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A CENTRAL TELEFÔNICA

A central telefônica é o elemento de rede responsável pela comutação de sinais entre os


usuários, automatizando o trabalho das antigas telefonistas que comutavam manualmente os
caminhos para a formação dos circuitos telefônicos. As linhas telefônicas dos vários assinantes
chegam às centrais telefônicas e são conectadas entre si, estabelecendo circuitos temporários
que permitem o compartilhamento de meios, promovendo uma otimização dos recursos
disponíveis.
A comutação era eletromecânica até o inicio dos anos 70, quando as funções lógicas de
comando e controle da comutação passaram a ser executadas por dispositivos eletrônicos. A
conexão continuou eletromecânica. Somente na década de 80 a comutação passou a ser
totalmente eletrônica. Essas centrais empregam computadores para a gestão de processos e são
conhecidas como Centrais de Programa Armazenado (CPA’s).
A central a que estão conectados os assinantes de uma rede telefônica em uma região é
chamada de Central Local. Para permitir que assinantes ligados a uma Central Local falem
com os assinantes ligados a outra Central Local são estabelecidas conexões entre as duas
centrais, conhecidas como circuitos troncos. No Brasil um circuito tronco utiliza geralmente o
padrão internacional da UIT para canalização digital sendo igual a 2 Mbps ou E1.
Em uma cidade podemos ter uma ou várias Centrais Locais. Em uma região
metropolitana pode ser necessário o uso de uma Central Tandem que está conectada apenas a
outras centrais, para otimizar o encaminhamento do tráfego. As centrais denominadas Mixtas
possuem a função local e a função tandem simultaneamente.
Estas centrais telefônicas locais estão também interligadas a Centrais Locais de outras
cidades, estados ou países através de centrais de comutação intermediárias denominadas de
Centrais Trânsito. As Centrais Trânsito são organizadas em classes conforme sua área de
abrangência, sendo as Centrais Trânsito Internacionais as de mais alta hierarquia. É possível
desta forma conectar um assinante com outro em qualquer parte do mundo. A topologia de
uma rede telefônica é ilustrada na figura abaixo.
Central Telefônica
SINALIZAÇÃO NA REDE TELEFÔNICA

Para que uma chamada seja estabelecida o sistema telefônico tem que receber do
assinante o número completo a ser chamado, estabelecer o caminho para a chamada e avisar
ao assinante destinatário que existe uma chamada para ele. O sistema que cumpre estas
funções em uma rede telefônica é chamado de sinalização. Um exemplo de sinalização no
estabelecimento de uma ligação é ilustrado na figura abaixo.

Figura 2-3.1: Exemplo de sinalização


Figura 2-2.1: Topologia de uma rede telefônica
Transmissão entre Centrais CPA-T

A transmissão de informação é feita através de um meio de propagação, que pode ser


não guiado como a atmosfera, para a transmissão de rádio, por exemplo, ou guiado como as
linhas telefônicas.
Transmissão via rádio

No caso de radiotransmissores, para que um sinal possa ser irradiado com eficácia, a
antena irradiadora deve ser da ordem de um décimo ou mais do comprimento de onda
correspondente à freqüência do sinal a ser transmitido. Desta forma, para transmitir sinais de
voz, as antenas necessitariam de dimensões da ordem de centenas de quilômetros.
Para tornar possível a transmissão de sinais com a freqüência da voz humana, este deve
ser modulado. A modulação utiliza ondas portadoras que servem como um suporte para levar a
informação, também chamado sinal modulador. A onda senoidal é usada tradicionalmente
como portadora, com a modulação podendo se processar geralmente de três maneiras
(Alencar, 1998):

• Modulação em Amplitude (AM), quando o parâmetro da portadora a ser variado é a


amplitude. Inclui os sistemas ASK, OOK e ASK M-ário;

• Modulação em Ângulo, quando o parâmetro da portadora a ser variado é a sua fase


(PM) ou freqüência (FM). Os sistemas mais comuns são o FSK, PSK e PSK M-ário;

• Modulação em Quadratura (QUAM) quando são variados os parâmetros de amplitude


e ângulo ao mesmo tempo. Dentre os mais conhecidos estão o QAM e o QPSK.

A figura 2 mostra um exemplo de transmissão via rádio digital.

Transmissão Analógica

Sinal Sinal
Digital Digital

Modulador Emissor Receptor Demodulador Regenerador


QAM FI FI QAM

Transmissão digital de ponta a ponta

Figura 2: Transmissão via rádio digital

~
Transmissão por Canal Guiado

O canal guiado permite o confinamento da onda eletromagnética do transmissor ao


receptor através do guia, sendo por isso adequado par
a áreas de campo eletromagnético intenso. Além disso, possibilita contornar obstáculos
e facilita as aplicações em enlaces privados de comunicações.
Porém, há necessidade de casamento de impedâncias para evitar perdas por reflexão e
possui um custo de implementação mais elevado que os sistemas de rádio, principalmente no
caso de longas distâncias e em centros urbanos.
O padrão adotado atualmente para transmissão guiada entre centrais telefônicas é o
canal de fibra ótica, em virtude do grande volume de informação trafegada. O cabo coaxial é
outro tipo de canal guiado com aplicações em telefonia, mas sua aplicação mais comum é em
redes locais de computadores.
A transmissão guiada entre centrais por meio de cabo óptico é ilustrada na figura
abaixo. A partir da década de 80, esse tem sido o meio preferencial para fazer o entroncamento
entre as centrais do sistema telefônico.

Fibra óptica

FONTE E/O O/E RR E/O O/E DESTINO

Figura 2-6.5: Meio de transmissão por cabo óptico. O bloco E/O representa o conversor eletroóptico, o bloco
O/E representa o conversor optoelétrico e o bloco RR é o Repetidor Regenerador

Atualmente já se usam regeneradores ópticos que não necessitam conversores


eletroópticos.

Conversão FDM-TDM

No processo de digitalização da rede, é necessária a interligação dos sistemas FDM e


TDM. As tecnologias para conversão FDM-TDM podem ser divididas em: clássica e por
transmultiplexação, que se divide em convencional e digital. Ambas tecnologias consistem em
demultiplexar o sinal FDM e multiplexá-lo novamente, só que usando TDM.
No sistema europeu, a conversão é realizada de um supergrupo FDM (60 canais) para
dois TDM-PCM de 30 canais. No sistema americano, dois grupos FDM são convertidos para
um TDM-PCM de 24 canais.
A figura a seguir ilustra a conversão FDM/TDM realizada entre a telefonia urbana e
interurbana.

Á REA INTER URBANA ÁREA URBANA ÁREA INTER URBANA

COMUTAÇÃO
FDM TDM ELETRÔNICA TDM FDM
DIGITAL

Figura 2-6.6: Conversão FDM/TDM para transmissão

Comunicações Ópticas

INTRODUÇÃO

A idéia de transmitir informações por meio de sinais luminosos não é recente. Relata-
se como um dos feitos mais notáveis, a primeira transmissão de voz feita, em 1880, por
Graham Bell por meio de um feixe luminoso.

A fibra ótica, nada mais é do que uma tecnologia na qual a luz é transmitida ao longo
da parte interna e flexível da fibra de vidro ou plástica, que forma o núcleo das fibras. Seu
desenvolvimento teve uma evolução muito rápida nos últimos 30 anos. Desde a década de 60,
a atenuação foi reduzida de várias ordens de grandeza, a capacidade de transmissão aumentada
enormemente e as aplicações difundidas pelos mais diversos campos de utilização.

PROPRIEDADES DAS FIBRAS ÓPTICAS

A fibra óptica apresenta certas características particulares, que podemos tratar como
vantagens, quando comparadas com os meios de transmissão formados por condutores
metálicos, tais como:

• Imunidade a ruídos externos em geral e interferências eletromagnéticas em


particular, como as causadas por descargas atmosféricas e instalações elétricas de
altas tensões;
• Imunidade a interferências de freqüências de rádio de estações de rádio e radar, e
impulsos eletromagnéticos causados por explosões nucleares;
• Imunidade a influência do meio ambiente, como por exemplo umidade;
• Ausência de diafonia;
• Grande confiabilidade no que diz respeito ao sigilo das informações transmitidas;
• Capacidade de transmissão muito superior a dos meios que utilizam condutores
metálicos;
• Baixa atenuação, grandes distâncias entre pontos de regeneração;
• Cabos de pequenas dimensões (pequeno diâmetro e pequeno peso) o que implica em
economia no transporte e instalação.

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