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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE ANGOLA

FACULDADE DE ENGENHARIAS - FAE


DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO - DEITIC

CURSO DE ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES E ELECTRONICA

IMPLEMENTAÇÃO DE DISPOSITIVO BLOQUEADOR DE SINAL TELEFONICO


NO POSTO DE COMBUSTIVEL DA PUMANGOL ROTUNDA DO CAMAMA

NOME: ARCÉNIO AMÂNDIO RAMOS CAPENDA – 20348

LUANDA – ANGOLA
SETEMBRO / 2020
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIAS - FAE
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO - DEITIC

CURSO DE ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES E ELECTRONICA

IMPLEMENTAÇÃO DE DISPOSITIVO BLOQUEADOR DE SINAL TELEFONICO


NO POSTO DE COMBUSTIVEL DA PUMANGOL ROTUNDA DO CAMAMA

NOME: ARCÉNIO AMÂNDIO RAMOS CAPENDA – 20348

Trabalho de Fim de curso apresentado a


Universidade Técnica de Angola, como
requisito para obtenção do título de
licenciado em Engenharia de
Telecomunicações e Electrónica.

Orientador: Eng.º Rui António Morais

LUANDA – ANGOLA
SETEMBRO / 2020
IMPLEMENTAÇÃO DE DISPOSITIVO BLOQUEADOR DE SINAL TELEFONICO
NO POSTO DE COMBUSTIVEL DA PUMANGOL ROTUNDA DO CAMAMA

NOME: ARCÉNIO AMÂNDIO RAMOS CAPENDA – 20348

Aprovado:______/________/_________

BANCA EXAMINADORA

Presidente do Júri.................................................... Assinatura.....................................................

Primeiro Vogal........................................................ Assinatura.....................................................

Segundo Vogal........................................................ Assinatura...........................................................


DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha mãe


e aos meus irmãos, pois eles foram
a minha maior fonte de motivação,
no meu trajeto como estudante.

I
AGRADECIMENTOS

Ao Eterno Deus, ao Senhor Jesus Cristo e a todos os


que compõem a sua Cúpula Divina, pela proteção que
recebi durante toda a minha vida.
A minha mãe que sempre trabalhou arduamente para
que nunca me faltasse nada e tudo fez para que a
conclusão dos meus estudos se tornasse uma
realidade.
A Universidade Técnica de Angola pelos anos de
ensino.
Ao Professor Eng.º Rui Morais, pelos conhecimentos
transmitidos, competência e dedicação como
orientador.
Finalmente em especial aos meus queridos irmãos que
sempre me apoiaram incansavelmente, contribuindo
para o sucesso dos meus estudos, aos demais
familiares e colegas, que de uma forma directa ou
indirecta deram sempre a máxima força nesse
processo.
Muito obrigado.

II
EPÍGRAFE

“Felizes os limpos de coração porque eles verão a Deus “


(Autor: Jesus Cristo)

III
RESUMO

Um dispositivo Jammer, é um aparelho eletrônico destinado a bloquear um determinado sinal


(luz, RF, etc) criando um ruído capaz de interferir, embaralhar e bloquear este sinal. Os
jammers podem ser desenvolvidos para bloquear um controle remoto por infravermelho, um
transmissor de FM ou qualquer tipo de transmissor. Neste trabalho o jammer será utilizado
para fazer o bloqueio de telefones celulares. O lugar escolhido para a implementação desse
projecto, é o posto de combustível da Pumangol – Rotunda do Camama, pois a prática do uso
do celular em postos de combustível, expõe o consumidor e funcionário ao risco de provocar
uma explosão por conta da eletricidade estática gerada pela faísca causada no acto de atender
ou efectuar uma chamada, pois o contato do gás pode gerar ignição que tornaria possível essa
explosão. É apresentado um estudo de caso sobre os bloqueio com ruído do tipo BBN
(Bloqueio com ruído em banda larga), PBN (Bloqueio com ruído em parte da banda) e NBN
(Bloqueio com ruído em banda estreita) sobre o sistema de telefonia móvel. É implementado
o jammer do tipo PBN com a técnica jamming do tipo C. Nesse tipo de bloqueio o sinal do
celular é superado por um sinal mais forte. Tomando como base um modelo genérico da
recepção de um sinal em sistemas de telecomunicações, são apresentadas algumas
considerações sobre a relação entre a potência do sinal de bloqueio e a potência do sinal do
sistema a ser interferido. É realizado o projeto de um dispositivo bloqueador com varredura
para a faixa de 900 MHz a 1,8 GHz. É elaborada uma simulação, através do programa
Multisim 12.0 e todos os resultados obtidos durante os eventos de simulação são apresentados
e comentados. Em virtude da concepção do sistema e implementação do dispositivo
bloqueador, observa-se que os resultados satisfazem, e atendem os objetivos traçados.

Palavras Chaves: Bloqueador RF; Jammer, Transmissão de Sinal, Sistema de Comunicação.

IV
ABSTRACT

A Jammer device is an electronic device designed to block a certain signal (light, RF, etc.)
creating a noise capable of interfering, shuffling and blocking this signal. Jammers can be
developed to block an infrared remote control, an FM transmitter or any type of transmitter. In
this work the jammer will be used to block cell phones. The place chosen for the
implementation of this project is the Pumangol gas station - Rotunda do Camama, as the
practice of using cell phones in gas stations exposes the consumer and employee to the risk of
causing an explosion due to the static electricity generated by the spark caused when
answering or making a call, as the gas contact can generate ignition that would make this
explosion possible. A case study on BBN (Broadband Noise Jamming), PBN (Partial-Band
Noise Jamming) and NBN (Narrowband Noise Jamming) noise blockages on the mobile
phone system is presented. The PBN type jammer is implemented using the C type jamming
technique. In this type of blocking, the cell signal is overcome by a stronger signal. Based on
a generic model of the reception of a signal in telecommunications systems, some
considerations are presented about the relationship between the power of the blocking signal
and the power of the signal of the system to be interfered. The design of a blocking device
with scanning for the 900 MHz to 1.8 GHz band is carried out. A simulation is made using the
Multisim 12.0 program and all the results obtained during the simulation events are presented
and commented on. Due to the system design and implementation of the blocking device, it´s
observed that the results satisfy and meet the objectives set.

Keywords: RF Blocker; Jammer; Signal Transmission; Communication System.

V
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

2G 2 Geração

3G 3 Geração

4G 4 Geração

AC Alternating Current

ADSL Asymmetric Digital Subscriber Line

AE Ataque Eletrônico

AF Amplificador frequência de áudio

AM Modulação em Amplitude

ASK Amplitude Shift Keying

BBN Broadband Noise Jamming

BPSK Binary Phase Shift Keying

BTS Base Transceiver Station

CCC Central de Comutação e Controle

CDMA Code Division Multiple Access

CME Contra Medidas Eletrônicas

dB Decibels

DC Direct Current

DoS Denial of Service

DS-WCDMA Wide-band Code Division Multiple Access

ERB Estação Rádio Base

FM Modulação em Frequência

FSK Frequency Shift Keying

GHz Gigahertz

GMSK Gaussian Minimum Shift Keying

GPRS General Packet Radio Service

GSM Global System for Mobile Communication


VI
IP Internet Protocol

ITU União Internacional das Telecomunicações

KHz Kilohertz

LTE Long Term Evolution

LTE Long Term Evolution

MHz Megahertz

MSK Minimum Shift Keying

NBN Narrowband Noise Jamming

Op-Amp Operational Amplifier

PBN Partial-Band Noise Jamming

PM Modulação em Fase

PSK Phase Shift Keying

RF Rádio Frequência

SNR Signal Noise Ratio

TM Termina Móvel

UMTS Universal Mobile Telecomunications Service

V Volts

VCO Voltage Controlled Oscilator

VSWR Voltage Standing Wave Ratio

W Watts

WCDMA Direct Sequence Wide-band Code Division Multiple Access

VII
LISTAS DE SÍMBOLOS E UNIDADES SI

A: Ampere

dB: Decibel

F: Farad

G: Giga

Hz: Hertz

K: Quilo

M: Mega

V: Volts

W: Watts

µ: Micro

Ω: Ohms

*: Multiplicação

VIII
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1: Perturbações sofridas pelos sinais em sistemas de telecomunicações....................6


Figura 1.2: Representação gráfica do ruído branco...................................................................9
Figura 1.3: Espectro do bloqueio BBN....................................................................................10
Figura 1.4: Espectros do bloqueio PBN para (a) canais contínuos e (b) canais alternados….10
Figura 1.5: Espectros do bloqueio NBN..................................................................................11
Figura 1.6: Espectros do bloqueio por tons simples................................................................12
Figura 1.7: Espectros do bloqueio por tons múltiplos.............................................................12
Figura 2.1: Representação de uma CCC..................................................................................20
Figura 2.2: Representação de uma ERB..................................................................................20
Figura 2.5: Diagrama em blocos do Receptor FM...................................................................25
Figura 2.6: Processo de Modulação.........................................................................................26
Figura 2.7: Modulação AM…..................................................................................................27
Figura 2.8: Modulação FM......................................................................................................27
Figura 2.9: Modulação em PM................................................................................................28
Figura 2.10: Modulação ASK..................................................................................................28
Figura 2.11: Modulação FSK……….......................................................................................29
Figura 2.12: Modulação PSK...................................................................................................29
Figura 2.13: Diagrama em blocos do bloqueador RF..............................................................32
Figura 2.14: Fonte de alimentação do jammer.........................................................................33
Figura 2.16: Exemplo de amplificador de classe A.................................................................35
Figura 2.17: Exemplo de circuito LC......................................................................................35
Figura 3.1: Esquema completo do bloqueador RF...................................................................36
Figura 3.2: Circuito gerador da onda triangular.......................................................................37
Figura 3.4: Oscilação dos dois sinais RF a saída.....................................................................38
Figura 3.5: Frequência vista pelo canal 1................................................................................38
Figura 3.6: Frequência vista pelo canal 2................................................................................39
Figura 3.8: Área bloqueada pelo Jammer................................................................................40
Figura 3.9: Dispositivo bloqueado pelo Jammer.....................................................................40

IX
ÍNDICE DE TABELAS

TBELA 2.2: Banda utilizadas em RF................................................................................23

TBELA 2.3: Banda mais utilizadas em RF........................................................................23

XX
ÍNDICE

INTRODUÇÃO...................................................................................... ...................................1
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.................................................................................................2
OBJECTIVOS............................................................................................................................2
OBJECTIVO GERAL: ..............................................................................................................2
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS: .................................................................................................2
JUSTIFICATIVA........................................................................................................................2
CAPITULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................3
1.2 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO TELEFÓNICA...................................................4
1.3 CONCEITOS SOBRE BLOQUEO ELECTRÓNICO...................................................5
1.4 CME (Contra - Medidas Eletrônicas) do Tipo Bloqueio................................................8
1.4.1 Bloqueio com Ruído........................................................................................................8
1.4.2 Bloqueio com Ruído em Banda Larga - BBN................................................................9
1.4.3 Bloqueio com Ruído em Parte da Banda - PBN...........................................................10
1.4.4 Bloqueio com Ruído em Banda Estreita - NBN...........................................................11
1.4.5 Bloqueio Por Tom.........................................................................................................11
1.4.6 Bloqueio Por Tom Simples...........................................................................................11
1.4.7 Bloqueio Por Tons Múltiplos ........................................................................................12
1.4.8 Bloqueio com Varredura...............................................................................................12
1.4.9 Bloqueio Por Pulso........................................................................................................13
1.4.10 Bloqueio Inteligente......................................................................................................13
1.5 Relação entre as Potências dos Sinais de Bloqueio e do Sistema.................................13
CAPITULO 2 METODOLOGIA.............................................................................................17
2.1 Tipo de Pesquisa.............................................................................................................17
2.2 Campo de estudo...........................................................................................................17
2.3 Delimitação e limitação de estudo.................................................................................17
2.4 Análise de Requisitos....................................................................................................18
2.5 Técnicas e Ferramentas.................................................................................................19
2.5.1 Telefonia Móvel Celular...............................................................................................19
2.5.2 Principais elementos da Rede de Telefonia Móvel Celular...........................................19
2.5.3 Tecnologia usadas pelas operadoras nacionais..............................................................21
2.5.4 Propagação do Sinal em Rádio Frequência...................................................................22
2.5.6 Bandas de Rádio Frequência..........................................................................................22
2.5.7 Transmissores e Receptores RF....................................................................................24
2.5.8 Técnicas de Modulação.................................................................................................26
2.5.9 Modulação Analógica...................................................................................................27
2.5.10 Modulação Digital.........................................................................................................28
2.5.11 Técnicas de Jamming....................................................................................................30
2.5.12 Tipo de bloqueio escolhido...........................................................................................31
2.5.13 Parâmetros do projecto..................................................................................................31
2.5.15 Amplificador de potência RF........................................................................................34
CAPITULO 3 RESULTADOS.................................................................................................36
3.1 Funcionamento do Bloqueador...........................................................................................36
3.2 Geração do ruído.................................................................................................................36
3.3 Amplificação e saída do sinal RF.......................................................................................38
3.5 Implementação das Antenas................................................................................................39
3.6 Área Bloqueada (Posto de Combustível Pumangol – Rotunda do Camama) ....................40
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..................................................................................41
REFERÊNCIAS........................................................................................................................43
APÊNDICE...............................................................................................................................44
Apêndice I: .................................................................................. ............................................44
Apêndice II: .............................................................................................................................45
Apêndice III: ............................................................................................................................45
Apêndice IV: ............................................................................................................................46
Apêndice V: ............................................................................................................................47
ANEXOS..................................................................................................................................48
Anexo I:.....................................................................................................................................48
Anexo II: ..................................................................................................................................48
Anexo III: .................................................................................................................................48
INTRODUÇÃO
O acto de se comunicar é uma das maiores necessidades das sociedades humanas desde os
tempos antigos, e com o advento da tecnologia excepcionalmente no século XX, diversas novas
formas de comunicação foram implementadas, possibilitando praticamente a conexão de todo
o mundo em tempo real.

Dentre as tecnologias que utilizam o espaço livre como meio de transmissão para as suas
comunicações, uma das que mais se desenvolveu nos últimos anos foi a das redes de
comunicações móveis, que permitiram a facilidade da comunicação entre pontos distintos com
mobilidade e qualidade.

Entretanto, existem alguns locais em que esta facilidade de comunicação móvel celular é
passível de restrições e proibições, tal como em postos de combustíveis. A proibição do uso de
telefones celulares, se dá especialmente pelo fato da alta circulação de gases inflamáveis,
podendo ser detectados pelo odor de combustível, comuns nos postos de gasolina, expondo
assim todo o pessoal local a certos riscos por conta da chamada eletricidade estática. Ela pode
ser gerada ao acionar uma tecla do celular no acto de efectuar ou receber chamadas, pois o
contato do gás pode gerar ignição. Isso pode produzir faíscas, o que tornaria possível uma
explosão.

Nessas situações é necessário justamente inviabilizar o estabelecimento de enlaces de


comunicação celular. Para esta finalidade, pode-se utilizar o conceito de um dispositivo
denominado bloqueador (Jammer), o qual, genericamente tem como função inserir um sinal
interferente no espectro para degradação da qualidade do sinal no receptor do sistema.

A implementação de dispositivo bloqueador de sinal telefônico vem de uma forma geral anular
os riscos de explosão, consequência do uso indevido do celular telefônico garantindo assim
maior segurança ao estabelecimento e a todo pessoal local.

1
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
A prática do uso do celular em postos de combustível, expõe o consumidor e funcionário a certo
risco por conta da chamada eletricidade estática. Esta pode ser gerada quando acionamos uma
tecla no acto de efectuar ou receber chamadas, pois o contato do gás pode gerar ignição. Isso
pode produzir faíscas, o que tornaria possível uma explosão.

OBJECTIVOS

OBJECTIVO GERAL:

O presente trabalho tem como objetivo a implementação de um dispositivo gerador de onda


eletromagnética capaz de bloquear todo e qualquer sinal que opere em redes de comunicações
móveis celular, no posto de combustível da Pumangol, próximo a rotunda do Camama, e esses
dispositivos são geralmente conhecidos como Jammers.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

 Detalhar aspectos importantes sobre telefonia móvel, e os tipos de bloqueios existentes;


 Realizar um estudo no estabelecimento para saber quantos metros seriam necessário
bloquear, de maneiras a não interferir nos estabelecimentos mais próximos;
 Definir o tipo de dispositivo Jammer a ser usado no estabelecimento;
 Implementar o dispositivo no centro do estabelecimento de modos a operar
especificamente conforme as dimensões estabelecidas;
 Inviabilizar a comunicação móvel celular, efetuada por funcionários e clientes do posto
de combustível;
 Apresentar os resultados obtidos, a partir do simulador NI-Multisim.

JUSTIFICATIVA

A escolha desse tema baseia-se na necessidade que há em assegurar e proteger os postos de


combustíveis contra explosão, devido ao uso indevido do celular telefônico.

2
CAPITULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Introdução à comunicação telefónica

Há pouco mais de um século, um acontecimento teve lugar em Boston, Estados Unidos, e tem,
desde então, influenciado o curso do mundo de diversas maneiras. Um jovem professor de
surdos, Alexander Bell, que preferia ser chamado pelo nome do meio que ele mesmo se havia
conferido: "Graham", de certo modo inesperadamente, concluiu o invento sobre o qual vinha
trabalhando há meses, a transmissão de voz humana inteligível através da corrente elétrica.
Com Bell, naquela noite de 10 de maio de 1876 em sua oficina no sótão havia um outro homem,
então ainda mais jovem que ele. Tratava-se de Thomas Watson, um mecânico que construía
protótipos para inventores e que, ao ajudar Bell, tornou-se a primeira pessoa a ouvir a voz
humana transmitida por fios. Há 94 anos em 1926, Tom Watson registrou sua própria e nítida
lembrança daquela noite importante, o corrido meio século antes. Ele estava lá e estas são suas
palavras: "Meu primeiro encontro com Alexander Graham Bell foi em 1874 quando ele foi à
loja, em Boston, para encomendar a construção de seu telégrafo harmônico. O trabalho foi-me
entregue. Durante os anos em que trabalhamos juntos neste telégrafo, Bell falou várias vezes
de uma outra invenção que tinha em mente o telefone. Lembro de minha surpresa quando me
falou pela primeira vez que esperava poder, em breve, falar através de um telégrafo, explicando-
me sua concepção de uma corrente elétrica que captaria as vibrações da fala.

Guiado pela luz de sua própria e maravilhosa teoria, Bell encontrou o caminho que levava a sua
ideia de um telégrafo falante. Na noite de 10 de Maio de 1876, Bell sentou-se em frente a um
novo transmissor, no quarto dos fundos, no andar superior do número 5 da Praça Exeter, Boston,
que havia transformado em laboratório. Bell desceu até o quarto da frente para ouvir os
resultados com um receptor telefônico. No momento em que Bell estava pronto para falar do
novo instrumento, um movimento de seu braço derrubou em suas roupas uma bateria de água
acidulada. Na confusão do acidente, Bell gritou por mim, 'Sr. Watson, venha aqui. Preciso de
sua ajuda'. O grande bocal captou o seu pedido de ajuda e eu ouvi cada palavra, através do
receptor em meu ouvido. O novo transmissor era melhor do que havíamos esperado ou do que
havíamos ousado esperar." Bell esqueceu o acidente na alegria do sucesso do teste que ocupou
toda a noite. Ele havia levado sua invenção ao ponto em que seu futuro estava assegurado. E
esta primeira frase enviada através de um telefone ainda que seja aparentemente um lugar
comum foi na verdade altamente significativa.

3
1.2 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO TELEFÓNICA

A história das comunicações é tão antiga quanto o próprio homem, pois desde os primórdios,
este sentiu necessidade de comunicar-se rapidamente com outros homens além do alcance da
voz e visão. Os primeiros métodos de comunicação utilizados pelo homem eram essencialmente
telegráficos (escrita a distância), uma vez que empregavam sinais codificados como por
exemplo batidas de tambor, sinais de fumaça, reflexos de luz, fogo, etc.

Foi somente no século 19 que se iniciou o estudo científico dos sons falados, e foi também neste
século que foi inventado o telefone (1876). A palavra TELEFONE deriva da composição de
duas palavras gregas TELE + PHONOS, onde TELE significa distância e PHONOS significa
fala (voz). Modernamente a palavra telefone embute no seu significado o uso de ondas
eletromagnéticas (radio, luz, eletricidade) para a transmissão da voz a distância.

O criador do telefone foi Alexander Graham Bell, um pesquisador escocês que patenteou o
invento em 1876. Após meses de estudo conseguiu transmitir uma frase completa através de
uma linha de 45 metros: "Senhor Watson, venha aqui. Preciso da sua ajuda". A sorte de Bell,
segundo a história, foi por questão de horas. No mesmo dia em que Bell ganhou a patente do
telefone, um professor chamado Elisha Gray submetia ao escritório de patentes um aparelho
que funcionava com os mesmos princípios e com a mesma finalidade. Outra curiosidade
histórica é a ocorrência policial registrada no New York Times em 09/04/1876:

"A Policia Militar deve ser cumprimentada por suas providências. Na manhã daquele dia, no
lado de fora da bolsa de valores, a Policia Militar prendeu um homem que, obviamente, estava
tentando vender ações falsificadas. Dizia ele que ia formar uma companhia telefônica.
Obviamente, roubando esta palavra do termo Telegrafia, que está bem estabelecida como um
serviço útil. Todo mundo sabe que é impossível falar através de um fio de arame. Somente as
providências da Polícia, que prendeu rapidamente este indivíduo, evitaram que se tomasse o
dinheiro público".

Em 1877 Bell repetiu a façanha utilizando uma linha externa de 4Km. Em pouco mais de um
século a telefonia evoluiu do primitivo aparelho com que Bell fez suas experiências até os atuais
aparelhos e equipamentos de comutação e transmissão digital, telefonia celular, etc.

O telefone foi inicialmente apresentado no mesmo ano de 1876, numa feira em Philadelfia.
Entretanto, naquela circunstância, este foi deixado em segundo plano face as invenções da
energia elétrica e do telégrafo impressor (telex).

4
1.3 CONCEITOS SOBRE BLOQUEO ELECTRÓNICO

Um bloqueador de sinal electrónico, denominado jammer, é um dispositivo que tem merecido


muito interesse do ponto de vista do ramo de telecomunicações, nos últimos anos. Segundo o
Manual de Campanha de Guerra Eletrônica, bloqueio eletrônico:

Consiste na deliberada irradiação de energia eletromagnética, com o


propósito de restringir ou anular o desempenho de equipamentos ou
sistemas eletrônicos em uso pelo inimigo. Ele é usado para impedir, ou
pelo menos dificultar, a recepção de sinais nos equipamentos inimigos
de detecção, de radiocomunicações, de navegação eletrônica, de
sistemas de identificação eletrônica e de direção e controle de armas.
(BRASIL, 2009, p. 3-8).

Os jammers apesar de serem aparelhos electrónicos com dois módulos, um de hardware e outro
de software, por restrições de caracter temporal, para a execução do trabalho o presente estudo
vai incidir predominantemente na parte de software.

Em termos de transmissão de sinais eletromagnéticos, os sinais transmitidos através de um


sistema de telecomunicações sofrem diversas perturbações de ao longo do trajeto, as quais
podem ser classificadas de várias formas como vemos na figura abaixo. Que segundo (Toscano,
2006), perturbações dependentes do sinal são distorções produzidas por efeitos lineares e não
lineares. Um exemplo de distorção linear seria a gerada na amplitude do sinal de saída em
função da variação da frequência do sinal de entrada. A resposta de um sistema não é constante
por toda a faixa de frequências de operação e, com isso, as componentes espectrais de saída não
estão com as mesmas proporções entre si observadas na entrada (TOSCANO 2006, p. 19).

Um outro exemplo seria a distorção de fase. Neste caso, as várias componentes espectrais
sofrem diferentes atrasos quando passam por um sistema, não guardando a mesma relação de
fase da sua entrada. Com relação às distorções não lineares, um exemplo seria a intermodulação,
caracterizada pelo surgimento de novas componentes espectrais na saída de um sistema, que
não fazem parte do espectro do sinal observado na entrada, e que não podem ser filtradas por
técnicas convencionais (TOSCANO 2006, p. 19).

5
Figura 1.1: Perturbações sofridas pelos sinais em sistemas de telecomunicações
Fonte: Toscano (2006)

Silva e Barradas, (1978) diz que as perturbações independentes do sinal (ruídos) podem ser
desmembradas em interferências e ruídos naturais. As interferências podem ocorrer dentro do
próprio sistema como, por exemplo, quando um estágio capta o sinal de outro estágio do próprio
sistema. Outra forma de interferência seria a causada por outros sistemas que utilizam o mesmo
espectro de frequências em suas comunicações ou que produzam sinais no espectro de operação
do sistema em análise. Neste caso, pode-se citar, por exemplo, a interferência causada por uma
estação de rádio em outra.

Existem ainda os ruídos produzidos pelo homem que inserem energia eletromagnética espúria
no espectro, como, por exemplo, instalações industriais com motores elétricos ou fornos
elétricos, instalações de radiotermia, iluminação fluorescente, linhas de alta tensão e sistemas
interferidores intencionais.

O outro tipo de perturbação independente do sinal são os ruídos naturais, que podem ser
classificados como externos e internos ao sistema. Como exemplos de ruídos externos tem-se
o ruído galáctico, causado pela emissão eletromagnética de estrelas da Via Láctea e o ruído
atmosférico, proveniente de descargas elétricas na atmosfera.

O objectivo deste trabalho é gerar um sinal interferente em determinadas frequências do


espectro utilizadas em comunicações. Sendo assim, o foco será dado à perturbação do tipo
interferências. As demais fontes perturbadoras não serão consideradas diretamente, mas sempre
estarão presentes na realidade. Portanto, após a obtenção dos resultados finais deste trabalho,
na prática, o sinal a ser interferido sofrerá também da ação das demais fontes perturbadoras e,

6
com isso, o efeito desejado, a inviabilização do estabelecimento de enlaces de comunicação,
será ainda mais efetivo.

As interferências ou ruídos produzidos pelo homem se caracterizam como uma considerável


fonte prejudicial ao estabelecimento de enlaces em sistemas de telecomunicações, podendo ser
gerados de maneira intencional e não intencional. As interferências não intencionais podem ser
caracterizadas como aquelas causadas por erros sistêmicos, falha na construção de um
determinado equipamento como, por exemplo, contatos de solda defeituosos ou, ainda, por
outros tipos de serviços que inserem no espectro algum tipo de energia eletromagnética espúria.

As interferências intencionais são aquelas geradas de forma proposital, a fim de inviabilizar o


estabelecimento de enlaces de comunicação em determinadas frequências. Genericamente,
essas interferências intencionais são denominadas de "Contra - Medidas Eletrônicas (CME) ",
(TOSCANO 2006, p. 19).

De acordo Schleher (1986), CME são "ações tomadas para impedir ou reduzir o uso efetivo do
espectro eletromagnético de determinados sistemas de comunicação". Elas são amplamente
utilizadas no cenário das Forças Armadas, em operações de Guerra Eletrônica. Em algumas
bibliografias mais recentes, o termo CME é apresentado como " Ataque Eletrônico (AE) ".

Conforme (Poisel, 2004), geralmente (embora não exclusivamente) as CME consistem de três
tipos principais:

 Bloqueio (Jamming)
 Despistamento (Deception)
 Energia Direcionada (Directed Energy)

Para este trabalho é adotada a abordagem com CME do tipo "bloqueio", seguindo o objetivo de
proporcionar a implementação de um dispositivo bloqueador que impeça o estabelecimento das
comunicações em uma determinada faixa de frequências através desta técnica. As CME dos
tipos "despistamento" e "energia direcionada", que têm, respectivamente, como seus objetivos
gerais, fornecer sinais falsificados ao receptor e inserir altos níveis de potência no sistema a ser
interferido, são mais indicados para aplicações específicas de interesse das Forças Armadas e,
portanto, fogem ao escopo principal do trabalho que se refere à geração de interferência em
sistemas de comunicações móveis.

7
1.4 CME (Contra - Medidas Eletrônicas) do Tipo Bloqueio

Podemos dizer que de forma genérica, a CME do tipo bloqueio caracteriza - se pela irradiação
ou reflexão intencional de energia eletromagnética com o objetivo de degradar a qualidade do
sinal a ser recebido pelo receptor de um sistema de comunicação (TOSCANO 2006, p. 21).

De acordo Poisel (2004), as estratégias mais comuns para aplicação do conceito de bloqueio
sobre um sistema são:

 Bloqueio com ruído (Noise Jamming)


 Bloqueio por tom (Tone Jamming)
 Bloqueio com varredura (Swept Jamming)
 Bloqueio por pulso (Pulse Jamming)
 Bloqueio inteligente (Smart Jamming)

1.4.1 Bloqueio com Ruído

No bloqueio com ruído, a portadora do sinal de bloqueio é modulada com um sinal de ruído
aleatório. A intenção é perturbar a comunicação através da inserção desse ruído aleatório dentro
do receptor do sistema a ser interferido. Normalmente, esse ruído aleatório que é inserido no
espectro para causar a interferência é um ruído branco.

O ruído branco é um processo estocástico cuja função de densidade de probabilidade segue uma
distribuição gaussiana, a qual é dada por:

(1.1)

Onde o parâmetro µ corresponde à "média" do sinal e o parâmetro σ representa o "desvio padrão


da distribuição de probabilidade". O quadrado do desvio padrão, σ2, é a "variância" da
distribuição. Para um ruído branco com µ = 0, a sua densidade espectral de potência é constante
em todo o espectro, com amplitude dada por σ 2/2.

Veremos na figura 1.2 o aspecto do ruído branco e sua distribuição gaussiana, considerando µ
= 0 e σ 2 = 1.

8
Figura 1.2: Representação gráfica do ruído branco
Fonte: Toscano (2006)

O bloqueio com ruído pode ser realizado de três formas, no que diz respeito à ocupação do
espectro (POISEL, 2004):

 Bloqueio com ruído em banda larga (Broadband Noise Jamming - BBN)

 Bloqueio com ruído em parte da banda (Partial-Band Noise Jamming - PBN)

 Bloqueio com ruído em banda estreita (Narrowband Noise Jamming - NBN)

1.4.2 Bloqueio com Ruído em Banda Larga - BBN

No bloqueio BBN, que também recebe as denominações de bloqueio com ruído em banda
completa e bloqueio com ruído em barreira, o sinal de bloqueio é irradiado em todo o espectro
de comunicação de interesse, cobrindo assim, várias frequências simultaneamente, podendo
inclusive atingir canais de comunicação intermediários de outros sistemas que não se deseje
interferir na ocasião.

Segundo Schleher (1986), o bloqueio BBN deve ser usado quando os parâmetros de frequência
do sistema (frequência central e largura de banda) não são conhecidos ou conhecidos de forma
imprecisa.

Este tipo de bloqueio pode também ser utilizado em sistemas que trabalham com altas taxas de
chaveamento em frequência.

9
Figura 1.3: Espectro do bloqueio BBN
Fonte: Toscano (2006)

A principal limitação do bloqueio BBN é que em virtude do espalhamento do sinal de bloqueio


por uma larga banda de frequências, o valor da densidade espectral de potência é baixo, quando
comparado, por exemplo, á um sinal com largura de banda menor.

1.4.3 Bloqueio com Ruído em Parte da Banda - PBN

No bloqueio PBN, o sinal de bloqueio é inserido em múltiplos (mas, não todos) canais do
espectro utilizados pelo sistema a ser interferido. Esses canais podem ou não ser contínuos
(POISEL, 2004).

Figura 1.4: Espectros do bloqueio PBN para (a) canais contínuos e (b) canais alternados
Fonte: Toscano (2006)

10
1.4.4 Bloqueio com Ruído em Banda Estreita - NBN

Em um bloqueio do tipo NBN, o sinal de bloqueio é inserido em um único canal do sistema. O


espectro deste tipo de bloqueio é apresentado na figura 1.5.

Figura 1.5: Espectros do bloqueio NBN


Fonte: Toscano (2006)

Uma característica deste tipo de bloqueio é o maior valor de densidade espectral de potência,
em virtude da largura de banda estreita do sinal de bloqueio, quando comparado, por exemplo,
ao bloqueio BBN. Essa característica pode ser importante quando o objetivo é atuar somente
sobre um canal específico de um determinado sistema.

1.4.5 Bloqueio Por Tom

No bloqueio por tom, um ou mais sinais de tom são estrategicamente inseridos no espectro para
provocar a condição de bloqueio. Em que o local do espectro do sistema a ser interferido e em
que quantidade eles são inseridos influenciam o desempenho do bloqueio (POISEL, 2004). Esse
tipo de bloqueio pode ser implementado em tom simples e tons múltiplos.

1.4.6 Bloqueio Por Tom Simples

Neste tipo de bloqueio, um sinal de tom é inserido de forma contínua em uma única frequência
do espectro utilizado pelo sistema a ser interferido, sendo classificado como um tom simples
de "onda contínua" (Continuous Wave - CW). O espectro do bloqueio por tom simples está
ilustrado na figura 1.6.

11
Figura 1.6: Espectros do bloqueio por tons simples
Fonte: Toscano (2006)

O bloqueio por tom simples também recebe a denominação de bloqueio pontual (spot jamming)
(POISEL, 2004).

1.4.7 Bloqueio Por Tons Múltiplos

Neste tipo de bloqueio, múltiplos tons de onda contínua são inseridos no espectro de interesse
de forma aleatória ou em frequências específicas. Quando os tons são inseridos em canais
consecutivos, ele é chamado de bloqueio em pente (comb jamming) (POISEL, 2004).

Figura 1.7: Espectros do bloqueio por tons múltiplos


Fonte: Toscano (2006)

1.4.8 Bloqueio com Varredura

No bloqueio com varredura, um sinal relativamente de banda estreita é varrido no tempo ao


longo da banda de frequências de interesse. A cada instante de tempo, somente uma frequência
central específica e uma região estreita em torno dessa frequência estão ocupadas com o sinal
de bloqueio. Em função da presença do sinal de varredura, esse processo se repete ao longo da
banda de frequências, cujo valor de sua largura, vai depender do ajuste da amplitude do sinal.

Esse método permite uma alta densidade espectral de potência do sinal de bloqueio na forma
de banda estreita por um curto intervalo de tempo. Segundo Poisel (2004), o conceito do
bloqueio com varredura pode ser comparado aos conceitos de bloqueio BBN e bloqueio PBN.

12
1.4.9 Bloqueio Por Pulso

No bloqueio por pulso, o sinal de bloqueio é inserido no espectro de interesse em forma de


pulsos intermitentes, cuja duração é definida pelo ciclo de atividade do dispositivo bloqueador
implementado com esta técnica.

1.4.10 Bloqueio Inteligente

No bloqueio inteligente, o sinal de bloqueio é inserido em partes específicas do espectro


utilizado pelo sistema a ser interferido, sendo essas, fundamentais para o funcionamento correto
do mesmo. Entretanto, para implementação desta técnica, é necessário um conhecimento das
características de operação do sistema em questão. A título de exemplo, pode-se citar os
sistemas que necessitam de sincronismo para operar corretamente.

Neste caso, pode-se buscar a invalidação dos mesmos através da inserção do sinal de bloqueio
somente sobre os canais de sincronismo.

1.5 Relação entre as Potências dos Sinais de Bloqueio e do Sistema

Mesmo sem a presença de uma fonte de bloqueio atuante sobre um determinado sistema de
comunicação, todo sinal transmitido pelo mesmo sofre diversos tipos de perturbações,
caracterizando assim uma relação sinal-ruído RSRi na entrada do receptor do sistema, conforme
discutido anteriormente.

Entretanto, quando existe um elemento interferidor presente no sistema, fazendo-se a distinção


entre o sinal interferente e as demais fontes de ruído, a relação sinal-ruído na entrada do receptor
do sistema (RSRi) passa a ser expressa por (GIT, 2001):

(1.2)

Onde J é a potência de sinal interferente na entrada do receptor do sistema.

De acordo a equação. 1.2, o valor de Ni aparece somado ao valor de J. Como o presente trabalho
se refere à geração de interferência intencional, o valor de Ni pode ser eximido da relação sinal-
ruído na entrada do receptor (RSRi). Quanto maior for o valor de Ni, melhor será o resultado
da interferência sobre o sistema.

13
Portanto, a RSRi de interesse para CME passa a ser expressa por Si/J. Podendo ser reescrita
como J /Si, visto o interesse em verificar a relação da potência do sinal interferente J sobre a
potência do sinal do sistema Si na entrada do receptor. Para fins de compatibilização com a
bibliografia utilizada, a relação J /Si será expressa simplesmente por J /S.

Considerando que os sinais que compõem a relação J /S são inseridos no espectro por fontes
distintas, cada um possui os seus respectivos parâmetros de irradiação de energia
eletromagnética. Geralmente, as variáveis de um sistema utilizadas para o cálculo da potência
recebida por um receptor em função da distância são a potência de transmissão, o ganho da
antena transmissora, o ganho da antena receptora, a frequência de transmissão a distância do
enlace e o fator relacionado a perdas de implementação do próprio sistema. Através da
frequência de transmissão e da distância do enlace é possível calcular a atenuação do sinal no
espaço livre, com a utilização de uma equação específica. O cálculo da relação J /S segue o
mesmo princípio do cálculo de um enlace de rádio.

Entretanto, duas observações devem ser feitas. A primeira se refere à frequência de operação,
pois ela é a mesma utilizada pelo sistema a ser interferido e pelo dispositivo bloqueador.
Consequentemente, não é necessária a inclusão deste parâmetro nos cálculos.

Como citado acima, a frequência deve ser usada caso seja necessária a determinação do valor
da atenuação no espaço livre para os sinais. A outra observação se refere à inclusão da largura
de banda dos sinais (interferente e do sistema a ser interferido), pois na maioria dos casos este
parâmetro terá importância na eficiência de atuação do dispositivo bloqueador, conforme
demonstrado a seguir.

Assumindo-se propagação no espaço livre, a relação J /S pode ser calculada por


(STAHLBERG, 2000)

(1.3)

Onde:

PJ = Potência de transmissão do sinal de bloqueio (bloqueador)


PT = Potência de transmissão do sinal principal (transmissor do sistema)
GJR = Ganho da antena transmissora do bloqueador
GTR = Ganho da antena transmissora do sinal principal (transmissor do sistema)
GRJ = Ganho da antena receptora para o sinal de bloqueio (receptor do sistema)

14
GRT = Ganho da antena receptora para o sinal principal (receptor do sistema)
RTR = Distância entre o transmissor e o receptor do sistema
RJR = Distância entre o bloqueador e o receptor do sistema
LR = Perdas no sinal principal
LJ = Perdas no sinal de bloqueio (incluindo o descasamento da polarização)
BR = Largura de banda do sinal principal
BJ = Largura de banda do sinal de bloqueio
Os parâmetros relacionados a perdas no sistema, LJ e LR, se referem a perdas de implementação
do mesmo.

Observando a Eq. 1.3, no caso geral, pode-se dizer que J e S representam respectivamente, a
densidade espectral de potência do sinal do bloqueador e do sistema na entrada do receptor,
pois

(1.4)

(1.5)

onde os primeiros termos das equações acima, representam a potência e o ganho dos sinais
transmitidos divididos pelas respectivas larguras de banda, caracterizando assim a densidade
espectral de potência de cada sinal.

Dando sequência à análise da Eq. 1.3, no espaço livre, tem-se que:

(1.6)

então

(1.7)

esclarecendo assim, o que foi proposto por (STAHLBERG, 2000).

Para utilização da Eq. 1.3, é desejável a obtenção de alguns parâmetros de transmissão (RF) do
sinal a ser interferido, além dos mesmos parâmetros do dispositivo bloqueador.

15
Basicamente, para sistemas que operam sem a condição do ganho de processamento, a relação
J/S necessária para se efetuar o bloqueio vai ser diretamente definida pela RSRi mínima de
operação do sistema.

Portanto, uma vez definida a relação J /S e esses parâmetros de RF, a partir da Eq. 1.3, pode-se
calcular a potência de transmissão do dispositivo bloqueador PJ necessária para efetuação do
bloqueio. No espaço livre, tem-se:

(1.8)

Quando alguns parâmetros da Eq. 1.8, não são conhecidos, recomenda-se trabalhar com valores
estimados. Uma outra opção seria medir no local de realização do bloqueio, o valor da potência
recebida do sinal do sistema S, através de medidores de intensidade de campo, para o ajuste do
valor da potência PJ necessária para proporcionar a condição de bloqueio.

Para os sistemas que utilizam o espalhamento espectral, a relação J/S necessária para efetuação
do bloqueio não pode ser definida diretamente pela RSRi mínima de operação do sistema,
devido ao ganho de processamento do sistema. Sendo assim, outras considerações devem ser
feitas, as quais são apresentadas a seguir.

Conforme citado anteriormente, o ganho de processamento só é pertinente para o sinal do


sistema (não para o sinal de bloqueio). Então:

(1.9)

Quando existir a condição de ganho de processamento, a relação mínima entre os sinais de


bloqueio e do sistema vai ser definida pelo parâmetro "margem de bloqueio - MJ ", dada por
(STURZA, 2005),

(1.10)

onde GP é o ganho de processamento, (Eb/N0)(REQ) é a relação requerida pelo demodulador para


um determinado valor de BER típico do sistema, e L é a perda de implementação do próprio
sistema.

16
CAPITULO 2 METODOLOGIA

2.1 Tipo de Pesquisa

No geral quanto ao tipo de pesquisa, considera-se uma pesquisa do tipo aplicada pois esse
trabalho não traz um conceito novo em si, porém é um tema que outros autores já
desenvolveram e para este trabalho científico abordar-se-á apenas alguns pontos muito
importantes que nos ajudarão a solucionar os problemas demostrados acima. Pois o uso de
bloqueadores de sinais no posto de combustível será capaz de inibir o uso de aparelhos
telefônicos no estabelecimento, evitando grandes riscos de explosão.

Quanto ao objetivo do tipo de pesquisa, o trabalho será desenvolvido de forma descritiva. Pois
ela tem como objetivo retratar as características do objeto estudado, expondo com precisão os
fatos ou fenômenos, para estabelecer a natureza das relações entre as variáveis delimitadas no
tema. Quanto a abordagem, o trabalho será desenvolvido de forma qualitativa. Por ser um
projecto que não terá necessariamente dados estatísticos é considerado quanto a sua abordagem
como qualitativo, devido as suas análises muito direcionais e muito subjetivas, levando ao leitor
a compreender e poder aplicar na prática alguns conceitos aqui abordados.

2.2 Campo de estudo

O campo de estudo para o referido projecto, é o posto de combustível da Pumangol na rotunda


do camama. O lugar escolhido para a implementação dos Jammers, pois a proibição ou
recomendação de uso restrito, é limitado às proximidades do bico de abastecimento, o local por
onde sai o combustível para os veículos.

2.3 Delimitação e limitação de estudo

Esse projecto será elaborando visando na necessidade que os postos de combustíveis têm de
manter o controle de fluxo de clientes usando telefones celulares dentro do estabelecimento. Os
dispositivos desenvolvidos a partir deste projecto serão elaborados para operar especificamente
dentro do estabelecimento. Os dispositivos desenvolvidos a partir deste projecto foram
elaborados para operar especificamente num raio de aproximadamente 10 metros.

17
2.4 Análise de Requisitos

Com o aumento crescente das tecnologias de informação, o uso de telefone é cada vez mais
frequente até em lugares em que é possível notar um aviso de proibição. Porém com o
desenvolvimento dos bloqueadores de sinais telefónicos (Jammer), essas questões têm-se
tornado um problema menos relevante. O planejamento pretende implementar um jammer no
posto de combustível, identificar a melhor forma de bloqueio e desenvolvimento do sistema
para a solução dos problemas atuais. Um dispositivo bloqueador de frequências é composto por
módulos, que permitem fazer o processamento de todo o sinal até ao bloqueio da faixa de
frequência desejada. Será apresentado nessa sessão os principais módulos que compõem um
jammer.

O objectivo de um sinal gerado por Jammer é interromper a comunicação entre a estação base
de comunicação e o dispositivo celular do usuário, fazendo com que a relação entre o sinal
transmitido e o sinal interferente medido pelo dispositivo ou pela estação base sejam
suficientemente baixo, para que nenhum mecanismo digital sinal possa diferencia-la.

Antenas – Os jammer menos complexos tem a sua antena no interior do dispositivo, porém os
mais sofisticados têm várias antenas na parte exterior do dispositivo, pois assim é possível
atingir um maior alcance e bloquear várias bandas de frequência em simultâneo. Para este
projecto serão usadas duas antena exterior. Obedecendo o princípio para transmissores móveis
o jammer precisará conter os seguintes elemento:

VCO – Voltage Controlled Oscilator: É o componente responsável por gerar um sinal rádio que
interfere com o sinal do TM.

Circuito de controlo – Permite ajustar a frequência a que se vai fazer broadcast, impondo uma
tensão à entrada do VCO.

Gerador de ruído – Pertence ao circuito de controlo. Gera-se neste componente um sinal


electrónico aleatório na frequência que se pretende fazer o bloqueio de comunicações móveis.

Amplificador de RF – Amplifica o sinal de saída até à potência do sinal rádio necessária para
se bloquear comunicações.

Bateria – Alimenta o circuito, a sua carga depende da complexidade do jammer. Normalmente


dura poucas horas.

18
2.5 Técnicas e Ferramentas

Neste ponto serão apresentadas as técnicas e ferramentas necessárias para o desenvolvimento


de um sistema electrónico capaz de inviabilizar a comunicação móvel celular entre uma ERB e
um dispositivo celular. Para uma melhor efetivação do bloqueio, é fundamental conhecer como
funciona uma rede de telefonia, tecnologias usadas e equipamentos.

2.5.1 Telefonia Móvel Celular

A telefonia móvel celular caracteriza-se por uma rede de telecomunicações capaz de agregar
um conjunto de técnicas para a comunicação entre uma ou mais estações móveis. É um sistema
que possui uma área de cobertura dividida em células, e permite a mobilidade aos usuários da
rede de forma contínua entre as células.

2.5.2 Principais elementos da Rede de Telefonia Móvel Celular

A rede de telefonia móvel celular permite a comunicação telefônica utilizando a rádio


frequência como meio. Este sistema é composto geralmente, por três elementos fundamentais:
Central de Comutação e Controle (CCC), Estação Rádio Base (ERB) e os Terminais Móveis
(TM).

Central de Comutação e Controle (CCC)

A Central de Comutação e Controle é responsável por todo o gerenciamento e comutação dos


dados e informações que trafegam em um sistema de telefonia móvel celular. Considera-se o
“cérebro” do sistema, e apresenta as seguintes funções:

Interface com a rede telefonia fixa e com outros sistemas celulares:

 Comutação entre as ERB’s


 Controle das ERB’s
 Processamento de chamada e handoff
 Funções de administração

19
Figura 2.1: Representação de uma CCC
Fonte: Telefonia celular – Unicamp (2005)
Estação Rádio Base (ERB)
A Estação Rádio Base é a interface entre que está alocada entre a CCC e os TM, e tem como
finalidade transmitir e receber sinais de controle, voz e dados dos terminais móveis.

A ERB é composta basicamente por:

 Unidade de Controle
 Transceptores Rádio
 Antenas
 Plantas de Alimentação
 Terminais de Dados

Figura 2.2: Representação de uma ERB


Fonte: Autoria própria

20
Termina Móvel (TM)

Terminais Móveis (TM) são todos os elementos que transmitem e recebe sinais de voz (e
dados), além de sinais de controle, permitindo assim o estabelecimento de chamadas. Sua
principal função é fazer a interface entre o usuário e o sistema. São os terminais dos usuários,
como por exemplo os aparelhos celulares e smartphones, um dos principais elementos do
sistema de telefonia móvel.

2.5.3 Tecnologia usadas pelas operadoras nacionais

As duas grandes prestadoras de serviços nas áreas de telefonia celular (Unitel e Movicel), já
migraram de uma a outra tecnologia móvel desde a sua criação até aos dias de hoje, visando o
melhoramento da qualidade de seus serviços. Desde os anos de 1998, 2003 a 2020, essas
empresas conseguiram evoluir as suas tecnologias desde a CDMA até a LTE, especificamente
as tecnologias de 2G para as tecnologias de 4G.

CDMA (Code Division Multiple Access): Sistema digital que permite o acesso de muitos
usuários simultaneamente em um único canal de estação rádio-base aumentando assim a
capacidade da rede. Essa tecnologia compete diretamente com o GSM. A grande desvantagem
é que os celulares que operam em CDMA são mais suscetíveis a clonagem. CDMA Opera nas
frequências de 850 e 1900 MHz.

GSM (Global System for Mobile Communication): Desenvolvida na Europa e adotada em


boa parte do mundo. Diferencia-se das outras tecnologias pelo uso de cartões de memória
("chips" ou SIM Cards) nos aparelhos, que possibilitam levar as características do assinante
para outro aparelho ou rede GSM. O GSM opera nas faixas de 400, 450, 850, 900, 1800 e 1900
MHz.

GPRS (General Packet Radio Service): O Padrão de Transmissão de Rádio por Pacote
(GPRS) é a evolução da tecnologia GSM em 2,5 G. Essa tecnologia oferece velocidades
máximas de dados de 115 kbps e um throughput médio de 30 a 40 kbps.

UMTS (Universal Mobile Telecommunications Service): É a evolução do GSM mas que


ainda se baseia nessa tecnologia, embora o seu acesso por rádio seja diferente. Essa tecnologia
usa uma técnica CDMA chamada Direct Sequence Wideband (DS-WCDMA), por isso é
comum o uso intercalado de UMTS e WCDMA, embora a sigla UMTS se refira ao sistema
inteiro. Opera principalmente em 2100 MHz mas em algumas regiões opera em 850 MHz ou

21
1900 MHz e mais recentemente em 1700 MHz. A UMTS é uma tecnologia baseada em IP que
suporta voz e dados em pacotes oferecendo taxas máximas de transmissão de dados de até 2
Mbps e velocidades médias de 220-320 kbps quando o usuário está andando ou dirigindo.

LTE (Long Term Evolution): As redes 4G LTE têm como função garantir um maior tráfego
de dados (pacotes), ao contrário dos sistemas anteriores, híbridos, que alternavam entre redes
de pacotes ou de circuitos a depender da demanda. O LTE, especificamente, mantém
compatibilidade com sistemas anteriores. O LTE pode atingir uma velocidade máxima de até
120 Mbps, e têm a frequência de operação na faixa de 2,5 GHz.

2.5.4 Propagação do Sinal em Rádio Frequência

De salientar que, as comunicações compreendem duas categorias com características diferentes:


as comunicações fixas e as móveis. As comunicações móveis baseiam-se quase exclusivamente
em sistemas de rádio frequência (RF). Já as comunicações fixas podem envolver ou não
sistemas de RF, como é o caso da comunicação em rádio difusão, das redes WIFI, Bluetooth,
etc., ou da rede telefónica fixa (ao nível do assinante), da internet (via ADSL sobre linha
telefónica, ou sobre cabo coaxial ou ainda sobre fibra óptica).

2.5.5 Sistemas de Rádio Frequência

Considera-se um sistema que compreende um emissor e um receptor. Quando ambos coexistem


no mesmo equipamento, denominam-se transceptores. Quer o emissor quer o receptor
necessitam de dispositivos próprios para radiarem ou receberem as ondas rádio eléctricas e que
são as antenas que, por sua vez, podem aparecer sozinhas ou em agregados.

2.5.6 Bandas de Rádio Frequência

O espectro eletromagnético possui a parte de rádio frequência e essa por sua vez ocupa
as frequências entre os 3 kHz e os 300 GHz. As diferentes bandas de radiofrequências
(frequências admissíveis 3 kHz a 300 GHz) são constituídas por diferentes intervalos de
frequência. De uma forma geral, torna-se difícil determinar e caracterizar de forma exata
e concreta cada uma destas bandas, pois são inúmeros os fatores que influenciam na
distância de transmissão, como a potência do transmissor, tipo de antena, horário e época
do ano.

22
As ondas de rádio podem ser classificadas em função do valor de sua frequência, e o
conjunto de todas elas recebe o nome de espectro radioelétrico. O espectro radioelétrico
é dividido em faixas de frequência. A sigla dessas bandas de frequências pode variar
dependo de cada país e língua, porém abaixo será apresentado a nomenclatura
internacional.

Tabela 2.2: Banda utilizadas em RF


Fonte: Carlos Magno Catharino Olsson Valle (2013)

Tabela 2.3: Banda mais utilizadas em RF


Fonte: Carlos Magno Catharino Olsson Valle (2013)

23
2.5.7 Transmissores e Receptores RF

Transmissor RF

Na transmissão de sinais RF, o radiotransmissor converte sinais sonoros, analógicos ou digitais


em ondas eletromagnéticas, enviando-os para o espaço através de uma antena transmissora,
para serem recebidos por um radioreceptor, por exemplo, emissoras de AM, FM ou de TV além
do LW. O princípio de funcionamento básico de um transmissor FM pode ser demonstrado pelo
seguinte diagrama de blocos:

Figura 2.3: Diagrama em blocos do Transmissor FM


Fonte: radiofonia@portugalmail.com (2004)

Microfone: É um elemento electromecânico, que quando sofre diferenças de pressão


provocadas pela voz humana, converte-as em ondas electromagnéticas com uma frequência
possível de ser ouvida pelo ser humano.

Amplificador frequência de áudio (AF): Dispositivo que tem como função, aumentar a
amplitude do sinal de frequência de áudio das ondas electromagnéticas produzidas no
microfone.

Modulador: Dispositivo onde se efectua o processo de modulação.

Oscilador: Elemento do transmissor, responsável pela geração de uma onda sinusoidal


(portadora) a uma frequência escolhida, necessária para se efectuar a modulação.

Amplificador de rádio frequência (RF): Este dispositivo tem como função, aumentar a
amplitude do sinal de rádio frequência produzido pela modulação, conservando a frequência,
para assim poder ser enviado através do canal de comunicação pela antena.

24
Antena: É o dispositivo condutor que emite para o espaço as ondas electromagnéticas geradas
no emissor ou que recebe do espaço essas ondas destinadas ao receptor. A forma geométrica
que uma antena pode apresentar depende, essencialmente, do comprimento de onda das ondas
que ela emite ou recebe.

Figura 2.4: Torre transmissora de rádio


Fonte: canstockphoto.com.br (2020)

Receptor RF

A função do receptor de rádio é a decodificação dos sinais eletromagnéticos recebidos do


espaço, captados pela antena, transformando-os em ondas sonoras, sinais digitais e/ou
analógicos. O equipamento é conectado a uma antena receptora, um sistema de sintonia e
amplificadores de áudio, vídeo e/ou sinais digitais. O princípio de funcionamento básico de um
receptor FM pode ser demonstrado pelo seguinte diagrama de blocos:

Figura 2.5: Diagrama em blocos do Receptor FM


Fonte: radiofonia@portugalmail.com (2004)

25
Desmodulador: É o elemento que executa o processo inverso da modulação, ou seja, elimina
a onda portadora do sinal modulado, a fim de extrair o sinal modulante, que é o sinal que contêm
a informação a ser transmitida.

Altifalante: É um dispositivo que transforma as ondas electromagnéticas em vibrações que


provocam diferentes pressões no ar que se encontra à sua volta, reproduzindo o sinal original
contendo a informação.

Essas diferenças de pressão são interpretadas pelos nossos ouvidos como sendo o som que
ouvimos. Veja uma animação sobre o funcionamento de um altifalante

2.5.8 Técnicas de Modulação

Em termos gerais, as ondas de baixa frequência são atenuadas no ar por este motivo, elas
percorrem distâncias muito pequenas, o que não as torna incapazes de transmitir informações a
grandes distâncias. Para que a informação possa ser transmitida a grandes distâncias, é
necessário combinar sinal de baixa frequência com outro de alta frequência.

Um sinal de baixa frequência cujas variações contêm a informação que se deseja transmitir é
chamado de onda moduladora. Um sinal de frequência mais alta que atua como “suporte” na
transmissão recebe o nome de onda portadora. O processo que combina uma onda com outra
para transmitir a informação é chamado de modulação, e o conjunto desses dois sinais
combinados constitui uma onda modulada. Na modulação, a onda portadora é modificada em
função das variações da onda moduladora.

A modulação pode ser aplicada na amplitude ou na frequência, de acordo com a característica


da onda que é modificada. E a modulação pode ser analógica ou digital.

Figura 2.6: Processo de Modulação


Fonte: radiofonia@portugalmail.com (2004)

26
2.5.9 Modulação Analógica

As técnicas de modulação analógicas foram as primeiras a serem implementados e propunham


a transmissão de ondas senoidais proporcionais em amplitude, em fase, em frequência ou
combinações destas, à informação contida no sinal modulador.

Modulação em Amplitude (AM)

A amplitude do sinal da portadora acompanha de forma diretamente proporcional as variações


de amplitude da onda de frequência de áudio. As ondas AM vão de 500 KHz a 22 MHz.

Figura 2.7: Modulação AM


Fonte: radiofonia@portugalmail.com (2004)
Modulação em Frequência (FM)

A frequência da onda portadora, acompanha de forma diretamente proporcional as variações da


amplitude das ondas de frequência de áudio. A grande vantagem da modulação FM
relativamente à modulação AM é que o nível de ruído na recepção é reduzido. As ondas FM
vão 88MHz a 108 MHz.

Figura 2.8: Modulação FM


Fonte: radiofonia@portugalmail.com (2004)

27
Modulação em Fase (PM)

É um tipo de modulação analógica que se baseia na alteração da fase da portadora de acordo


com o sinal modulador (mensagem). Usada para transmissão de dados.

Figura 2.9: Modulação em PM


Fonte: Adriano J. C. Moreira (2001)

2.5.10 Modulação Digital

Ao transmitir uma sequência de dados digitais, o sinal original é convertido em outra forma de
sinal. As características desse sinal são amplitude, frequência e fase. Porém pode-se alterar
qualquer uma dessas três características para se formular um esquema de modulação (como nas
modulações analógicas).

Amplitude Shift Keying (ASK)

Na técnica ASK, a modulação ocorre através de mudanças na amplitude da portadora. Consiste


simplesmente em permitir ou não a transmissão da portadora em função da ocorrência ou não
de bits 0 ou l.

Figura 2.10: Modulação ASK


Fonte: Adriano J. C. Moreira (2001)

28
Frequency Shift Keying (FSK)

A técnica de FSK comuta a frequência da portadora em dois valores fixos: a frequência


nominal da portadora e outra pré-definida. Num sinal FSK é a frequência de uma portadora
que varia no tempo de acordo com os bits a transmitir.

Figura 2.11: Modulação FSK


Fonte: Adriano J. C. Moreira (2001)

Phase Shift Keying (PSK)

Esta técnica é baseada na alteração da fase da portadora, de acordo com a informação a


ser transmitida.

Figura 2.12: Modulação PSK


Fonte: Adriano J. C. Moreira (2001)

29
Binary Phase Shift Keying (BPSK)

Este tipo de modulação acontece quando a fase da portadora sofre dois desvios.

Minimum Shift Keying (MSK): A modulação MSK é uma modulação FSK com a separação
mínima entre as portadoras utilizadas de modo a garantir a ortogonal idade entre elas. Essa
ortogonalidade é imprescindível para uma detecção confiável do sinal recebido, pois sinais
ortogonais são independentes, ou seja, facilmente diferenciáveis.

Das técnicas de modulação digital para comunicações móveis, a MSK apresenta menor
complexidade de implementação.

Gaussian Minimum Shift Keying (GMSK)

A modulação GMSK é uma modificação da técnica MSK, na qual a sequência de bits de entrada
do modulador é filtrada por um filtro passa-baixas com resposta a um pulso retangular
gaussiana. A saída desse filtro é então responsável por modular em MSK a portadora utilizada.
O efeito do filtro é o de conformar os pulsos de entrada do modulador MSK tornando as
transições de frequência mais suaves.

2.5.11 Técnicas de Jamming

Existem várias maneiras de bloquear um dispositivo RF. As três técnicas mais comuns podem
ser categorizadas da seguinte forma:

A) Spoofing: Nesse tipo de bloqueio, o dispositivo força o celular a se desligar. Esse tipo é
muito difícil de ser implementado, pois o dispositivo de bloqueio primeiro detecta qualquer
telefone celular em uma área específica e, em seguida, o dispositivo envia o sinal para desativar
o telefone móvel. Alguns tipos desta técnica pode detectar se um telefone celular próximo está
lá e enviar uma mensagem para dizer ao usuário para mudar o telefone para o modo silencioso
(Disablers Intelligent Beacon).

B) Ataques de blindagem: Isso é conhecido como TEMPEST ou blindagem EMF. Este tipo
requer o fechamento de uma área em uma gaiola de Faraday para que qualquer dispositivo
dentro dessa gaiola não possa transmitir ou receber sinais de RF de fora da gaiola. Essa área
pode ser tão grande quanto edifícios.

30
C) Negação de serviço: Essa técnica é conhecida como DOS. Nessa técnica, o dispositivo
transmite um sinal de ruído na mesma frequência de operação do telefone celular para diminuir
a relação sinal-ruído (SNR) do celular abaixo de seu valor mínimo.

Este tipo de técnica de interferência é o mais simples, pois o aparelho está sempre ligado. O
dispositivo a ser implementado nesse projecto é de classe C.

2.5.12 Tipo de bloqueio escolhido

Para este projecto o bloqueador será implementado, seguindo o conceito de bloqueio com ruído
em banda larga – PBN e a técnica jamming é a do tipo C. Nesse tipo de bloqueio o sinal do
celular é superado por um sinal mais forte, ele opera transmitindo interferências de
radiofrequência (RF).

É adotado neste trabalho, o dispositivo bloqueador para sinais GSM, para atuação em sistemas
de telefonia celular. Os jammers com o bloqueio do tipo C são na sua maioria dispositivos
equipado com vários osciladores, transmitindo sinais de interferência capazes de bloquear
frequências usadas por telefones celulares.

2.5.13 Parâmetros do projecto

Com base ao exposto, esse dispositivo que está relacionado com a técnica DOS, vai transmitir
um ruído nas mesmas frequências das duas bandas GSM 900 MHz e GSM 1,8 GHz (1800MHz)
(também conhecido como banda DCS 1800). Estabeleceu-se alguns parâmetros de projeto para
estabelecer as especificações do projeto. Estes os parâmetros são os seguintes:

A distância a ser atolada (D): Este parâmetro é muito importante no projecto, já que a
quantidade de potência de saída do jammer depende da área que precisa-se bloquear. É
estabelecido no projecto D = 10 metros para a banda DCS 1800 e D = 10 metros para a banda
GSM 900.

Proporção de bloqueio para sinal (J / S): O J / S é a proporção da força do sinal de


interferência a (dentro da largura de banda dos receptores) para a força do sinal desejado.
Jamming torna-se eficaz quando o sinal de interferência no receptor é forte o suficiente para
impedir ou negar a usabilidade da transmissão ou canal de comunicação.

31
Para atuar com sucesso uma determinada região, considera-se também um parâmetro muito
importante a relação sinal-ruído, conhecida como SNR. Cada dispositivo funcionando em
princípios de comunicação de rádio só podem tolerar ruído em um sinal até um determinado
nível. Isso é chamado de capacidade de manuseio SNR do dispositivo.

A maioria dos aparelhos celulares tem uma capacidade de manipulação de SNR de cerca de 12
dB. Para garantir o bloqueio desses dispositivos, precisa-se reduzir o SNR até 9 dB.

Perda de espaço livre (F): Para que se possa bloquear efetivamente a recepção do dispositivo
móvel, precisamos ter uma intensidade de sinal de interferência de aproximadamente -24dBm.
O sinal irradiado, sofrerá algumas atenuações na transmissão da antena do bloqueador para o
antena do dispositivo móvel. Esta perda de caminho pode ser calculada usando a perda de
caminho de espaço livre simples (Lp) aproximação dada por:

Lp (dB) = 32,44 + 20log (D.f) (2.1)

Onde f é a frequência em MHz e D, a distância percorrida em quilômetros. A distância aqui


será de 0, pois ela é medida em metros. O pior caso de perda de caminho acontece quando a
frequência máxima é usada em equação:

L (dB) = 32,44 + 20 log 0,01 + 20 log 1880 que dá L = 58 dB

2.5.14 Constituição do dispositivo Jammer

A figura abaixo apresenta o diagrama de blocos do jammer a ser projetado.

Figura 2.13: Diagrama em blocos do bloqueador RF


Fonte: Autoria própria

32
Fonte de Alimentação

Ela fornece a energia elétrica necessária para todo o circuito, e a fonte aqui usada é de 15V DC.
É composta por:

Transformador: Usado para transformar o 220 VAC para outros níveis de voltagem.

Retificador: Converte a tensão AC em DC. Temos dois métodos de retificação:

 Retificador de meia onda: Tensão de saída aparece apenas durante os ciclos positivos
do sinal de entrada.
 Retificador de onda completa: uma tensão de saída retificada ocorre durante os ciclos
positivo e negativo do sinal de entrada.

Filtro: usado para eliminar as flutuações na saída do retificador de onda completa “eliminar o
ruído” de forma que a tensão contínua constante seja produzida.

Regulador: É usado para fornecer uma tensão CC desejada.

Figura 2.14: Fonte de alimentação do jammer


Fonte: Autoria própria

Gerador de Ruído

Produz Sinal de Frequência de Ruído aproximadamente 9 á 10 MHz, o gerador de ruído é


construído no IC 555. O IC 555 está no modo astável. A saída do gerador de ruído é dada a dois
canais separados, cada canal consiste em um amplificador e um oscilador sintonizado IC.

O amplificador e oscilador sintonizado lC, amplificam a frequência de ressonância.

O primeiro canal como saída de frequência 1.8 GHz. O segundo canal tem saída de frequência
de 900 MHz, que é necessário para bloquear um sinal dentro de uma faixa específica. Portanto,
é um bloqueador de telefone celular de banda dupla.

33
Figura 2.15: IC555
Fonte: Afzal Ibrahim (2014)

O IC 555 está no modo Astável. No modo astável, o temporizador 555 emite um fluxo contínuo
de pulsos retangulares com uma frequência especificada. Resistor R 1 está conectado entre V
CC e o pino de descarga (pino 7) e outro resistor (R 2) é conectado entre o pino de descarga
(pino 7) e os pinos de gatilho (pino2) e limite (pino 6) que compartilham um nó comum.

Portanto, o capacitor é carregado por meio de R 1 e R 2, e descarregado apenas através de R 2,


uma vez que o pino 7 tem baixa impedância para o terra durante os intervalos baixos de saída
do ciclo, descarregando, portanto, o capacitor. No modo astável, a frequência do fluxo de pulso
depende dos valores de R 1, R 2 e C.

2.5.15 Amplificador de potência RF

Aqui o amplificador a usar é o de classe A. Dispositivos amplificadores operando em classe A


conduzem em toda a faixa do ciclo de entrada. Um amplificador de classe A é distinguido pelos
dispositivos de estágio de saída sendo polarizados para operação de classe A.

Vantagens dos amplificadores classe A

Os projetos de classe A são mais simples do que outras classes; por exemplo, os projetos das
classes -AB e -B requerem dois dispositivos conectados no circuito (saída push-pull), cada um
para lidar com uma metade da forma de onda; a classe A pode usar um único dispositivo
(terminação única).

34
Figura 2.16: Exemplo de amplificador de classe A
Fonte: Afzal Ibrahim (2014)

2.5.16 Circuito Sintonizador LC

Circuitos LC são usados para gerar sinais em uma determinada frequência ou selecionar um sinal em
uma determinada frequência de um sinal mais complexo. Circuito LC, também chamado de
circuito ressonante, circuito tanque ou circuito sintonizado, consiste em dois componentes
eletrônicos conectados entre si; um indutor, representado pela letra L, e um capacitor,
representado pela letra C. O circuito pode atuar como um ressonador elétrico, um análogo
elétrico de um diapasão, armazenando energia que oscila na frequência de ressonância do
circuito.
Os circuitos LC comportam-se como ressonadores eletrônicos, sendo um componente chave
em muitas aplicações, tais como osciladores, filtros e misturadores de frequência. Esse tipo de
circuito é muito usado em transmissores sem fio, como em comunicações de rádio tanto para
emissão quanto recepção.

Figura 2.17: Exemplo de circuito LC


Fonte: pt.khanacademy.org (2020)

A frequência do circuito LC é dada por:

1 1 (2.2)
𝑤 = √𝐿𝐶 ; f = 2𝜋√𝐿𝐶

f = Frequência (Hz); L = Indutância (H); C = Capacitância (F)

35
CAPITULO 3 RESULTADOS

3.1 Funcionamento do Bloqueador

O IC do temporizador 555 de 8 pinos vai simplesmente gerar um ruído. É acoplado via C4


(cerâmico) para modular o oscilador do transistor RF. Com C1 definido em cerca de 1/3, o
circuito estará perto de 900 MHz varrendo o capacitor de ajuste C1. Usou-se dois indutores
moldados para facilitar a construção. Os valores de C1, C2, L1 e L2 são importantes para a
faixa de frequência. A saída do circuito, será adicionado duas antenas de telefone celular de 800
a 1800MHz ao C5.

Figura 3.1: Esquema completo do bloqueador RF


Fonte: Autoria própria (2020)

3.2 Geração do ruído

A primeira etapa do bloqueio dá-se pela geração de uma onda triangular. O temporizador 555
emite um fluxo contínuo de pulsos retangulares tendo uma frequência especificada. Resistor R1
está conectado entre V CC e o pino de descarga (pino 7) e outro resistor R2 é conectado entre

36
o pino de descarga (pino 7) e os pinos de gatilho (pino 2) e limite (pino 6) que compartilham
um nó comum. Portanto, o capacitor é carregado por meio de R1 e R2, e descarregado apenas
através de R2, uma vez que o pino 7 tem baixa impedância para o terra durante os intervalos
baixos de saída do ciclo, descarregando, portanto, o capacitor. No modo astável, a frequência
do fluxo de pulso depende dos valores de R 1, R 2 e C6. Com isso foi possível obter uma
frequência de aproximadamente 8.29 MHz na saída do gerador de ruído.

O cálculo do valor da frequência é mostrado mais para frente.

Figura 3.2: Circuito gerador da onda triangular


Fonte: Autoria própria (2020)

Figura 3.3: Simulação gerador de onda triangular (Osciloscópio XSC1)


Fonte: Autoria própria (2020)

37
3.3 Amplificação e saída do sinal RF

Usou-se um amplificador de classe A com oscilador sintonizado LC. Aqui vemos a oscilação
dos dois sinais a saída.

Figura 3.4: Oscilação dos dois sinais RF a saída


Fonte: Autoria própria (2020)

3.4 Saída dos sinais vista pelo osciloscópio XSC1

Aqui vemos saída de frequência dos dois sinais, através do Canal 1 e do Canal 2.

Figura 3.5: Frequência vista pelo canal 1


Fonte: Autoria própria (2020)

38
Figura 3.6: Frequência vista pelo canal 2
Fonte: Autoria própria (2020)

3.5 Implementação das Antenas

As antenas vão permitir o acoplamento do sinal RF, como um meio, guiando-o para o espaço
livre. Com referência a esse projecto, empregamos uma antena para transmitir os sinais de RF
vinda dos osciladores através dos amplificadores de potência classe A, para o espaço livre.

Parâmetros como o coeficiente de reflexão, Voltage Standing Wave Ratio (VSWR), ganho e
diretividade são fatores que foram considerados ao decidir sobre a antena a ser implantada.
Foram selecionadas duas antenas operando simultaneamente na Faixa de frequência de 868 -
915MHz, com ganho de 3dB.

Figura 3.7: Antenas GSM


Fonte: h5.es.aliexpress.com/item (2020)

39
3.6 Área Bloqueada (Posto de Combustível Pumangol – Rotunda do Camama)

Após a constituição de todo o sistema de bloqueio para telefones celular, o jammer será
implementado a uma das bases do estabelecimento. O seu raio de propagação é de
aproximadamente 10metros, podendo o utilizador variar a distância de alcance por meio de
um seletor embutido.

Figura 3.8: Área bloqueada pelo Jammer


Fonte: Autoria própria (2020)

Figura 3.9: Dispositivo bloqueado pelo Jammer


Fonte: Autoria própria (2020)

40
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

CONCLUSÃO
Uma das grandes motivações em desenvolver este projeto, foi pelo facto de que com o
crescimento do uso de dispositivos móveis, haverá a necessidade de regulamentar seu uso em
alguns locais, daí a necessidade de uma forma de prevenir o seu uso.

Ao longo do trabalho fez-se a abordagem de alguns aspectos importantes sobre telefonia móvel
celular, tipos de bloqueadores existentes e suas técnicas. Foi possível observar que, para que
haja a comunicação entre dois pontos equidistantes por meio de um telefone celular, precisa-se
de três elementos fundamentais; Central de Comutação e Controle (CCC), Estação Rádio Base
(ERB) e os Terminais Móveis (TM).

Sobre o bloqueio na forma de ruído, vimos que existem pelo menos cinco tipos conhecidos;
Bloqueio com ruído em banda larga (BBN), Bloqueio com ruído em parte da banda (PBN),
Bloqueio com ruído em banda estreita (NBN), e neste projecto foi escolhido o bloqueio PBN,
e a técnica usada foi a de negação de serviço, conhecida como (DOS).

Foi feito um estudo primário no estabelecimento a ser implementado o bloqueador, de formas


a saber quantos metros seria necessário cobrir, e chegou-se à conclusão que 10m seria no
máximo uma distância considerável pois assim não haveria o risco do bloqueador afetar outros
estabelecimentos próximos.

O dispositivo jammer a ser usado é o do tipo GSM e 3G, pois o seu sistema foi concebido para
operar em frequências (900 MHz – 1.8 GHz) utilizadas nessas tecnologias.

Após a concepção do sistema, o jammer foi implementado no estabelecimento pretendido


(Pumangol – Rotunda do Camama), e o bloqueio foi consumado. Todos os resultados obtidos
desde sua concepção até a sua implementação, foram apresentados por meio de simulações reais
feitas pelo simulador Multisim, um simulador de circuitos electrónicos da National Instruments.

RECOMENDAÇÕES

Em contexto geral, a aceitação de bloqueadores de celular em todo o mundo ainda é um assunto


polêmico quanto à sua legalidade em lugares públicos. Em Angola, no entanto, não há uma
política clara sobre o ouso de bloqueadores celular, o motivo dá-se por não serem dispositivos
comuns, e um grande número de pessoas nem sabe que eles existem. Este projeto, no entanto,

41
destina-se exclusivamente a fins acadêmicos. Com a conclusão bem-sucedida do projeto,
recomenda-se que:

 Possam ser realizados novos trabalho a partir deste projeto, uma vez que ele pode ser
ajustado e modificado para e melhorado para os fins que se desejar alcançar;
 Utilizar topologias sugeridas para funcionamento em múltiplas bandas de frequências;
 Desenvolver novas composições e topologias de dispositivos bloqueadores;
 Aprimorar as configurações de modos a bloquear a recepção de sinas por satélite;

42
REFERÊNCIAS

Livros:

1. AHMED A. Thabit - DESIGN AND IMPLEMENTATION OF CELL PHONE


JAMMER. 19 de Outubro de 2019.
2. AHMED Abdulhadi Ahmed Abdalhadi - Cellphone Jammer Circuit Design and
Implementaton. 15 de Outubro de 2017.
3. AHMED Sudqi Hussein Abdul - Rahman/Ahmad Nasr Raja Mohammad - Dual Band
Mobile Jammer for GSM 900 & GSM 1800. 09 de Junho de 2008.
4. ALENCAR, MARCELO SAMPAIO - Telefonia Digital. 5 ed. São Paulo: Érica, 2011.
5. AUGUSTO CÉSAR DINIZ - Bloqueio Eletrônico à ERB de Telefonia Móvel-Analise
De Caso de um Bloqueio Eletrônico De Ponto Sobre Uplink em Enlaces 4G Lte. Brasília
2017.
6. BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro -Manual de campanha: emprego da
guerra eletrônica. C34-1. 2.ed. Brasília: Estado Maior do Exército, EME, 2009.
7. GBPPR - U.S. PCS Cellular Phone Jammer. Disponível em 20/07/2003 no website
<http://gbppr.dyndns.org/PROJ/mil/celljam.png>, 2003.
8. GIT - Basic EW Concepts. Apostila técnica sobre guerra eletrônica, Georgia Institute
Technology, 2001.
9. POISEL, R. A - Modern Communication Jamming Principles and Techniques. Artech
House, INC., 685, Canton Street, Norwood, MA 02026, 2004.
10. RICARDO DE SOUZA TOSCANO - Bloqueador de Múltiplas Frequências:
Concepção do Sistema e Estudo de Caso Para Terminais Is-95. Rio de Janeiro 2006.
11. SCHLEHER, D. C - Introduction to Electronic Warfare. Artech House, INC., 610,
Washington Street, Dedham, MA 02026, 2 edition, 1986.
12. SILVA, G. e BARRADAS, O - Sistemas Radiovisibilidade. LTC - Livros Técnicos e
Científicos Editora, Rio de Janeiro, Brasil, 2 edition, 1978.
13. STAHLBERG, M - Radio Jamming Attacks Against Two Popular Mobile. Disponível
em 01/12/2005 no website <http://www.tml.tkk.fi/Opinnot/Tik-
110.501/2000/papers/stahlberg.pdf>, 2000.
14. STURZA, M. A - Spread Spectrum Techniques and Technology. 20/12/2005
Disponível em no website <http://www.3csysco.com/Pubs/Spreadogy.pdf>, 2005.
15. SVERZUT, JOSÉ UMBERTO - Redes GSM, GPRS, EDGE e UMTS: Evolução a
caminho da quarta geração (4g). 4 ed. São Paulo: Érica, 2015.
43
APÊNDICE

Apêndice I: Lista de equipamentos

Nº Tipo de material Ref. Qde.

1 Resistor 220 Ω 1
2 Resistor 6KΩ 4
3 Resistor 10 K Ω 1
4 Resistor 6.8 K Ω 1

5 Resistor 82 K Ω 1
6 Capacitor variável 30 pF 1
7 Capacitor 1 pF 3
8 Capacitor 50 pF 1

9 Capacitor 5 μF 1
10 Capacitor 5 pF 2
11 Indutor 1.1 nH 7
12 Circuito Integrado LM555CM 1

13 Transístor BC547BP 2
14 Placa de circuito Imprenso 5X7 (432 furos) 1
15 Antena transmissora GSM 900MHz 2
16 Transformador 12 V 1
17 Rolo de estanho 0.5mm 100g 1
18 Led vermelho 5mm 3
19 Caixa preta 100x65 genérica 1
20 Botão on/off Switch 1
21 Conector para bateria 12 V 1

44
Apêndice II: Cálculo realizado para definir a frequência emitida pelo gerador de ruído.

Apêndice III: Gerador de onda triangular com 2 Ampop. 741, produzindo uma frequência de
441Hz.

45
Apêndice IV: Gerador de duas ondas (triangular e quadrada) com CI555, produzindo uma
frequência de 19.9 KHz, com Tensão de pico-pico = 10.0V.

46
Apêndice V: Tabela de orçamento do projecto

Qd Preço Total Parcial


Nº Tipo de material Ref.
e. Unitário (KZ)
1 Resistor 220 Ω 1 200 200
2 Resistor 6KΩ 4 200 800
3 Resistor 10 K Ω 1 200 200
4 Resistor 6.8 K Ω 1 200 200

5 Resistor 82 K Ω 1 200 200


6 Capacitor variável 30 pF 1 350 350
7 Capacitor 1 pF 3 350 1.050
8 Capacitor 50 pF 1 350 350
9 Capacitor 5 μF 1 350 350
10 Capacitor 5 pF 2 350 700
11 Indutor 1.1 nH 7 350 2.450
12 Circuito Integrado LM555CM 1 1500 1.500

13 Transístor BC547BP 2 2500 3.000


14 Placa de circuito Imprenso 5X7 (432 furos) 1 3000 3.000
15 Antena transmissora GSM 900MHz 2 5500 11.000
16 Transformador 12 V 1 6500 6.500
17 Rolo de estanho 0.5mm 100g 1 4500 4.500
18 Led vermelho 5mm 3 100 300
19 Caixa preta 100x65 genérica 1 7300 7.300
20 Botão on/off Switch 1 150 150
21 Conector para bateria 12 V 1 600 600
- Mão-de-obra 27.500

- Total Geral (KZ) 72.200

47
ANEXOS
Anexo I: Circuito Jammer para operação em única banda, com f = 900MHz.

Anexo II: Representação das frequências de transmissão e recepção GSM e DCS.

Anexo III: Parte interna do temporizador astável 555.

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