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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DE SINAIS ELETRÔNICOS

ANOTAÇÕES DO CURSO DE TRANSMISÃO E RECEPÇÃO DE SINAIS


ELETRÔNICOS

PROFª Drª Maria das Graças de Almeida


2019

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TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DE SINAIS ELETRÔNICOS

SUMÁRIO

Capitulo 1 MEIOS DE TRANSMISSÃO DE SINAIS ELETRONICOS PAGINA


E FREQUENCIAS
1.1 Tipos de meios de transmissão e características
1.2 Propagação das ondas eletromagnéticas e acústicas
1.3 Unidades de frequência
1.4 Espectro eletromagnético
1.5 Tipos de acessos em telecomunicações
1.5.1 Acesso via par metálico
1.5.2 Acesso fibra óptica
1.5.3 Redes HFC – Rede híbrida de fibra e cabo coaxial
1.5.4 Acesso via Radio Frequência
1.5.5 Acesso via linha de potência (PLC) - rede elétrica
1.6 Referência bibliográfica

Capitulo 2 SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E TECNICAS DE PAGINA


ANALISE DE SINAIS
2.1 Medidas quantitativas dos sinais de comunicações
2.2 Classificação dos sinais
2.2.1 Sinais contínuos e discretos no tempo
2.2.2 Sinais analógicos e digitais
2.2.3 Sinais periódicos e aperiódicos
2.2.4 Sinais energia e potência
2.2.5 Sinais determinísticos e aleatórios
2.3 Operações com sinais
2.3.1 Deslocamento de um sinal no tempo
2.3.2 Escalonamento no tempo
2.3.3 Inversão de um sinal no tempo
2.4 Função impulso unitário e função degrau unitário
2.4.1 Função impulso unitário ou delta de Dirac
2.4.2 Função degrau unitário
2.5 Sinais e vetores
2.5.1 Conceitos básicos de vetores
2.5.2 Componentes de um sinal
2.6 Comparação entre sinais: Correlação
2.7 Série trigonométrica de Fourier
2.7.1 Série compacta de Fourier
2.7.2 Serie de Fourier exponencial
2.8 Transformada de Fourier
2.8.1 Transformada de Fourier de algumas funções úteis
2.9 Função Densidade espectral de potência
2.9.2 Densidade espectral de potência
2.10 Função de autocorrelação de sinais de potência
2.11 Dualidade: tempo- frequência
2.12 Convolução
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2.13 Transmissão de sinal através de um sistema linear
2.14 Distorção do sinal durante a transmissão
2.14.1 Transmissão sem distorção
2.14.2 Distorções de um sinal sobre um canal de comunicação
2.15 Energia do sinal e densidade espectral de potência
2.16 Largura de faixa essencial de um sinal
2.17 Densidade espectral de potência da entrada e saída
2.18 Transformada discreta de Fourier
2.19 Referencia bibliografica

Capitulo 3 MODULAÇÃO E DEMODULAÇÃO EM AMPLITUDE PAGINA


(AM) DE SINAIS ANALÓGICOS
3.1 Modulação/demodulação AM de sinais analógicos
3.2 Modulação/demodulação AM faixa lateral dupla (DSB)
3.3 Modulação/demodulação AM com portadora inclusa (AM)
3.4 Modulação/demodulação AM em quadratura (QAM)
3.5 Modulação/demodulação AM faixa lateral única (SSB)
3.6 Modulação/demodulação AM faixa lateral vestigial (VSB)
3.7 Uso da modulação VSB na difusão de televisão
3.8 Multiplexação por Divisão em Frequência (FDM)
3.9 Referencia Bibliográfica

Capitulo 4 MODULAÇÃO E DEMODULAÇÃO ANGULAR, FM E PAGINA


PM, DE SINAIS ANALOGICOS
4.1 Modulação angular
4.2 Técnicas de modulação/demodulação angular ou exponencial
4.2.1 Modulação em fase (PM)
4.2.2 Modulação em frequência (FM)
4.2.3 Demodulação FM e PM
4.3 Modulação exponencial generalizada
4.4 Potência de uma onda modulada angular
4.5 Largura de faixa de ondas moduladas em ângulo
4.6 Tipos de largura de faixas para os sinais modulados FM e PM
4.6.1 Modulação angular Faixa estreita
4.6.2 Modulação angular Faixa larga
4.7 Referencia bibliografica

Capitulo 5 COMUNICAÇÃO PULSADA PAGINA


5.1 Introdução
5.2 Basico da Teoria da informação
5.2.1 Capacidade de transmissão de um canal ideal sem ruído
5.2.2 Capacidade de transmissão de um canal ruidoso
5.2.3 Capacidade de transmissão de um canal de largura de
banda B infinita
5.3 Tipos de modulação por pulso
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5.3.1 Modulação por amplitude de pulso (PAM)
5.3.2 Modulação por largura de pulso (PWM)
5.3.3 Modulação por posição de pulso (PPM)
5.3.4 Modulação por código de pulso ( PCM)
5.3.4.1 Teoria da amostragem
5.3.4.2 Teorema de Nyquist
5.3.4.3 Reconstrução do sinal: método da interpolação ideal
5.3.4.4 Modulação por código de pulso: PCM
5. 3.4.4.1 Quantização uniforme
5. 3.4.4.1.1 Potência e valor médio quadrático do erro de quantização
5. 3.4.4.2 Quantização não uniforme
5. 3.4.5 Codificador
5. 3.4.6 Decodificador
5. 3.5 Largura de faixa do canal de transmissão e a SNR de saída
5. 3.6 Modulação por código de pulso diferencial (DPCM)
5. 3.6.1 Preditor linear: Filtro transversal
5. 3.7 Modulação delta (DM)
5. 3.8 Referencia bibliográfica

Capitulo 6 RUIDOS EM SISTEMAS DE COMUNICAÇOES PAGINA


ANALÓGICOS E DIGITAIS
6.1 Fontes de ruídos
6.2 Ruídos elétricos
6.3 Ruído em sistemas analógicos
6.4 Ruído em sistemas digitais PCM
6.5 Referência bibliográfica

Capitulo 7 PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO DE DADOS PAGINA


DIGITAIS
7.1 Sistema de comunicação digital
7.2 Códigos de linha
7.2.1 Densidade espectral de potência de códigos de linha
7.3 O Pulso da Transmissão
7.4 Diagrama de olho
7.5 Repetidor regenerativo
7.6 Comunicação M-ária
7.7 Multiplexação digital TDM
7.8 Modulação de sistemas digitais com portadora
7.9 Demodulação de sistemas digitais com portadora
7.10 Transmissão de sinais digitais M-ÁRIOS usando modulação
QAM
7.11 Representação de sinais digitalmente modulados em
quadratura (QPSK)
7.12 Ruído em sistemas digitais
7.13 Referências bibliográficas

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Capitulo 8 FIBRAS ÓPTICAS PAGINA


8.1 Introdução à teoria de fibras ópticas
8.2 Fundamentos da luz
8.3 Fibras ópticas
8.3.1 Classificação das fibras ópticas
8.3.2 Janelas ópticas
8.4 Fontes Luminosas
8.5 Fotodetectores
8.6 Acopladores ópticos
8.7 Parâmetros da Fibra óptica
8.8 Transmissão por fibras ópticas
8.8.1 Tipos de modulação da luz
8.8.2 Códigos ópticos
8.8.3 Características e vantagens da comunicação por fibras
ópticas
8.8.4 Aplicações
8.8.5 Cabos submarinos transoceânicos
8.9 Multiplexação por divisão no comprimento de onda (WDM)
8.10 Referencias bibliográficas

Capitulo 9 LINHAS DE COMUNICAÇÕES PAGINA


9.1 Introdução à teoria de linhas de comunicações
9.2 Analise matemática e modelo da linha estacionária
9.3 Parâmetros da linha de comunicação
9.3.1 Constante de Propagação
9.3.2 Impedância característica
9.3.3 Coeficiente de reflexão
9.3.4 Impedância em qualquer ponto da linha
9.4 Ondas estacionárias
9.5 Ondas caminhantes
9.6 Velocidade de fase
9.7 Impedância característica e parâmetros das linhas mais
comuns
9.8 Linhas de comunicações em altas frequências
9.9 Referência bibliográfica

Capitulo TECNOLOGIAS EMERGENTES PARA TRANSMISSÃO E PAGINA


10 RECEPÇÃO DE DADOS
10.1 Classificação dos sinais em termos da faixa de freqüência
10.2 Tecnologias e serviços digitais emergentes
10.2.1 Rede digital de serviços integrados (RDSI)
10.2.2 Estação de quadros (FRAME RELAY)
10.2.3 Comunicação digital de faixa super larga: SONET
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10.2.4 Tecnologia de Chaveamento digital: ATM
10.2.5 Serviços de faixa larga (BROADBAND)
10.2.6 Compressão de vídeo
10.3 Televisão de alta definição (HDTV
10.4 Hierarquia digital da transmissão de dados
10.4.1 Hierarquia digital plesiócrina (PDH)
10.4.2 Hierarquia digital síncrona (SDH)
10.5 Referencia bibliografica

Capitulo 11 TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO EM SISTEMAS DE PAGINA


COMUNICAÇÃO DE TELEVISÃO
11.1 Sistemas de comunicação de televisão
11.2 Alocação de frequências
11.3 Transmissão de sinais de TV
11.3.1 Transmissão com polaridade negativa
11.3.2 Vantagens da transmissão negativa
11.3.3 Transmissão por banda lateral vestigial
11.4 Modulação em amplitude do sinal de áudio
11.5 Canais de transmissão de TV
11.5.1 Canais VHF
11.5.2 Canais UHF
11.5.3 Canais adjacentes inferior e superior
11.6 O canal padrão de TV
11.7 Bandas laterais vestigiais do sinal de imagem
11.7.1 Vantagens da transmissão por banda lateral vestigial
11.7.2 Compensando a transmissão por banda lateral vestigial
11.8 O sinal FM de som
11.8.1 Variações de freqüência em um sinal de FM
11.8.2 Frequência central
11.8.3 Desvio de frequência
11.8.4 Excursões em frequência
11.8.5 Porcentagem de modulação
11.8.6 Índice de modulação
11.8.7 Pré-ênfase e De-ênfase
11.9 O som estereofônico
11.9.1 Som estéreo para TV
11.10 Padrões de transmissão de TV
11.10.1 Potência do transmissor
11.10.2 Tolerâncias de frequência
11.10.3 Frequência deslocada da portadora
11.11 A televisão digital
11.11.1 Inovações técnicas e tecnológicas da TV digital
11.11.2 Interatividade
11.11.3 Acessibilidade
11.11.4 Recepção
11.11.5 Meios de transmissão da televisão
11.11.5.1 Terrestre
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11.11.5.2 Satélite
11.11.5.3 Cabo
11.11.6 Tipos de televisor
11. 11.7 Televisão digital padrão ISDB
11.11.7.1 HDTV- Televisão de alta definição
11.11.7.2 Plataforma de programação digital
11.11.8 Padrões da televisão digital
11.11.8.1 DVB-T (Europeu)
11.11.8.2 ATSC (Americano)
11.11.8.3 ISDB-T (Japonês)
11.11.9 Padrões de codificação de vídeo
11.11.9.1 Padrão MPEG-1
11.11.9.2 Padrão MPEG-2
11.11.9.3 Padrão MPEG-4
11.11.9.4 Padrão H-264
11.11.10 Transmissão e recepção no ISDB
11.11.11 Referencia Bibliográfica

Capitulo 12 COMUNICAÇÕES BLUETOOTH PAGINA


12.1 Introdução às comunicações Bluetooth
12.2 Protocolos Bluetooth
12.3 Aplicações
12.4 Bluetooth x Wi-Fi
12.4.1 Bluetooth
12.4.2 Wi-Fi
12.5 Requisitos do Sistema Bluetooth
12.5.1 Sistemas operacionais
12.5 .2 A pilha do protocolo Bluetooth
12.6 Comunicação e conexão
12.6.1 Configurando conexões
12.6.2 Pareando
12.7 Interface
12.8 Referencias bibliográficas

Capitulo 13 TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO EM SISTEMAS DE PAGINA


COMUNICAÇÃO MOVEIS
13.1 Telefonia Celular: Utilização do espectro de radio frequência
13.2 Tipos de Serviços moveis
13.3 Telefonia Celular: Padrões de Tecnologia
13.3.1 FDMA- Acesso multiplexado por divisão na frequência
13.3.2 TDMA – Acesso Multiplexado por divisão no tempo
13.3.3 CDMA- Acesso Múltiplo por Divisão de Código
13.3.4 BDMA - Acesso Multiplexado por divisão de feixes
13.4 Classificação das redes de telefonia celular quanto as gerações
e seus padrões de tecnologias
13.4.1 Primeira Geração de sistema sem fio (1G)
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13.4.2 Segunda Geração de sistema sem fio (2G)
13.4.3 Entre Segunda e Terceira Geração de sistema sem fio (2,5G)
13.4.4 Terceira Geração de sistema sem fio (3G)
13.4.5 Quarta geração de sistema sem fio (4G)
13.4.6 Quinta Geração de internet móvel ou Quinta Geração de
sistema sem fio (5G)
13.5 Referencias bibliográficas

Capitulo 14 COMUNICAÇÃO PLC PAGINA


14.1 Introdução
14.2 Conceito
14.3 Níveis de rede elétrica
14.4 A rede elétrica como meio de transmissão de dados
14.5 Características das linhas de transmissão para PLC
14.6 Sistemas de distribuição de energia elétrica
14.7 Equipamentos e redes PLC
14.8 PLC: A Topologia da Rede
14.9 Rede de acesso PLC
14.10 Distribuição PLC
14.11 Área de cobertura
14.12 Faixas de Frequencias
14.13 Tipos de modulação
14.14 Referencias bibliográficas

Capitulo 15 SISTEMAS RADAR E SONAR DE COMUNICAÇÃO PAGINA


15.1 Noções de sistemas radar de comunicação
15.2 Funcionamento
15.3 Sistema de transmissão e recepção
15.4 Tipos de radar
15.5 Aplicações
15.6 Noções de sistemas sonar de comunicação
15.7 Referencias bibliográficas

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CAPITULO 1
MEIOS DE TRANSMISSÃO DE SINAIS ELETRONICOS E FREQUENCIAS

1.1. TIPOS DE MEIOS DE TRANSMISSÃO E CARACTERÍSTICAS

Os sinais eletrônicos de comunicações podem ser transmitidos e recebidos por


diversos meios de transmissão caracterizando assim o canal de comunicação, que é o meio
físico entre os sistemas de transmissão e recepção por onde trafegam os sinais elétricos ou
eletromagnéticos da informação.

a) Meio Guiado (wired): transmite o sinal por cabo de par-trançado, cabo coaxial ou fibra
ótica.

Cabo de Par-trançado Cabo coaxial Fibra ótica


Figura 1.1 – Exemplos de meios (canais) de comunicação guiados (wired).

b) Meio Não guiado (wireless): transmite o sinal por propagação de radio Frequência
(RF), Infravermelho, laser, Microondas, Satélites.

Radio Frequência Infravermelho Laser

Microondas Satélites

Figura 1.2 – Exemplos de meios (canais) de comunicação não guiados (wireless).


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 Exemplos de transmissão e Recepção de sinais de RF em canal não guiados


(wireless):

Figura 1.3 - Exemplos de transmissão e Recepção de sinais de RF em canal não guiados


(wireless).

1.2 PROPAGAÇÃO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS E ACUSTICAS


 “As ondas representam o mecanismo segundo o qual a propagação do sinal se efetua
em diferentes meios, entre os quais estão o espaço, a atmosfera e as águas dos mares,
oceanos e rios” [1.1].
 “O sinal pode ser transmitido pelo uso das ondas eletromagnéticas ou das ondas
sonoras ou acústicas”[1.1].
 “O uso das ondas eletromagnéticas são empregadas na Radionavegação, radar e as
comunicações. As ondas acústicas compreendem o emprego do som ou das ondas
sonoras e ultra-sonoras, na navegação” [1.1].
 “No espaço sideral (todo espaço que transcende o espaço englobado pela
atmosfera terrestre) ou no vácuo, apenas as ondas eletromagnéticas podem se propagar
entre dois pontos. Na atmosfera, tanto as ondas eletromagnéticas como as acústicas
podem se propagar. No oceano apenas as ondas acústicas dominam os sistemas
desenvolvidos para atuar nestes meios” [1.1].

As principais zonas da atmosfera terrestre e os principais fenômenos são mostrados na


Figura 5 [1.2]:

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Figura 1.4 - principais zonas da atmosfera terrestre e os principais fenômenos [1.2]

A Figura mostra uma onda eletromagnética e sua terminologia.

Figura 1.5 - Onda eletromagnética e sua terminologia [1.1].

A Terminologia da onda eletromagnética compreende [1.1]:


 Ciclo da onda: É uma sequencia completa de valores de intensidade da onda que
passa através de um ponto no espaço, ou seja, é a sequencia completa de valores de
pico a pico.
 Comprimento da onda: É a distancia horizontal de pico a pico. O comprimento de
onda é o comprimento de um ciclo expresso em unidades de distancia. Na figura 1.5, o
ciclo acompanha o trajeto senoidal e o comprimento de onda é uma distancia
horizontal.
 Amplitude da onda: é a distancia vertical entre um ponto da onda e a linha zero
(eixo X). É a altura da onda e indica a intensidade no ponto considerado.

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 Período da onda: É o tempo gasto para completar um ciclo.


 Frequência da onda: É o numero de ciclos completados na unidade de tempo. A
unidade de tempo usada é o segundo ou seus submúltiplos (microssegundos,
picossegundos, nanossegundo). Na faixa de radio do espectro eletromagnético as
frequências são medidas em Hertz (Hz) , que corresponde a 1 ciclo por segundo.
 Fase da onda: É a quantidade que um ciclo progrediu desde uma origem
especificada. É geralmente medida em unidades angulares, correspondendo a um
ciclo completo de 360º. A fase também pode ser definida como a posição de um
determinado ponto em relação à origem, expressa em unidades angulares. Por
exemplo, a origem é o zero grau da curvatura. A fase alcança 90º no pico da onda;
180º quando a amplitude é novamente zero; 270º no pico negativo e 360º quando volta
de novo a zero.
 Defasagem da onda: Se tivermos duas ondas como o mesmo ângulo de fase, diz-se
que as mesmas estão em fase. Se os ângulos de fase forem diferentes, com relação a
uma origem comum, diz-se que as ondas estão fora de fase ou defasadas. O ângulo
da diferença de fase denomina-se defasagem.
Como um círculo, um ciclo completo de uma onda senoidal está dividido dentro de 360º.

Exemplo: A Figura mostra dois ciclos consecutivos de uma onda senoidal e as amplitudes a
cada 30º de fase

Figura 1.6 - Onda eletromagnética e sua terminologia [1.1].

“Duas ondas senoidais podem ser comparadas pela diferença de suas fases. Se por exemplo
duas ondas tiverem seus picos defasados de um quarto do ciclo, elas estram defasadas de 90º,
ou 90º fora de fase”, conforme figura 1.7 [1.1]:

Figura 1.7 – Diferença entre duas ondas senoidais: defasagem de ondas [1.1].
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O deslocamento de fase é similar ao atraso no tempo, onde por exemplo as frequencias após
passarem por um filtro passa-tudo, que causa um atraso na onda chegando 90º mais tarde do
que eles chegariam a sua entrada, conforme mostrado na figura 1.8 [1.1]. A figura 1.8a,
mostra o começo da onda no nível zero num ponto arbitrário e num instante denominado
“tempo zero”. Se um ciclo completo tem 360º, depois de 90º ou um quarto do ciclo, a onda
atingiu seu maximo (pico) positivo da amplitude. Depois de 180º o nível da amplitude retorna
a zero, e em 270º a onda atinge seu maximo (pico) negativo de amplitude. Em 360º sua
amplitude volta a zero novamente. A difrença entre seu maximo pósitivo em 90º e omaximo
negativo em 270º é uma diferença de 180º. Na figura 1.8b, mostra uma onda que passou por
um filtro passa-tudo, chegando 90º mais tarde do que na entrada.

Figura 1.8 – Deslocamento ou diferença de fase

O atraso no tempo desloca todas as frequências pela mesma quantidade de tempo, enquanto
o deslocamento de fase atrasa certas frequências mais do que as outras.

1.3 UNIDADES DE FREQUÊNCIA


A Tabela 1.1 mostra os múltiplos e submúltiplos da unidade da frequência Hz:
Tabela 1.1- Múltiplos e submúltiplos da unidade da frequência Hz:
SUBMULTIPLOS DO Hz MULTIPLOS DO Hz
Valor Hz Símbolo Nomeclatura Valor Hz Símbolo Nomeclatura
-1 1
10 Hz dHz decihertz 10 Hz daHz decahertz
10-2 Hz cHz centihertz 102 Hz hHz hectohertz
10-3 Hz mHz millihertz 103 Hz kHz kilohertz
-6 6
10 Hz Hz microhertz 10 Hz MHz megahertz
10-9 Hz nHz nanohertz 109 Hz GHz gigahertz
-12 12
10 Hz pHz picohertz 10 Hz THz terahertz
10-15 Hz fHz femtohertz 1015 Hz PHz petahertz
10-18 Hz aHz attohertz 1018 Hz EHz exahertz
-21 21
10 Hz zHz zeptohertz 10 Hz ZHz zettahertz
10-24 Hz yHz yoctohertz 1024 Hz YHz yottahertz

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1.4. ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO:

 Conjunto de todas as radiações eletromagnéticas, desde os raios cosmicos até as


ondas de rádio, em forma ordenada e em função do comprimento de onda e da
frequência, conforme mostrado na figura 1.9 e tabela 1.2.

Figura 1.9. Faixas de frequência e comprimentos de ondas do Espectro eletromagnético.

 A onda eletromagnética depende de sua frequência e do correspondente comprimento


de onda, que estão relacionados pela equação 1:
= . (1)
8
onde c= 3x10 m/s é a velocidade da luz no vácuo;  é o comprimento de onda em metros e f
é a frequência em hertz (ciclos/seg.).

Tabela 1.2 - Faixas de frequência e comprimentos de ondas do Espectro eletromagnético


[1.1].
ESPECTRO ELETROMAGNETICO
Faixa Abreviatura Frequências Comprimentos de
ondas
AudioFrequência AF 20 a 20.000 Hz 15.000.000 a 15.000 m
RadioFrequência RF 10 kHz a 300.000 MHz 30.000m a 0,1 cm
6 8
Calor e infravermelho 10 a 3,9x10 MHz 0,03 a 7,6x10-5 cm
Luz visível 3,9x108 a 7,9x108 MHz 7,6x10-5 a 3,8x10-5cm
8 10
Ultravioleta 7,9x10 a 2,3x10 MHz 3,8x10-5 a 1,3x10-6 cm
9 13
Raios X 2,0x10 a 3,0x10 MHz 1,5x10-5 a 1,0x10-9 cm
Raios Gama 2,3x1012 a 3,0x1014MHz 1,3x10-8 a 1,0x10-10 cm
14
Raios Cósmicos > 4,8 x10 MHz >6,25x10-11 cm

 Cada sistema de comunicação opera dentro de uma faixa de Frequência predefinidas


de dentro do espectro eletromagético, que compreende todas as faixas de irradiação
eletromagnética, utilizadas para os serviços nas faixas de comunicação via radio,
radar, infravermelho, luz visível, raios ultravioleta, raios X e radiação gama e outras
radiações.
 “A Faixa de frequências apropriadas para utilização em transmissões de radio é
denominada de Espectro das ondas de radio ou faixa de radiofrequências,
estendendo de 10kHz (10000 ciclos/ segundo) a 300000 MHz (300000
megaciclos/segundo), também conhecida como Faixa de Rádio e de Microondas” [1.1]
e é apresentado na Tabela 1.3:

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Tabela 1.3- Espectro das ondas de radio ou faixa de radiofrequências
ESPECTRO DAS RADIOFREQUÊNCIAS
Faixa Abreviatura Frequências Comprimentos de ondas
Frequência extra baixa ELF 3 mHz a 3 kHz Sub áudio
(Extra Low Frequency)
Frequência muito baixa VLF 3 a 30 kHz Ondas Myriamétricas: 100-10 km
(Very Low Frequency) (Very LongWaves)
Frequência baixa LF 30 a 300 kHz Ondas Kilométricas: 10-1 km
(Low Frequency) (Long Waves)
Frequência média MF 300 a 3000 kHz Ondas Hectométricas:1000-100 m
(Medium Frequency) (Ondas Médias)
Frequência alta HF 3 a 30 MHz Ondas Decamétricas: 100-10 m
(High Frequency) (Ondas Curtas)
Frequência muito alta VHF 30 a 300 MHz Ondas Métricas: 10-1 m
(Very High Frequency) (Ondas Ultra Curtas)
Frequência ultra alta UHF 300 a 3000 MHz Ondas Decimétricas: 100-10 cm
(Ultra High Frequency) (Ondas Ultra Curtas)
Frequência super alta SHF 3 a 30 GHz Ondas Centimétricas: 10-1 cm
(Super High Frequency) (Ondas Ultra Curtas)
Frequência extremamente alta EHF 30 a 300 GHz Ondas Milimétricas: 10-1 mm
(Extremely High Frequency) (Ondas Ultra Curtas)
Frequência tremendamente alta THF 300 a 3000 GHz Ondas Decimilimétricas: 1- 0,1 mm
(Tremendous High Frequency)

Outras nomenclaturas de bandas para Satélites:

Designação da letras Frequencia Designação da letras Frequencia


(IEEE) (IEEE)
L 1-2 GHz K 18-27 GHz
S 2-4 GHz Ka 27-40 GHz
C 4-8 GHz V 40-75 GHz
X 8-12 GHz W 75-110 GHz
Ku 12-18 GHz

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A tabela 1.4 mostra os serviços reservados às comunicações via rádio e suas faixas de
frequências [1.3]:

Tabela 1.4 - Alguns Serviços reservados às comunicações de radiofrequência:


Faixa de Frequência (Hz) Serviços
De até
20 Hz 20000 Hz Sons audíveis
20 kHz 30 kHz Ultrassom
530 kHz 1600 kHz Radio AM (107 emissoras com 10kHz de banda)
34,48 MHz 34,82 MHz Radiotaxi
38 MHz 40,6 MHz Telemedição biomédica
40,6 MHz 40,7 MHz Telemedição de características de materiais
40,7 MHz 41,0 MHz Telemedição biomédica
41,0 MHz 49,6 MHz Diversos serviços
49,6 MHz 49,9 MHz Telefonia sem fio
49,9 MHz 54 MHz Diversos serviços
54 MHz 60 MHz Televisão VHF – canal 2
60 MHz 66 MHz Televisão VHF – canal 3
66 MHz 72 MHz Televisão VHF – canal 4
70 MHz 72 MHz Radioastronomia
72 MHz 73 MHz Telecomando
73 MHz 75,4 MHz Radionavegação para aeronáutica
75,4 MHz 76 MHz Telecomando
76 MHz 82 MHz Televisão VHF – canal 5
82 MHz 88 MHz Televisão VHF – canal 6
88 MHz 108 MHz Radiodifusão radio FM – 99 canais em faixas de 200 kHz
88 MHz 108 MHz Microfone sem fio de alcance restrito
108 MHz 117,975 MHz Radionavegação para a aeronáutica
117,975 MHz 121,5 MHz Radionavegação para a aeronáutica
470 MHz 890 MHz Televisão UHF – canais 14 a 83
824 MHz 835 MHz Telefonia celular Banda A – Estação Móvel para Radio
Base (ERB) (subida), 449 canais
835 MHz 849 MHz Telefonia celular Banda B – para Radio Base (ERB) para
Estação Móvel (descida), 449 canais

Exemplo 1.1 ) Serviços e suas faixas frequencias.

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1.5 TIPOS DE ACESSOS EM TELECOMUNICAÇÕES


 Os tipos de acessos em telecomunicações tem como objetivo interligar os usuários
nas redes de telecomunicações, que podem ter acesso por par metálico, rádio
Frequência (RF), fibra óptica, satélite, cabo coaxial (HFC), rede elétrica (PLC).
 Rede de acesso: Liga assinantes e seus provedores de serviços, através de tecnologias
de multiplexação, concentração e solução de transporte como a fibra óptica, rádio e
outra, de maneira barata e eficiente.
 Os novos serviços de transmissão de dados exigem taxas de transmissão cada vez mais
elevadas, para: Comunicação de dados, Internet em banda larga, Videoconferência,
Homebanking, Homeshopping, Teleducação, Telemedicina, Multimídia, etc.

1.5.1 Acesso via par metálico:


 RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados): especificada pelo CCITT em 1984
 Rede de acesso utilizando a infra-estrutura já existente da telefonia fixa.
 Permite a transmissão de voz, dados, vídeo e gráficos, em alta velocidade, sobre as
linhas de comunicação padrão.
 A RDSI é composta por 2 tipos de canais de transmissão padrão:
a. Canal B: para transmissão de sinais de voz.
b. Canal D: para transmissão de sinais e dados e outra informações.

 Para atender às necessidades de serviços existem 2 tipos de acessos RDSI:


 RDSI - acesso básico: Consiste de 2 canais B de 64Kbits/s para
transmissão de dados e 1 canal D de 16Kbits/s para sinalização.
 RDSI - acesso primário: Consiste de 30 canais B de 64 Kbits/seg, e 1
canal D de 64Kbits para sinalização, num total de 1984Kbits/seg.

1.5.2 Acesso fibra óptica:


1. Fibra óptica: Possui largura de banda maior, é imune a ruídos e atenuam bem menos
os sinais. Seu custo não é significantemente mais expressivo do que o cabo coaxial.
2. Alguns cabos da rede de assinantes são substituídos por fibra óptica, formando uma
rede óptica de assinantes, através de 3 tipos de arquitetura:
a. Fibra até meio fio: onde estão instalados os armários ópticos na rua, em regiões
próximas às residências dos assinantes.
b. Fibra até o prédio: onde os equipamentos são colocados nas instalações do
cliente, aproveitando a infra-estrutura existente.
c. Fibra até a casa/escritório: onde os equipamentos são instalados na
casa/escritório dos assinantes por meio de enlaces ópticos.

1.5.3 Redes HFC – Rede híbrida de fibra e cabo coaxial


 As redes híbridas combinam as vantagens de ambos os meios de transmissão.
 Podem transportar sinais analógicos e digitais
 Suportam várias tecnologias como ATM, Frame relay, Sonet ou SDH.
 São multiserviço, podendo oferecer dados e voz.

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1.5.4 Acesso via Radio Frequência:
 É conhecido como WLL (Wireless local loop).
 Possui várias soluções para prover acessos a serviços de telefonia utilizando a tecnologia
de radiocomunicação, substituindo os pares metálicos/ fibras ópticas por enlaces de rádio.
 Fornece serviços de telecomunicações, sem que haja nenhum tipo de cabo entre os pontos
serem ligados.
 Existem várias tecnologias de rádio: ponto-a-ponto, ponto-multiponto, satélite e telefone
sem fio:

a) Rádio digital ponto-a-ponto: permite transmitir, entre dois pontos distintos,


dados digitais a uma alta velocidade sem utilizar nenhum elemento físico.
Freq. Sigla Aplicação
300Hz a 3000Hz ELF – Ondas Comunicação de submarinos, escavações
extremamente longas em minas.
3 kHz a 30kHz VLF – Ondas muito
longas
30kHz a 300kHz LF – Ondas longas Navegação aérea, serviços marítimos,
300kHz a 3000kHz MF – Ondas médias radiodifusão local.
3MHz a 30MHz HF – Ondas curtas / Serviços marítimos, radiodifusão local e
tropicais distante.
30MHz a 300Mhz VHF Transmissão de televisão, sistemas
300MHz a comerciais e particulares de comunicação,
3000Mhz UHF serviços de segurança pública, telefonia
celular.
3 GHz a 30GHz SHF – Microondas Comunicação à longa distância, sistemas
30GHz a 300GHz EHF - Microondas interurbanos e internacionais em
radiovisibilidade, telefonia celular,
tropodifusão e satélite.

b) Rádio digital ponto-multiponto:


 Também conhecido como BWA (Broadband wireless Access)
 Permite a oferta de serviços de voz e dados em banda larga
 Funciona de forma similar às células de telefonia móvel e tem capacidade de atingir
uma área de 3 a 10km, dependendo da topologia e da freqüência utilizada.

c) Satélite:
 Receptores, repetidores e regeneradores de sinais de microondas, que se encontram
no espaço na órbita da terra.
 As faixas de frequências utilizadas em comunicações por satélites são:
Freq. Sigla Aplicação
4 a 8GHz C Televisão e telecomunicações
12,5 a 18GHz X Militar
12,5 a 18GHz Ku TVs por assinaturas
 Fácil instalação nas unidades remotas e baixo custo por unidade
 Tecnologia compatível com o ambiente IP e com a Internet.

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1.5.5 Acesso via linha de potência (PLC) - rede eletrica:

 A PLC (Power line communications) utilize os cabos de cobre das redes de energia
elétrica para transmissão de voz, dados e imagens.
 Fornece informação de forma eficiente e barata via sistema de distribuição de energia
elétrica, utilizando as linhas elétricas já existentes, para prover o serviço de
comunicação entre o usuário e a operadora de serviço.
 Na entrada da casa ou prédio é instalado um aparelho decodificador que separa a
corrente elétrica dos sinais de dados e os distribui para os usuários.

1.5.6 Referência bibliográfica:

[1.1] – Navegação: A ciência e a arte- vol. III. Navegação Eletrônica e em condições


especiais. Altineu Pires Miguens, 28 de setembro de 2000, Cap. 34., Volume III, Ed. Marinha
do Brasil, pp. 1221-1264. http://www.mar.mil.br/publicações.

[1.2] - Fundamentos de Sensoriamento Remoto e Metodologia de Aplicação, Maurício Alves


Moreira, 2011, Editora UFV.

[1.3]- Tecnologia de acesso em telecomunicações, M. B. do Nascimento; A. C. Tavares,


Editora Berkeley, 2002.

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CAPITULO 2
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E TECNICAS DE ANALISE DE SINAIS

Seja o sistema de comunicação e seus principais componentes mostrado na Figura 2.1:

Figura 2.1 – Sistema de comunicação


.
1. Fonte: Origina a mensagem. Pode ser voz, imagem de TV, mensagem de Teletipo ou
dados.
2. Transdutor: Qualquer dispositivo capaz de transformar um tipo de sinal em outro
tipo. Por exemplo, se o sinal não é elétrico ele é convertido por um transdutor em uma
onda elétrico, e vice-versa, e é tido como sinal banda base ou sinal mensagem.
3. Transmissor: Modifica o sinal banda base para uma transmissão eficiente.
4. Canal: Meio onde ocorrerá a transmissão da mensagem. Pode ser o fio, cabo coaxial,
guia de onda, fibra óptica ou estrutura da conexão de conexão de rádio.
5. Receptor: reprocessa os sinais recebidos do canal, desfazendo as modificações
ocorridas no transmissor e canal.
6. Transdutor de saída: Converte o sinal elétrico de volta à sua forma original, com
mensagem recebida.

 Um canal é um eio físico que se comporta parcialmente como um filtro que, em


geral, atenua o sinal e distorce as formas de ondas transmitidas.
 Na prática, os sinais que passam por canais de comunicação não apenas sofrem
distorções do canal, mas também são corrompidos ao longo do percurso por
interferências e perturbações indesejáveis, denominadas ruído.

 Mensagens digitais: São construídas com um número finito de símbolos


 Mensagens binárias: 2 símbolos
 Mensagens M-árias: Construídas com M símbolos.
 Mensagens analógicas: valores variam numa faixa contínua.

2.1 Medidas quantitativas dos sinais de comunicações: tamanho de um sinal


2.1.1 Energia do sinal [joule]:

E g   g(t) 2 dt , onde g(t) é o sinal.
-

Se g t   0 quando t   , então a energia converge.


2.1.2 Potência do sinal [watts] :
 t/2
1
Pg  lim  g(t)
2
dt , onde Pg - potência média e T – período.
T  T - t/2

Se o sinal é periódico sua potência existe.

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Exemplo 2.1) pág. 21. [2.1]. Determine as medidas energia e a potência dos sinais abaixo:

Na figura a), o sinal tende a 0 à medida que t. Portanto a medida para este sinal é a
energia Eg : = ∫ ( ) = ∫ (2) + ∫ 4 = 4 + 4 = 8

Na figura b), o sinal não tende a 0 à medida que t. Entretanto, esteb sinal é periódico.
Portanto, sua potencia Pg existe : = ∫ ( ) = ∫ =

2.2 Classificação dos sinais

1. Contínuo e discreto no tempo.


2. Sinais analógicos e digitais.
3. Sinais periódicos e aperiódicos.
4. Sinais energia e potência.
5. Sinais determinísticos e probabilísticos.

2.2.1 Sinais contínuos e discretos no tempo


 Sinal contínuo: Um sinal que é especificado em todos os valores do tempo é um sinal
contínuo no tempo.

 Sinal discreto: Um sinal que é especificado apenas em pontos discretos t=nT (n é um


inteiro) é um sinal discreto no tempo.

2.2.2 Sinais analógicos e digitais


 Sinal analógico: Um sinal cuja amplitude pode ter qualquer valor em uma faixa
contínua. Ou seja, uma amplitude de um sinal analógico pode ter um infinito número
de valores.
 Sinal digital: Um sinal cuja amplitude pode ter apenas um número finito de valores.
Sinais associados com o computador digital são digitais por que eles podem ter
somente os valores 0 e 1. Sinal digital cujas amplitudes podem ter M valores é um
sinal M-ário, e se M=2 é um caso especial binário.
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 Os termos “contínuo no tempo e discreto no tempo”, qualificam a natureza do sinal


ao longo do eixo do tempo.

 Os termos “analógico e digital”, qualificam a natureza da amplitude do sinal.


Exemplos:
a)Sinais analógicos, contínuos no tempo.

b) Sinais digitais, contínuos no tempo.

c) Sinais analógicos, discretos no tempo.

d) Sinais digitais, discretos no tempo.

2.2.3 Sinais periódicos e aperiódicos

 Um sinal g(t) é dito periódico, se para alguma constante positiva T0, g(t) = g(t+ T0)
para todo t, onde T0 é o período.
 Um sinal g(t) é dito aperiódico se ele não é periódico.

Exemplo de sinal periódico:

Exemplo de sinal aperiódico:

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2.2.4 Sinais de energia e potência

 Um sinal com energia finita é um sinal de energia.


 Um sinal com potência finita é um sinal de potência.

 Um sinal g(t) é um sinal energia se


 2

 g(t)

dt  

 Um sinal potência finita e não nula é um sinal potência:


2
1 T/2
0  lim  g(t) dt  
T  T  T/2

2.2.5 Sinais determinísticos e aleatórios

 Sinal determinístico: É um sinal cuja descrição física é conhecida completamente, na


sua forma matemática ou gráfica.
 Sinal aleatório: É um sinal conhecido apenas em termos de descrição probabilística,
como o valor médio, valor médio quadrático, etc.

2.3 Operações com sinais

2.3.1 Deslocamento de um sinal no tempo.


 Considere um sinal g(t).

 Deslocar o sinal g(t) de um período (t – T):


 Se T é positivo, o deslocamento é para a direita, ou seja, o sinal sofre um
atraso.

 Se T é negativo, o deslocamento é para a esquerda, ou seja, o sinal sofre um


avanço.

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2.3.2 Escalonamento no tempo:

 A compressão ou expansão de um sinal no eixo do tempo é conhecida como


escalonamento no tempo.
Exemplo: Seja g(t), o sinal mostrado a seguir:

- Seja 1  t  , o sinal g(t) comprimido no tempo por um fator de 2:


1 t / 2  g t  ou 1 t g t 

-Seja, 2  t  o sinal g(t) expandido no tempo por um fator de 2:


 2 2t   g t  ou  2 t   g t / 2

Em geral:
 Se um sinal é comprimido no tempo por um fator a, (a > 1), o sinal  t  resultante é
dado por:  t   g at  .
 Se um sinal é expandido no tempo por um fator a, (a > 1), o sinal  t  resultante é
t
dado por:  t   g   .
a

2.3.3 Inversão de um sinal no tempo:


 Considere o sinal g(t), dado a seguir:

 Para inverter g(t), rotacionamos o sinal de 180° em relação ao eixo vertical, que é o
sinal  t   g  t  .

 Portanto, para inverter um sinal no tempo, substituímos t por –t, e então tem-se que
 t   g  t  .

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2.4 Função impulso unitário e Função degrau unitário:

2.4.1 Função impulso unitário ou delta de Dirac:

0 se t  0
 Definição:  (t)  
1 se t  0

 Características:

o  (t )dt  1


o Multiplicação de uma função por um impulso:  t   t .gt 

 Se a função impulso só existe em t=0 e o valor de g(t) é g(0), então,


 t   t . g(t)  0.g0   0

 Função impulso deslocada no tempo, tem-se:


 t   t - T gt    T   gT 

O impulso está localizado em t=T.

 Integral de um sinal multiplicado pela função impulso:




  t t dt

  0  .1 dt   0 

 Caso a função impulso esteja deslocada no tempo, tem-se:




  t t - T dt   T 
-

2.4.2-Função degrau unitário u(t):

1 t  0
Definição: u t   
0 t  0

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- Multiplicação de u(t) por um sinal g(t) = e-at:

e -at para t  0
 t   g t .u t   
0 para t  0

2.5 SINAIS E VETORES

 SINAL: Pode ser representado como a soma de seus componentes numa


variedade de maneiras.
 VETOR: Vetor pode ser representado como a soma de seus componentes de
várias maneiras, dependendo da escolha do sistema de coordenadas.

2.5.1 CONCEITOS BÁSICOS DE VETORES

 Componentes de um vetor: Um vetor pode ser especificado por sua magnitude


ou comprimento e sua direção.
 Considere 2 vetores g e x. Seja c.x o componente de g em x, ou
seja, c.x é a projeção de vetor g no vetor x, e c é um valor escalar:

g = c.x + e
e – vetor erro
c – valor escalar, escolhido para minimizar o comprimento do vetor erro
e = g – cx

 Definição: Produto interno. de dois vetores g e x:


g.x = |g|.|x|cos(  )

|g| - comprimento (magnitude) do vetor g


|x| - comprimento do vetor x
 – ângulo entre os dois vetores

 Pode-se expressar |x|, o comprimento do vetor x, como: |x|2 = x.x


 O comprimento de g em x é |g|cos(  ), que é também c.x:
 Portanto, c.|x| = |g|.cos(  )
 Multiplicando ambos os lados por |x|, tem-se:
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c. |x|2 = |x| .|g|.cos(  ) = g.x
g.x
c 2
x
 Quando g e x são perpendiculares ou ortogonais, então g tem componente em
x, e conseqüentemente, c=0. Portanto, g e x são ortogonais se o produto
interno entre os dois vetores é 0: g.x = 0

2.5.2 COMPONENTES DE UM SINAL


 Os conceitos de componente de vetor e ortogonalidade são estendidos para
sinais.
 Considere a aproximação de um sinal real g(t) em termos de um outro sinal
real x(t) no intervalo [t1, t2]:
g(t)  c. x(t) t1  t  t2
 O erro e(t) nesta aproximação é:

g(t) - c.x(t) t1  t  t2
e(t)  
 0 caso contário

 Seleciona-se um critério para melhor aproximação:


“A energia de um sinal é uma medida possível do tamanho do sinal”.
 Para melhor aproximação, precisa-se minimizar o erro do sinal, ou seja,
a minimização do tamanho do erro, expresso pela medida da sua
energia Ee no intervalo [t1, t2], dada por:
t2 2 t2
 g(t) - c.x(t) dt
2
E e   et  dt 
t1 t1

Sendo a energia Ee, função do parâmetro c, então a energia Ee será


mínima para um certo valor de c. Para minimizar Ee em relação a c, tem-se
que:
dE e
0
dc
t2 t2 t2
d  2

 g(t) - c.x(t)  dt   0 então - 2  x(t)g(t)dt  2.c.  x(t) 2 dt  0
dc  t1  t1 t1

 Portanto, o valor de c que vai minimizar Ee é:


t2

 g(t)x(t)dt
t1 1
t2
c  g(t)x(t)dt
t2
2 E x t1
 x(t)
t1
dt

 Portanto, a área do produto dos dois sinais corresponde ao produto interno de


dois vetores.

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 A energia de um sinal é o produto interno de um sinal com ele mesmo.
Se um sinal g(t) é aproximado por outro sinal x(t), g(t)  c.x(t), t1  t  t2,
então o valor ótimo de c que minimiza a energia do sinal erro é:
t2

 g(t)x(t)dt
t1 1
t2
c  g(t)x(t)dt
t2
2 E x t1
 x(t)
t1
dt

Exemplo: 2.2, pág. 30 [2.1]. Dados os sinais g(t) e x(t), mostrados a seguir, aproximar o
sinal g(t) em termos de x(t), ou seja g(t)  c.sen(t) no intervalo 0  t  2  , tal que a energia
do erro do sinal seja mínima.

( ) = sen( ) é ∶ = ( ) =
1 1 1 4
= ( ) ( ) = ( ) − ( ) =

Portanto, a melhor aproximação de g(t) pela função sem(t), que minimiza a energia do sinal
erro é: ( ) ≅ ( )

2.6 COMPARAÇÃO ENTRE SINAIS: CORRELAÇÃO


 Medida de similaridade entre dois vetores g e x
 Deve ser independente dos comprimentos de g e x: Se o comprimento de g
dobrar, a quantidade de similaridade entre g e x não deve mudar.
 A similaridade entre dois vetores é indicada pelo ângulo  entre os vetores.
 Quanto menor  , maior é a similaridade e vice-versa.
 Portanto, a quantidade de similaridade pode ser convenientemente medida por:
cos (  )
 Quanto maior cos (  ), maior é a similaridade entre os dois vetores.
 Então, a medida de similaridade é cn, dada por:
g.x
cn  cos    onde -1  cn  1
g.x
 Esta medida é conhecida como “coeficiente de correlação”.
 Se os dois vetores estão alinhados na mesma direção então cn =1.
 Se os dois vetores estão em direções opostas e alinhados então cn = -1.
 Se os dois vetores são ortogonais, então cn=0.
 Para sinais, o coeficiente de correlação é definido como:

1
cn   x(t)g(t)dt onde -1  cn  1
Eg. Ex 

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 Função correlação: Usadas para detecção de sinal em radar, onde um pulso


de sinal é transmitido para detectar um alvo. Se o alvo está presente, o pulso
será refletido, se o alvo não está presente, não haverá reflexão do pulso, apenas
ruído. Medindo o tempo de atraso entre o pulso transmitido e o recebido,
determina-se a distância entre os alvos.
 Mede-se a correlação entre o pulso transmitido g(t) e o recebido refletido z(t),
deslocado de  .
 Se existir em algum  , uma forte correlação, será detectado a presença do
pulso e o tempo de atraso ou deslocamento de z(t) em relação a g(t).
 Para isto, usa-se a função correlação cruzada entre os sinais g(t) e z(t),
definidos por:
 
 gz     g(t)z(t   )dt
-
onde z(t+  ) é o pulso deslocado no tempo de τ segundos

 A função de autocorrelação é a correlação do sinal com ele mesmo:

 
 g     g(t)g(t   )dt
-

2.7 SÉRIE TRIGONOMÉTRICA DE FOURIER

Considere o conjunto de sinais:


{1, cos(w0.t), cos(2w0.t), ....., cos(nw0.t), ......, sin(w0.t), sin(2w0.t), ....., sin(nw0.t), ...}

 Uma cossenoide/senoide com freqüência n.w0, é chamada de:


 n-ésima harmônica da cossenoide/senóide com freqüência w0, para n inteiro.
 w0 = 2f0 é a freqüência fundamental em radianos (rd).
 O termo 1 é chamado de 0-ésima harmônica ou termo dc, porque cos(0.t)=1.

 Este conjunto é ortogonal, num intervalo de duração:


2.
T0  , que é chamado de período fundamental.
w0
 Pode-se expressar um sinal g(t), em termos da serie de Fourier, sobre qualquer intervalo
de duração T0, como:

g(t) = a0 + a1.cos(w0.t) + a2.cos(2w0.t) + ..... + an.cos(nw0.t) + ...... + b1.sin(w0.t) +


b2.sin(2w0.t) + ..... + bn.sin(nw0.t), .. t1  t  t1 + T0
ou

2
g(t)  a 0   a n . cosnw 0 t   b n sin nw 0 t  , t1  t  t1  T0 , w 0 
n 1 T0

 Sabe-se que a energia do sinal erro e(t) é minimizada, se:

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t2

 g(t)x(t)dt
t1 1
t2
cn   g(t)x(t)dt , n  1, 2, ..., N
t2
2 E x t1
 x(t)
t1
dt

onde cn pode ser também definido como coeficiente de correlação, para sinais.

 Os coeficientes de Fourier, a0, an e bn, podem ser determinados através dos coeficientes de
correlação:
t1  T0

 g(t)cosn.w t dt
t1
0

an  t1  T0
2
 cos
t1
(n.w 0 t)dt

 Pela tabela da pág.824 [2.1], a integral a integral do denominador do coeficiente tem como
solução:
t1  T0 t 1T0
2  t sin 2n.w 0 t   T0
t1 cos (n.w 0 t)dt   2  8nw 0   2
t1

 Desta forma o coeficiente o coeficiente an, em n  0 é dado por:


t1  T0
2
a n  .  g(t)cosn.w 0 t dt para n  1, 2, 3, ...
T0 t1

 Em n=0, tem-se que o denominador de an, torna-se:


t1  T0 t1  T0
2
 cos
t1
(0.w 0 t)dt  1.dt  t1  T
t1
0  t1  T0

 Desta forma, pode-se calcular o coeficiente de correlação em n=0:


t1  T0
1
a 0  .  g(t)dt para n  0
T0 t1

 Analogamente, pode-se calcular o coeficiente de Fourier bn, para n  0 é dado por:


t1  T0
2
b n  .  g(t)sin n.w 0 t dt para n  1, 2, 3, .....
T0 t1

2.7.1 Série compacta de fourier

 Pode-se fazer a representação compacta da série de Fourier de um sinal g(t), combinando-


se os termos de sin(...) e cos(...), de mesma freqüência, tal que:
an.cos(nw0t) + bn. sin(nw0t) = Cn.cos(n.w0t +  n )
  bn 
onde C n  a 2n  b 2n e  n  tg -1   , e para consistência, o termo dc é a0=C0.
 an 
30
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 Portanto, a série de Fourier compacta pode ser expressa como:

g(t)  C 0   C n . cosnw 0 t   n  t1  t  t1  T0 ,
n 1

  bn 
onde C n  a 2n  b 2n e  n  tg -1   e a0 = C0.
 an 

 Existência da série de Fourier: Se g(t) é absolutamente integrável sobre um período, tem-


se que:
 g(t)dt   T0

2.7.2 Serie de Fourier exponencial

± (
= ) ± ( ) ; = 2

Seja o conjunto de exponenciais complexas ( = 0, ±1, ±2, … ), ortogonais em um


intervalo de duração = . Um sinal g(t) pode ser expresso em um intervalo de duração
segundos, por uma série de Fourier exponencial:

( ) =
=

Onde,
1
= ( )

Portanto, o sinal g(t) pode ser expresso pela série de Fourier exponencial:

( ) =

E consiste em componentes da forma , com n variando de - a +, e é periódica com


período T0.

Exemplo: 2.3, pág. 37 [2.1]. Encontre a série de Fourier exponencial (t) para a
exponencial g(t)= e-t/2, no intervalo 0≤ t ≤π.

1 1
= − 0 = ; = =

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( ) = ∑
= ∑

1 1 ⁄
= ( ) =
−1 0,504
= =
1 0 1+ 4
2 + 2

Portanto, a série de Fourier exponencial (t) , para ( = 0, ±1, ±2, … ),, é:


1
( ) = 0,504
1+ 4
1 1 1 1
= 0,504 1 + + + + ⋯
1+ 4 1+ 8 1 + 12 1− 4
1 1
+ + + ⋯
1− 8 1 − 12
,
= | | =
= 0,504

0,504 , °
0,504 , °
= = 0,122 = = 0,122 ;
1+ 4 1− 4

0,504 , °
0,504 , °
= = 0,0625 = = 0,0625
1+ 8 1− 8


Espectros de Fourier da magnitude e fase:

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2.8 TRANSFORMADA DE FOURIER

 Representação de um sinal aperiódico pela integral de Fourier:


 A série de Fourier torna-se uma integral de Fourier quando:
lim g T  t = g t
T

 Seja: G(w) – a transformada direta de Fourier de g(t)


g(t) – a transformada inversa de Fourier de G(w)

 Define-se o par de transformadas direta e inversa de Fourier:



G w    g t .e - jwt dt  Transformada direta de Fourier de g(t) [rd]
-
1 
gt    Gw .e  jwt dw  Transformada inversa de Fourier de G(w)
2 -

Ou se w=2f e dw= 2 df então = , podemos reescrever o par de


transformadas direte e indireta de Fourier como:

G f   g t .e - j2ft dt  Transformada direta de Fourier de g(t) [Hz]
-

 j2ft
g t  
 Gf .e
-
df  Transformada inversa de Fourier de G(f)

Simbolicamente, ( ) = ℑ{ ( )} ( ) = ℑ { ( )} ou
( ) = ℑ{ ( )} ( ) = ℑ { ( )}

 Pode-se expressar a transformada de Fourier em termos de sua magnitude e


fase:
onde, |G(w)| - é o espectro da amplitude ou espectro da magnitude.
ej  g(w) – é o espectro da fase.

( ) = | ( )| ( ) ( ) = | ( )| ( )
[rd] ou [Hz]

Obs: =2

| ( )| = ( ) ∗( ) ou | ( )| = ( ) ∗( )
( ) = − > 0 ou ( ) = − > 0

 A transformada G(w) é a especificação de g(t) no domínio da freqüência.


 Existência da transformada de Fourier:
 

 gt dt   ou Gw  



 gt dt
-

 Propriedades do conjugado simétrico:


G(-w) = G*(w) ou G(-f) = G*(f)
|G(-w)| = |G(w)| ou |G(-f)| = |G(f)|
 g(-w) = -  g(w) ou  g(-f) = -  g(f)
33
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Obs: Função par: x(t) = x(-t)


Função ímpar: x(t) = –x(-t)

 Linearidade da Transformada de Fourier:


Se g1(t)  G1(w) e g2(t)  G2(w) então
a1g1(t) + a2g2(t)  a1G1(w) + a2G2(w)

Exemplo: 3.1, pag. 63 [2.1]. Encontre a transformada de Fourier da função g(t)=e –at.u(t), e os
espectros de sua magnitude e fase.

( ) −1 ( ) +∞ 1
( ) = ( ) = = =
− 0 +

( ) = | ( )| ( )

Obs: =2
∗(
1
| ( )| = ( ) ) =
√ +

( ) = − = − > 0

2.8.1 TRANSFORMADA DE FOURIER DE ALGUMAS FUNÇÕES ÚTEIS

2.8.1.1 Função retângulo - Definição:


1 t1  t  t 2
ret(t)  
0 caso contário

A transformada de Fourier da função retângulo onde t1 = - ½ e t2 = +½, é:


1
2
- 1 - jw/2 jw/2 sinw/2
G(w)  ret(t)  1. e - jwt dt 
 jw
 e -e  w/2
 sincw/2
-1
2
Ou,

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1
2
- 1 - j2f/2 j2f/2 sinf 
G(f)  ret(t)  1. e- j2ft dt 
 j2f
e 
-e 
f
 sincf  
-1
2
Obs: Identidades trigonométricas e tabela de integrais: pag. 822, apêndice E:
sin x 
Definição de função sinc: sincx  
x
Identidades trigonométricas: e±jx = cos(x) ± jsin(x)
1 jx
cos x  
2
e  e - jx  
1
sinx   e jx - e - jx 
2j
2.8.1.2 Função triângulo - Definição:

 1
1 - 2 t t 
2
 t   
1
 0 t 
 2

A transformada de Fourier da função triângulo é:


1 1
2 0 2
1 w
 1 - 2 t . e
- jwt - jwt - jwt
G(w)  (t)  dt  .sinc 2  
-1
dt 
 1  2t . e
-1
dt 
 1 - 2t . e
0
2 4
2 2

ou
1 1
2 0 2
1  f 
 1 - 2 t . e
- j2ft - j2ft - j2ft
G(f)   (t)  .sinc 2  
-1
dt 
 1  2t . e
-1
dt 
 1 - 2t . e
0
dt 
2  2 
2 2

2.8.1.3 Exemplo: 3.3, pag. 68[2.1]. Encontre a transformada de Fourier da função impulso
 (t).
Definição:
0 se t  0
 (t)  
1 se t  0

( ) = ℑ{ ( )} = ( ) .
= 1. =1
Ou
( ) = ℑ{ ( )} = ( ) .
= 1. =1

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2.8.1.4 Exemplo: 3.4, pag.69[2.1]. Encontre a transformada de Fourier inversa de  (w).
Definição:
0 se w  0
 (w)  
1 se w  0

1 1 .
1
( ) = ℑ { ( )} = ( ) = 1. =
2 2 2
Ou se,

0 se f  0
 (f)  
1 se f  0

( ) = ℑ { ( )} = ( ) . .
= 1. =1

2.8.1.5 Exemplo: 3.5, pag.69[2.1]. Encontre a transformada de Fourier inversa de  (w – w0).

1 1 .
( ) = ℑ { ( − )} = ( − ) =
2 2
. ( − ) . Analogamente, . ( + )
Portanto, ⟺ 2 ⟺ 2

ou
( ) = ℑ { ( − )} = ( − ) =
. .
Portanto , ⟺ ( − ). Analogamente, ⟺ ( + )

2.8.1.6 Exemplo: 3.6, pag. 70[2.1]. Encontre a transformada de Fourier de g(t)=cos(w0t).


Definição: ( ) =

+ −
0 + 0
( ) = ℑ{ ( )} = = [ ( + )+ ( − ) ]
2
Obs: ver propriedade 8 , tabela 3.1 , pag. 72

Ou se w= 2f, (2 ) =
+ −
+
( ) = ℑ{ (2 )} =
2
1
= [ ( + )+ ( − ) ]
2

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2.8.1.6 Exemplo: 3.7, pag. 70 [2.1]. Encontre a transformada de Fourier de sgn(t).

1 >0
Definição: ( ) = 0 =0
−1 <0

A função sgn(t) pode ser reescrita aproximada como a soma de duas exponenciais no limite
quando a0:

( ) = lim → [ ( ) − (− )]

Portanto a transformada de Fourier da função sgn(t) é:

( ) = ℑ{ ( )} = lim → ℑ{ ( )} − ℑ{ (− )} =
1 1 −2 −4 1
( ) = lim − = lim = lim =
→ + − → + → +4

Obs: w= 2f
Ver pares de transformada 1 e 2, na tabela3.1, pag72.

2.9 DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA:

2.9.1 Teorema de Parseval:


  2
1
E gT   g t dt 
2
T  G w T dw
-
2 

A potência de g(t) é: Pg  lim E gT  lim 1  1 2 
T TT  T  2  G w 

T dw 

em T   , a potência converge para:

 1 1 2 
Pg  
 2
 lim T . G w 

T 
T dw 

2.9.2 Densidade espectral de potência (PSD):


Pode ser definida como:
2
G T w 
S g w   lim
T  T
 
Conseqüentemente, Pg  1 1
2  S w dw

g 
  S w dw
0
g

 

ou, Pg   Sg w df  2. Sg w df


 0

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2.10 FUNÇÃO DE AUTOCORRELAÇÃO DE SINAIS DE POTÊNCIA

 A função de autocorrelação Rg(  ) ou () de um sinal de potência real é definida


como:
T/2
1
 g    R g   = lim
T  T  gt gt +  dt
 T/2
onde R g   = R g   

ou
T/2
1
 g    R g   = lim
T  T  gt gt - dt
 T/2
onde R g   = R g   

 A transformada de Fourier da função autocorrelação é a densidade espectral de


potência Sg(w):
 2
1 G T w 
S g w    g   lim  g  e - jw dw  lim
 T  T

T  T

onde Sg(w) – é a transformada de Fourier da função autocorrelação.


 A densidade espectral de energia é :
Ψ ( ) = | ( )|

Exemplo: Encontre a função autocorrelação do sinal g(t)  e -at u t  , e depois determinar a


densidade espectral de energia de g(t). Obs: Tabela de transformadas de Fourier – pag. 72
[2.1].
a) Função de autocorrelação de g(t)  e -at u t 

Pela tabela 3.1 pag. 72, a transformada de Fourier de g(t)  e -at u t  é:


1 1
( ) = = > 0
+ + 2
E a magnitude é:
1 1
| ( )| = = > 0
√ + + (2 )
Então, A densidade espectral de energia é :

Ψ ( ) = | ( )|

A autocorrelação de ( ) é a transformada de Fourier inversa de ( ):


1 1
Ψ ( ) = | ( )| = =
+ + (2 )

E a transformada inversa de Fourier de ( ) é a função de autocorrelação ( ) :


( ) = ℱ Ψ ( ) = | |
pela propriedade 3, tabela 3.1, pag.72

b) Densidade espectral de energia de g(t).


1 1
( ) = | ( )| = =
+ + (2 )

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2.11 DUALIDADE: TEMPO- FREQUÊNCIA

 DUALIDADE:
gt - t 0   G w e -jwt0 ou g t - t 0   G f e -j2ft 0
gt e jw 0t  G w - w 0  ou gt e j2f 0t  G f - f 0 

Exemplo: 3.8, pag. 86 [2.1]. Aplicar a propriedade de simetria.

Propriedades:
1 w
1)Escalonamento: Se g t   G(w) então g at   G 
a a

2)Deslocamento no tempo:
j2 f t
Se g t   G w  então g t e jw 0 t  G w - w 0  ou Se g t   G f  então g t e 0  G f - f 0 

Se gt   G w  então gt e -jw0t  G w  w 0  ou Se g t   G f  então g t e -j2f 0 t  G f  f 0 

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Exemplo: Encontrar a transformada de Fourier de g(t).cos(w0t).


  e jw t  e -jw t  0
1 0

g t . cosw 0 t   gt .   G w - w 0   G w  w 0 


  2  2
Ou
  e j2f 0 t  e -j2f 0 t  
g t . cos2f 0 t   g t .    1 G f - f   G f  f 
  0 0
  2  2

Exemplo: Encontrar a transformada de Fourier de g(t).sin(w0t).


 
  e jw 0 t - e -jw 0 t  1 -j t j t
g t . sin w 0 t   g t .   G w - w 0 e 2  G w  w 0 e 2 
  2j  2 
ou
  
  e j2f 0 t - e - j2f 0 t  -j t j t
g t .sin 2f 0 t   g t .   1 G f - f 0 e 2  G f  f 0 e 2 
  2j  2 
   

Obs: Notar que sin(2f0t) é cos(2f0t) com um atraso de fase de /2. Portanto, a
multiplicação de um sinal por uma senoide/cossenoide, cuja freqüência é w0, desloca o
espectro de ± w0.

2.12 Aplicação em modulação: Usada para deslocar o espectro do sinal.

2.13 Modulação em amplitude:


 g t  quando cos w 0 . t   1
g t .cos w 0 . t  = 
- g t  quando cos w 0 . t  = -1
onde g(t) – sinal modulante
cos(w0t) - portadora
g t .cos w 0 . t - sinal modulado
 Portanto, g(t) e –g(t) agem como um envelope para o sinal modulante g(t).cos(w0t).

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 Exemplo: 3.12, pag. 93 [2.1] Encontrar e plotar a transformada de Fourier do sinal


modulado g(t).cos(w0.t), no qual g(t) é um pulso retangular ret(t/T).

2.12 CONVOLUÇÃO:

 Definição: yt   gt  wt    g w t - d onde  é o símbolo da convolução.
-
 Propriedade da convolução:

- Convolução no tempo:
Se g 1 t   G 1 w  e g 2 t   G 2 w 
então a convolução no tempo é :
g 1 t   g 2 t   G 1 w .G 2 w 

- Convolução na freqüência:
Se g1 t   G1 w  e g 2 t   G 2 w 
então a convolução na frequencia é :
1
g1 t .g 2 t   G1 w   G 2 w 
2

2.13 TRANSMISSÃO DE SINAL ATRAVÉS DE UM SISTEMA LINEAR:


 Para um sistema linear, invariante e contínuo no tempo, a relação entrada-saída é:
y(t) = x(t)*h(t)  Y(w) = H(w) X(w)

Onde, y(t) – sinal de saída, tem como transformada de Fourier Y(w)


x(t) – sinal de entrada, tem como transformada de Fourier X(w)
h(t) – resposta impulsiva, tem como transformada de Fourier H(w)

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2.14 DISTORÇÃO DO SINAL DURANTE A TRANSMISSÃO:


 O espectro do sinal de saída, Y(w) = H(w) X(w) pode ser reescrito na forma
polar:
j  w 
Yw  e y
 Xw . Hw  e j[ w    w ] onde
x h

 y w    x w    h w 
 |X(w)| é modificado em amplitude pelo fator |H(w)| e a fase é deslocada por
um ângulo  h(w).
 Portanto, a forma de onda de saída será diferente da forma de onda do sinal de
entrada.

2.14.1 TRANSMISSÃO SEM DISTORÇÃO: A transmissão é dita sem distorção se a


entrada e saída tem forma de ondas idênticas dentro de uma constante multiplicativa:
Y(t) = k.x(t)
 Se o sinal de saída sofrer um atraso, mas, se a entrada e saída tem forma de
ondas idênticas dentro de uma constante multiplicativa, a transmissão também
será considerada sem distorção.
 Portanto, em uma transmissão sem distorção, a entrada x(t) e a saída y(t),
satisfazem a seguinte condição:
y(t) = K. x(t – t0), onde t0 é o atraso da saída em relação à entrada.
 A transformada de Fourier desta equação é:
Y(w) = K.X(w).e-jwt0
Mas, Y(w) = H(w) X(w)

Então, pode-se dizer que, a função de transferência necessária para a transmissão sem
distorção é:
H(w) = K.e-jwt0
Onde, |H(w)|=K
 h(w) = -w.t0
d
t0  - h
dw
 Portanto, para uma transmissão sem distorção, tem-se que:
o A resposta em amplitude |H(w)| deve ser constante.
o A fase deve ser uma função linear de w
o O atraso do tempo é o negativo da inclinação da resposta da fase do
sistema.

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Exemplo: Seja o filtro passa baixas RC. Determinar a função de transferência H(w), |H(w)|,
 h(w) e t0.

Pela regra da divisão de tensão, a função de transferência H(w) do circuito é:


1
( ) 1 10
( ) = = = =
( ) + 1 1+ 10 +
10
| ( )| = ≅ 1 ≪ 10
√10 +

( ) = − ≅ − ≪ 10
10 10

10 1
( ) = − = ≅ = 10 ≪ 10
+ 10 10

2.14.2 DISTORÇÕES DE UM SINAL SOBRE UM CANAL DE COMUNICAÇÃO:


A Distorção de um sinal consiste na alteração da forma de onda do sinal, provocada por
diferentes atenuações impostas às diversas frequências que compõem o sinal da informação.
Um exemplo é observado nas comunicações analógicas de voz por telefonia fixa, com
alteração do timbre na reprodução da voz ao telefone.

a) Distorção linear:
 As distorções do sinal podem ser causadas por características não ideais da
magnitude e da fase.
 Se a amplitude Hw  K não é uma constante, ocorrerá um espalhamento do
pulso. O mesmo acontece se a fase  h  - w.t 0
 Haverá dispersão ou espalhamento do pulso se a resposta da magnitude ou fase
não são ideais, podendo causar interferência com o pulso vizinho.

b) Distorção causada pela não linearidade do canal.


 Para sinais de grandes amplitudes, as linearidades não podem ser ignoradas.
 Seja uma função não linear: y  f g  .
 Fazendo a expansão pela série de McLaurin’s, tem-se que:
y t   a 0  a 1 .g(t)  a 2 .g 2 t   a 3 .g 3 t   ...  a k .g k t 

Portanto, a não linearidade espalha o espectro do sinal da saída, muito além do espectro do
sinal da entrada.

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Exemplo: 3.15. pag 93. A entrada x(t) e a saída y(t) de um certo canal não linear são
2
relacionados por yt   x(t)  0.000158x t  .
a)Encontre o sinal de saída y(t) e seu espectro Y(w), se o sinal da entrada é
x t   2000 .sinc 2000t  .
( ) = 2000 (2000 ) + 0,316 × 2000 (2000 )
Seja, pelas propriedades 18 e20 da tabela de transformadas 3.1 pag.72:
ℑ{2 (2 )} ⇔

ℑ{ ( )} ⇔△
2
Então,
ℑ{2000 (2000 )} ⇔

ℑ{2000 (2000 )} ⇔ ∆
4000
Portanto, ( )= + 0,316 ∆
Onde o termo 0,316∆ é o termo indesejado (distorção) no sinal recebido.
Ver figuras (a) e (b) aseguir.

b)Verificar se a largura de faixa da saída é duas vezes a do sinal de entrada.


A largura de banda do sinal recebido y(t) é o dobro da largura de banda do sinal de entrada
x(t), pois o sinal foi elevado ao quadrado. Ver figura ( c) a seguir.

c)Será possível recuperar este sinal sem distorção?


Não, pois os espectro do sinal desejados e do sinal distorção se sobrepõem.
Entretando, a distorção pode ser reduzida aplicando ao sinal recebido um filtro passa-baixas
com largurade banda B=1000Hz. Neste caso, a saída do filtro é o sinal de entrada desejado
x(t) com alguma distorção residual. Ver figura (d) a seguir.

44
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c) Distorções causadas por efeitos de caminhos múltiplos.


 Múltiplos caminhos: Se um sinal é transmitido sobre um cabo que tem
irregularidades de impedâncias ao longo de um caminho, o sinal chegará ao
receptor na forma de onda direta e outras reflexões com vários atrasos.

 
Hw  e-jwt0 .e-jw t0  t   e-jwt0 1.e-jwt  e-jwt0 .1.cosw.t - j.sinw.t  
Portanto,
   . sin  w.  t   
- j  w.t 1  tg -1   
 1   .cos  w.  t   
H w   1 2
 2 .cos w.  t  . e 
 H w .e - j h  w 
 Este tipo de distorção pode ser corrigido usando equalizadores.

d) Desvanecimento do canal:
 Na prática as características dos canais de transmissão variam com o tempo,
por causa das características do meio, como condições meteorológicas, etc,
causando a atenuação do sinal transmitido ou desvanecimento.
 Uma maneira de reduzir seus efeitos é usando o controle automático de ganho
(AGC).

2.15 ENERGIA DO SINAL E DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA:


A energia de Eg de g(t) é definida como a área sob |g(t)|.
 Teorema de Parseval: ”A energia do sinal pode ser relacionada com o espectro
do sinal”:
   
 1 2 2
Eg 
 gt  dt  
- -
g t .g t dt 
2  Gw 

dw 
 Gf 

df

 Exemplo 3.16, pag. 97: Verificar o teorema de Parseval para o sinal


gt   e -at u t , a  0.
A energia no domínio do tempo é:
1
= ( ) = =
2
Pela propriedade 1, da tabela 3.1, pag. 72, o espectro de G(f) é:
1
( ) = ℑ{ ( )} = > 0
+ 2
e | ( )| = = > 0
( )( ) ( )

A energia do espectro do sinal G(f) é


1 1 2 +∞ 1
= | ( )| = = =
(2 ) + 2 −∞ 2

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2.16 LARGURA DE FAIXA ESSENCIAL DE UM SINAL:

“A maioria da energia do sinal está contida em BHz, e o conteúdo da energia das


componentes das freqüências maiores que BHz é desprezada.”

A largura de faixa B é chamada de “ largura de faixa essencial” do sinal. O critério


para selecionar B depende do erro de tolerância de uma aplicação particular. Pode-se dizer
que: “Selecionar B, tal que a largura de faixa contenha 95% da energia do sinal”. A supressão
de todas as componentes espectrais acima da largura de faixa essencial, resulta num sinal
^ ^
gt  próximo de g(t), causando em erro de: et   gt  - gt  .

Exemplo: 3.17, pag. 99 [2.1]. Estimar a largura de faixa essencial W rad/s do sinal e -at ut  ,
se a largura de faixa essencial é de 95% da energia do sinal.

A transformada de Fourier de g(t) é (ver tabela 3.1, pag.72):


( ) = ℑ{ ( )} =

A energia do espectro do sinal G(f) é


1 1 2 +∞ 1
= | ( )| = = =
(2 ) + 2 −∞ 2
1 1
| ( )| = = > 0
( + 2 )( − 2 ) + (2 )
Pelo Teorema de Parseval: ”A energia do sinal pode ser relacionada com o espectro do
sinal”:
   
 1 2 2
Eg 
 gt  dt  
- -
g t .g t dt 
2  Gw 

dw 
 Gf 

df

Mas, a largura de faixa essencial W rad/s com´tem 95% da energia total do sinal Eg. Portanto:
0,95 = | ( )|

0,95 1 1
= =
2 ⁄ + (2 )

Portanto,
0,95
= ⇒ = 12,7 /
2

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2.17 DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA DA ENTRADA E SAÍDA


 Seja o sistema linear e invariante no tempo:

 A transformada de Fourier da saída é:

Y(w) = H(w).X(w)
2 2 2
Yw   Hw  Xw 
2
S y w   Hw  .S x w 

Exemplo: 3.20, pag.109 [2.1].Um sinal ruído i  t com PSD S i  w = K é aplicado á entrada
de um diferenciador ideal. Determine a PSD do ruído na entrada e a potência do sinal ruído
da saída 0  t .
2
Seja: Sn 0 f   Hw  .Sn i f 
(a) Diferenciador ideal.
(b) Densidades espectrais dos sinais de
entrada e de saída de um
diferenciador ideal.

A função de transferência de um diferenciador ideal é: H(f) = j2f.


2
2

 Sn 0 f  j2f . K
Sn 0 f   Hw  .Sn i f 
A PSD (Densidade espectral de potência ) do sinal na saída Sn0 (f) é parabólica conforme
mostrado na figura (c ).
A potência de ruído na saída N0 é a área sob a curva da PSD de saída, e é dada por:

8
= (2 ) =
3

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2.18 TRANSFORMADA DISCRETA DE FOURIER

 Transformada discreta de Fourier (DFT):


N 0 1

G  0  =  g ke  j 0 rk

k =0

 Transformada discreta de Fourier inversa (IDFT):


N 0 1
1
g k  =
N0
 G r e
rk =0
j 0 rk

onde
2
 0 = w 0 .T0 =
N0
N 0  numero de amostras, inteiro
k = 0,1,2,...., N 0 - 1

 O par de transformadas discreta de Fourier, pode, ser reescritos como:


N 0 1 k
 j 2r
G  0  =  g ke N0

k=0

 Transformada discreta de Fourier inversa (IDFT):


N 0 1 k
1 j 2r
g k  =
N0
 G r e
rk =0
N0

2.19 Referencia bibliografica

[2.1] Sistemas de comunicações Analógicos e digitais modernos.B. P. Lathi e Zhi Ding, LTC
editora – Livros Técnicos e Científicos Ediora Ltda, 2012, 4ª edição.

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CAPITULO 3
MODULAÇÃO E DEMODULAÇÃO POR AMPLITUDE (AM) DE SINAIS
ANALÓGICOS

3.1 Modulação/demodulação AM de sinais analogicos

 Modulação: Processo que causa um deslocamento na faixa de frequências de um sinal.


 Banda base: Designa a banda de frequências em um sinal liberado pela fonte ou transdutor
de entrada.
 Faixa de frequencia do sinal banda base:
- Na telefonia e faixa de áudio: 0 – 3.5 kHz.
- Na televisão: 0 – 4.3 MHz (6MHz)
- Para dados digitais ou PCM: 0 – Rb Hz, onde Rb é a taxa de Rb pulsos por
segundos para a sinalização bipolar.

3.2 Modulação/demodulação AM faixa lateral dupla (DSB)

 Modulação:

Onde   t = m t .cos w c t , é o sinal modulado.


1
 Se mt   Mw  então mt . coswc t   Mw  w c   Mw - w c 
2
 Se a largura de faixa de m(t) é BHz, então a largura de faixa do sinal modulado é 2BHz.

USB – Faixa lateral superior (upper side band).


LSB - Faixa lateral inferior (lower side band).
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O espectro do sinal demodulado E(w) é:


( ) = [ ( − ) + ( + )]
4
+ [ ( + 2 + ) + ( + 2 − ) + ( − 2 + )
8
+ ( − 2 − )]
ou
1
( ) = [ ( − ) + ( + )]
4
1
+ [ ( + 2 + ) + ( + 2 − ) + ( − 2 + )
8
+ ( − 2 − )]

(c)Espectro do sinal
demodulado.

3.2.1 Moduladores

a) Moduladores multiplicativos: A saída é proporcional ao produto de 2 sinais de entrada.

b) Moduladores não lineares: usa-se dispositivos não-lineares como um diodo


semicondutor ou um transistor, conforme a seguir:

Seja a característica de entrada-saída dos 2 elementos não-lineares (NL), a serem aproximados


pela série de potência:
y(t)  axt   bx2 t 
onde x(t) e y(t) são as entradas e saídas, respectivamente, de elementos não lineares. A saída
z(t) é:

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O espectro do sinal modulado AM é:


1
 AM t   Mw  w c   Mw - w c   Aw  w c   w - w c 
2
 Portanto, A+m(t) é o envelope de AM t  se A  m(t)  0  t.
 Neste caso, o sinal m(t) pode ser recuperado a partir de seu envelope, se A + m(t)  0.
 Se A + m(t) < 0, o sinal não poderá ser recuperado a partir de seu envelope.
 Seja mp a amplitude de pico de m(t). Definir o índice de modulação  como:
m
 p
A
onde A é a amplitude da portadora.
 Se A  m p então 0   1.

 Exemplo: 4.4, pag. 144.[3.1]. Esboçar  t  para índices de modulação   0.5 e   1 ,


quando mt   B cosw m t  .
= ⟹ =

A equação do sinal modulado é:


( ) = [ + ( )] ( ) = [1 + ( )] ( ) =

As curvas do sinal modulado para os valores de ( a )   0.5 e (b)   1 , são:

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Exemplo: pag. 1147 [3.1]. Seja o detector de envelope mostrado abaixo. Para
m(t)=Bcos(wm.t), determine o limite superior RC para garantir que a tensão do capacitor siga
o envelope.

-No ciclo positivo do sinal de entrada, o


diodo conduz e o capacitor C carrega até a
tensão de pico Vp do sinal de entrada.
-A medida que o sinal de entrada diminui seu
valor de pico, a tensão do capacitor fica
maior que o sinal de entrada , abrindo o
diodo. E o capacitor descarrega através do
resistor R.
-E o ciclo se repete.

A tensão vc do capacitor é dada pela equação: = ⁄ ≪


Sendo RC >> 1/wc, a tensão no capacitor descarrega exponencialmente para um tempo curto,
comparado com sua constante de tempo.

Usando a série de Taylor, a tensão exponencial vc pode ser aproximada por uma linha reta:

= ≅ 1 −
A equação da inclinação da discarga é: = −

Para que o capacitor siga o envelope E(t), a magnitude da inclinação de RC deve ser maior
que a magnitude do envelope, ou seja:

A equação do envelope é: ( ) = [1 + cos ]
( )
A derivada de E(t) é: = − sin

Aplicando a condição:

( )

( ) ( )
− ≥ |− sin | ≥ sin

[ ]
Portanto ≥ sin .


Ou ≤

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3.4 MODULAÇÃO/DEMODULAÇÃO POR AMPLITUDE EM QUADRATURA


(QAM)

 O sinal modulado DSB ocupa 2 vezes a largura de faixa do sinal banda base.
 Esta desvantagem pode ser diminuída transmitindo dois sinais modulados DSB usando
portadoras de mesma frequência, mas com fases em quadratura, através do seguinte
modulador em quadratura:

 As caixas   / 2 são os deslocadores de fase, os quais atrasam a fase do sinal de entrada


de   / 2 .
 Se os dois sinais banda base m1(t) e m2(t) são transmitidos, a soma dos sinais modulados
QAM será:
 c  c
QAM  t   m  t  cos w t + m  t  sin w t
1 2

 Neste tipo de modulação , os sinais modulados QAM ocupam a mesma faixa de


frequência, mas podem ser separadas no receptor por detecção síncrona, usando duas
portadoras locais com fase em quadratura.

y1 t  = 2  QAMt .cosw c t  = 2m1 t cosw c t  + m2 t sinw c t .cosw c t  


y1 t  = m1 t  + m1 t cos2w c t  + m2 t sin 2w c t 
  
eliminados pelo FPB

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 A REPRESENTAÇÃO DO SINAL SSB, NO DOMÍNIO DO TEMPO:

Seja o sinal m(t), representado no tempo em suas partes lateral superior e lateral inferior,
como se segue:
mt   m  t   m - t  onde
1 
m  t   mt   jm h t  
2  
 variável desconhecida 

1 
m  t   mt   jm h t  
2  
 variável desconheci da 

Seja o espectro M(w):

 Seja M+(w) = M(w)u(w) e M-(w) = M(w)u(-w), onde os espectros:

M+(w) = M(w)u(w) M-(w) = M(w)u(-w)

Espectro Faixa lateral superior: Espectro Faixa lateral inferior:

1 w  0
 Seja sgn w  = 
-1 w < 0
 Então, pode-se reescrever:
1 M w  M w sgn w 
M +  t = M w1 + sgn w  = + 1
2 2 2
mas
1
m+  t =
2
 
m t + jmh  t  2

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Demodulação coerente da modulação SSB é:


( ). ( ) = 2 [( ± ) ]. ( )= ( )+ [( + ) ]

Onde pode ser aplicado a um filtro passa baixas para recuperar a mensagem original coswmt.

 GERAÇÃO DE SINAIS SSB: Método do deslocamento de fase

 DEMODULAÇÃO DE SINAIS SSB: Demodulador coerente

65
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3.6 MODULAÇÃO/DEMODULAÇÃO AM FAIXA LATERAL VESTIGIAL (VSB)


 Faixa lateral vestigial: Também conhecida como “Sistema de faixa lateral assimétrica”.
 Está compreendida entre DSB e SSB, mas com a vantagem de ser gerada mais facilmente.
 Largura de faixa: pouco maior que a SSB (%25).
 Na modulação vestigial, em vez de rejeitar uma das faixas laterais completamente, é
realizado um corte gradual de nas faixas laterais.

 Exemplo: O sinal banda base pode ser recuperado exatamente através de um detector
síncrono, tal que:

onde Hi(w) – é o filtro vestigial que produz o sinal VSB, a partir do sinal DSB
H0(w) – é o filtro equalizador transversal da saída.

 Então o espectro do sinal VSB é:


 
VSB  w  = M w + w c  + M w - w c  . H i  w 

 O sinal m(t) seja recuperado a partir do seu sinal modulado VSB  t  , e para isto tem-se
que:

66
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e t  = 2 VSB
 t . cos w c t 
E w  = VSB  w + w c  + VSB  w - w c 
 O sinal e(t) é filtrado por H0(w)., causando o seguinte sinal m(t) na saída:
M w  =  
 w + w  +  w - w  . H  w
VSB c VSB c 0

 Mas, VSB  w  =  Mw + w  + Mw - w . H  w


c c i

 Então,
M w  = Mw + w c 
+ w c  + M w + w c - w c  .H i  w + w c  H 0  w  +
  M w - w c 
+ w c  + M w - w c - w c  .H i  w - w c  H 0  w  
 Mas o filtro H0(w) elimina os espectros em  2wc, e assim tem-se que:

M w  = M w  H i  w + w c H 0  w  + M w  H i  w - w c H 0  w 

E o filtro H0(w) da saída é:

1
H 0  w = para w  2B
Hi  w + wc  + Hi  w - wc 

Ou

1
H 0 f  = para f B
H i f + f c  + H i f - f c 

Exemplo: 4.7, pag 157


A frequencia da portadora de um certo sinal VSB é fc = 20kHz, e a largura de banda do
sinal em banda base é B=6kHz. O filtro formatador VSB na saída Hi(f) , que corta
gradualmente a banda lateral inferior ao longo de 2kHz, é mostrado a seguir na figura (a).
Determinar o filtor de saída H0(f), necessário à recepção sem distorção.

1
H 0 f  = para f  B
H i f + f c  + H i f - f c 

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3.7 Uso da modulação VSB na difusão de televisão

 A modulação VSB traz um equilíbrio entre as modulações DSB e SSB, tornando-a


atraente para sistemas de difusão de televisão, devido a :
 O sinal de vídeo da televisão em banda base ocupa ocupa uma largura de
banda de 4,5 MHz, de modo que o sinal modulado DSB requer uma
largura de banda de 9MHz.
 O uso da modulação SSB aumentaria o custo do recptor, por ser um
sistema mais complexo, apesar de requerer uma largura de banda de
4,5MHz.
 A formatação do espectral de sinais VSB é ilustrada conforme a seguir [3.1]:

 O espectro vestigial é controlado por dois filtros: o filtro de RF do transmissor HT(f), e


o filtro de RF do receptor HR(f).

 No conjunto tem-se: ( ) = ( ) ( )
 E o profeto do filtro de saída do receptor H0(f) segue a equação:
1
H 0 f  = para f  B
H i f + f c  + H i f - f c 

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 O espectro DSB de um sinal de televisão é mostrado na figura a seguir (a).


 O filtro de formatação vestigial corta gradualmente o espectro da banda lateral
inferior, de 0,75 MHz a 1,25MHz abaixo da frequencia da portadora fc, conforme
mostrado nas figura abaixo (b).
 A largura de faixa espectral VSB resultante é de 6MHz.
 Este valor deve ser comparado com os 9MHz da largura de banda DSB e os
4,5 MHz de largura da banda SSB.

3.8 Multiplexagem por divisão de frequência (FDM)

 A multiplexagem por divisão de frequências (FDM), é um método pelo qual muitos


canais de rádio e TV poderiam transmitir simultaneamente, usando diferentes
frequências de portadora.
• Se a separação de frequência da portadora for, pelo menos, duas vezes a frequência
máxima de modulação, os espectros não vão se sobrepor.
• Isto permite que se sintonize o receptor em um canal sem interferência do outro.
• Utilizando SSB-SC, a banda passante da transmissão é cortada pela metade, e duas
vezes mais canais de informação podem ser transmitidas no mesmo espectro de
frequência.
• FDM é uma técnica para transmissão simultânea de muitos sinais de banda estreita em
um canal de banda larga.
• Os sinais individuais de banda estreita são separados no espectro no domínio da
frequência por modulação de portadoras separadas.
• As portadoras devem ter separação de frequência suficiente para que o espectro dos
sinais modulados não se sobreponham. Desta forma, os sinais individuais de
informação podem ser mantidos separados por filtros.
• O método de multiplexar conversas telefônicas moduladas em SSB-SC na faixa de
frequência de voz (VF) nos EUA, com base na hierarquia AT&T U600 é mostrado a
seguir:

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 Nesta figura, 12 portadoras igualmente espaçadas são usadas para converter 12


chamadas recebidas como sinais faixa estreita SSB-SC de banda lateral inferior com 4
kHz de banda passante cada um.
 As frequências das portadoras vão de 108 kHz, para o canal 1, a 64 kHz, para o canal
12.
 O resultado da combinação linear de 12 canais é um sinal de 48KHz de largura
multiplexado por divisão de frequência chamado grupo.
 Cinco outros grupos são produzidos da mesma forma, movidos para cima no espectro
de frequência por SSB-SC, e combinados linearmente para produzir o supergrupo.
 No sistema U600, dez supergrupos são multiplexados para produzir um grupo de mestre.
 O espectro de frequências FDM para este sistema é ilustrado a seguir:

3.8 Referencia bibliografica


[3.1] Sistemas de Comunicações analógicos e digitais Modernos, B. P. Lathi e Z. Ding, Livros
Técnicos e Científicos Editora (LTC), 2012.

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4.2.3 DEMODULAÇÃO FM e PM:

- Por detecção de envelope e passando por um demodulador diferencial:

  t   t 
d   
 FM ' t   A.cos w c t  k f . m  d    Aw c  k f .m t . sin  w c t  k f . m  d 
 
dt   
  -   - 

 m(t) é obtido por detecção do envelope m’(t), sendo o envelope do tipo:

Aw c  k f .mt 

4.3 MODULAÇÃO/DEMODULAÇÃO EXPONENCIAL GENERALIZADA

A modulação exponencial generalizada é definida como:


t
 
t t   Acosw c t   t   A cos w c t    m h t -  d 
 - 
 Se h t   k p . t  então t t   A cos w c t   k p .mt   
t
 
 Se ht   k f .t  então  t t   A cos w c t   k f .  m d 
 - 
 Exemplo: 5.1, pag. 191 [4.1]. Esboce as formas de ondas FM e PM para o sinal
modulante m(t) mostrado na figura (a) a seguir. As constantes kf e kp são
2  10 5 e 10 , respectivamente, e a freqüência da portadora fc =100MHz.

73
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O calculo da frequencia instantânea do sinal m(t) mostrado em (a), tem-se:
 Para modulalção FM:
= + ( )
( ) = ∓ = ∓2 × 10
( )
Onde, = = 2 × 10
×
Para representar a frequencia em Hz, divide-se por 2:
×
= + ( ) = 10 + ( ) = 10 ∓ 10 (1)=

Considerando os valores máximo (+1) e mínimo (-1) de m(t), pode-se calcular a faixa de
variação da frequencia instantânea, para a modulação FM, conforme mostrado na figura (b):
= 10 + 10 (+1) = 100,1

= 10 + 10 (−1) = 99,9

 Para a modulação PM:


= + ´( ) onde m´(t) é a derivada do sinal m(t).

´( ) = ∓20000

Para representar a frequencia em Hz, divide-se por 2:


= + ´( ) = 10 + ( ) = 10 ∓ 5(20000)=

Considerando os valores máximo (+1) e mínimo (-1) de m(t), pode-se calcular a faixa de
variação da frequencia instantânea, para a modulação FM, conforme mostrado na figura (b):
= 10 + 5(20000) = 100,1

= 10 + 5(−20000) = 99,9

4.4 POTÊNCIA DE UMA ONDA MODULADA ANGULAR

Apesar da freqüência e fase variar com o tempo, a amplitude A sempre permanece constante,
e a potência PM ou FM é sempre:
A2
PPM ou FM 
2

4.5 LARGURA DE FAIXA DE ONDAS MODULADAS EM ANGULO


t
 Definir: a t    m d
-
^
 t   Aejw t  k a t   Aejk a t . e jw t
c f f c

 ^ 
Tem-se que: FM t   Re  FM t 
 

 Expandindo a exponencial e jk f a  t  na forma série de potências, tem-se que:


74
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^  k f2 2 kn 
 FM t   A.1  j k f .a t  -
a t   ....  jn f a n t   .... e jw c t
 2! n! 
e portanto, tem-se que a modulação FM t  pode ser reescrita, como:
 k f2 2 k3 
  FM t   A.cosw c t  - k f .a t .sin w c t  - a t cosw c t   f a 3 t .sin w c t   ...
 2! 3! 

 Sendo assim, a onda modulada consiste de:


- Uma portadora não modulada , e vários outros termos modulados em amplitude como:
a t sin w c t , a 2 t cosw c t , a 3 t .sin w ct 

Observações:
- O sinal a(t) é uma integral de m(t)
- Se M(w) é limitado em faixa a BHz então A(w) é também limitado em faixa de BHz.
A w   A w 
- O espectro do termo a2(t) e e é limitado em faixa a 2BHz.
2
- Analogamente, o espectro de an(t) é limitado em faixa a nBHz.

4.6 TIPOS DE LARGURA DE FAIXAS PARA OS SINAIS MODULADOS FM E PM


- Modulação angular (FM/PM): Faixa estreita (NBFM -Narrow band)
- Modulação angular (FM/PM): Faixa larga (WBFM -Wide band)

4.6.1 Modulação angular Faixa estreita


FM:
 Sabe-se que:

^  k f2 2 k3 
 FM t   ReFM t   A.cosw c t  - k f .a t .sinw c t  - a t cosw c t   f a 3 t .sin w c t   ...
   2! 3! 

 Se kf é muito pequeno, ou seja, | kf.a(t) | << 1, em todos os termos, com exceção dos 2
primeiros, tornam-se desprezíveis, e a equação da modulação FM reduz-se a:
 FM t   A.cosw c t  - k f .mt .sin w c t 

tornando-se em modulação linear.


 Tendo a(t) uma largura de faixa de BHz então a largura de faixa de FM t  é 2BHz, sendo
denominada de modulação “FM de faixa estreita”.

PM:
 Analogamente à modulação FM, tem-se que a modulação PM de faixa estreita é dada por:
 PM t   A.cosw c t  - k p .mt .sin w c t 
 A largura de faixa para a modulação em faixa estreita é também 2BHz.
 Estruturas para geração de ondas FM e PM de faixa estreita:

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Exemplo: 5.3 pag. 200 [4.1]. Estimar as larguras de faixas BPM e BFM para um sinal
5
modulante m(t) dado a seguir na figura (a), onde kf  2 10 e k p  5 . Supor que a largura
de banda essencial do sinal periódico m(t) seja igual à frequencia de seu terceiro harmônico.

Seja:
( ) = ∓ = ∓2 × 10
( )
Onde, = = 2 × 10
×
O valor de pico do sinal m(t) é mp= +1.

m´(t) é a derivada do sinal m(t): ´ ( ) = ∓20000


O valor de pico do sinal m´(t) é mp= +20000.

Para o sinal mostrado m(t) em (a), o período fundamental é:


= 2 × 10
1 1
= 2 ⇒ = =
2 × 10
Portanto, a frequencia fundamental em radianos é:
1
= 2 × = 10
2 × 10
Ou em Hz, = = = 5

Sendo que a largura de banda essencial do sinal periódico m(t) seja igual à frequencia de seu
terceiro harmônico, tem-se:

= 3 = 15

Portanto, as larguras de faixas BPM e BFM são:


 kf mp   2 10 5 1 
B FM  2f  B  2  B   2  15kHz   230kHz
 2   2 
   
 k p m' p   5  20000 
B PM  2f  B  2  B   2  15kHz   130kHz
 2   2 
 

Exemplo: 5.5, pag. 203 [4.1]. Um sinal modulado angular, cuja freqüência da portadora
w c  2  105 , é descrito pela equação:
 EM t   10.cosw c t  5.sin3000t  10.sin2000t 
a) Encontrar a potência do sinal modulado.
10
= = 50
2

b) Encontrar a razão de desvio de freqüência f .


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Para determinar o desvio de frequencia ∆ deve-se determinar a frequência instantânea wi
( )
, dada por: = = + 15000 (3000 ) + 20000 (2000 )
O desvio da portadora é 15000 (3000 ) + 20000 (2000 ).
O desvio máximo da portadora é para cosseno igual a1. Então,
∆ = 15000 + 20000 [rad/s]
Ou em Hz,
∆ = = 12.387,32

c) Encontrar índice de modulação  .


razão de desvio ou índice de modulação   f
B
onde B é a largura de banda do sinal de maior frequencia em m(t) ( ou sua derivada).
Portanto, = = 1000
E o índice de modulação é:
∆ 12387,32
= = = 12,38732
1000

d) Encontrar a razão de desvio de fase  .


O ângulo generalizado é : ( ) = + 5 (3000 ) + 10 (2000 )
O desvio de fase ∆ é o valor máximo do ângulo acima de , quando o valor seno é igual a
1:
Δ = 15
e) Estimar a largura de faixa de EM t .
= 2 (Δ + ) = 2 (12387,32 + 1000) = 26774,65 =

4.7 Referencia bibliográfica


[4.1] Sistemas de Comunicações analógicos e digitais Modernos, B. P. Lathi e Z. Ding,
Livros Técnicos e Científicos Editora (LTC), 2012.

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CAPÍTULO 5
COMUNICAÇÃO PULSADA

5.1 Introdução

A comunicação pulsada envia e recebe sinais analógicos e digitais na forma de pulsos.

5.2 Basico da Teoria da informação

 É a medida quantitaviva da informação.


 A Teoria da informação ou Teoria matemática da comunicação é um ramo da
teoria da probabilidade e da matemática estatística que lida com sistemas
de comunicação, transmissão de dados, criptografia, codificação, teoria do ruído,
correção de erros,compressão de dados, etc.
 Claude Shannon (1916-2001) é conhecido como "o pai da teoria da informação".
Sua teoria foi a primeira a considerar comunicação como um problema matemático
rigorosamente embasado na estatística e deu aos engenheiros da comunicação um
modo de determinar a capacidade de um canal de comunicação em termos de
ocorrência de bits. A teoria não se preocupa com a semântica dos dados, mas pode
envolver aspectos relacionados com a perda de informação na compressão e na
transmissão de mensagens com ruído no canal.
 A medida de informação de uma mensagem, com probabilidade de ocorrência P é
definida como:
1
=

 A informação transportada por uma mensagem em bits, com probabilidade de


ocorrência P é definida como:
1
=

 Esta informação I contida em uma mês=bsagem pode ser interpretada como o número
mínimo de dígitos binários para codificação da mesma.
 Entropia de uma fonte: é a informação média por mensagem.
Considere uma fonte sem memória m que emite mensagens m1 , m2 , ..., mn , com
probalidade P1 , P2 , ..., Pn , respectivamente, tal que (P1 + P2 + ...+ Pn = 1).
O conteúdo da informação da mensagem mi é Ii , dado por:
1
=

A informação média por mensagem é a entropia H(m) definida como:

1
( ) = = = − ( )

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 Capacidade de canal por segundo Cs: A Capacidade de canal por segundo Cs


representa a máxima quantidade possível de informação transmitida quando um
símbolo (dígito) for transmitido. Se k símbolos forem transmitidos por segundo, a
máxima taxa de transmissão de informação por segundo é = . Esta é a
capacidade em unidade de informação por segundo, e será denotada por C (em bits por
segundo)
= ( )

5.2.1 Capacidade de transmissão de um canal ideal, sem ruído

Na ausência total de ruído (canal ideal), a lei de Hartley defini a capacidade de transmissão
da informação em um canal ideal, como:

= 2 [ ⁄ ]

Onde C= capacidade do canal, em bits por segundos , bps ou [bits/seg];


B = largura de faixa do canal em Hz
M = número de níveis distintos do pulso

 Particularmente um sistema binário é usado, M=2 e C= 2B bps.

5.2.2 Capacidade de transmissão de um canal ruidoso

Na presença de ruído (canal ruidoso), a capacidade de transmissão da informação em um


canal ruidoso, é definida como:

= (1 + / ) [ ⁄ ]
Onde C= capacidade do canal, em bits por segundos , bps ou [bits/seg];
B = largura de faixa do canal em Hz
S/N = razão sinal ruído , que é a razão da potencia total do sinal pela potencia total do
ruído na entrada do receptor, dentro dos limites da frequencia do canal.

A razão sinal ruído(S/N) em dB é definida como a razão entre duas potencias:


[ ] = 10
Onde P1 (watts) é a potencia de entrada e P2 (watts) é a potencia de saída.

 Exemplo: Calcular a capacidade de transmissão de um canal de telefone padrão, cuja


largura de faixa B do canal varia de 300 a 3400Hz, e possui possui uma razão
sinal/ruído ( S/N) = 32dB.
Solução:
B=3400 – 300 = 3100Hz
Se S/N [db]= 32 dB então S/N = (32/10) = 1585
Então a capacidade de transmissão do canal ruidoso é:
= 3100 (1 + 1585) = 32,953 [ ⁄ ]

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5.2.3 Capacidade de transmissão de um canal de largura de banda B infinita:

lim = 1,44 /
→ N
Para ruído de canal gaussiano branco, quando B, a capacidade de um canal C tende a um
limite de 1.44 S/N. A variação de C com B é mostrada na Figura a seguir:

5.3 Tipos de modulação por pulso

A modulação por pulso pode ser usada para transmitir informação analógica, como sinais
contínuos de voz ou dados. A forma de onda do sinal contínuo é amostrada em intervalos
regulares. A informação do sinal transmitido é feita apenas nos intervalos de amostragem.

5.3.1 Modulação por amplitude de pulso (PAM)


A modulação por amplitude de pulso PAM é a modulação na qual o sinal é amostrado em
intervalos regulares e cada amostra é proporcional à amplitude do sinal no instante de
amostragem:

Figura 5.1- Modulação por amplitude de pulso. a ) Sinal; b) PAM polaridade dupla; c)PAM
polaridade única.

Na PAM polaridade dupla, sinal é amostrado em intervalos regulares e cada amostra é


proporcional à amplitude do sinal no instante de amostragem. Na PAM polaridade única, é
adicionado ao sinal um nível fixo dc, de modo que é garantido que os pulsos são sempre
positivos.

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5.3.2 Modulação por largura de pulso (PWM)

Na Modulação por largura de pulso (PWM), a amplitude é fixa e o tempo de inicio de cada
pulso, entretanto a largura (duração) de cada pulso é proporcional à amplitude do sinal
naquele instante.

Figura 5.2- Modulação por largura de pulso. a ) Sinal; b) PWM.

Na figura acima, tem-se que existe um sinal com amplitudes 0.9, 0.5, 0 e -0.4 Volts. Estas
amplitudes podem ser representadas pelas larguras (duração) dos pulsos 1.9, 1.5, 1.0 e 0.6 s,
respectivamente.A lrgura correspondente à amplitude zer foi escolhida ser 1.0 seg.

5.3.3 Modulação por posição de pulso (PPM)

Na PPM A amplitude e largura dos pulsos são mantidas constantes, enquanto a posição de
cada pulso, em relação à posição de um pulso recorrente de referencia é variada a cada valor
de amostra instantâneo da onda modulante. Isto significa que que o transmissor deve ter
pulsos sincronizados para operar na temporização no ciruioto receptor.

Figura 5.3- Modulação por posição de pulso - PPM. a ) Sinal; b) PWM; c) trem de pulsos
diferenciada; d) PPM.

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5.3.4 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO ( PCM)

Os sinais analógicos podem ser digitalizados por amostragem, quantização e codificação


digital.

5.3.4.1 TEORIA DA AMOSTRAGEM

“Um sinal cujo espectro é limitado em faixa em BHz, pode ser reconstruído através de suas
amostras, se estas foram amostradas uniformemente numa taxa se R> 2B Hz, e a
freqüência mínima de amostragem é fa = 2B Hz”.

 A série de Fourier do trem de pulsos é:


1
 Ts t   1  2cosw a t   2cos2w a t   2cos3w a t   ... 
Ts
2
onde w a   2 f a , e Ta é o período de amostragem e fa é a freqüência de amostragem.
Ta
O sinal resultante é :
1
g t   g t . Ts t    gt   2gt . cosw a t   2gt .cos2w a t   2gt cos3w a t   ... 
Ts
A transformada de Fourier de g t  é:

1
G w     G w  n.wa 
Ta n  

5.3.4.2 TEOREMA DE NYQUIST

Portanto, se fa > 2B Hz, então o intervalo de amostragem deve ser de:


1 1
Ta   ou Ta 
fa 2B
1
onde fa = 2BHz é a taxa de Nyquist e Ta  é o intervalo de Nyquist.
2B

84
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5.3.4.3 RECONSTRUÇÃO DO SINAL: método da interpolação ideal.


1
 w  
Filtro da reconstrução: Hw   Ta .ret   h t   2BTa .sinc2Bt 
 4B 

1
 Assumindo que a taxa de Nyquist é Ta  ou 2BTa  1 , tem-se que:
2B
ht   sinc2Bt 

gt    gkTa .ht - kTa    gkTa .sin c2Bt - kTa  


k k
ou a formula da interpolação é:
g t    gkT .sin c2Bt - k 
k
a

5.3.4.4 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO: PCM

 Método de conversão de um sinal analógico em um sinal digital.

^
 Seja gt  , o sinal quantizado, ou seja, o arredondamento de uma amostra inicial de g(t),
para um número mais próximo: quantização.

5.3.4.4.1 QUANTIZAÇÃO UNIFORME


 As magnitudes do sinal analógico caem no intervalo (-mp, +mp), que é particionado em L
2mp
subintervalos, de tamanho v  .
L

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 Na interpolação ideal, o sinal g(t) é reconstruído como:


gt    gkTa .sin c2Bt - k 
k

 A interpolação do sinal quantizado, tem-se que:


^ ^
g t    gkTa .sin c2Bt - k
k

 O erro de quantização ou distorção é:

^
qt   gt  - gt 

 ^ 
q t   k  g kTa  g kTa .sin c2Bt - k 
  
q  kTa 

Portanto, o erro de quantização pode ser reescrito como:

q t    qkT .sin c2Bt - k 


k
a

5.3.4.4.1.1 POTÊNCIA E VALOR MÉDIO QUADRÁTICO DE q(t)


T T
2
1 2 1 2 
q t   lim  q 2 t dt  lim   qkTa sinc2Bt - k  dt 
2
T  T T  T
T T k 
- -
2 2

T
2
1 1
q 2 t   lim .  q 2 kTa   sinc 2 2Bt - k dt  lim .  q 2 kTa 
T  T T  2BT
k T k
-
 2
  
 0 K  t
 1
Kt
 2B

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2mp
 O erro de quantização “q” cai na faixa de - v/2,  v/2 , onde v  , então:
L
v/2
1 1 q3 v 2 mp 2
q 2 t   q 2
dq  . v/2
 
v - v/2
 v / 2
v 3 12 3L2

 Relação sinal-ruído (SNR): indica a qualidade do sinal recebido, e é definida por:


S
SNR  0
N0
onde S0 é a potência média do sinal da entrada e N0 é a potência do ruído de quantização.
 Tem-se que:
T
2
1
 S0  m 2 t   lim m 2 t dt
T  T 
-T
2
2
mp
 N0  Nq 
3L2
 Portanto, a razão SNR é:
3L2 .m 2 t 
 SNR 
mp 2

 O valor da SNR é diretamente proporcional a m 2 t  .


2
 v 
 O valor do ruído é diretamente proporcional ao degrau N q    .
 12 
5.3.4.4.2 QUANTIZAÇÃO NÃO UNIFORME

 Compressor que mapeia os incrementos do sinal de entrada m em incrementos maiores


 y para pequenos sinais da entrada, e vice-versa para grandes sinais de entrada.
 Neste caso, o ruído de quantização é menor para os sinais de potências menores.
 Uma aproximação logarítmica produzirá um ruído de quantização independente da
potência do sinal da entrada, sobre uma faixa dinâmica larga.

 Existem duas leis de compressão, para a quantização não-uniforme:

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1.  -Law: (América do Norte, Japão).

1   .m  m
y .ln1   0 1
ln1     mp  mp
2. A-Law: (Europa, resto do mundo)
 A  m m 1
 .  0 
 1  lnA   mp  mp A
y
 1   A.m   1 m
1  ln    1

1  lnA  
  mp   A mp

 Os parâmetros de compressão  e A determinam o grau de compressão:


  40 dB para SNR constante

 A  87.6

 Para  = 100, codificação 7-bits (128 níveis)


 Para  = 255, codificação 8-bit (256 níveis).
 As amostras comprimidas devem ser restauradas aos seus valores originais, no receptor,
usando um expansor, com características complementares ao compressor.
 A compressão de um sinal faz aumentar a sua largura de faixa.

5.3.4.5 CODIFICADOR:

 O sinal é aplicado na entrada do codificador que quantiza e codifica cada amostra em um


grupo de n dígitos binários.
 A amostra é comparada a uma tensão obtida por uma combinação de tensões de
referências proporcionais a 2 7, 2 6, 2 5,..., 2 0.
 As tensões de referências são geradas por um banco de resistores R, 2R, 22R,...,27R.

5.3.4.6 DECODIFICADOR:

 É o inverso da codificação.
 Cada um dos n-dígitos codificados é aplicado a um resistor de valor diferente, tal que o k-
ésimo dígito é aplicado ao resistor 2k R.

 Exemplo: Uma palavra código 10010110, dará uma corrente proporcional a:

2 7  0  0  2 4  0  2 2  21  0  150

5.3.5 LARGURA DE FAIXA DO CANAL DE TRANSMISSÃO E A SNR DE SAÍDA

 Para um PCM binário designa-se um grupo distinto de n dígitos binários (bits) para
cada um dos L-níveis de quantização.
88
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 A seqüência de n dígitos binários pode ser arranjada em 2n combinações
distintas, ou seja: L = 2n ou n = log2 L
 Cada amostra quantizada é codificada em n bits. Um sinal m(t) limitado em
faixa em BHz, precisa de no mínimo de 2B amostras por segundo, fazendo um
total de 2nB bits por segundo.
 Mas, uma unidade da largura de faixa (1Hz) pode transmitir no máximo duas
amostras de informação por segundo, então requer-se que a largura de faixa
mínima do canal de canal seja BT = nB Hz . Esta é a largura de faixa (banda)
mínima para transmitir um sinal PCM.

 AUMENTO EXPONENCIAL DA SNR DE SAÍDA:


Se elevarmos ao quadrado o intervalo de quantizações, tal que = 2 , pode-se calcular o
aumento exponencial da SNR de saída, através da expressão [5.1]:
( )
ã
= (2) onde =
[ (

)]

Ou , calculando a SNR em decibéis:


= 10

= 10 ( (2) ) = 10 + 20 2 = ( + 6 )
Onde = 10 .

A SNR em função da largura de faixa mínima necessária BT e da largura banda base do sinal
m(t), pode ser calculada usando a expressão [5.1]:

= (2)
Ouseja, em PCM a SNR pode ser controlada pela largura de banda de transmissão.

 Exemplo: 6.2, pag. 257 [5.1]


Um sinal m(t) é limitado em faixa em B= 3kHz. Este sinal é amostrado a uma taxa 1/3 maior
que a taxa de Nyquist. O erro máximo aceitável na amplitude de amostras (erro máximo de
quantização) é de 0,5% da amplitude de pico mp. As amostras são quantizadas em binário.

a)Determinar a mínima largura de faixa (banda) de um canal necessária para a transmissão do


sinal binário codificado.
Taxa de amostragem de Nyquist:
= 2 = 2 × 3000 = 6 ( )

Taxa real de amostragem de do sinal m(t):

( ) = 1 + = = × 6000 = 8000 = 8

89
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O incremento de quantização é ∆ = e o erro máximo de quantização é ± =
,
± .

∆ ,
Mas se , ∆ = então , = ⇒ = ⇒ = 200

Entretanto, para a codificação binária, L deve ser uma potência de 2. Assim o próximo valor
de L maior que 200, que é uma potência de 2 é L=256.

Mas, = 2 = = 256 = 8 bits por amostra quantizada

Para uma palavra binária n=8bits, precisaremos transmitir um número total de amostras de
= ( ) = 8 × 8000 = 64000 /

E a largura de faixa mínima do canal de transmissão, necessária para transmitir o numero total
de amostras em Hz é:
= = 32000 = 32
2
b) Se 24 desses sinaisforem multiplexados dor divisão no tempo (TDM), determinar a mínima
largura de faixa (banda) necessária para o sinal multiplexado.

O sinal multiplexado tem um valor total de = 24 64000 = 1,536 /


E a largura de faixa mínima do canal de transmissão, necessária para transmitir o numero total
de amostras em Hz é:
1,536 × 10
= = = 0,768
2 2
 Exemplo: 6.3, pag. 258 [5.1]
Um sinal m(t) de largura de banda B=4kHz é transmitido com o uso de PCM compandido
binário com =100.
a) Comparar o caso L=64 com o caso L=256, quanto à largura de banda de transmissão e SNR
de saída.
Para L=64,
= 2 ⇒ = 64 = 6 .
A largura de banda de transmissão é BT = nB= 6 4kHz= 24kHz.
A SNR em decibéis é:
= ( + 6 ) , onde = 10

= [ ( )]
para o caso compandido binário.
Portanto, = 10 [ ( )]
= 10 [ ( )]
= −8,51
= (−8,51 + 6 × 6) = 27,49

Para L=64,
= 2 ⇒ = 256 = 8 .
A largura de banda de transmissão é BT = nB= 8 4kHz= 32kHz.
A SNR em decibéis é:
90
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5.3.6.1 Preditor linear: Filtro transversal


 As amostras são decodificadas e passadas por um filtro passa-baixas (transversal).
^
mk   a 1 mk - 1  a 2 mk - 2  ...  a N mk - N 

5.3.8 Receptor:

^
 No receptor, conhecendo-se mqk  é gerado a partir das amostras passadas, que são
adicionadas a dq[k], e tem-se:
mq[k]  m[k]  q[k]

5.3.7 MODULAÇÃO DELTA (DM)

 A modulação delta é um DPCM 1-bit, que usa apenas 2 níveis (L=2), para quantizar
^
a diferença m[k] - mqk  .

a) Transmissão

b) Recepção:

92
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 Na modulação delta usa-se um preditor de ordem 1, que é apenas um atraso Ta:


mq[k] = mq[k-1] + dq[k]
mq[k-1] = mq[k-2] + dq[k-1]
k
ou mq[k]   dq[m]
m 0

 Na saída, mq[k] passa por um filtro passa-baixas produzindo o sinal reconstruído


desejado.

5.4 TELEFONIA DIGITAL: PCM EM SISTEMAS DE PORTADORAS

No início, As características do sistema de transmissão por portadoras T1 do grupo Bell


System é apresentado a seguir:
“Um par de fios usado para transmitir sinal de áudio de 4kHz de largura de Banda passou a
transmitir 24 sinais telefônicos PCM multiplexados por divisão no tempo no tempo, com
largura de banda total BT = 1,544MHz”.

5.4.1 Esquema PCM-24, é mostrado na figura abaixo (a):

Neste esquema PCM, todos os 24 canais são amostrados em sequencia. A saída do amostrador
representa um sinal PAM multiplexado por divisão no tempo. O sinal PAM multiplexado é
aplicado à entrada de um codificador que quantiza cada amostra e a codifica em oito pulsos
binários, que é uma palavra código binária. Na versão anterior a palavra era codificada em 7
bits, mas um bit adicional foi acrescentado para sinalização, conforme mostrado na figura (b).

O sinal, agora convertido à forma digital, é enviado ao longo do meio de transmissão.


Repetidores regenerativos, espaçados de aproximadamente 1,8km, detectam os pulsos e
retransmitem pulsos novos. No receptor, o decodificador converte os pulsos binários em
amostras (decodificação). As amostras são demultiplexadas, ou seja, distribuídas a cada um
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dos 24 canais. O desejado sinal de áudio é reconstruído com a aplicação das amostras a um
filtro passa-baixas em cada canal.

Os comutadores do sistema PCM-T1 de portadoras apresentado não são mecânicos, são


comutadores eletrônicos de alta velocidade. A amostragem é feita por portas (gates)
eletrônicas (como um circuito de pontes de diodo), abertas periodicamente por pulsos estreitos
de 2seg de duração. O sinal de 1,544 Mbit/s do sistema T1, chamado de nível digital 1(DS1-
digital signal level 1), é progressivamente multiplexado para formar sinais de níveis mais
altos DS2, DS3 e DS4, formando a hierarquia digital americana de transmissão (sistema
AT&T), conhecida também como a hierarquia digital pleisiócrina PDH (quase síncrona),
mostrado abaixo:

 Duas categorias principais de multiplexadores são usadas na prática. A primeira é


usada para combinar canais de baixa taxa de dados, e multiplexa canais de taxa de até
9600 bit/s em um sinal com taxa de dados de até 64kbit/s.
 Este sinal multiplexado, denominado “nível de sinal digital 0 (DS0), na hierarquia
norte americana, é transmistido em um canal de voz.
 A segunda categoria de multiplexadores é voltada para uma taxa de bits muito
elevada.
 Há 4 ordens ou níveis de multiplexação:
 Multiplexador T1: Banco de canais, consistindo de 24 canais de 64kbit/s cada
um, na entrada. A saída deste multiplexador é um sinal DS1 (nível digital 1), a
uma taxa de de 1,544 Mbit/s.
 Multiplexador DM1/2: Quatro sinais DS1 são multiplexados na entrada de
um multiplexador DM1/2 para produzir um sinal de saída DS2 à taxa de
6,321Mbit/s.
 Multiplexador DM2/3: Sete sinais DS2 são multiplexados na entrada de um
multiplexador DM2/3 para produzir um sinal de saída DS3 à taxa de 44,736
Mbit/s.

94
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 Multiplexador DM3/4NA: Três sinais DS3 são multiplexados na entrada
de um multiplexador DM3/4NA para produzir um sinal de saída DS4NA à
taxa de 139,264 Mbit/s.
 Há ainda, uma hierarquia de multiplexação a uma taxa inferior, conhecida como
sistemas de dados digitais (DDS – digital data system), que provê padrões para a
multiplexação de sinais digitais a baixas taxas, como 2,4 kbit/s, em um sinal DS0
para transmissão na rede.

5.4.1.1 Sincronização e sinalização do PCM-24.

 Palavras de código binárias correspondentes às amostras de cada um dos 24 canais são


multiplexados em uma sequencia, conforme mostrado a seguir na figura (c ).

Bits de informação de enquadramento:


 Quadro (Frame): Um segmento contendo uma palavra de código (correspondente a
uma amostra) de cada um dos 24 canais.
 Cada quadro tem 248 = 192 bits de informação.
 A taxa de amostragem é de 8000 amostras/s, então, cada quadro ocupa 125 s
(1/8000).
 Para separar os bits de informação corretamente no receptor, é necessário ter certeza
do ponto de início de cada quadro.
 Para este fim, um bit de enquadramento (framing bit) é adicionado ao início de cada
quadro.
 O número total de bits em um quadro passa a ser 193.
 Os bits de enquadramento são escolhidos de modo que uma sequência desses bits, um
no início de cada quadro, forme um padrão especial, cuja ocorrência em um sinal de
voz seja improvável.
 A sequencia formada com o primeiro bit de cada quadro é examinada pela lógica do
terminal receptor. Caso a sequencia não siga o dado padrão de código (padrão de bits
de enquadramento), uma perda de sincronismo é detectada e a próxima posição é o bit
de enquadramento. A detecção leva 0,4 a 6ms e o reenquadramento, cerca de 50 ms.

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Bits de sinalização:
 Os bits de sinalização são correspondentes aos pulsos de discagem, assim como os
sinais de telefone livre e ocupado.
 Quando os canais desenvolvidos para este sistema são usados na transmissão de sinais
de comunicação telefônica, os comutadores devem ser capazes de comunicarem entre
si, para que os canais sejam usados de forma eficaz.
 Como os 8 bits da palavra binária são usados para transmistir informação na versão
atual de PCM-30, em vez de 7 bits da versão anterior, usa-se agora 1 bit de
informação (o menos significativo) a cada seis amostras de um sinal para transmisitr
essa informação.
 Isso significa que, a cada 6 amostras de um sinal de voz haverá um possível erro
correspondente ao bit menos significativo. Cada sexto quadro tem portanto, 7 24
=168 bits de informação, sendo 24bits de sinalização e 1 bit de enquadramento.
 Todos os outros quadros terão 192 bits de informação e 1 bit de enquadramento.
 Os bits de sinalização para cada sinal ocorrem a uma taxa de 800/6 = 1333 bit/s.

5.4.2 Esquema PCM-30, é mostrado na figura abaixo (a):

 Depois de o grupo Bell System ter introduzido o sistema de portadora T1 nos Estados
Unidos, dezenas de variações foram propostas ou adotadas em outros locais do
mundo.
 A ITU-T, Setor de Normatização das Telecomunicações (Telecommunication
Standardization Sector, ITU-T), uma área da União Internacional de
Telecomunicações (ITU), responsável por coordenar padronizações relacionadas
a telecomunicações, resolveu padronizar o sistema PCM-30, sistema PCM de 30
canais, com uma taxa de 2,048Mbt/s, em contraste com o sistema T1 de 24 canais e
taxa de 1,544 Mbit/s.
 O sistema de 30 canais é usado no mundo todo, exceto na América do Norte e no
Japão.
 Devido à adoção do sistema de portadora T1 em larga escala na América do Norte e
no Japão, antes da padronização pela ITU-T, os dois padrões continuam em uso em
diferentes partes do mundo, com interfaces apropriadas em conexões internacionais.
 Este sistema PCM-30 forma a hierarquia digital de transmissão PCM-30,
conhecida também como a hierarquia digital pleisiócrina – PDH (quase síncrona),
mostrado abaixo, contendo todas a variações atuais mundo, conforme mostrado na
figura (c ) a seguir:

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 Na Europa e resto do mundo, foi adotada a hierarquia digital PCM-30, recomendada


pela ITU como padrão.
 Nível E1: Esta hierarquia é baseada na multiplexação de 30 canais telefônicos
de 64 kbit/s (canais E-0) em uma portadora E-1 de 2048 Mbit/s (30 canais).
 Nível E2: A partir do nível básico E1, quatro linhas de nível mais baixo
formam progressivamente, uma linha de nível elevadao, gerando um a linha E-
2 com vazão de dados de 8,448Mbit/s.
 Nível E3: A partir do nível básico E2, quatro linhas de nível mais baixo
formam progressivamente, uma linha de nível elevadao, gerando um a linha E-
3 com vazão de dados de 34,368 Mbit/s.
 Nível E4: A partir do nível básico E3, quatro linhas de nível mais baixo
formam progressivamente, uma linha de nível elevadao, gerando um a linha E-
4 com vazão de dados de 139,264 Mbit/s.
 Nível E5: A partir do nível básico E4, uma linha E-5 com vazão de dados de
565,148 Mbit/s.

5.5 Referencia bibliográfica


[5.1] Sistemas de Comunicações analógicos e digitais Modernos, B. P. Lathi e Z. Ding,
Livros Técnicos e Científicos Editora (LTC), 2012.
[5.2] Electronic communication systems, K. Davis, 1993, Ed. Macmillan/McGraw-Hill.

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CAPÍTULO 6
RUIDOS EM SISTEMAS DE COMUNICAÇOES ANALÓGICOS E DIGITAIS

Ruído elétrico: resultado da agitação térmica dos eletrons existentes na matéria. Pode ser
percebido nas formas das correntes elétricas, quando gerado internamente em dispositivos
eletronicos e de onda eletromagnética no espaço livre.

Figura 6.1 a) Sinal sem ruído. b) Sinal com ruído.

O ruído elétrico tem comportamento aleatório e está presente em todo espectro de


frequências, prejudicando, sobretudo as comunicações via rádio. Ele ataca e soma-se ao sinal
da informação do canal de comunicações. Na recepção de sinais de áudio, o ruído causa um
efeito de chiado no alto-falante. Na recepção de sinais de TV ele aparece na tela na forma de
chuvisco

Sinais interferentes ou espúrios: São sinais de outras comunicações que invadem o canal,
como a linha cruzada na ligação telefônica ou as rádios piratas que interferem na
comunicação das aeronaves com a torre de controle dos aeroportos.

6.1 FONTES DE RUÍDOS

Dois tipos de fontes ruídos agridem a informação:


6.1.1 Externas: ruído atmosférico, ruído cósmico, ruído galáctico, ruído elaborado por
pessoas.
6.1.2 Internos: devido às flutuações espontâneas de corrente ou tensão em circuitos
elétricos.
6.1.3 Relação Sinal ruído: É a relação entre a potência do sinal da informação e a potência
de ruído, no receptor, definida como:
= 10. log [ ]

Onde S/N é a relação sinal/ruído, Psinal é a potencia do sinal na recepção e Pruído é a


potencia do ruído no receptor.

Os valores mínimos da relação sinal/ruído (S/N) para uma boa recepção são:
 Comunicações analógicas com voz: S/N > 30dB.
 Comunicações analógicas com sinal de vídeo: S/N > 45dB.
 Comunicações digitais: S/N > 15dB.

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Sit   2mt .coswc.t  mt   m 2 2 2

 O ruído n(t) é um sinal passa-faixa centrado em wc, e é expresso por suas componentes
em quadratura:

yit   [ 2 .m t cos wc.t ].cos wc.t   n(t).sin wc.t 

Na saída do demodulador tem-se que;


1
y 0 t   m  t   .n t 
2
S0 w   Siw   m 2
2
n t 
N 0 w  
2
 Considerando-se que o ruído é branco com densidade espectral de potência N/2, e tem-se
que a razão sinal/ruído é:

S0 Si

N 0 N.B

6.3.1.2 AM

yit   2.A  mt .coswc.t 


S0  m 2
2
N 0  n 0  N.B
2

Si   2 .
A  mt 
2 2
 A 2  mt   2A. m t   A 2  mt  2

2 
média  0

A razão sinal/ruído é:

S0 m2 Si
 .
N 0 A  m N.B
2 2

6.2.1.3 SSB-SC

O sinal modulado SSB-SC pode ser expresso como:

 t   mt .coswc.t  mht .sinwc.t

Si  m2  potência SSB

 Expressando o ruído do canal em termos de sua componente em quadratura, tem-se que:

101
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E n t 
y0 t    t    t   kp.mt   .sin  n t    t 
A

N
 w  2B
SN0   A 2
 0 w  2B
Tem-se que:
N
N0  2B 2
A
S 0  k 2p . m 2
2
S0 2 m
 Ak p  .
N0 2NB

6.3.2.2 Modulação em freqüência FM:

S0  k f2 .m 2
N 2
 w w  2 .B
Sn0 w    A 2
 0 w  2B

B
N 8 2 N.B3
N 0  2. 2
2f 2
df 
0 A 3.A 2
 A razão sinal/ruído é:

S0 3k f2 m 2 A 2 / 2
 
N 0 2B2 N.B

6.4 RUÍDO EM SISTEMAS DIGITAIS PCM


S0  m 2
m 2p  2Ep 
N0 
32 
1  4Pe2
2n
2n

- 1 , onde Pe  Q
N


 

A razão sinal/ruído é:
S0  m2 
N0
 
 3 2 2n  , onde Pe  0.
 mp2 
 

6.5 Referencia bibliografica:


[6.1] Digital Telephony, John C. Bellamy, Wiley-Interscience; 3 edition (2000)
[6.2] Sistemas de Comunicações analógicos e digitais Modernos, B. P. Lathi e Z. Ding, Livros
Técnicos e Científicos Editora (LTC), 2012.

103
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CAPITULO 7
PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO DE DADOS DIGITAIS

7.1 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL

O sistema de comunicação digital pode ser visto como:

 Fonte digitalizada: Conjunto de dados de computador, sinal de voz


digitalizado (PCM, DPCM, DM), televisão ou fac-símile, telemetria, etc.
 Multiplexador: Combina-se várias fontes através do multiplexador digital
pelo processo de interlaceamento no tempo, para utilizar a capacidade máxima
do canal.
 Codificador de linha: A saída do multiplexador é codificada em pulsos
elétricos ou formas de ondas e pulsos, para fins de transmissão sobre o canal.
Este processo é conhecido como “codificação de linha” ou “codificação da
transmissão”.

7.2 CÓDIGOS DE LINHA

1.1 ON-OFF (ligado/desligado): Neste código o dígito “1” é transmitido por um pulso p(t) e o
dígito “0” é transmitido por nenhum pulso (sinal zero).
 Tipo RZ (com retorno ao zero).

 Tipo NRZ (sem retorno ao zero).

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1.2 POLAR: Neste código o dígito “1” é transmitido por um pulso p(t) e o dígito “0” é
transmitido por um pulso –p(t).
 Tipo RZ (com retorno ao zero).

 Tipo NRZ (sem retorno ao zero).

1.3 BIPOLAR (RZ): Também conhecido como pseudo-ternário ou inversão de marca


alternada (AMI). Neste código o dígito “1” é transmitido por um pulso p(t) ou –p(t),
dependendo se o “1” anterior foi codificado por –p(t) ou p(t), e o dígito “0” é transmitido por
nenhum pulso (sinal zero).

1.4 HDBN (High Density Bipolar): Neste código adiciona-se pulsos quando o código bipolar
tem um grande número de zeros consecutivos e exceder um valor N, onde N toma qualquer
valor 1, 2, 3, ... .
 A idéia básica do HDBN é que quando (N+1) zeros ocorrerem, este grupo de zeros é
substituído por uma seqüência especial de (N+1) dígitos binários. O código HDB mais
utilizado é o HDB3, que é adotado como um padrão internacional.
 As seqüências são escolhidas de modo a introduzir alguns 1’s para aumentar o conteúdo
de temporização do sinal. Os 1’s incluídos violam a regra bipolar para fácil identificação
da seqüência substituída.
 Na codificação HDB3, por exemplo, as seqüências especiais usadas são 000V e B00V,
onde B=1 conforme a regra bipolar e V=1 viola a regra bipolar.
 O decodificador deve verificar a violação bipolar e o número de zeros precedendo cada
violação, para determinar se o “1” prévio é também violação.

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 Exemplo: pág 309, Codificar HDB3.

1.5 Códigos Manchester: Código binário, onde cada bit de informação está codificado por um
símbolo composto por dois bits, tal que :
O dígito “1” é codificado com a forma de onda:

E o dígito “0” é transmitido com a forma de onda:

Exemplo: Seja a seqüência binária e sua codificação Manchester, mostradas a seguir.

1.6 Código CMI (Código de Inversão de Marcas): É um código bipolar onde as seqüências
binárias estão representadas com dois níveis (+V, -V), mas com 3 símbolos diferentes.
 O dígito “0” é codificado por duas formas de ondas quadradas de ½ período, com níveis
alternados (+V, -V).
 O dígito “1” é codificado com o nível oposto ao bit “1” anterior, com período completo.

Exemplo: : Seja a seqüência binária e sua codificação CMI, mostradas a seguir.

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 Usando-se este pulso pode-se usar uma taxa de transmissão de Rb pulsos por segundo
sem IIS, sobre um canal de transmissão de Rb/2 Hz.

7.4 DIAGRAMA DE OLHO

 A IIS e outras degradações do sinal podem ser estudadas através do “Diagrama de

olho”.

 Um pulso binário é enviado sobre o canal. A saída do canal é aplicada á entrada de um


osciloscópio. À medida que os pulsos chegam , o osciloscópio mostra a superposição de
vários traços, cortados a cada Tb e superpostos. A forma mostrada no osciloscópio parece
com o olho humano, e é denominado “Diagrama de olho”.

 Exemplo:
- Considere a transmissão de um sinal binário por pulsos retangular polar.

- Se o canal é ideal com largura de faixa infinita , os pulsos serão recebidos sem distorção.
Quando este sinal é cortado, cada parte do pulso será positiva ou negativa. Quando estes
pulsos são superpostos , o diagrama de olho resultante será como se segue:

- Se o canal não é sem distorção ou tem largura de faixa finita, ou ambos, os pulsos recebidos
não serão mais retangulares, mas arredondados ou espalhados, caso o equalizador não estiver

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N
p 0 k    c .p k - n 
n R k  0,  1,  2,  3, ....
n  -N

 0   PR 0  PR - 1 ... PR - 2N    C- N 
 0   P 1
   R PR 0  ... PR - 2N  1 C- N 1 
...  ... ... ... ...   ... 
    
 0   PR N - 2  PR N - 1 ... PR - N - 2    C 2 
 0   PR N - 1 PR N - 2  ... PR - N - 1   C-1 
  . 
 1   PR N  PR N - 1 ... PR - N    C0 
 0   P N  1 PR N  ... PR - N  1   C1 
   R  
...  ... ... ... ...   ... 
 0  P 2N - 1 P N - 2  ... PR 1   C N -1 
   R R  
 0   PR 2N  PR 2N - 1 ... PR 0    C N 
- Os coeficientes CK ' s podem ser obtidos solucionando o conjunto de equações acima.

- Exemplo: 7.3, pag. 326.


Projetar um equalizador de 3 degraus (N=1), para um pulso recebido PR t  , tal que:
PR 0  1, PR 1  0.3, PR 2  0.1, PR - 1  0.2, PR - 2  0.05.
Para N=1 (3 degraus), , a equação geral na forma matricial é:
0 (0) (−1) (−2)
1 = (1) (0) (−1)
0 (2) (1) (0)

0 1 −0,2 0,05
1 = −0,3 1 −0,2  Solucionando usando a regra de Cramer:
0 0,1 −0,3 1

Tem-se:
, , ,
, , ,
, ,
= , , = 0,210; = , , = 1,13;
, , , ,
, , , ,
,
,
, ,
= , , = 0,318
, ,
, ,

Essa configuração de derivação assegura que :



[0] = 1; [−1] = 0; [1] = 0.

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 Exemplo: Pag. 264, Multiplexação de sinais digitais por divisão no tempo (TDM):

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 2.E b  1 -E b / N
Pbit - erro  Q 
 2  . E / N .e , E b / N  1
 N  b

Ep  Eq
onde E b   Ep
2
 O limiar ótimo de detecção não depende da forma do pulso, mas da energia do pulso.

7.12.4 Sinalização On-Off:

q(t) =0, Eq=0, Epq=0

 Ep 
Pbit - erro  Q 
 2N 
 

 Eb  1
Pbit - erro  Q 
 .e - E b / 2 N , E b / N  1
 N  2  . Eb / N
Ep  Eq Ep
onde E b  
2 2

Decisão:

p t  se r  0
- pt  se r  0

7.12.5 Sistemas digitais com portadora: ASK, FSK, PSK e DPSK


 A probabilidade de erro ótimo depende apenas da energia do pulso, mas não da forma do
pulso.

1) Detecção coerente:

pt   2 .pt .cos wc.t 


onde p(t) é o pulso banda base
2E
 2  p , onde Ep é a energia do pulso p(t)
N
 2E p  1
 PSK: Pbit -erro  Q  .e- E b / N , E b / N  1
 N  2 .E / N
  b

 Eb  1 - E b / 2. N
 ASK: Pbit - erro  Q 
 2  . E / N .e , E b / N  1
 N  b

-1,217E b
 1.217E b  1
 FSK: Pbit - erro  Q 
 .e 2N
, E b / N  1 ,
 N  2,434 .E b / N
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onde Eb=Ep=Eq=A2 Tb e Epq=-0.217 A2 Tb

2) Detecção não-coerente: Pode-se basear em técnicas de detecção por envelope

1
 Eb  1 - Eb / N
 ASK: Pbit - erro  Q 
 2 .E / N .e 2
, E b / N  1
 N  b

1
1 - Eb / N
 FSK: Pbit - erro  .e 2 , Eb  Ep
2

1
1 - Eb / N
 PSK: Pbit - erro  .e 2
2
-0.8 E b
 4E b  1
 QAM: eP  3Q    .e 2N
E b / N  1
 5N  1.6 .E / N
  n

7.13 Referência bibliográfica


[7.1] Digital Telephony, John C. Bellamy, Wiley-Interscience; 3 edition (2000), Wiley-
Interscience; 3 edition (2000)
[7.2] ] Sistemas de Comunicações analógicos e digitais Modernos, B. P. Lathi e Z. Ding,
Livros Técnicos e Científicos Editora (LTC), 2012.

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