionária. Note que à entrada há agora um máximo de corrente e um mínimo (ou zero)
de tensão. Consequentemente, a entrada é um curto circuito para uma linha de ½ . Uma
vez que isto só acontece à frequência à qual a linha é exactamente de ½ , então actua
como um circuito ressonante. Na realidade, a linha de ½ curto-circuitada actua como um
circuito ressonante série. Repare que a linha de ½ replica a impedância terminal na sua
entrada. Portanto, a entrada de uma linha de transmissão de ½ em aberto estará também
em aberto.
Em resumo:
O medidor de SWR deve ser ligado em série, na linha de transmissão, entre o emissor
e a carga ou antena.
Medidor Carga ou
Emissor
SWR antena
A vantagem dum equipamento que mede SWR, é que dá uma leitura directa e
A onda electromagnética caminha por dentro do guia de ondas reflectindo-se nas suas
paredes, percorrendo um caminho em ziguezague, de modo que a velocidade ao longo do
guia de ondas é menor que ao ar livre.
É interessante notar que esta onda Fig. 2-22– Campo no Guia de Ondas
Marquemos com o sinal (+) os máximos destas ondas, e com o sinal (-) os mínimos,
como mostra a Fig. 2-23. Vemos que nos pontos a, b, c, d, e, f, etc., há o encontro do
máximo positivo de uma onda com o máximo negativo da outra, e ocorre aí o cancelamento
de ondas. Nestes pontos, podemos inserir uma parede metálica, sem nada afectar, já que a
onda resultante é zero.
Esta figura mostra sem alteração o campo interno do guia, não havendo agora mais
campo externo, isto é, as paredes laterais do
guia confinam as duas ondas K1 e K2.
Vemos daqui que 2a deverá ser maior que 0, senão no denominador da equação
teremos uma raiz de número negativo, o que resultaria em g imaginário, que não faz
sentido.
Assim, o guia de ondas rectangular só funciona se 2a>g ou numa regra mais prática
a>g/2.
Em conclusão: a largura do guia de ondas rectangular tem que ser maior que meio
comprimento de onda.
Contudo, se a dimensão (b) for maior do que 0/2 então já caberá uma outra meia
onda de lado, e será o modo TE21, e assim por diante.
Trata-se então do modo TE10, isto é modo transversal eléctrico com 1 meia onda na
direcção (a) e zero meias ondas na direcção (b). Transversal eléctrico significa que o campo
eléctrico é transversal à direcção de propagação do guia de ondas, mas o campo magnético
não será.
Existe uma outra classe de modos, as ondas TM, em que o campo magnético é
transversal e o campo eléctrico não é. No espaço livre as andas electromagnéticas são TEM,
isto é, tanto o campo eléctrico como o magnético são transversais à direcção de propagação.
Já os cabos monomodo têm uma transmissão mais rápida do que os cabos multimodo,
As fibras podem ser multimodo ou monomodo
4. Quais são as fórmulas para determinar a relação de onda estacionária (SWR) numa
linha de transmissão?
5. Quando uma linha de transmissão é terminada por uma carga com valor igual ao da
impedância característica da linha, a relação de onda estacionária (SWR) tem o valor
de ________________
10. Quais são as impedâncias mais frequentes nos cabos coaxiais para TV e para
radiocomunicações?
12. Num guia de ondas, o comprimento de onda do sinal é maior ou menor que o
comprimento de onda no guia?
Capítulo 3 - Antenas
Para que um sinal de rádio ou televisão seja transmitido para
o espaço e posteriormente recebido, é sempre necessária a
existência de antenas. Neste capítulo serão abordadas as
características genéricas das antenas e os seus tipos mais
utilizados.
3.1. Introdução
Depois de um emissor gerar o sinal de RF, tem que haver algum método de radiar esse
sinal para o espaço. Tem também que haver algum método de, no receptor, se interceptar
(captar) esse sinal. As antenas são os dispositivos que permitem estas duas operações.
Uma antena é geralmente feita em metal, (muitas vezes apenas um fio ou varetas de
alumínio) e converte a corrente de alta frequência em ondas electromagnéticas para a
emissão e faz exactamente o contrário na recepção.
As primeiras antenas, foram construídas por Heinrich Hertz em 1888, com a finalidade
de pôr em prática as teorias electromagnéticas propostas por Maxwell.
Com esse dispositivo (Fig. 3-1), Hertz transmitiu e recebeu ondas electromagnéticas a
cerca de 5 metros de distância.
A antena de emissão era formada por duas placas de metal ligadas a dois bastões
metálicos, que por sua vez se ligavam a duas esferas, separadas entre si por uma distância
A antena de recepção era constituída por um laço de fio metálico com uma pequena
ranhura. A faísca produzida no emissor era detectada na recepção por uma pequena faísca
na ranhura demonstrando na prática tudo que Maxwell previra na teoria.
Desde estas primeiras antenas até a actualidade, os princípios físicos foram sendo
aprimorados e descobertas novas maneiras e tecnologias de transmitir e receber sinais
electromagnéticos e nas modernas telecomunicações, as antenas são em alguns casos,
estruturas de extrema complexidade mas sem elas seria totalmente impossível imaginar o
nosso mundo de telemóveis, GPS e Wi-Fi, para só citar alguns casos.
A quantidade das ondas que se escapam da linha de transmissão é muito pequena, por
duas razões.
Segundo, como os dois fios da linha estão muito juntos e desfasados de 180º, a
radiação de um deles cancela a radiação do outro.
Para tornar este circuito aberto num circuito radiante, temos que alargar o circuito
aberto, ou seja, afastar os dois fios. Quando afastamos os fios, menos radiação se cancelará.
Também se verifica que a linha de transmissão fica melhor acoplada ao espaço circundante
pois mais potência é dissipada ou radiada. Adicionalmente, como os fios estão afastados, as
ondas que viajam ao longo da linha encontram muito mais dificuldade em inverter a fase.
Como tal, tudo aponta para um aumento na radiação.
A radiação pode ser aumentada ainda mais se mais afastarmos os dois fios, atingindo-
se um máximo quando eles ficam em linha
Fig. 3-3A. O campo eléctrico e o campo
electromagnético da linha estão agora
completamente acoplados ao espaço
circundante. Portanto, resulta assim um
máximo de radiação.
Uma vez que o dipolo tem altos potenciais de tenção nos seus extremos, um campo
electrostático ou campo eléctrico existe
entre esses dois pontos. Este campo é como
o que existe entre as placas de um
condensador. Contudo, no caso da antena,
o campo eléctrico não fica confinado à área
entre as placas, mas é radiado no espaço. O
campo eléctrico à volta de um dipolo é
mostrado na Fig. 3-4.
Tanto este campo magnético como o campo eléctrico são radiados sob a forma de
ondas electromagnéticas. Esta onda propaga-se ou vija para for a da antena e continuará a
viajar mesmo depois da corrente ou da tensão terem sido retiradas da antena.
Quanto mais a onda electromagnética viajar para longe da antena mais fraca se
tornará. A amplitude desta onda ou campo radiado é calculada em termos de tensão
A importância disto é que uma onda polarizada horizontalmente irá induzir máxima
tensão na antena horizontal. Teoricamente, uma onda polarizada horizontalmente induzirá
zero volts numa antena vertical. Contudo na prática, e sobretudo em HF e VHF, isto só
raramente ocorre porque na propagação há desvios de polaridade.
O tipo de antena mais vulgarizado é o dipolo de meia onda. Como o seu nome implica,
ele tem um comprimento de 1/2 à frequência de trabalho.
c 3 108
1m com c = 3x108 m/s e f em Hz
f 300 106
150
Lmetros
f MHz
143
comprimento real do dipolo meia onda Lmetros
f MHz
Exercício: Qual o comprimento real que deverá ter um dipolo de meia onda para captar
uma emissão em 100 MHz?
143
Lmetros 1,43 m
100
O dipolo também pode ser alimentado com cabo coaxial, sendo o condutor central do
cabo ligado a um dos lados do dipolo
e a blindagem ligado ao outro.
Os baluns também podem ser utilizados como adaptadores de impedância, por meio
de relações de espiras do primário para o secundário, tal como nos transformadores
convencionais. Assim, se pretendermos ligar uma antena dipolo de 73 com um cabo de
300 será necessário intercalar um balun de 4:1.
Note que a radiação máxima ocorre nos lados da antena e que a radiação mínima
ocorre na direcção das pontas.. Uma projecção polar da radiação no plano horizontal é
mostrada na Fig. 3-7B.
O diagrama de radiação para o dipolo de meia onda vertical é mostrado na Fig. 3-8A.
Se um dipolo é de meia onda para a frequência de 100 MHz, ele trabalhará como se
fosse um dipolo de onda completa para a frequência de 200 MHz. A distribuição de corrente
num dipolo de onda completa mostra-se na Fig. 3-9A. Note que a corrente mínima ocorre no
centro da antena. Isto indica que o centro da antena é um ponto de muito alta impedância.
Como tal, se se pretende um ponto de baixa impedância para ligar uma linha de 75, o
ponto de alimentação tem que ser movido para os máximos de corrente (mínimos de
tensão) e que se situam a 1/4 do centro da antena.
O diagrama de radiação para uma antena dipolo de onda completa está indicado na
Fig. 3-9B. Note que o diagrama tem agora 4 lóbulos principais. Isto é devido à distribuição
de corrente no dipolo.
Um dipolo de meia onda pode trabalhar na sua terceira harmónica como indicado na
Fig. 3-10A. Trata-se então de um dipolo de 3/2 (dipolo de onda e meia). A distribuição de
corrente resultante neste dipolo mostra-se na Fig. 3-10A. Note que agora o máximo de
Esta faculdade dos dipolos poderem trabalhar nas harmónicas da frequência principal
pode ser utilizada quando se pretende que a mesma antena seja usada para trabalhar em
duas bandas. Um bom exemplo é uma antena desenhada para trabalhar simultaneamente
nas bandas de radio amador dos 7 MHz e dos 21 MHz. Corta-se a antena com o
comprimento certo para trabalhar em 7 MHz (comprimento = 20,43m). Então, se a antena
operar a 21 MHz, funcionará como uma antena 3/2 e dado que tanto o dipolo de 1/2
como o dipolo de 3/2 têm baixa impedância no seu centro, devido ao máximo de corrente
(mínimo de tensão), oferecem ambas a possibilidade de um bom acoplamento de
impedâncias com uma linha de transmissão de 75 (ou mesmo de 50) ligada ao centro da
antena.
Nos casos em que se pretende polarização vertical a antena tem que estar na vertical,
tal como já foi referido anteriormente. Contudo, a baixas frequências a altura da antena
dipolo de meio comprimento de onda pode tornar-se proibitiva. Por exemplo um dipolo
vertical de 1/2 para trabalhar a 4 MHz requer um comprimento de 35,75 m (l=143/f), mas
para trabalhar a 2 MHz já requer 71,5 m de altura.
Isto parece dizer que para polarização vertical e a baixas frequências o dipolo de 1/2
pode ser impraticável. Contudo, se uma antena vertical de 1/4 for construída sobre uma
Isto é possível porque uma terra perfeita produzirá uma imagem de espelho da antena
de 1/4 , produzindo assim o efeito de uma antena 1/2 . A imagem resulta das ondas de
rádio reflectidas tal como se mostra na Fig. 3-11A. A distribuição de tensão e de corrente ao
longo da antena vertical de quarto de comprimento de onda mostra-se na Fig. 3-11B.
Para que esta antena possa operar correctamente, a terra tem que ser perfeita
(condutividade infinita, resistência nula), pois caso contrário um valor apreciável de potência
se perderá na resistência do sistema de terra. O solo mais perfeito para este tipo de antena
é o solo húmido e com terra fértil ou o solo salinizado. Mas se por força das circunstâncias, a
antena tiver que ser construída num solo de pobre condutividade como por exemplo solo
rochoso ou arenoso, então é imprescindível a construção de uma terra artificial. Ela pode ser
construída com vários fios de cobre de 1/4 que se estendem no solo em torno da antena
cobrindo o mais possível todas as direcções. Estes fios chamam-se radiais e normalmente 4
radiais são o mínimo que se deve estender. Neste caso de só haver 4 radiais, eles devem ser
perpendiculares entre si.
O dipolo de meia onda (Fig. 3-7) é bidireccional porque transmite (ou recebe) segundo
duas direcções preferenciais.
A Fig. 3-13 exemplifica um diagrama de radiação unidireccional (só tem uma direcção
preferencial) de uma antena com uma largura do feixe de 50º.
Um sistema de antena com boa directividade (isto é feixe estreito) tem a vantagem de
poder emitir a maior parte da potência só na direcção pretendida
Uma vez que a potência radiada está concentrada num feixe relativamente estreito, a
intensidade de campo dentro do feixe é maior do que seria se fosse obtida numa antena
omnidireccional. Portanto a potência efectiva radiada (efective radiateted power - ERP) do
emissor é aumentada pelo ganho direccional da antena.
O ganho direccional é a relação que existe entre a potência necessária para produzir
um determinado intensidade de campo num dado ponto usando uma antena de referência
comparada com a potência necessária para produzir a mesma intensidade de campo com
uma antena direccional.
Em VHF, UHF e SHF, é possível construir antenas de elevado ganho (como as que se
usam em TV ou as parabólicas de recepção satélite) porque como os comprimentos de onda
são pequenos as antenas ocupam pouco espaço
Um elemento de antena que não esteja ligado à linha de transmissão, mas esteja no
plano do dipolo, desenvolverá uma
tensão por indução. Chama-se
elemento parasita. A Fig. 3-14
mostra um elemento parasita
localizado a ¼ do dipolo, que é
assim o elemento alimentado.
Ambos os elementos têm um
comprimento de ½ e portanto
Fig. 3-14 - Array com dipolo e reflector
são ressonantes à frequência de
trabalho.
Na direcção para além do elemento parasita, o campo por ele radiado é oposto ao
campo produzido pelo dipolo, pelo que os dois campos se anulam e a radiação nesta
direcção é insignificante.
A Fig. 3-15B mostra o diagrama de radiação para os três casos possíveis: diagrama só
para o dipolo, diagrama para dipolo + reflector e diagrama para dipolo + reflector +
director.
Pode verificar-se que a directividade aumenta com cada elemento adicional. Melhor
directividade e consequentemente maior ganho pode ser obtido adicionando mais elementos
directores à antena Yagi.
Note que a linha de transmissão está ligada a cada elemento e que as correntes em
Cada elemento é sintonizado para uma frequência e serve como director para o
elemento seguinte e como reflector para o elemento antes dele.
Um exemplo: para um SWR menor que 2:1, uma log periódica pode trabalhar de 100 a
900 MHz, enquanto que para o mesmo SWR, a Yagi só trabalharia entre 100 e 200 MHz.
A solução para emissão ou recepção de frequências acima dos 4 GHz são as antenas
da família das parabólicas. Mas porque não se usam parabólicas para frequências abaixo dos
4GHz?
Frequência (MHz)
(m)
435 1250 2350 5700 10250 24000 47000
0.4 - 11.8 17.3 25.0 30.1 37.4 43.3
0.6 6.1 15.3 20.8 28.5 33.6 41.0 46.8
0.8 8.6 17.8 23.3 31.0 36.1 43.5 49.3
1.2 12.2 21.3 26.8 34.5 39.6 47.0 52.8
1.6 14.7 23.8 29.3 37.0 42.1 49.5 55.3
2.4 18.2 27.3 32.8 40.5 45.6 53.0 58.8
3.2 20.7 29.8 35.3 43.0 48.1 55.5 61.3
4.8 24.2 33.4 38.8 46.5 51.6 59.0 64.9
Repare que para uma frequência de sinais de TV terrestre, da ordem dos 400MHZ,
seria preciso uma antena parabólica de 2,4 de diâmetro (preço da ordem de muitas centenas
de euros) para obter o mesmo ganho que uma antena YAGI (muito mais simples de instalar
e preços da ordem da dezena de euros).
Mas não é o caso. A antena que vai captar o sinal é uma antena do tipo Marconi de
quarto comprimento de onda tal como já descrito anteriormente.
O problema é que a antena Marconi tem ganho de 0dbi e portanto como os sinais de
satélite que chegam à terra são fraquíssimos, ela nada receberia.
Um sinal de satélite para poder ser utilizado precisa pelo menos de uma antena que
tenha cerca de 40dB de ganho. Como conseguir esse ganho?
Utilizando um reflector, pode-se concentrar muito mais energia num ponto só. É essa a
filosofia da antena parabólica: a antena marconi fica no foco da parábola e recebe todo o
sinal que é captado pelo reflector parabólico Fig. 3-21
Não seria viável colocar tão pequena antena no foco por isso o que se coloca é a
antena já dentro de uma bloco amplificador e conversor que normalmente se designa por
LNB (low noise Block)
A tabela da Fig. 3-23 indica os ganhos de uma antena parabólica em função do seu
diâmetro e da frequência que está a captar.
Repare que para o mesmo tamanho quanto maior a frequência maior o ganho.
Hoje em dia, nos satélites mais recentes, antenas de 60 cm são mais que suficientes.
O problema das antenas pequenas de foco primário, é que o suporte do LNB e o próprio LNB
tapam (fazem sombra) em cerca de 10 a 30% da área da antena.
Por essa razão só faz sentido utilizar antenas de foco primário para antenas de
diâmetros superiores a 1,20m.
A antena offset é uma parte de parábola que foi cortada de tal forma que o braço de
suporte para o LNB e o próprio LNB não irão fazer sombra sobre a área útil do reflector, tal
como acotece nas antenas de foco primário.
Repare que a inclinação da antena faz com que todos os raios incidentes batam na
superfície reflectora e não interfiram com o LNB ou o suporte.
A antena Cassegrain é uma antena do tipo offset mas que tem dois relectores em vez
de só um (Fig. 3-25).
Só não se utiliza mais esta antena porque é muito mais cara que a offset simples.
5. A quantidade de tensão induzida num fio por uma onda electromagnética é determinada
pela ___________________________________ da onda.
12. Se um emissor tem potência de saída de 29W, tendo a linha de transmissão perdas de
3W e a antena de emissão um ganho de potência de 5x, qual é a potência efectiva
radiada (ERP)?
15. Para aumentar a directividade de uma antena Yagi, vários elementos _______________
podem ser adicionados ao array.
Capítulo 4 - Propagação
Os sinais de rádio que se propagam no ar podem percorrer
caminhos diferentes e com características diferentes. Este capítulo
descreve e identifica as principais formas de propagação dos sinais de
rádio entre antenas.
4.1. Introdução
A energia radiada por uma antena de emissão viaja no espaço em muitas direcções e à
medida que a distância vai aumentado, essa energia espalha-se por uma área cada vez
maior e consequentemente, a intensidade de campo diminui.
Normalmente existem vários caminhos pelos quais o sinal emitido por uma antena
emissora pode atingir uma antena receptora. O melhor desses caminhos é sempre aquele
que tem uma menor atenuação do sinal e consequentemente o que produz uma maior
intensidade de campo na antena receptora.
A onda terrestre (Fig. 4-1A) é uma onda de rádio que se propaga acompanhando a
superfície da terra. Nas bandas LF e MF é o modo de propagação predominante. Estas ondas
de solo têm grande comprimento de onda tendem a seguir a curvatura da terra e viajam
assim muito para além da linha do horizonte.
Contudo, à medida que a frequência aumenta, a onda de solo é mais absorvida pelas
irregularidades do terreno (colinas, montes, etc) que assumem dimensões significativas em
comparação com o comprimento de onda. Por exemplo, a 30KHz o comprimento de onda é
de 10km. Mesmo grandes montanhas são insignificantes quando comparadas com este
comprimento de onda e consequentemente, a atenuação da onda de solo é muito pequena a
estas frequências. Mas a 3MHz, o comprimento de onda é de 100m o que é
suficientemente pequeno para que colinas, árvores e grandes edifícios possam absorver a
onda de solo.
Quando a frequência do sinal emitido vai para além de 4 ou 5 MHz, a onda de solo só
existe durante alguns (poucos) quilómetros. Nestas frequências e superiores, particular-
mente em VHF e UHF, é possível transmitir muito mais longe usando a onda espacial.
Quando as antenas de emissão e recepção estão em linha de vista, diz-se que se trata
de uma onda directa. Isto mostra-se na Erro! A origem da referência não foi
encontrada.B. A propagação directa está limitada à linha de vista ou seja à linha do
horizonte. Na prática ela vai cerca de 1/3 mais além devido ao efeito de curvatura da terra.
Para aumentar a distância da propagação directa há que aumentar a altura de ambas as
antenas de emissão e recepção ou como é mais fácil, da antena de emissão. É Por esta
razão que as antenas de rádio e TV estão no alto de torres ou de edifícios.
A quantidade de refracção
depende de vários factores. Entre esses
factores estão a frequência da onda, a
densidade da região ionizada e o ângulo Fig. 4-2 - Onda celeste
Esta onda espacial que é refractada de volta à terra chama-se de onda do céu ou
celeste. Quase toda a propagação na banda de HF é feita em onda do céu. Também a
propagação nocturna de MF é feita deste modo. Uma vez que a ionosfera é responsável por
este tipo de propagação, vamos estudá-la mais em pormenor.
As ondas celestes que regressam à terra da ionosfera, vêm de diferentes alturas acima
da terra e dependem da frequência e do momento (hora) da refracção.
O número de camadas presentes, a sua altura acima da terra, e a forma como elas
refractam mais ou menos as ondas electromagnéticas depende de muitos factores inter-
relacionados mas como o factor de maior influência é a radiação solar,
Estes factores variam de hora a hora, dia a dia, mês a mês, estação a estação, ano a
ano e até década a década. O factor
de maior influência é a radiação do
sol.
A última camada, (camada F) é muito variável. À noite é uma única camada e fica a
cerca de 200 Km da superfície. Contudo, durante o dia, quando a radiação solar é máxima,
ela separa-se em duas camadas chamadas F1 e F2. A camada F1 fica entre 140 Km e 200
Km. A camada F2, que é a mais próxima do sol, é ainda mais variável, e vai desde os 200
Km até aos 250 Km num dia de inverno e entre os 200 e os 350 Km num dia de verão.
Esta secção lista vários termos que são usados para descrever características da
ionosfera e da propagação por onda celeste.
A altura virtual das camadas ionosféricas pode ser calculada a partir do tempo que um
sinal de RF dirigido directamente na vertical, demora a regressar à terra.
Se o ângulo da radiação for menor do que os 90º da vertical, a onda viajará mais
longe na camada ionizada e será refractada a um maior grau. Isto significa que sinais acima
da frequência critica podem regressar
à terra. Contudo, há uma limitação.
Para uma dada frequência, há sempre
um ângulo crítico a partir do qual o
sinal não será refractado de volta à
terra. Isto é mostrado na Fig. 4-5.
A mais alta frequência que pode ser utilizada para transmitir entre dois locais é
chamada a máxima frequência utilizável (MUF). Na prática uma frequência mais baixa
poderia ser utilizada porque também seria refractada. Contudo, à medida que a frequência
baixa também o sinal absorvido na ionosfera aumenta rapidamente e o nível de sinal é
dramaticamente reduzido. De facto, há uma frequência mínima utilizável (LUF) abaixo
da qual o sinal de RF é totalmente absorvido na ionosfera. Portanto, o máximo de sinal na
recepção é obtido quando se trabalha próximo da MUF.
A Fig. 4-6 mostra que o sinal refractado na ionosfera e que regressou à terra no ponto
A, tem suficiente força para ser reflectido pela terra de novo para o espaço. Será então
refractado de novo e regressará à terra no
ponto B.
4.5.4. Fading
Quando se usa a propagação por onda celeste, a força do sinal aumentará e diminuirá
Também há casos em que se recebe o mesmo sinal via onda de solo e onda celeste.
Se não forem recebidos em fase, ocorrerá fading, o que é muito frequente em MF (onda
média)
As variações diurnas são as mudanças hora a hora das várias camadas motivadas pela
rotação da Terra. As variações diurnas nas camadas D, E, e F, seguem um padrão regular
dependem da elevação do sol acima do horizonte. A ionização nestas camadas aumenta
desde um nível muito baixo às primeiras horas do dia até um máximo cerca do meio dia
solar decrescendo novamente até ao pôr do sol.
A intensidade da radiação que atinge a ionosfera varia com a latitude. Por exemplo, a
radiação solar é máxima no equador (o sol está na máxima altura) e decresce na direcção
dos pólos. Estas variações são chamadas de variações geográficas.
A ionosfera também está sujeita a variações anormais que podem causar mudanças
imprevisíveis na propagação dos sinais. Geralmente estas perturbações enfraquecem as
comunicações na banda de HF, a ponto de por vezes fazerem desaparecer completamente o
sinal. Este fenómeno de atenuação, quando abrange uma grande gama de frequências tem
o nome de blackout.
Por esta razão, as comunicações acima dos 30 MHZ (bandas VHF e UHF) é sobretudo
feita por onda espacial e fica portanto limitada à linha de vista.
A Fig. 4-10 mostra um link típico de comunicação em linha de vista (ou ponto a ponto).
A distância entre as antenas H1 e H2 está limitada pela curvatura da terra.
Na prática, a linha de vista das comunicações é cerca de 1/3 mais do que a linha de
vista óptica (linha do horizonte) porque a terra exerce uma certa refracção sobre a onda.
O que acontece é que o topo da onda viaja ligeiramente mais depressa do que o
fundo. Como resultado a onda encurva ligeiramente para baixo para seguir a curvatura da
DT D1 D2 4 H1 4 H 2
DT D1 D2 4 H 1 4 H 2
DT 4 100 4 49 40 28 68 Km
Neste caso, a distância máxima de comunicação é de 68 km. Contudo, isto não entra
em conta com qualquer obstáculo, como montanhas, colinas ou edifícios, mas todos estes
factores têm que ser tidos em conta quando se projecta um link de comunicações.
A Fig. 4-12 mostra um link típico de comunicação por difusão troposférica. Aqui, um
emissor de UHF de alta
potência usa uma antena
direccional de alto ganho
para transmitir energia
em direcção à linha do
horizonte. Esta energia é
então difundida em todas
as direcções mas de
forma a que uma
pequena parte é ainda
recebida no receptor. Fig. 4-12 - Difusão troposférica
A distância típica para um link troposférico é de 300 a 1000 Km. Comparado com o
máximo de 100 Km para uma onda em linha de vista, a difusão troposférica é muito
apelativa.
Em condições normais, à medida que se sobe em altitude, o ar vai ficando cada vez
mais frio. Existem contudo algumas excepções como por exemplo no norte de África, Médio
Oriente e Austrália, onde em zonas costeiras e sobre o mar, há condições muito propícias
para o aparecimento de camadas de ar quente em altitude (troposfera).
Nos dias em que essa inversão é mais acentuada, um sinal de VHF ou UHF que
penetre no ar quente, será encurvado de volta para a terra. Ao incidir sobre a terra,
especialmente se for uma superfície líquida e homogénea (oceano) o sinal reflecte quase por
inteiro e volta para a troposfera reflectindo de novo para a terra (Fig. 4-13).
O ar quente e a terra formam assim uma espécie de paredes de uma conduta que
actua de forma parecida com um guia de ondas. Os sinais nesta conduta podem seguir a
curvatura da terra durante centenas ou milhares de quilómetros com degradação mínima.
Os três tipos específicos de que falaremos aqui são o efeito Knife-edge, refracção em
linha de vista por diferença de temperatura e ponto especular.
Efeito knife-edge
Quando entre emissor e receptor se encontra um obstáculo (uma montanha por
exemplo) que aparentemente não deixaria passar o sinal, pode acontecer que não só deixe
passar esse sinal como ainda que ele apareça fortalecido no emissor.
Este efeito é tanto mais acentuado quanto mais fino for o topo do obstáculo e daí o
nome de "fio de navalha".
Apesar da antena de recepção estar por detrás de uma montanha, o que teoricamente
impediria de receber qualquer sinal proveniente da antena de emissão, verifica-se na prática
Contudo a estação mais baixa chega bem à estação mais alta, mas recebe mau sinal.
Se as condições de temperatura na zona de refracção forem inversas das representadas na
figura, então a estação mais baixa receberia bem a mais alta mas chegaria mal.
A comunicação por satélite é na realidade a mais fiável e mais extensiva das que
actualmente se usam e agora mais difundida ainda com a massificação do GPS e da
recepção satélite de TVe rádio.
3. As ondas de rádio que são refractadas pela ionosfera e regressam à terra, são chamadas
de ondas ______________________. Este tipo de propagação é o predominante na
banda de ___________.
11. Tem que se estabelecer uma ligação de 64 Km entre duas antenas em terreno sem
obstáculos. A altura da antena de emissão é de 36m. Qual é a mínima altura aceitável
para a antena de recepção?
UHF e SHF.
5.1. GLOSSÁRIO
5.2.1. Antenas
http://www.mspc.eng.br/eletrn/antena1.asp
http://espanol.geocities.com/elradioaficionado/archivos/antenas.htm
http://www.ta-formation.com/cours-ant/ant.htm
http://www.inf.unisinos.br/~roesler/disciplinas/0_comunicdados/50_antenas/Curso%2
0de%20Antenas.pdf
http://professores.unisanta.br/santana/downloads%5CTelecom%5CSistemas_Teleco
m%5CRadio%5CCurso%20de%20Antenas.pdf
https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/61777/1/Introducao%20v1.pdf
http://personal.telefonica.terra.es/web/envy/Documents/Antenas-Introduccion.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antena
http://web.frm.utn.edu.ar/comunicaciones/antenas.html
5.2.2. Propagação
http://vhf.netpower.pt/propa.htm
http://py2mok.tripod.com/propagacao.htm
http://espanol.geocities.com/elradioaficionado/archivos/propagacion.htm
http://www.radioamadores.net/propagacao.htm
http://vhf.netpower.pt/propa.htm
http://www.ta-formation.com/cours-lignes/x-lignes.html
http://professores.unisanta.br/santana/downloads%5CTelematica%5CMicroondas_2
%5CLinhas%20e%20Guias%20de%20transmisspo%5C01-Introducao.pdf
http://www.monografias.com/trabajos38/lineas-de-transmision/lineas-de-
trasmision.shtml
http://www.afdatalink.com.br/index.php?menu=menudados&pag=selec_cabos_cftv
5.2.4. DIVERSOS
http://www.bandaku.com.br/glossario.html
http://gsi.iscap.ipp.pt/glossario.htm
5.3. BIBLIOGRAFIA