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1.

COMPATIBILIDADE E INTERFERÊNCIA

ELETROMAGNÉTICA.

A (MCE), compatibilidade eletromagnética, é quando um equipamento


ou um dispositivo é compatível com o seu ambiente eletromagnético,
(WINTERS,1996), ou seja, ele está adequado para funcionar sem causar
interferência em outros equipamentos, não é afetado pela emissão de outros
equipamentos e não causa interferência em si próprio. Existem muitos
equipamentos e dispositivos que são fontes de (IEM), interferência
eletromagnética, podem ser intencionais, onde os projetistas ignoram as
normas e não intencional que ocorrem por fenômenos naturais ou efeitos do
funcionamento das máquinas.
Os efeitos mais comuns da interferência eletromagnética. Em nosso dia
a dia, podemos observar esses efeitos principalmente, quando ligamos um
liquidificador ou uma batedeira, podemos observar uma interferência se o
televisor estiver ligado, ou mesmo quando ligamos um equipamento de áudio,
que emite um ruído quando estamos usando um aparelho de celular próximo
dele.
Estes efeitos são muito comuns e muitas vezes mal observados e
podem causar danos desastrosos, resultando em mal funcionamento de
equipamentos eletrônicos ou interferências em sinais de comunicação.
Segundo (MORGAN,1994), a interferência eletromagnética induz tensões e
correntes indesejáveis nos circuitos de algum equipamento não protegido.
Vamos estudar os efeitos da interferência eletromagnética (IEM), nas
linhas de transmissão de energia (LT) e as técnicas que podemos utilizar para
minimizar estes efeitos.
Em um sistema industrial, o fenômeno eletromagnético pode causar
algumas implicações como:
 Distorções na forma de onda.
 Comando inesperados em equipamentos com sistemas supervisórios.
 Interrupções momentâneas no funcionamento de equipamentos.
 Interferência em equipamentos com transmissão de sinais analógicos.
 Geração de ruídos e transientes.
Estes citados são apenas alguns dos efeitos que a interferência
eletromagnética pode causar a um sistema. A (IEM), inicia se através de uma
fonte emissora que pode ser um equipamento eletrônico, motores elétricos
entre outros, é conduzida através de um meio condutor e chegando a um
receptor que está susceptível a (IEM). As linhas de transmissão (LT), são
meios condutores de interferência eletromagnética, que pode acontecer por
irradiação, que é causado geralmente pela proximidade com a (LT) ou, por
condução que chega até o equipamento ou dispositivo vítima através dos
condutores. A figura abaixo nos mostra como é dividido a (CEM).

Figura 1 Fonte: Próprio Autor

Um equipamento ou um sistema, vai sofrer interferências


eletromagnéticas, quando este for susceptível a ela, existem três técnicas
empregadas para amenizar a (IEM). Aterramento, blindagem e filtragem. A
figura abaixo ilustra uma fonte geradora de ruídos e os tipos de acoplamentos:

Figura 2 Tipos de acoplamentos


O aterramento é umas das técnicas para se reduzir as
interferências eletromagnéticas é o aterramento. A escolha do tipo do
aterramento faz toda diferença no tratamento do problema, existem
configurações de aterramentos adequada para cada situação, há casos em que
se usa a configuração de ponto único e casos que se usa a configuração
multiponto.
O aterramento de ponto único é indicado apenas para
instalações que operam em baixa frequência, onde os subsistemas ligados em
uma fonte são conectados a um único ponto de aterramento aumentando a
impedância por precisarem de condutores mais longos para que sejam
conectados à terra, e podem sofrer efeito Crosstalk, por causa das correntes de
retorno fluindo através dos condutores dos sistemas.

Figura 3 Aterramento ponto único

Aterramento multiponto, quando um subsistema está localizado


a uma grande distancia de outro, é indicado a configuração de aterramento
multiponto, esse tipo tem conexões curtas fazendo com que a impedância do
aterramento se torne mais baixas. Este tipo de aterramento é muito utilizado
em linhas de transmissão.
Figura 4 Aterramento multiponto

O aterramento, pode atuar no controle de diversos tipos de


problemas causados pela (IEM), usados para controlar interferências de
acoplamento indutivo, capacitivo e impedância comum em sistemas
eletrônicos, e proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), uma das formas
muito usadas em sistemas industriais é a equipotencialização, quando todo os
equipamentos, estruturas metálicas, eletrocalhas e leitos para cabos, são todos
ligado ao aterramento este método é muito eficiente em ambientes industriais,
que possui muitos equipamentos que são fontes de todos os tipos de
interferências.

Figura 5 Sistema com equipotencialização

Temos que lembrar que o aterramento para alguns tipos


de interferências, não pode ser levado em conta como sendo um aterramento
ideal, pois em alguns casos deve se levar em conta a resistividade do solo, dos
condutores entre outros fatores para tratar a interferência em questão. Outra
técnica que poderemos aplicar para este fim é a blindagem.
Blindagem: É utilizada geralmente quando há uma
transmissão de sinal próximo a uma fonte geradora de interferências,
equipamento de leitura de grandezas em grandes subestações, cabos de sinal
passando próximo cabos de força em indústrias etc. É muito utilizado em
industrias onde há equipamentos que operam através de comunicação em
redes ou até mesmo no uso de transdutores de sinal analógico, para controle
de variáveis de um processo, o uso de cabos com blindagem e condutores de
par trançados. Exemplo, abaixo:

Figura 6 Fonte site, Mdpolicabos

Os cabos de transmissão de sinais possuem uma


blindagem metálica (Shields), que é conectada ao condutor terra pelas
extremidades isolando o mesmo de qualquer interferência externa, lembrando
que a blindagem não é fabricada com materiais metálicos magnéticos por isso
a ela é mais eficiente contra campos elétricos, a proteção contra interferências
magnéticas se dá pelo fato de ter os condutores em par trançado. Um
problema que deve se observar quando usamos a blindagem é a
equipotencialização do aterramento, uma vez que se conecta as extremidades
e há diferença de potencial entre os pontos conectados, pode causar
degradação do sinal transmitidos no cabo.
A outra forma de reduzir as interferências
eletromagnéticas (IEM), é através da instalação de filtros, a maioria dos
equipamentos eletrônicos, são fontes de ruídos, sabemos que alguns
fabricantes seguem normas internacionais de (CEM), compatibilidade
eletromagnética, que empregam as técnicas de redução de interferências
desde a confecção das placas dos circuitos até a finalização da montagem dos
equipamentos. Mas como podemos ver, muitas indústrias possuem
equipamentos e instalações que infelizmente não atendem estes requisitos.
Quando um equipamento eletrônico não possui filtros,
os condutores de saída passam a funcionar como se fossem antenas
irradiando campos eletromagnéticos. Para isto os equipamentos quando
fabricados tem que atender as normas do CISPR (INTERNATIONAL SPECIAL
COMMITTEE ON RADIO INTERFERENCE).
Figura 7 Filtro em fonte chaveada

Para atender a norma de emissão conduzidas, em


todos os equipamentos que possuem fonte chaveada, são utilizados os filtros,
as correntes desejáveis são iguais em amplitudes, mas com direção opostas e
devem está presente nos sistemas, já as correntes com de mesma amplitude
mas com mesma direção não devem estar presentes nos sistemas, para
reduzir estas correntes é utilizado o choque de modo comum, os condutores
são enrolados em torno de um núcleo de ferrite, fazendo as correntes
circularem de forma correta nos condutores.
As Linhas de transmissão são fontes de diversos tipos
de ruídos, que podem ser transmitidos por condução, irradiação ou indução
Os ruídos, por indução podem acontecer, quando a
linha está próxima de algum equipamento de transmissão, ou quando uma é
muito próxima de outra. Também temos o ruido provocado por falha nos
isoladores dos cabos, que provoca ruídos gerados pelo centelhamento.
As LT´s podem provocar interferências de RF (rádio
frequência), causadas pelo efeito do campo magnético irradiado pelos
condutores. Outro problema que é comum as linhas de transmissão é o ruído
gerado pelo efeito corona.

Figura 8 Efeito corona


Através das técnicas descritas neste trabalho, podemos
aplicar para reduzir as interferências geradas nos sistemas de energia elétrica.
Vamos poder atuar de forma a garantir um bom funcionamento dos
equipamentos instalados e durante a fase de projeto que é a ideal.

Siglas:
CEM (Compatibilidade eletromagnética).
IEM (Interferencia eletromagnética)
LT (Linhas de transmissão)

Referências:
(MORGAN,1994), Seção 1.1 / Introdução à compatibilidade eletromagnética – 9

EMI - Interferência Eletromagnética em instalações industriais e muito mais | SMAR


Technology Company

www.smar.com/brasil/artigo-tecnico/emi-interferencia-eletromagnetica-em-instalacoes-
industriais-e-muito-mais

Livro didático de Compatibilidade e interferência eletromagnética.


Imagens retiradas da internet

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